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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

ELEIÇÕES-2016: Perguntar não ofende-23.

AINDA DÓI: Lei Maria da Penha completa 10 anos de combate contra altos índices de violência contra a mulher.

Fabiana MaranhãoDo UOL, em São Paulo

Mulheres quebram o silêncio e denunciam a violência sofrida dentro de casa. Homens são presos e mantidos na cadeia por agredirem suas companheiras. Cada vez mais frequentes, situações assim rompem com o que acontecia em décadas passadas. São avanços creditados à Lei Maria da Penha, que completa dez anos continuando a enfrentar desafios. O Brasil ainda registra um alto índice de homicídios nesse gênero, com uma mulher morta a cada duas horas. 

Atacada mesmo sob proteção.
Há um ano e meio, Lúcia de Fátima Falcão Rodrigues da Silva, 29, vive com medo.
Tenho medo, tenho pânico. Tenho pesadelos, acordo assustada. Escuto gente batendo na porta
Em fevereiro de 2015, ela foi baleada e esfaqueada pelo pai de sua filha e por outros dois homens, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
A manicure ficou 40 dias internada, sendo 20 deles em coma. Ela ficou com o rosto desfigurado, perdeu a visão de um dos olhos. Já passou por quatro cirurgias e ainda tem ao menos outras três para fazer.
O acusado, Ivson Thiago do Chile Júnior, foi preso pouco mais de um mês depois do que aconteceu e, segundo a polícia, assumiu o crime.
Ela não sabe ao certo por que ele quis matá-la. Lúcia conta que ele não gostou quando ela entregou a guarda da filha para a mãe dela.
Mas a ameaça de morte veio depois que a manicure deu o telefone da mãe dele para um traficante, que tinha ido em sua casa cobrar uma dívida de droga.
Lúcia prestou queixa na delegacia e conseguiu que a Justiça o proibisse de se aproximar dela. A medida protetiva não impediu que ela fosse atacada.
A manicure diz que ainda recebe ameaças dele, por meio de conhecidos. O recado: ele vai matá-la quando sair da prisão.
Com medo, a manicure não tem endereço fixo; muda de casa a cada seis meses. Espera terminar de fazer as cirurgias para sair de Pernambuco.
Quero sair do Estado, ir embora, começar minha vida em outro lugar

Com a palavra, Maria da Penha
"Qualquer lei estando só no papel é uma lei ineficaz, ou seja, não funciona. O que a Lei Maria da Penha precisa é ser devidamente implementada. Os seus equipamentos (centros de referência, delegacia da mulher, juizado da mulher, casa abrigo) devem ser criados e estruturados, e os profissionais que trabalham nesses locais devem ser constantemente capacitados para que a mulher em situação de violência seja prontamente atendida e amparada pelo Estado.
Qualquer mudança na lei agora representaria um caminho ao enfraquecimento de uma norma tão bem estruturada e que, se for devidamente cumprida, beneficia e possibilita à mulher e a seus filhos saírem da violência doméstica e familiar a qual estejam submetidas.
Nós precisamos unir forças para que, juntas, possamos garantir um futuro sem violência para nossas descendentes."

Alto risco
Dados mais recentes revelam que ao menos uma mulher é assassinada no Brasil a cada duas horas.
Lúcia está viva, mas correu um sério risco de morrer. Quando a manicure pernambucana foi ameaçada pelo pai de sua filha, procurou socorro. Sabia que a Lei Maria da Penha poderia ajudá-la. Denunciou o caso à polícia e conseguiu uma determinação da Justiça para que ele não chegasse perto dela.

