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sexta-feira, 3 de abril de 2015
SEMANA SANTA- 2015: Um olhar.
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SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO: Mensagem de Dom João Costa, Carmelita.
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Ainda não sabemos quem nem por que mataram Jesus.
JUAN ARIAS
Existem
entre os quatro evangelhos canônicos, até sete versões diferentes e
contrastantes de algumas passagens da crucificação.
Cada vez que se aproximam as festas
litúrgicas da Semana Santa, os cristãos se perguntam quem condenou Jesus e sob
quais acusações concretas. Foram os judeus que o levaram para a cruz ou os
romanos, que naquele tempo dominavam a Palestina e o consideravam um
subversivo?
“Oremos pelos pérfidos judeus” ...
“Ouve, Deus, nossa oração pela obcecação desse povo para que seja libertado das
trevas”. Essa oração foi rezada por milhões de católicos na liturgia da
Sexta-Feira Santa desde 1570, quando o papa Pio V criou o Missal Romano.
Aquela oração injuriosa para a religião
judaica, da qual nasceu o cristianismo, levava implícito (e assim era entendido
pelos fiéis) que tinham sido os judeus que mataram Jesus. O escritor israelense
Amos Oz diz abertamente: “Durante milênios a Igreja Católica dedicou-se a
classificar os judeus como assassinos de Deus”.
Hoje, porém, os historiadores se
inclinam a reconhecer que foram os romanos, e não os judeus, que mataram o
profeta rebelde.
Usam como base dois argumentos concretos:
por um lado, a crucificação era uma forma de pena de morte desconhecida pelos
judeus. Eles usavam em suas condenações o apedrejamento, a decapitação e a
degola. A crucificação era uma especialidade dos romanos, usada com os rebeldes
políticos. Além disso, nos tempos de Jesus, quando a Palestina era ocupada pelo
poder romano, as autoridades judaicas tinham perdido o poder de condenar à
morte. Só poderiam por “blasfêmia”, ou seja, por motivos estritamente
religiosos.
É possível que, em um primeiro momento,
Jesus até tenha sido julgado pela alta Corte Sacerdotal e acusado de blasfêmia
por ter desafiado o poder do Templo. No entanto, o que os evangelhos dizem é
que Sinédrio enviou Jesus ao romano Pilatos para que fosse julgado por ele, um
sinal de que não via motivos de questão religiosa para condená-lo à morte,
segundo explica um dos maiores conhecedores do tema, Paul Winter, em sua obra
Sobre o Processo de Jesus.
A confusão pode ter origem no fato de
que, entre os judeus, havia o costume de pendurar os corpos dos mortos por
apedrejamento para expô-los publicamente à vergonha, diferentemente da
crucificação, na qual os condenados eram presos vivos à cruz e deixados
sangrando até morrer, às vezes durante dias inteiros.
As fontes rabínicas indicam que a morte
na cruz era realizada “em conformidade com a prática romana”. Basta lembrar que
o autor do tempo de Antíoco IV menciona com repugnância a prática dos romanos
de “suspender homens vivos”, prática a qual se recorda que “nunca foi realizada
em Israel”.
Os historiadores se inclinam a
reconhecer que foram os romanos, e não os judeus, que mataram o profeta.
Foi o papa João XXIII que, em 1959,
mandou tirar da oração da Sexta-Feira Santa a expressão “pérfidos judeus” e a
“obcecação desse povo” que se negava a reconhecer a divindade de Jesus.
Paulo VI, que sucedeu João XXIII, deu
mais um passo e tirou também a oração para que os “cegos judeus” se
convertessem à fé.
A oração foi mudada no sentido positivo,
e nela se rezava pelos judeus, “a quem o Senhor elegeu como os primeiros entre
todos os homens para receber a sua palavra”.
Foi o papa alemão Bento 16 que permitiu
aos católicos conservadores, contradizendo o Concílio Vaticano II, voltar à
antiga liturgia em latim. E foi ele quem voltou a introduzir na oração da
Sexta-Feira Santa a ideia de que os judeus devem se converter à fé cristã:
“Oremos pelos judeus: Que Deus ilumine seus corações e reconheçam Jesus Cristo”.
Foi uma volta atrás, e agora se espera que Francisco, o Papa que mais respeitou
e até manifestou admiração pela religião judaica, volte a retirar das orações
dos cristãos qualquer vislumbre sobre a necessidade de que os judeus (a
primeira grande religião monoteísta da história) precisem se converter a outra
fé que não seja a deles.
Na verdade, desde as disputas dos
primeiros cristãos no século II se começou a tentar colocar sobre os judeus o
peso de terem condenado à morte o maior inocente da história, para se congraçar
com os romanos, que, em princípio, perseguiram os cristãos e depois os
conquistaram enchendo a Igreja de privilégios.
Foi o papa alemão Bento 16 que permitiu
aos católicos conservadores, contradizendo o Concílio Vaticano II, voltar à
antiga liturgia em latim
Se foram os romanos que, segundo os
historiadores modernos, crucificaram Jesus, o que ainda não está claro são os
motivos de sua sentença. No entanto, se a condenação à morte na cruz era
destinada aos rebeldes políticos, não resta dúvida de que Pilatos e o poder
romano daquele tempo se convenceram de que o profeta que desafiava os
poderosos, que chegou a chamar o rei Herodes de “raposa” e que arrastava
consigo uma multidão de desprezados pelo poder, tinha que ser crucificado como
subversivo político.
A inscrição colocada em sua cruz
confirmaria: “Jesus, o rei dos judeus”, escrita para zombar dele por ter se
proclamado, segundo os romanos, como o novo líder desse povo.
Assim como não sabemos pelos evangelhos
oficiais nem onde nem quando Jesus nasceu, também não sabemos com certeza
absoluta nem quem, nem quando nem porque crucificaram aquele profeta andarilho.
Jesus era um judeu que “curava todos”,
que se proclamou sempre fiel seguidor da religião de seus pais e que,
antecipando-se aos tempos, queria que a grande religião judaica não ficasse
restrita apenas a um povo, mas que se abrisse também aos gentios e pagãos, aos
não circuncidados, para que chegasse o dia –como disse à mulher samaritana– em
que os homens e as mulheres não precisassem render culto nem no templo dos
judeus nem no dos samaritanos, mas “em espírito e em verdade”.
Ali Jesus inaugurou o ecumenismo
moderno, que vê na fidelidade à própria consciência o único templo verdadeiro
onde podem se reunir, sem distinção nem guerras de religião, todos os seres
humanos.
