Entre
os Carmelitas houve também muitos que foram cativados pela grandiosidade da
"Renascença", na Itália, na Espanha, na França, nos países nórdicos:
miniaturistas, pintores, poetas, beletristas, escritores, oradores, lingüistas,
epistológrafos, astrônomos, cientistas, músicos. Os próprios textos oficiais
foram compostos num latim mais puro. E tudo isto, graças a Deus, não deixou de
cantar as glórias de Maria, Mãe de Deus.
Florença
foi o centro cultural deste período e, em Florença, o Carmo, com a sua Companhia
das Laudes e de Santa Inês, não foi dos menores pontos de reunião de artistas
que se iam tornando famosos, entre os quais o carmelita Filipe Lippi.
O
Carmo teve a felicidade de ter tido Masaccio como pintor da Capela Brancacci,
aonde vinham para deslumbrar-se e aprender pintores que se tornaram grandes,
como Miguelângelo, Leonardo, Rafael e Botticelli.
Filipe Lippi (1406-1469) - Pintor e Mestre de pintores. Quando tinha oito anos foi entregue aos Carmelitas pela tia e tutora dos dois órfãos, Filipe e João, que foi carmelita também e organista. Foi discípulo de Masaccio e teve como discípulos Botticelli, Fra Diamante (ex-carmelita e depois camaldulense) e o próprio filho, Filipino Lippi, além de muitos seguidores. Entre as suas obras é maravilhosa a "Adoração do Menino pela Mãe": está em Berlim, no "Kaiser Friedrich Museum".
Beato Batista Mantuano (1447-1516) -
Foi poeta, escritor, orador e epistológrafo. As suas obras espalharam-se por
toda a Europa, mas não tanto na Itália. Teve muitos imitadores e admiradores.
Os seus escritos foram livros de texto em escolas da Inglaterra, da França, da
Espanha e da Alemanha. As poesias da juventude são melhores. Foi muitas vezes
Vigário Geral da Congregação de Mântua como também Geral de toda a Ordem. Não
esconde a sua fé nem o seu amor à Virgem Mãe de Deus.
Arnoldo (ou Arnaldo) Bóstio (1475-1525) - Grande humanista, poeta, escritor, teólogo e principalmente epistológrafo. Usou do seu profundo conhecimento do latim e, num latim bonito, correspondia-se com os humanistas do seu tempo, da Ordem ou fora da Ordem, na sua Bélgica, na França, na Alemanha, na Itália, aconselhando, animando, exigindo o que fosse para o bem da Igreja e da Ordem, para a glória da Imaculada Conceição de Maria que, como Carmelitas, era preciso defender e, por causa dela, propagar o conhecimento e louvor dos seus pais, São Joaquim e Sant'Ana. Com esta finalidade exigia poemas, escritos e tratados; até lhes aconselhava que também se correspondessem com este ou com aquele, para formarem uma só corrente. Se exigia, fazia também. Se os "antigos" do paganismo mereceram admiração, muito mais os da Ordem, sobre os quais escreveu um De Illustribus Viris. Entre outros correspondeu-se com o Beato Batista Mantuano, com João Paleonidoro (carmelitas), com Erasmo e Tritêmio, que admiravam e elogiavam o seu entusiasmo e ardor sempre juvenil pelas coisas da Ordem e de Maria. Tritêmio, que não era carmelita, por estímulo e insistência de Bóstio, escreveu dois trabalhos de exaltação da Ordem do Carmo.
No
livro citado de Balbino Velasco Bayón (também nas páginas 220-281) constam, no
século XV, 72: entre Mestres (12), Bacharéis (3), Bíblicos (4), Leitores (13),
Sentenciário (1), Doutores (6), Escritores (2), Estudantes (31).
Na
lista de Leo van Wijmen acima citada constam 71 carmelitas licenciados por
Paris de 1401-1500, entre eles o Beato João Soreth (20/12/1437).
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