Não foi suficiente.
Desobedecer uma medida protetiva não é crime no país, explica Valéria Scarance, promotora de Justiça do MP-SP (Ministério Público Estadual de São Paulo) e coordenadora da Copevid (Comissão Permanente de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher). "Se não é crime, a pessoa não pode ser presa em flagrante. Quando a vítima relata que houve desobediência à medida de proteção, alguns delegados entendem que é crime e pedem a prisão preventiva do agressor", diz Scarance.
O problema, aponta ela, é que entre o pedido ser feito à Justiça e a prisão ser concedida e aplicada, a mulher fica exposta ao perigo.
A criação de um tipo penal específico de "desobediência à medida protetiva", no âmbito da Lei Maria da Penha, é uma das melhorias que ela sugere que a legislação deva ter para tornar mais rigoroso o combate à violência contra a mulher.
A promotora de Justiça afirma que ampliar e aperfeiçoar as medidas protetivas "seriam um instrumento para salvar vidas". 
Outra mudança na lei sugerida por ela é incluir de forma clara que as medidas de proteção são autônomas, ou seja, "não dependem de inquérito, investigação criminal e processo" para serem concedidas. 
"Muitas mulheres não suportam o peso de serem acusadoras de seus parceiros. Condicionar a proteção a uma postura da vítima de processar o agressor faz com que ela desista da proteção para não enfrentar um processo."
Segundo Scarance, há uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que considera essas medidas como autônomas, mas isso não tem poder de lei. "Há juiz que entende que elas são autônomas e há juízes que não veem assim."
"Incluir [na Lei Maria da Penha] essa possibilidade expressa de proteção mesmo que a vítima não registre boletim de ocorrência poderia salvar muitas vidas. Quando as mulheres acionam o sistema de Justiça, elas querem sobreviver; muitas vítimas desejam unicamente viver em paz."
Para a promotora, a Lei Maria da Penha é um "marco histórico na defesa das mulheres".
Há dez anos não se falava em violência contra a mulher; as mulheres não denunciavam a violência [que sofriam]. Houve uma conscientização nacional, mas ainda temos muito para evoluir. Estamos atravessando uma ponte

Agressões em números
-38.019 denúncias de violência contra a mulher foram recebidas entre janeiro e março de 2016 pelo Ligue 180
-46% foram de violência física; 25% foram de violência psicológica
72% dos casos denunciados em 2015 foram cometidos por atuais ou ex-companheiros, cônjuges, namorados ou amantes
-Ao menos 1 em cada 3 mulheres no mundo é vítima de violência física ou sexual praticada por um companheiro, diz ONU
Filippo Monteforte/AFP

Armas contra violência
Especialistas no combate à violência contra a mulher concordam que houve avanços --embora muito longe do ideal-- nos últimos dez anos em relação ao tema, principalmente nas áreas da segurança e da Justiça, com a criação de delegacias e juizados especializados e centros de atendimento à mulher.
No Brasil, 8% das cidades contam atualmente com alguma delegacia ou núcleo dedicados a ocorrências envolvendo mulheres. Segundo a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, ainda há Estados que não possuem promotorias e varas especializadas.
Para a advogada Leila Barsted, uma das diretoras da Cepia --a entidade fez parte de um grupo de organizações que elaborou o anteprojeto da Lei Maria da Penha--, a legislação não foi totalmente aplicada nos últimos dez anos.     
“O foco tem sido na aplicação [da lei] na área da segurança e da Justiça. Esse enfoque é importante porque a mulher agredida tem que ter um bom acolhimento na área da segurança, da Justiça, nos centros de referência. [...] Mas há uma parte [da legislação] que é fundamental ser implementada, na área de educação, na área cultural, de mudança de padrões culturais violentos. É preciso levar a discussão para o sistema de ensino."
Na opinião da advogada, o combate à violência contra a mulher passa, necessariamente, pela educação, por uma mudança de cultura, pela "difusão grande de que homens e mulheres têm os mesmos direitos". "É um processo longo. Mudanças culturais são lentas e significam investimento em educação."
Barsted afirma que os investimentos cabem aos governos, mas destaca que a sociedade também tem o seu papel. "É tarefa de cada cidadão não apenas seguir esses princípios [de igualdade entre homens e mulheres] mas também de transmiti-los para as novas gerações."

A ativista chama a atenção ainda para a necessidade de todos e todas nós sermos solidários com as mulheres agredidas. "Vemos manifestações nas redes sociais de uma parcela da sociedade ainda extremamente intolerante com as mulheres, insensível ao sofrimento delas." 

RIO 2016: E os moradores de Rua

OCARM – OCD: Seja bendito para sempre, que tanto me esperou.

Com este título, tirado de um texto de Santa Teresa no livro da vida (Prefácio, 2), os pais saverio cannistrà e Fernando Millán escrevem uma carta sobre a misericórdia, por ocasião do ano jubilar. Oferecemos o conteúdo em espanhol. Neste link encontra-se em outras línguas.

Carta do prior geral ou. Carm, R. P Fernando Millán e do general o.c.d., R. P. Saverio
Cannistrà, por ocasião do Jubileu da misericórdia.