Talvez em nenhum outro momento da vida
de Jesus os quatro evangelistas insistam tanto como na narração dos fatos da
paixão e morte de Jesus. E, no entanto, ao mesmo tempo, em nenhum outro momento
de sua biografia existem tantas diferenças e discrepâncias entre os quatro
evangelhos oficiais da Igreja.
Mesmo sendo verdade que os evangelistas
não tentaram escrever história no sentido moderno, mas sim “comunicar uma
mensagem religiosa”, como explica Winter e confirma outro especialista, Martin
Dibelius, também é fato que dentro desses relatos (mesmo discrepantes entre
eles) existe escondida uma verdade histórica que exige um grande esforço
hermenêutico para se descobrir.
Pilatos e o poder romano daquele tempo
se convenceram de que o profeta que desafiava os poderosos e tinha que ser
crucificado como subversivo político
Existem, entre os quatro evangelistas,
até sete versões diferentes de alguns momentos da descrição da crucificação.
E, no entanto, do fundo daqueles fatos
ainda obscuros, surgiu um dos grandes movimentos (não apenas religioso, mas
também político, humanista e até jurídico) da história. E nela segue ressonando
como reflexão a pergunta de Pilatos a Jesus durante o interrogatório do
processo: “Que é a verdade?”.
Feliz Semana Santa para todos, sem
distinções de credos, sem condenações inquisitórias.
Feliz Semana Santa para os que sofrem e
lutam contra a indignidade e contra o atropelo dos mais frágeis da história.
Feliz Páscoa para todos os crucificados
física e moralmente por ódio a sua religião, raça ou cor de pele.
Feliz Páscoa com o desejo de que acabe
no mundo a pena de morte, para que não possa ser vítima dela nenhum outro
inocente, como o galileu símbolo de todas as condenações injustas da
humanidade.
Fonte:
http://brasil.elpais.com
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MISSA DA CEIA DO SENHOR: Homilia do Frei Petrônio.
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Papa aos presidiários de Rebibbia: Jesus nos ama sem limites.
Aplausos, beijos
e abraços acolheram ao fim da tarde desta Quinta-feira Santa o Papa Francisco
no Complexo penitenciário de Rebibbia, zona leste de Roma, onde celebrou a
Missa da Ceia do Senhor, com o rito do Lava-pés. Francisco chegou à
Penitenciária pouco depois das 17h e se deteve por alguns momentos na parte
interna do complexo, antes de entrar para celebrar a Santa Missa. No pátio o
aguardavam mais de 300 presidiários, o pessoal da polícia penitenciária,
pessoal administrativo, os voluntários e capelães. O Pontífice cumprimentou
quase um por um os presidiários, abraçando-os e beijando-os.
“Agradeço a
todos vós pelo acolhimento tão caloroso e sincero, muito obrigado!”, disse o
Papa antes de entrar na Igreja do Pai-Nosso dentro do complexo penitenciário.
Na igreja, o
Papa encontrou outros 300 presidiários; 150 mulheres, incluindo 15 mães com as
crianças, e 150 homens. Durante a celebração lavou os pés de doze deles: seis
mulheres e seis homens, dos quais um brasileiro. Um dos momentos mais
emocionantes foi quando o Papa lavou inclusive os pés de uma criança que estava
no colo da mãe detida.
“Eu também
preciso ser lavado pelo Senhor, e por isso rezai durante esta Missa para que o
Senhor lave também as minhas sujeiras”: foi o que disse o Papa Francisco,
momentos antes de lavar os pés dos doze presidiários concluindo a sua breve
homilia.
Na época de
Jesus, disse Francisco pronunciando uma homilia sem texto escrito, “era
costume, era hábito” lavar os pés dos hóspedes, “porque as pessoas quando
chegavam numa casa tinham os pés sujos de pó da estrada. Não existiam - disse
-, os paralelepípedos naquele tempo. E na entrada da casa, se lavava os pés.
Mas isso não era feito pelo dono da casa, eram os escravos que faziam isso: era
trabalho de escravo. E Jesus lava como escravo os nossos pés, os pés dos
discípulos. E por isso diz a Pedro: o que eu estou a fazer agora tu não entendes,
vais entender mais tarde.
Jesus tanto nos
amou que se fez escravo para nos servir, para nos curar, para nos limpar. Hoje
nesta Missa – continuou Francisco - a Igreja quer que o sacerdote lave os pés
de doze pessoas, em memória dos doze apóstolos. Mas no nosso coração devemos
ter a certeza, devemos estar certos de que o Senhor, quando lava os nossos pés,
nos lava totalmente, nos purifica. Nos faz sentir novamente o seu amor.
Na Bíblia há uma
frase, no Profeta Isaías, muito bonita: pode uma mãe se esquecer do seu filho?
Se uma mãe se esquecesse do seu filho eu jamais me esquecerei de ti. Assim é o
amor de Deus por mim. E eu vou lavar hoje os pés de doze de vós, disse em seguida
o Papa. Mas nestes irmãos e irmãs estais todos vós, todos, todos, todos os que
vivem aqui. Vós representais a eles. Mas eu também preciso ser lavado pelo
Senhor, e por isso rezai durante esta Missa, para que o Senhor lave também as
minhas sujidades, para que eu me torne mais escravo de vós, mais escravo no
serviço das pessoas, como foi Jesus”, finalizou o Papa Francisco. (BS/SP).
Fonte:
http://pt.radiovaticana.va
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quinta-feira, 2 de abril de 2015
Missa Crismal, homilia do Papa Francisco.
«A minha mão
estará sempre com ele / e o meu braço há-de torná-lo forte» (Sl 89/88, 22).
Assim pensa o Senhor, quando diz para consigo: «Encontrei David, meu servo, / e
ungi-o com óleo santo» (v. 21). Assim pensa o nosso Pai cada vez que «encontra»
um padre. E acrescenta: «A minha fidelidade e o meu amor estarão com ele /
(...) Ele me invocará, dizendo: “Tu és meu pai, / és o meu Deus e o rochedo da
minha salvação”» (vv. 25.27).
É muito bom
entrar, com o Salmista, neste solilóquio do nosso Deus. Ele fala de nós, os
seus sacerdotes, os seus padres; na realidade, porém, não é um solilóquio, não
fala sozinho. É o Pai que diz a Jesus: «Os teus amigos, aqueles que Te amam,
poderão dizer-Me de uma maneira especial: “Tu és o meu Pai”» (cf. Jo 14, 21).
E, se o Senhor pensa e Se preocupa tanto com o modo como poderá ajudar-nos, é
porque sabe que a tarefa de ungir o povo fiel é dura; causa fadiga e leva-nos
ao cansaço. E nós experimentamo-lo em todas as suas formas: desde o cansaço
habitual do trabalho apostólico diário até ao da doença e da morte, incluindo o
consumar-se no martírio.
