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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A "RENASCENÇA" ENTRE OS CARMELITAS

 
     Entre os Carmelitas houve também muitos que foram cativados pela grandiosidade da "Renascença", na Itália, na Espanha, na França, nos países nórdicos: miniaturistas, pintores, poetas, beletristas, escritores, oradores, lingüistas, epistológrafos, astrônomos, cientistas, músicos. Os próprios textos oficiais foram compostos num latim mais puro. E tudo isto, graças a Deus, não deixou de cantar as glórias de Maria, Mãe de Deus.
 
     Florença foi o centro cultural deste período e, em Florença, o Carmo, com a sua Companhia das Laudes e de Santa Inês, não foi dos menores pontos de reunião de artistas que se iam tornando famosos, entre os quais o carmelita Filipe Lippi.

     O Carmo teve a felicidade de ter tido Masaccio como pintor da Capela Brancacci, aonde vinham para deslumbrar-se e aprender pintores que se tornaram grandes, como Miguelângelo, Leonardo, Rafael e Botticelli.
 
Filipe Lippi (1406-1469) - Pintor e Mestre de pintores. Quando tinha oito anos foi entregue aos Carmelitas pela tia e tutora dos dois órfãos, Filipe e João, que foi carmelita também e organista. Foi discípulo de Masaccio e teve como discípulos Botticelli, Fra Diamante (ex-carmelita e depois camaldulense) e o próprio filho, Filipino Lippi, além de muitos seguidores. Entre as suas obras é maravilhosa a "Adoração do Menino pela Mãe": está em Berlim, no "Kaiser Friedrich Museum".

Beato Batista Mantuano (1447-1516) - Foi poeta, escritor, orador e epistológrafo. As suas obras espalharam-se por toda a Europa, mas não tanto na Itália. Teve muitos imitadores e admiradores. Os seus escritos foram livros de texto em escolas da Inglaterra, da França, da Espanha e da Alemanha. As poesias da juventude são melhores. Foi muitas vezes Vigário Geral da Congregação de Mântua como também Geral de toda a Ordem. Não esconde a sua fé nem o seu amor à Virgem Mãe de Deus.

Arnoldo (ou Arnaldo) Bóstio (1475-1525) - Grande humanista, poeta, escritor, teólogo e principalmente epistológrafo. Usou do seu profundo conhecimento do latim e, num latim bonito, correspondia-se com os humanistas do seu tempo, da Ordem ou fora da Ordem, na sua Bélgica, na França, na Alemanha, na Itália, aconselhando, animando, exigindo o que fosse para o bem da Igreja e da Ordem, para a glória da Imaculada Conceição de Maria que, como Carmelitas, era preciso defender e, por causa dela, propagar o conhecimento e louvor dos seus pais, São Joaquim e Sant'Ana. Com esta finalidade exigia poemas, escritos e tratados; até lhes aconselhava que também se correspondessem com este ou com aquele, para formarem uma só corrente. Se exigia, fazia também. Se os "antigos" do paganismo mereceram admiração, muito mais os da Ordem, sobre os quais escreveu um De Illustribus Viris. Entre outros correspondeu-se com o Beato Batista Mantuano, com João Paleonidoro (carmelitas), com Erasmo e Tritêmio, que admiravam e elogiavam o seu entusiasmo e ardor sempre juvenil pelas coisas da Ordem e de Maria. Tritêmio, que não era carmelita, por estímulo e insistência de Bóstio, escreveu dois trabalhos de exaltação da Ordem do Carmo.
 
     No livro citado de Balbino Velasco Bayón (também nas páginas 220-281) constam, no século XV, 72: entre Mestres (12), Bacharéis (3), Bíblicos (4), Leitores (13), Sentenciário (1), Doutores (6), Escritores (2), Estudantes (31).

     Na lista de Leo van Wijmen acima citada constam 71 carmelitas licenciados por Paris de 1401-1500, entre eles o Beato João Soreth (20/12/1437).

     Nos países da Escandinávia prevaleceram os Sinceriora studia (não desprezavam o progresso na cultura, mas se apegavam mais à leitura e meditação das Escrituras e dos Santos Padres: a qualquer outro mestre, novo ou antigo; dos gregos ou da escolástica sistemática, preferiram "Cristo ou Pedro ou Paulo").     Entre todos os da Escandinávia o mais valente e sincero foi Paulo Elias (Eliesen), nascido entre 1480/85 e falecido, mais ou menos em 1534, no cerco da sua cidade natal, Varberg, por Gustavo Vasa. Mas Paulo Elias pertence mais ao século seguinte (sec.XVI).

 

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