Às irmãs e irmãos da família do Carmelo,

Paz!
No passado dia 11 de junho, acompanhados dos nossos respectivos conselheiros e definidores gerais, atravessamos juntos a porta santa.
Da mão da mãe da misericórdia, sob a doçura do olhar da nossa irmã e senhora, a bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, também nós fizemos uma peregrinação significando, assim, o nosso compromisso e sacrifício em vista para atingir a meta Da Misericórdia, o nosso desejo de nos tornarmos para poder ser misericordiosos como o pai o é connosco (CF. Misericordiae Vultus-MV-14).
Entrámos na Basílica de são Pedro no Vaticano, como em um santuário da misericórdia, para nos encontrar com a misericórdia feita carne, desejosos de participar intimamente, como virgem Maria, no mistério do amor divino: Jesus Cristo (CF. MV 24).
Com ela, temos cantado ao atravessar a porta santa da misericórdia do Senhor que, na vida da nossa família, se estende e é tangível "de geração em geração" (Lc 1,50; CF. MV 24). Chamados a viver "em presente de Jesus Cristo, servir lealmente com coração puro e a boa consciência" (regra, 2), cumprimos com tanta maior fidelidade nossa vocação na medida em que lhe conhecemos, Nos aprofundamos em seu mistério quem melhor que a nossa irmã e senhora pode nos ajudar a cumprir essa linda tarefa!, ela que "Guardião em seu coração a misericórdia divina em perfeita sintonia com o seu filho Jesus" (MV 24).
"Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do pai" (MV 1), de modo que, se queremos realmente ser sinal eficaz do agir da Trindade misericordiosa no mundo (CF. MV 2-3), é absolutamente necessário que paremos a contemplarle, que cresçamos no conhecimento de Jesus Cristo para poder "sentir o amor da Santíssima Trindade" (MV 8). Viver o jubileu da misericórdia, Antes de empenhar-se em tarefas e actividades a favor dos outros, exige fixar o olhar naquele que torna visível e palpável o amor de Deus (CF. IB.). Só olhando e meditando os seus gestos e suas palavras podemos acostumar-nos a dar-nos gratuitamente aos outros, a realizar em seu nome sinais de misericórdia e compaixão com todos. É esse o exemplo que nos deram nossos santos, que nos precederam no ascensão à santa montanha do Carmelo: conhecer a Cristo para fazer conhecer e amar.
Nesta carta queremos convidar-vos, portanto a contemplar a Cristo pois, apoiados na Santíssima Virgem, que não afasta de nós os seus olhos misericordiosos, e no testemunho de alguns dos nossos santos. Queremos que eles nos ajudem a sermos para ser apóstolos do Deus que derrama sobre a nossa ordem, a igreja e o mundo a misericórdia que ele tem usado e quiser continuar usando com todos.