O cansaço dos sacerdotes! Sabeis
quantas vezes penso nisto, no cansaço de todos vós? Penso muito e rezo com
frequência, especialmente quando sou eu que estou cansado. Rezo por vós que
trabalhais no meio do povo fiel de Deus, que vos foi confiado; e muitos
fazem-no em lugares demasiado isolados e perigosos. E o nosso cansaço, queridos
sacerdotes, é como o incenso que sobe silenciosamente ao Céu (cf. Sl 141/140,
2; Ap 8, 3-4). O nosso cansaço eleva-se diretamente ao coração do Pai.
Estai certos de que também Nossa Senhora
Se dá conta deste cansaço e, imediatamente, fá-lo notar ao Senhor. Como Mãe,
sabe compreender quando os seus filhos estão cansados, e só disso se preocupa.
«Bem-vindo! Descansa, meu filho. Depois falamos... Não estou aqui eu, que sou
tua Mãe?»: dir-nos-á ao abeirarmo-nos d’Ela (cf. Evangelii gaudium, 286). E
dirá, ao seu Filho, como em Caná: «Não têm vinho!» (Jo 2, 3).
Pode acontecer também que, ao sentir
o peso do trabalho pastoral, nos venha a tentação de descansarmos de um modo
qualquer, como se o repouso não fosse uma coisa de Deus. Não caiamos nesta
tentação! A nossa fadiga é preciosa aos olhos de Jesus, que nos acolhe e faz
levantar o ânimo: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que
Eu hei-de aliviar-vos» (Mt 11, 28). Se uma pessoa sabe que, morta de cansaço,
pode prostrar-se em adoração e dizer: «Senhor, por hoje basta!», rendendo-se ao
Pai, sabe também que não tomba mas renova-se, pois o Senhor que ungiu com o
óleo da alegria o povo fiel de Deus, também a unge a ela: «Muda a sua cinza em
coroa, o seu semblante triste em perfume de festa e o seu abatimento em cantos
de festa» (cf. Is 61, 3).
Tenhamos bem em mente que uma chave da fecundidade
sacerdotal reside na forma como repousamos e como sentimos que o Senhor cuida
do nosso cansaço. Como é difícil aprender a repousar! Nisto transparece a nossa
confiança e a consciência de que também nós somos ovelhas. A propósito, podem
ajudar-nos algumas perguntas.
Sei repousar recebendo o amor, a
gratidão e todo o carinho que me dá o povo fiel de Deus? Ou, depois do trabalho
pastoral, procuro repousos mais refinados: não os repousos dos pobres, mas os
que oferece a sociedade de consumo? O Espírito Santo é verdadeiramente, para
mim, «repouso na fadiga», ou apenas Aquele que me faz trabalhar? Sei pedir
ajuda a qualquer sacerdote experiente? Sei repousar de mim mesmo, da minha
auto-exigência, da minha auto-complacência, da minha auto-referencialidade? Sei
conversar com Jesus, com o Pai, com a Virgem Maria e São José, com os meus
Santos padroeiros e amigos, para repousar nas suas exigências – que são suaves
e leves – nas suas complacências – eles gostam de estar na minha companhia –
nos seus interesses e referências – só lhes interessa a maior glória de Deus?
Sei repousar dos meus inimigos, sob a proteção do Senhor? Vou argumentando,
tecendo e ruminando repetidamente cá para comigo a minha defesa, ou confio-me
ao Espírito que me ensina o que devo dizer em cada ocasião? Preocupo-me e
afano-me excessivamente ou encontro repouso, dizendo como Paulo: «Sei em quem
acreditei» (2 Tm 1, 12).
Repassemos brevemente os
compromissos dos sacerdotes, que proclama a liturgia de hoje: levar a Boa-Nova
aos pobres, anunciar a libertação aos cativos e a cura aos cegos, dar a
liberdade aos oprimidos e proclamar o ano de graça do Senhor. Isaías diz também
cuidar daqueles que têm o coração despedaçado e consolar os aflitos.
Não são tarefas fáceis, externas, como,
por exemplo, as atividades manuais: construir um novo salão paroquial, ou
traçar as linhas dum campo de futebol para os jovens do oratório, etc. Os
compromissos mencionados por Jesus envolvem a nossa capacidade de compaixão:
são compromissos nos quais o nosso coração estremece e se comove. Alegramo-nos
com os noivos que vão casar; rimos com a criança que trazem para batizar;
acompanhamos os jovens que se preparam para o matrimónio e para ser família;
entristecemo-nos com quem recebe a extrema-unção no leito do hospital; choramos
com os que enterram uma pessoa querida... Tantas emoções, tanto carinho cansam
o coração do pastor. Para nós, sacerdotes, as histórias do nosso povo não são
um noticiário: conhecemos a nossa gente, podemos adivinhar o que se passa no
seu coração; e o nosso, sofrendo com eles, vai-se desgastando, divide-se em mil
pedaços, compadece-se e parece até ser comido pelas pessoas: tomai, comei. Esta
é a palavra que o sacerdote de Jesus sussurra sem cessar, quando está a cuidar do
seu povo fiel: tomai e comei, tomai e bebei... E, assim, a nossa vida
sacerdotal se vai doando no serviço, na proximidade ao povo fiel de Deus, etc.,
o que sempre cansa.
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convosco alguns cansaços, em que meditei.
Temos aquele que podemos chamar «o
cansaço do povo, das multidões»: para o Senhor, como o é para nós, era
desgastante – di-lo o Evangelho – mas é um cansaço bom, um cansaço cheio de
frutos e de alegria. O povo que O seguia, as famílias que Lhe traziam os seus
filhos para que os abençoasse, aqueles que foram curados e voltavam com os seus
amigos, os jovens que se entusiasmavam com o Mestre… Não Lhe deixavam sequer
tempo para comer. Mas o Senhor não Se aborrecia de estar com a gente. Antes
pelo contrário, parecia que ganhava nova energia (cf. Evangelii gaudium, 11).
Este cansaço habitual no meio da nossa atividade é uma graça que está ao
alcance de todos nós, sacerdotes (cf. ibid., 279). Como é belo tudo isto: o
povo amar, desejar e precisar dos seus pastores! O povo fiel não nos deixa sem
atividade direta, a não ser que alguém se esconda num escritório ou passe pela
cidade com vidros escuros. E este cansaço é bom, é saudável. É o cansaço do
sacerdote com o cheiro das ovelhas, mas com o sorriso de um pai que contempla
os seus filhos ou os seus netinhos. Isto não tem nada a ver com aqueles que
conhecem perfumes caros e te olham de cima e de longe (cf. ibid., 97). Somos os
amigos do noivo: esta é a nossa alegria. Se Jesus está apascentando o rebanho
no meio de nós, não podemos ser pastores com a cara azeda ou melancólica, nem –
o que é pior – pastores enjoados. Cheiro de ovelhas e sorriso de pais... Muito
cansados, sim; mas com a alegria de quem ouve o seu Senhor que diz: «Vinde,
benditos de meu Pai!» (Mt 25, 34).
Existe depois aquele que podemos
chamar «o cansaço dos inimigos». O diabo e os seus sectários não dormem e, uma
vez que os seus ouvidos não suportam a Palavra de Deus, trabalham
incansavelmente para a silenciar ou distorcer. Aqui o cansaço de enfrentá-los é
mais árduo. Não se trata apenas de fazer o bem, com toda a fadiga que isso
implica, mas é preciso também defender o rebanho e defender-se a si mesmo do
mal (cf. Evangelii gaudium, 83). O maligno é mais astuto do que nós e é capaz
de destruir num instante aquilo que construímos pacientemente durante muito
tempo. Aqui é preciso pedir a graça de aprender a neutralizar: neutralizar o
mal, não arrancar a cizânia, não pretender defender como super-homens aquilo
que só o Senhor deve defender. Tudo isto ajuda a não nos deixar cair os braços
à vista da espessura da iniquidade, frente à zombaria dos malvados. Eis a
palavra do Senhor para estas situações de cansaço: «Tende confiança! Eu já
venci o mundo» (Jo 16, 33).
E, por último (para que esta
homilia não vos canse!), há também «o cansaço de nós próprios» (cf. Evangelii
gaudium, 277). É talvez o mais perigoso. Porque os outros dois derivam do facto
de estarmos expostos, de sairmos de nós mesmos para ungir e servir (somos
aqueles que cuidam). Diversamente, este cansaço é mais auto-referencial: é a
desilusão com nós mesmos, mas sem a encararmos de frente, com a alegria serena
de quem se descobre pecador e carecido de perdão; é que, neste caso, a pessoa
pede ajuda e segue em frente. Trata-se do cansaço que resulta de «querer e não
querer», de ter apostado tudo e depois pôr-se a chorar pelos alhos e as cebolas
do Egito, de jogar com a ilusão de sermos outra coisa qualquer. Gosto de lhe
chamar o cansaço de «fazer a corte ao mundanismo espiritual». E, quando uma
pessoa fica sozinha, dá-se conta de quantos sectores da vida foram impregnados
por este mundanismo e temos até a impressão de que não há banho que o possa
lavar. Aqui pode haver um cansaço mau. A palavra do Apocalipse indica-nos a
causa deste cansaço: «Tens constância, sofreste por causa de Mim, sem te
cansares. No entanto, tenho uma coisa contra ti: abandonaste o teu primeiro
amor» (2, 3-4). Só o amor dá repouso. Aquilo que não se ama, cansa; e, com o
passar do tempo, torna-se um cansaço mau.
A imagem mais
profunda e misteriosa do modo como o Senhor cuida do nosso cansaço pastoral –
«Ele que amara os seus (…), levou o seu amor por eles até ao extremo» (Jo 13,1)
– é a cena do lava-pés. Gosto de a contemplar como o lava-seguimento. O Senhor
purifica o próprio seguimento, Ele «envolve-Se» conosco (Evangelii gaudium,
24), tem pessoalmente o cuidado de lavar todas as manchas, aquela sujeira
mundana e gordurosa que se apegou a nós no caminho que percorremos em seu Nome.
Sabemos que, nos
pés, se pode ver como está todo o nosso corpo. No modo de seguir o Senhor,
manifesta-se como está o nosso coração. As chagas dos pés, os entorses e o
cansaço são sinal de como O seguimos, das estradas que percorremos à procura
das ovelhas perdidas, tentando conduzir o rebanho aos prados verdejantes e às
águas tranquilas (cf. ibid., 270). O Senhor lava-nos e purifica-nos de tudo
aquilo que se acumulou nos nossos pés ao segui-Lo. Isto é sagrado. Não
permitais que fique manchado. Como Ele beija as feridas de guerra, assim lava a
sujeira do trabalho.
O seguimento de
Jesus é lavado pelo próprio Senhor para que nos sintamos no direito de ser e
viver «alegres», «satisfeitos», «sem medo nem culpa» e, assim, tenhamos a
coragem de sair e ir, «a todas as periferias até aos confins do mundo», levar
esta Boa-Nova aos mais abandonados, sabendo que «Ele estará sempre conosco até
ao fim dos tempos». E saibamos aprender a estar cansados, mas com um cansaço
bom!
Fonte:
http://pt.radiovaticana.va
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A PALAVRA DO FREI GERALDO BEZERRA: Semana Santa.
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RECORDAÇÃO DO OLHAR: Frei Pedro Jansen, O. Carm.
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quarta-feira, 1 de abril de 2015
EU NÃO QUERO ESTE JESUS CRISTO.
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terça-feira, 31 de março de 2015
LEVANTA ELIAS: Campanha Missionária.
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“Santa Teresa reivindicou um espaço para a mulher na Igreja”, afirma o carmelita Antonio González
Eis
a entrevista.
O
que fará por ocasião do V Centenário de Santa Teresa?
Demos forma a todo o projeto num livro
que acabamos de publicar. Nele são recolhidas todas as linhas de ação e de
realização do Centenário. Teresa de Jesus é uma santa que abriu caminhos para a
mulher, para a vida religiosa, para a Igreja de seu tempo... E acreditamos que
agora tem muito que dizer. Por sua personalidade, seu humanismo, sua
psicologia, sua espiritualidade. Por isso, pensamos que este Centenário é uma
oportunidade para aproximá-la do mundo. Para que possa continuar dizendo sua
mensagem.
Poder-se-ia
dizer que ela é um patrimônio da humanidade?
Sim. É uma das personalidades do século
de ouro espanhol, que contribuiu para forjar a língua castelhana. Certamente é
uma mulher universal. E falando de outro tipo de patrimônio, há um convento que
foi construído no solar da casa natal de Santa Teresa, que queremos restaurar.
É um patrimônio muito rico. Em Ávila é conhecido como o convento dos frades.
Queremos restaurar e digitalizar os escritos, aproximá-los das pessoas... É
todo um trabalho.
Existe
a previsão de algumas exposições?
Sim. Santa Teresa é uma figura muito
interessante como escritora e como inspiradora de artistas. Estamos tratando a
questão de fazer uma exposição de seus manuscritos na Biblioteca Nacional.