Com Santa Maria Madalena de Pazzi-de quem celebramos este ano o 450º aniversário do Nascimento-aprendemos a conceber a misericórdia como um atributo divino, sinônimo de paz e reconciliação. Deus fez tudo com um grande ordem, mas também com uma grande misericórdia, da qual provém do grande e exuberante amor que tem para as suas criaturas. A vive em toda a sua dimensão, ao ponto de não poder expressar com palavras (CF. Os quarenta dias).
Com tudo, é na encarnação do verbo onde a misericórdia divina se manifesta de modo definitivo. Ela, cujo nome religioso foi "do verbo encarnado", compreende que no seio de Maria, a mãe da misericórdia, Deus selou a paz definitiva com o gênero humano.
Em Cristo, para santa Maria Madalena, condensa-se toda a misericórdia divina, perceptível em cada um dos seus gestos e palavras: Ele perdoa até mesmo o abandono dos discípulos no jardim das Oliveiras que, dormindo, lhe deixam só no meio da sua Terrível agonia, incapazes de acompanhá-lo sequer com sua oração.
Ao Inclinar sua cabeça na cruz (CF. Jo 19,30), Jesus, unido ao pai, espalhou esse perdão a toda a humanidade, realizando o ato supremo de misericórdia: "o perdão supremo oferecido a quem o crucificou mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia de Deus" (MV 24). Mas sua obra misericordiosa não termina aí. Para Santa Maria Madalena o amor de Cristo continua dando a conhecer: " Depois de subir ao céu, à direita de seu pai eterno, Jesus continua a exprimir-nos de dia em dia a sua misericórdia, a qual, desde os nossos tempos até o dia do julgamento , usará com todas as suas criaturas e mais extremamente mostra-nos esta virtude da misericórdia suportando tantos pecadores e tantas ofensas que fazem " (os quarenta dias; CF. Os colóquios, 2).
São João da cruz nos permite aprofundar e entender ainda mais a dimensão pessoal da misericórdia divina, que não consiste apenas em tirar os olhos dos nossos defeitos. Pela sua misericórdia, o pai nos faz crescer, nos levanta, nos convida a fazer o mesmo com os outros: " Tu, Senhor, voltas com alegria e amor para levantar o que te ofende, e eu não volto a levantar e honrar o que me irrita A mim "( esses de luz e amor, 46 ). Este levantar consiste em nos elevarmos a comunhão mais íntima com ele, como canta a oração de alma apaixonada, que pode justamente ser chamada oração da misericórdia :" não me Tirarás, Deus meu, o que uma vez me deste em teu único filho Jesus Cristo, em que você me deu tudo o que quero; por isso me holgaré em que não vai demorar se eu espero (IB, 26).
Habitar em nós, nos embeleza com obras dignas de si mesmo, nos permite compartilhar seus atributos (CF. Chama de amor viva b, 3,6). Isso sempre através do caminho da contemplação que nos conduz à união com Deus, penetrando na insondável mina de tesouros que é Cristo (CF. Cântico espiritual b, 37,4).
E é que Deus, João da cruz, quer ser nosso, dada a nós (CF. Chama de amor viva b, 3,6), esse é o sentido profundo de sua misericórdia: " Oh coisa digna de toda acepção e gozo, ficar Deus preso em um cabelo! A causa desta prisão tão preciosa é o ter Deus querido parar para olhar o voo do cabelo. A causa desta prisão tão preciosa é o ter Deus querido parar para olhar o voo do cabelo, como dizem os versos antecedentes; porque, como disse, há o olhar de Deus é amar; porque, se ele por sua grande misericórdia não nos olhasse E amasse primeiro, como diz João (1 JO 4, 10), e se abajara, nenhuma barragem fizesse nele o voo do cabelo do nosso baixo amor, porque não tinha ele tão alto voo que chegasse A prender esta divina Ave das alturas; mais porque ela desceu a olhar um para o outro e para provocar o voo e levantá-lo do nosso amor, dando-lhe coragem e força para fazer isso, por isso ele mesmo se ligava no voo do cabelo, isto é, Ele mesmo pagou e se agradou, por que se acende. E isso quer dizer: Mirástele no meu pescoço, e ele ficou preso. Porque coisa muito credível é que o pássaro de baixo voo possa chamem o águia real muito subida, se ela vem para o baixo querendo ser presa " (cântico espiritual b, 31,8).
Assim a compreendeu também, e ela fez experiência pessoal, Santa Teresa do menino Jesus: " Eis que, na verdade, o mistério da minha vocação, de toda a minha vida [...], de os privilégios que Jesus ministrou a minha alma [...], Ele não liga para os que são dignos, mas aos que lhe apetece, ou como diz são Paulo: Deus tem compaixão de quem quer e usa de misericórdia com quem quer ser misericordioso. Não é, portanto, obra do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que usa de misericórdia " (MS 2 R º).
Ele é a galinha que quer acolher misericordiosamente seus pintinhos debaixo das asas (CF. Últimas conversas, 7 DE JUNHO, 1). O mundo não entende sua ternura, a rejeita, por isso Teresa se lança decidida contra a corrente de seu tempo-nos braços do amor misericordioso, ao que é oferecido como vítima , para que ele não deva "reprimir as vagas de infinita ternura" que deseja derramar sobre a humanidade (CF. MS 84 R º).
" para mim-confessa em sua autobiografia-[Deus] me deu sua misericórdia infinita, e através dela vejo e adoro as outras perfeições divinas! Então todas se me apresentam radiantes de amor, mesmo a justiça [...] que doce alegria pensar que o bom Deus é justo!, ou seja, que tem em conta as nossas fraquezas, conhece perfeitamente a fragilidade de nossa alma " (IB. 83 V º-84 R º).
Não fala Teresa apoiada na ciência ou o conhecimento humano narra sua própria experiência! A experiência de um amor que ele seria menor se o mais pobre do coração humano, que o saudável e o levanta sem ter em conta, nem tristezas, nem os seus crimes. Amor que ela se esforçar em dar a conhecer, sentando-se mesmo na mesa dos distantes, dos não crentes (CF. MS C 6 R º), fazendo-nos compreender mais uma vez que só quem experimenta a misericórdia que é Cristo pode ser misericordioso como o pai.
Assim se mostra-nos o Beato Tito Brandsma. Para Ele, a experiência de Deus não é o privilégio de uma elite espiritual: todos são chamados a desfrutar da comunhão e a união íntima com o Deus misericordioso. Ele dá sem medida e só espera o acolhimento do coração humano, adaptando-se às nossas condições concretas, sem rejeitar nada de nossa natureza assumindo mesmo o pecado para nos redimir e exaltarnos, como nos mostrou na encarnação. É necessário crescer cada dia na compreensão deste mistério para poder adorá-lo não só no nosso interior, mas em tudo o que existe e, principalmente, no próximo, a cujo serviço temos de meter nas realidades concretas.
Tito dá exemplo com sua própria vida: apesar de ser chamado a desempenhar cargos importantes, nada foi mais importante para ele que dar atenção aos que precisavam de ajuda, através do diálogo, da capacidade de reconciliação e a dedicação pastoral, entendida Como gostaria de levar Cristo aos mais necessitados.
A sua solidariedade com o povo judeu quando o governo de ocupação alemão estabeleceu na Holanda as medidas anti-Semitas, baseia-se em seu amor, a misericórdia e a justiça. Sem temer as consequências, fica do lado dos desesperados, quer dar voz àqueles que foi arrebatada, defende também a liberdade de imprensa católica face às imposições totalitaristas do nazismo.
Isso acaba por conduzir-lhe a ele também aos campos de concentração, onde sofre, sim, sofrimentos e humilhações, mas onde continua também a ser apóstolo de compaixão e reconciliação: compartilhando a pouca ração com outros, animando a todos, ouvindo confissões mesmo de algum Seus Guardiões!
No final de sua vida, imitando a Jesus misericordioso que perdoa aos seus inimigos na cruz, Tito foi rosto de misericórdia mesmo para com a enfermeira que acabou com sua vida, como ela mesma confessou anos mais tarde na sua declaração sob segredo, dar seu Rosário antes de morrer.
Irmãs e irmãos: apoiados nestes e em tantos outros-Testemunhas da nossa família, podemos nos aventurar a cruzar com alegria a porta santa do ano jubilar. Vamos continuar com as suas impressões digitais, aumentemos a nossa comunhão com Cristo, acrecentemos nosso amor por ele e confessemos cada dia o amor que nos tem vamos conhecer e amar! Esse é o modo em que a família do Carmelo deve viver a misericórdia, particularmente em um ano tão especial como este.
Sim, com a nossa irmã e mãe Teresa de Jesus nós também queremos dizer seja bendito para sempre, o que tanto nos espera! Aprendemos com ela a contar a todos o quanto é bom e grande o Senhor.
Quando, descrevendo o mistério do dom total de Deus a pessoa nas sétimos roxas, sua caneta para perante o abismo do indizível, do que não se pode contar, é o seu desejo de narrar a todos a bondade de Deus o que A empurra para dar o salto e continuar escrevendo.
E isso para nos dizer que não há outro modo de ser espirituais mesmo que alegrando ao pai e sendo escravos de Cristo, o que conseguiremos na medida em que sujeitos aos outros e nos tornemos seus servidores, fazendo patente o nosso amor a Deus e Aos irmãos através das obras (CF. Moradas do castelo interior, 7, 4).
Deus queira que, pela intercessão de nossa irmã a bem-aventurada virgem do Monte Carmelo e a de seu esposo são José, nosso pai e Senhor, o coração da família do Carmo continue ardendo no fogo do conhecimento e amor a Cristo Jesus, para Que assim que a constituímos, empurrados pelo Espírito Santo, sejamos apóstolos da Trindade misericordiosa, comunicándola a todos através de obras e palavras.

Vossos irmãos:
Fr. Fernando Millán, ó. Carm., Prior geral
Fr. Saverio Cannistrà, o.c.d, general