Gostaríamos de chegar a fazer uma exposição no Museu do Prado, porque há uma
grande obra pictórica e escultural sobre Santa Teresa. Dado isto, pode-se fazer
uma exposição do tipo “As Idades do Homem”. São coisas que, de momento, estamos
projetando. São ainda possíveis trabalhos.
Custa
muito dinheiro organizar algo assim?
Sim, custa muito. Porém, eu acredito que
estas coisas também acabem trazendo muito dinheiro, como a Jornada Mundial da
Juventude. O Museu do Prado colaborou com uma exposição da Jornada Mundial da
Juventude, e acredito que bateu o recorde de público. Por um lado, estas coisas
precisam de um investimento, mas também geram alguns benefícios. E não somente
em nível econômico, mas de difusão da cultura, e do que isso acarreta. Tudo se
alimenta mutuamente.
Ainda
são conservados muitos manuscritos?
Sim. Os das principais obras são todos
conservados. A maioria deles está na biblioteca de El Escorial, porque Felipe
II quis guardá-los lá. O que está faltando são cartas ou obras menores que se
dispersaram por diversos lugares. Seria preciso recolhê-los, catalogá-los,
restaurá-los... Também queremos fazer exposições itinerantes do tipo
audiovisual, que podem aproximar Santa Teresa das pessoas.
Em
relação à promoção da mulher, o que pretende fazer?
Bem, o Carmelo teresiano, fundado por
ela, tem um trabalho social em todo o mundo, também de promoção da mulher.
Queremos que o Centenário também seja um apoio e incentivo para este trabalho
social. Teresa foi uma defensora da promoção da mulher nessa época, em pleno
século XVI espanhol, em que a mulher praticamente ficava enclausurada em sua
casa ou num convento. Santa Teresa reivindicou para a mulher um espaço na
Igreja, e acreditou no que podia colaborar com a sociedade. Seus escritos são
uma prova disso.
Conseguiu?
Eu entendo que frei Luis de Léon, que é
o que preparou a primeira edição das obras de Santa Teresa, depois de se
encontrar com ela “em suas filhas”, como ele disse; falou para seu editor que
não voltasse a publicar “A perfeita casada”, que era uma obra na qual se expressava
essa mentalidade misógina de seu tempo.
Ou
seja, santa Teresa convenceu frei Luis de León?
Parece que sim. E, de fato, várias das
carmelitas descalças irão ser mulheres de uma projeção importante, como a beata
Ana de São Bartolomeu. Teresa criou esse espaço de vida contemplativa
apostólica e ampliada. Com mais projeção na Igreja.
Porém,
apesar de tudo, não continua sendo uma matéria pendente em nossa Igreja a
“plena cidadania” da mulher?
Sempre existem temas que precisamos
continuar trabalhando e refletindo. Há prejuízos dentro e fora, por isso temos
que estar em contínua conversão.
No
tocante ao âmbito científico, o que você irá realizar no V Centenário?
Vamos nos aprofundar na mensagem de
Santa Teresa, que continua sendo atual, que continua tendo muito que dizer. Já
estão ocorrendo congressos anuais, centrados em cada uma das grandes obras teresianas
(“O livro da vida”, “Caminho de perfeição”...).
Vamos continuar com isso, e queremos fazer também um congresso sobre
mística e oração. Estamos pensando possibilidades.
Todos
esses congressos serão feitos em sua universidade de Ávila?
Não necessariamente. O Centro
Internacional Teresiano Sanjuanista está sendo o grande promotor dos congressos
até agora, mas também queremos realizar congressos na Ásia e na África. Embora
a sede natural do centenário seja Ávila, e mesmo que a Espanha seja o lugar
onde a figura de Santa Teresa tenha mais peso; já dissemos que é uma figura de
alcance mundial.
Existe
algum outro país do mundo em que a santa de Ávila seja especialmente venerada?
Na América Latina, talvez. No Extremo
Oriente ainda não é muito conhecida, mas ali existe potencial. A
espiritualidade oriental pode ter um leito fecundo de encontro e de diálogo com
a mística cristã.
Sua
congregação está espalhada pelo mundo todo?
Sim, pelos cinco continentes, que
estamos chamando para irradiar o carisma de Santa Teresa e de São João da Cruz.
Santa
Teresa também lutou pelo social?
Bem, é preciso compreender que no século
XVI a espiritualidade não estava projetada para esse âmbito. Por isso, a obra
teresiana, sendo sincero, não brilha especialmente no âmbito social. No
entanto, nela aparece a compreensão cristã do amor ao próximo, como expressão
do amor a Deus. Ela disse de forma muito clara: o progresso do caminho
espiritual é visto na capacidade de se dar ao outro e de entregar a vida pelo
outro, o que é a essência de todo projeto social cristão. E eu acredito que é
para todo projeto social autêntico. Além disso, o Carmelo teresiano, fundado
por ela, teve essa projeção social junto ao trabalho religioso. É outra via de
trabalho que queremos incentivar a partir do espaço privilegiado do Centenário.
Você
convidou Sua Santidade?
Evidentemente. Junto com a diocese de
Ávila (que está, obviamente, muito envolvida com este Centenário), a
Conferência Episcopal também está interessada nisso. Convidamos o papa Bento
XVI para que visite a Espanha por ocasião do Centenário.
Será
no ano de 2015?
Certamente. Ainda não temos nenhuma
resposta, porque estas coisas exigem seu tempo. Nós temos esperanças.
Santa
Teresa era uma das santas favoritas de João Paulo II. Você acredita que também
é para Bento XVI?
Para João Paulo II isto era claro,
porque além de fazer sua tese de doutorado sobre a fé de São João da Cruz, em
sua visita a Espanha passou por Segóvia, Ávila e Alba de Tormes... Bento XVI,
talvez não de uma maneira tão pessoal e tão específica, também admira a santa.
Talvez seja mais agostiniano, porém no final há uma conexão, porque Santa
Teresa se inspira muito em Santo Agostinho. Para 2015, também foi pedida para a
Santa Sé uma declaração de Ano Jubilar Teresiano.
No
que isto consistiria?
É um ano especial, em que se consegue
alguma indulgência plenária com uma visita a determinados lugares. Este ano,
por exemplo, foi concedido o Ano Jubilar por ocasião do 400º Aniversário da
fundação do Mosteiro de São José. Assim, a vista a esse mosteiro, sempre unida
com a confissão, comunhão e oração, serve para se conseguir a indulgência
plenária. É um veículo para orientar a visão para a experiência de Santa Teresa,
porque o que ela pode querer deste Centenário é que, por meio dela, nos
aproximemos de Deus.
As
experiências místicas, como tentativas de chegar a Deus, voltaram a estar na
moda?
Sim. É o que dizia Rahner: que o cristão
do século XXI tem que ser um místico. Eu acredito que a religiosidade num certo
ponto sociológico, ou apoiada na sociologia, em uma sociedade oficialmente
cristã, já não existe. A opção cristã agora vem de uma experiência.
A
personalização da fé?
Certamente. O Deus próximo, que é o que
disse Santa Teresa. Seus escritos são um convite para que façamos essa
experiência.
É
possível realizar essa experiência com grupos de jovens, por exemplo?
Estamos nela, tentando fazer
experiências de oração, de mistério de Deus, experiências vitais. Isto requer
uma pedagogia que é preciso renovar, porque os jovens de hoje não são os jovens
de 10 ou 15 anos atrás. A cultura muda, e muda a forma de estruturar o próprio
pensamento.
Ou
seja, hoje o caminho para cativar novamente os jovens é mais o testemunho do
que a doutrina ou o catecismo?
Eu acredito que tudo faz falta. A
doutrina não é entendida como conhecimento teórico, mas como um ensinamento do
local por onde passa o caminho. E isso implica um compromisso de vida, uma
ética. Neste momento, corremos o risco de que as pessoas acumulem experiências
como algo turístico, quando o que se trata é fazer um caminho autêntico. Tudo é
necessário: formação, critérios, compromisso, experiência oral... E, sobretudo,
sentido de encontro pessoal, de não conhecer a Deus pelo que se ouve, mas
experimentar o contato com ele. Acredito que isto é o que mais pode mover os
jovens.
Como
irá conseguir os fundos necessários para montar todas estas coisas? As
autoridades civis estão interessadas na questão? Há empresas que o apoiam?
Estamos começando a tarefa. A economia
deveria estar ao serviço da vida, essa é a compreensão correta. Então, destinar
fundos a partir do âmbito da cultura, das instituições públicas, do patrocínio
de empresas ou fundações... possui um sentido, e por isso pode funcionar.
Acredito que os orçamentos resultam em benefícios para as próprias instituições
colaboradoras.
Imagino
que toda a Igreja estará dedicada neste acontecimento.
Sim. Em primeiro lugar a ordem do
Carmelo, dos carmelitas descalços. Cada mosteiro e cada convento ajuda como
pode. A diocese de Ávila, claro, e cada vez vamos entrando em contato com mais
dioceses da Espanha. Esperamos que a Igreja espanhola apoie o Centenário de uma
de suas figuras mais interessantes, que é Santa Teresa.
Pensou
em outra personalidade, além do Papa, que possa se aproximar da Espanha?
Bem, estamos preparando o programa, e
assim que vão surgindo atividades, vão aparecendo pessoas que convidamos.
Queremos envolver, é claro, o superior geral da ordem.
Para
você, qual seria o melhor resultado do Ano Teresiano?
O êxito seria que muita gente se
aproximasse da experiência de Santa Teresa, de sua mensagem; e por meio dela de
Deus. Os frutos virão a médio e longo prazo, não é visto sempre a primeira mão,
podem ser iniciativas que vão surgindo na vida de muitas pessoas. Sim, eu
gostaria que este Centenário de Santa Teresa de Jesus deixasse um legado na
Igreja, que ajude a responder aos desafios atuais de evangelização. Haverá
muitas atividades, e esperamos que sejam bem realizadas; mas, sobretudo,
acredito que o resultado mais interessante será no coração das pessoas.
A
Santa de Ávila continua chegando ao povo?
Sim. Precisamente, a mística de Santa
Teresa tem a ver com a experiência de Deus no humano, porque Deus está presente
até em nossas tarefas, quando as vivemos e as orientamos de forma correta. A
humanidade de Cristo é o centro da experiência teresiana. Esse sentir próximo
de Deus é o que a faz tão popular, ao menos na Espanha. E também pela paz de
Deus, que não tem nada a ver com a tranquilidade pela qual se coíbe das coisas
ou o que desconecta, mas com um se sentir aconchegados e acompanhados por um
Deus que nos segue em nosso humilde caminho. É uma paz que tem a ver com a vida
em sinceridade e em abertura para Deus.
Sentem-se
orgulhosos de serem filhos espirituais de Santa Teresa e de São João da Cruz?
Sentimo-nos orgulhosos de nossos pais,
certamente, porém isso também é uma responsabilidade. É um carisma que vem a
nós para que o atualizemos. Santa Teresa deixou por escrito a advertência de
que não se diga sobre nós o que foi dito de muitos outros, de que ficaram simplesmente
relembrando seus fundadores. Temos que ser alicerces dos que estão por vir.
Viver isto hoje, para transmiti-lo aos que chegarem. É um estímulo, um
incentivo para caminhar.
Que
imagens ficaram de sua estadia em Goma?
Estive lá nos anos 1990, com os
refugiados ruandeses. Lembro-me dos missionários que os atendiam, pessoas
realmente admiráveis. E também a experiência da dignidade humana me marcou.
Eram pessoas que tinham perdido tudo, mas que seguiam lutando para viver, no
meio do nada. Estavam a poucos quilômetros de sua terra, mas sem poder entrar,
obrigados a viver na miséria. No entanto, eram capazes de organizar uma
escolarização para seus filhos, de resgatar sua dignidade em pequenos detalhes
assim. A maior prova da existência de Deus, que eu vi, foi a atitude daqueles
missionários que, após uns 20 anos trabalhando em Ruanda, viram tudo destruído
em questão de dias, de uma forma horrenda, e mesmo assim voltaram com as
pessoas para começarem a trabalhar novamente. É algo sobre-humano. A prova de que
Deus acompanha a humanidade a partir dos mais pobres.
Ficou
em você o “vírus da África”, que dizem que é o que faz retornar aqueles que
alguma vez estiveram lá?
Sim, ficou. Porque definitivamente esse
vírus é o estar disposto a ir onde seja preciso ir. Encantar-me-ia voltar à
África, contudo, amanhã estarei onde seja preciso.
Santa
Teresa também foi missionária?
Sem dúvidas. Quando ela fundou os frades
carmelitas descalços, fez isto para que acompanhassem as freiras e para que
pudessem ir para as missões. Como para as freiras, disse-lhes que não estavam
ali só para se santificar pessoalmente, mas para que sua oração e sua vida
entregue a Deus fosse pela Igreja, pelas missões, e para restabelecer a unidade
da Igreja, naquele momento de crise.
Hoje
em dia, nos países de missão há a mesma quantidade de vocações em relação aos
países de cristandade da Europa?
Em alguns casos, mais. Especialmente, um
lugar onde a ordem está florescendo é a Índia, e na África e América Latina há
mais vocações do que na Europa, como está acontecendo de forma geral na Igreja.
O
que você espera do Centenário?
Que seja uma ocasião de renovação, para
colocarmo-nos novamente à escuta de Santa Teresa, de forma que nossa obra siga
da forma como Deus quer que siga.
Fonte:
http://www.ihu.unisinos.br
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Mulher emancipada e mística militante: 5º centenário do nascimento de Teresa d´ Ávila
Eis
o artigo.
Dia 28 de março de 2015 faz 500 anos,
que a mística e reformadora da Ordem Carmelita, Teresa d´ Ávila (1515-1582),
nasceu na Espanha. Em 1622, quarenta anos depois de sua morte, Teresa foi
canonizada pelo papa Gregório XV. Em 27 de setembro de 1970, Paulo VI proclamou
Teresa Doutora da Igreja. É bom lembrar, que ainda em 1923, o papa Pio XI
considerou uma doutora da Igreja impossível: “obstat sexus”.
Por ocasião do 4º centenário da reforma
teresiana e da canonização de Teresa, no Carmelo de Milão, em agosto de 1962, o
então cardeal Montini, falou do segredo do caminho contemplativo de Teresa, de
sua audácia, de seu modo severo e despojado de aparatos exteriores, de sua
busca da comunhão com a fonte, com a essência da vida, que é Deus: “É na
audácia de uma forma de vida como esta que consiste a dedicação. Dedicação quer
dizer renúncia. [...] É a pérola da busca vigilante e contemplativa de Deus”.
A biografia de Teresa é o espelho de uma
Espanha conturbada e contraditória. Em 1485, seu avô, Juan Sanchez de Toledo,
descendente de Conversos, como foram chamados judeus convertidos ao
cristianismo, foi condenado à penitência pública pela Inquisição espanhola por
causa de práticas judaizantes. Na época, Alonso, o pai de Teresa, tinha cinco
anos.
Na Espanha dos séculos XV e XVI, os
direitos civis eram uma prerrogativa dos cristãos ou dos convertidos ao
cristianismo. Ao mesmo tempo, os judeus convertidos eram suspeitos de serem
conversos oportunistas que clandestinamente praticavam sua antiga religião.
Esse clima de suspeitas era o motivo que, cinco anos depois de sua penitência
pública, fez a família de Juan Sanchez migrar de Toledo para Ávila, onde se
integrou na classe de comerciantes bem sucedidos. No decorrer dos anos, o nome
Sanchez, que indicava a origem judaica, foi substituído por um título comprado
de nobreza, medidas que protegeram a família de Teresa. Ela mesma se chamou nos
primeiros decênios de sua vida: Doña Teresa de Cepeda y Ahumada, adotando os
sobrenomes da linhagem materna.
A expulsão dos judeus dos territórios da
coroa espanhola em 1492, pelos Reis Católicos, Fernando e Isabela, mostra como
naquele país eram importantes a certidão de batismo e o certificado de nobreza.
Mas a história se vingou da Igreja católica espanhola. A lei iníqua do governo de
Mendizábal, de 1835, efeito tardio da Revolução Francesa, despojou a Igreja de
suas propriedades e todas as Ordens Monásticas foram proibidas. Os conventos
carmelitas desapareceram por completo da Espanha e só em 1875, com a
restauração da monarquia e a chegada de Alfonso XII, iniciou-se a restauração
carmelitana naquele país.
Quem
era Santa Teresa d´Àvila?
O carmelita frei Maximiliano Herráiz
distingue três etapas na vida de Teresa: a primeira, na casa paterna, vai até
os vinte anos (1515-1535), a segunda abarca 27 anos de vida religiosa
carmelita, no Mosteiro da Encarnação, em Ávila. Em sua inquietude espiritual,
Teresa fez um voto de que haveria de seguir sempre o caminho da perfeição. Numa
noite do mês de setembro de 1560, Teresa d´ Ávila decidiu reunir um grupo de
freiras na sua cela e, tomando a inspiração primitiva da Ordem do Carmo e a
reforma descalça de São Pedro de Alcântara, propôs-lhes a fundação de um
mosteiro de tipo eremítico, proposta que se realizou em 1562.
No terceiro período, de 1562 até 1582,
Teresa se encontra com João da Cruz (1567), ele com 25 anos e ela com 52. Entre
ambos nasceu uma intensa afinidade mística e prática reformadora. Para Teresa
são anos de fundações de mosteiros de monjas e monges, de reformas (carmelitas
descalços!), de conflitos e de produção literária de textos norteadores para as
suas reformas. Todos os livros de Teresa foram escritos nessa época.
Entre os Carmelitos da Antiga
Observância e os Carmelitos Descalços surgiram conflitos profundos. Em 1577,
Teresa sofreu cárcere domiciliar em Toledo e João da Cruz foi encarcerado pelos
Carmelitas da Antiga Observância. Para apaziguar a situação interna da Ordem,
em 1593, o papa Clemente VIII concedeu total autonomia ao ramo dos Carmelitas
Descalços. Depois de sua morte, o culto à Santa Teresa se espalhou pela Espanha
durante a década de 1620. Ao lado de Santiago Matamoros, Teresa foi declarada
padroeira da Espanha.
Em seu “Caminho de Perfeição”, de 1567,
Teresa de Jesus, como também foi chamada, apresentou às suas irmãs seu ideal da
vida carmelita: “Não penseis, minhas amigas e irmãs, que serão muitas as coisas
a serem recomendadas. [...] O primeiro é o amor de umas para com outras; o
segundo, o desapego de todo criado; o terceiro, a verdadeira humildade”.
Humildade significa, segundo o papa Francisco: vencer a autorreferencialidade e
as atitudes apologéticas. E Teresa explica: “Vede como respondeu o Senhor pela
Madalena em casa do fariseu e quando foi acusada pela própria irmã. Não vos
tratará com tanto rigor como a ele próprio, que já estava na cruz, quando
permitiu que um ladrão falasse por ele” (Caminho, XV,7).
Teresa é uma peregrina na via sacra
interna e externa. Não só os opositores de suas reformas do Carmo, os conflitos
de sua família e as contradições de seu país e de sua época, também as fases de
ateísmo espiritual, de medo do inferno e de deserto transformaram etapas de sua
vida em purgatório. No sofrimento se tornou sábia, autocrítica e humilde. Das
tempestades saiu de cabeça erguida e, segundo o testemunho de seus
contemporâneos, nunca perdeu a sua simpatia humana e seu foco espiritual. Foram
os encontros com seu amigo Jesus que transformaram seus gritos em canção: “Nada
te perturbe, nada te espante [...]”. O que pode parecer alienante em Teresa são
sinais de emancipação de uma mulher que, com sua humildade e seu despojamento,
nadou contra muitas correntes de sua época. Como padroeira da Espanha e Doutora
da Igreja começou a abalar o machismo de Santiago (“Matamoros” que nas Américas
se tornou “Mataíndios”), e das Faculdades Teológicas. Mesmo depois de 500 anos,
suas vitórias ainda estão por vir. “Santa Teresa de Jesus, mística militante,
rogai por nós!”
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A PALAVRA... Nº 839. A Grande Metrópole e a Semana Santa.
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 840. Os Crucificados da Vida.
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segunda-feira, 30 de março de 2015
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 838. Histórias da Semana Santa.
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domingo, 29 de março de 2015
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 837. Domingo de Ramos.
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POLÊMICAS NAS REDES SOCIAIS: Linchamentos virtuais.
Alicia Ann Lynch, uma jovem
norte-americana de 22 anos, publicou no Twitter uma fotografia onde aparecia
fantasiada para uma festa de Halloween. A fantasia era de uma simplicidade que
teria consequências imprevisíveis; aparecia vestida com roupas esportivas, com
o rosto e os membros lambuzados de tinta vermelha, como se tivesse sangrando
abundantemente, e uma legenda que rapidamente lhe garantiria um linchamento nas
redes sociais: “Vítima da maratona de Boston”. A referência daquele gracejo era
a bomba que, em abril de 2013, interrompeu violentamente a famosa corrida,
causando três mortos, 282 feridos e a mancha indelével de um atentado
terrorista na cidade. A inconsciência e o mau gosto de Lynch e a péssima ideia
de publicar essa fotografia dispararam a morbidez de seus escassos seguidores
no Twitter e as republicações destes fizeram com que em algumas horas a jovem
recebesse milhares de insultos e mensagens de uma dureza que não admitia
nenhuma réplica, como este enviado por uma vítima da trágica maratona: “Você
deveria estar envergonhada. Minha mãe perdeu as duas pernas e eu quase morri”.
O linchamento virtual logo ganhou
consistência real e a jovem teve que trancar-se em casa, e alguns dias mais
tarde o chefe do escritório onde ela trabalhava, constrangido pela pressão das
redes sociais, a despediu. Usar tal fantasia não tem nenhuma graça e publicar a
fotografia é um gesto depreciável, mas o que teria acontecido com Alicia Ann
Lynch se tivesse feito a mesma brincadeira, com a mesma foto, em 1970, antes da
Rede? A foto teria sido vista somente por seus amigos e seu chefe dificilmente
a teria despedido por essa brincadeira de mau gosto, mas de alcance
exclusivamente doméstico. O caso é interessante pois evidencia como as redes
sociais aumentam situações que, sem essa difusão massiva, teriam sido muito
menos importantes.
Em 1932 foi sequestrado o bebê de
Charles Lindbergh, o célebre piloto que cruzou pela primeira vez em seu avião,
em 1927, o Oceano Atlântico. Lindbergh era um herói nacional e o sequestro de
seu filho deixou a sociedade norte-americana apreensiva por dois meses; até que
em um dia trágico o cadáver do garoto foi encontrado. Alguns meses mais tarde,
quando o bebê Lindbergh continuava sendo um tema recorrente, o pintor Salvador
Dalí, que havia inaugurado com muito sucesso uma exposição em Nova York, foi
convidado para uma festa à fantasia na qual compareceu a fina flor da sociedade
de Manhattan. Dalí e Gala, sua mulher, compareceram fantasiados, para escândalo
dos convidados, de bebê Lindbergh e seu sequestrador. Aquela violenta
brincadeira não foi além de aborrecer os convidados e os leitores dos jornais
que publicaram a última excentricidade do pintor. Na biografia de Dalí o
incidente da festa à fantasia é um episódio menor, uma brincadeira de mau gosto
que se parece com a situação da jovem que se fantasiou de vítima da maratona de
Boston, com a diferença de que na época de Dalí não existiam redes sociais e
televisão para aumentar sua imprudência e sua brincadeira ficou nisso, em uma
boutade; mas se isso tivesse acontecido neste século, Dalí provavelmente
ficaria sem galeristas, teria sofrido um severo boicote e teria de agir para
que sua carreira não afundasse.
Na fotografia publicada por Alicia Ann
Lynch no Twitter, é preciso separar o fato de sua difusão massiva, de sua
multiplicação exponencial na Rede. Mas isso, por enquanto, é complicado, porque
os internautas adoram o linchamento e, sobre esta penosa pulsão tão própria do
século XXI, ninguém teve tempo de criar alguma lei.
Apareceram recentemente em inglês dois
ensaios sobre esse inquietante tema, que é outra dessas zonas escuras deste
luminoso invento que é a Internet: So You´ve Been Publicly Shamed (Então Você
Foi Envergonhado Publicamente), de Jon Ronson, e Is Shame Necessary? New Uses
For An Old Tool (A Vergonha é Necessária? Os Novos Usos de uma Velha
Ferramenta), de Jennifer Jacquet. Os dois ensaios tratam da dimensão
contemporânea da vergonha, do desprestígio e do escárnio, que saem de proporção
quando são amplificados nas redes sociais; qualquer descuido, deslize ou
bobeira, que há quarenta anos teria produzido um pouco de incômodo ou um
momento de rubor, hoje, esta mesma bobeira aumentada pelo Twitter ou pelo Facebook
pode gerar um linchamento que arruinará a vida do engraçadinho.
Os casos de linchamento virtual, de
vergonha pública massiva abundam; a todo momento os internautas lincham
políticos, cantores, jogadores de futebol e banqueiros, personagens que estão permanentemente
expostos ao olhar público e que, portanto, estão habituados a lidar com o ódio
e o desprezo da massa tuiteira; mas o assunto muda quando o linchamento é
dirigido a uma pessoa normal, que torna-se subitamente famosa como a jovem que
se fantasiou de vítima da maratona de Boston, ou como o caso de Justine Sacco,
um episódio emblemático que Jon Ronson esmiúça em seu livro. Sacco viajou à
África do Sul para visitar alguns parentes e, enquanto embarcava no avião em
Nova York, deu asas à sua loquacidade tuiteira e começou a publicar mensagens,
algumas muito ofensivas, para sua modesta paróquia de 170 seguidores. Em sua
escala em Londres publicou uma infeliz mensagem que mudaria sua vida: “Vou para
a África. Espero não contrair AIDS. É brincadeira. Sou branca”.
Fonte:
http://brasil.elpais.com
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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