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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Papa Francisco, o Bispo Cipolini, o Padre Wilson e o Povo de Adamantina/SP.

Naqueles dias já se notava o movimento de jovens com suas mochilas e camisetas coloridas – verdes, amarelas, azuis, vermelhas – sotaques, cores, gente de todos os cantos do mundo, o Rio aos poucos foi tomado por católicos.
Eu achei tudo aquilo muito curioso, pois jamais esperava ver tanta gente de tantos lugares do mundo para um evento religioso, muito menos tantos jovens! Francisco mostrava a sua força em seu primeiro grande evento após sua posse...
E em meio a toda aquela efervescência o Papa chegou ao Brasil impressionando a todos pela simplicidade logo ao chegar, sem pompa e circunstância, embarcou em carro simples, sem ar condicionado sem luxo e com o vidro baixado e, de forma incansável, para um senhor de sua idade, saíu a saudar os fiéis pelas ruas do Rio de Janeiro. Uma pequena observação a titulo de comparação, vocês já prestaram atenção nos carros, nos luxos e nas comitivas de alguns Bispos e autoridades eclesiásticas desse nosso país?
Mas enfim, depois de alguns dias o Papa Francisco foi para o seu primeiro evento na praia, ele chegaria ao forte de Copacabana, bem pertinho de casa, aí não tinha jeito e nem desculpa, eu teria que ir vê-lo, primeiro para atender a um pedido da minha mãe, e segundo - por mais que eu evitasse confessar que iria ver o papa para meus amigos, que não gostam nada, nada, desse “movimento” religioso de massas - eu queria muito ver quem era aquele homem que desde a sua posse me surpreendia a cada dia de uma forma extremamente positiva, como nunca imaginei que um líder católico pudesse me impressionar.
E no sábado à tarde ele desceu de helicóptero no Forte de Copacabana, subiu no “papamóvel” e saiu ao encontro dos fiéis.  Depois de uns 10 minutos ele passou por onde eu estava e parou bem em frente a mim, pois lá havia uma menina, a Isadora, no colo da mãe e, ele a pegou em seus braços. Quando devolveu a criança foi muito interessante à reação de todas aquelas pessoas na volta, todos choravam emocionados, mas eu só conseguia pensar na sensação que tive ao ver aquele homem de branco e sapato negro (pois ele se recusa a usar o sapato dos papas) que parou ali, bem pertinho de mim, sorrido e acenando. Uma coisa é certa, o Papa Francisco irradia luz e paz.
Voltei para casa com a sensação de que eu havia visto um ser humano diferente de todos...
Mas nesta época também tive o privilégio de estar morando no Rio durante as manifestações de junho. Aquela cidade pulsou com muita força, foram dias lindos e pacíficos de manifestações, antes da violência, infelizmente, acabar com o movimento.
E foi durante estes dias, de pura efervescida e exercício da cidadania, quando o cidadão comum se apropriou da política.
- Envolver-se na política é um obrigação para um cristão, nós, os cristão, não podemos nos fazer de Pilatos, e lavar as mãos, não podemos! Temos que nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum. Os leigos cristãos devem trabalhar na política. A política está muito suja e eu pergunto: “está suja por que”? Por que os cristãos não se metem nela com o espírito evangélico? É a pergunta que eu faço. É fácil dizer que a culpa é dos outros... Mas eu, o que faço? Isso é um dever! Trabalhar para o bem comum é o dever de um Cristão.
Eu me senti extremamente reconfortada ao ouvir estas palavras do Papa, pois ele conclamava os cristãos a participar da vida política de seu país. Mas é importante não confundir política com política partidária. O que o papa se referiu foi: que é importante que o cristão se envolva nos problemas cotidianos, sejam eles de qualquer esfera que for, buscando a justiça para todos e, que lutem em prol do bem comum, pois não haverá bem comum se não houver justiça.
A política é a grande arte onde se estabelecem os limites de convivência em sociedade. A política exige que cada um assuma a sua responsabilidade, responsabilidade que é de cada um, em um mundo que é nosso, onde o que deve prevalecer é a ética nas relações.
É dever do Cristão, segundo o Papa, se meter e fazer política, se envolver onde não há justiça onde há “sujeira” e jamais lavar as mãos, como fez Pilatos.
E o povo de Adamantina, de uma forma, que confesso me surpreendeu imensamente, está lutando, não apenas por um padre, mas por sua gente. Talvez muitos ainda não se deram conta que o padre é um “tema gerador” disso tudo, mas há uma questão maior que é, o que queremos para nós enquanto sociedade, que mundo coletivo queremos construir?
Vejo pessoas dizendo, esta energia deveria ser canalizada para problemas na cidade como postos de saúde, ruas entre tantos problemas que Adamantina pode estar vivendo, mas acredito que uma cidade tradicionalmente letárgica e de fama de elitista, conseguiu quebrar a inércia e colocou suas palavras para andar, minha gente, isso é um começo. O povo de Adamantina se apropriou da política, está fazendo política como conclamou o Papa Francisco e, meus caros, isso não é tão simples e fácil quanto parece.
O padre foi injuriado e teve todas as afrontas acolhidas por um Bispo que se fez de Pilatos, lavou as suas mãos, infelizmente o Bispo não fez seu papel de Cristão. Ele não lutou pelo bem comum. Mas este caso tem um agravante, pois ele transcende a figura de um padre, pois é também um problema cotidiano de todos os negros e pobres que sofrem cotidianamente em seu corpo e alma a soberba de outro ser, que por incrível que pareça não se dá conta que em essência todos somos iguais.
O Bispo perdeu a chance de ensinar seu rebanho, educar com base no amar e respeito a cada ser humano em suas diferenças.
Ontem aconteceram cenas “lamentáveis” durante uma missa, eu não sou a melhor pessoa para comentar o que é devido ou indevido de ser feito na casa do senhor. Os fins jamais justificarão os meios, jamais! Mas eu gostaria de fazer uma ponderação, pois pedras são atiradas de todos os lados e ninguém melhor para dizer o que aconteceu na Matriz na noite de domingo do que quem estava lá.
Mas se o rebanho se perde, é culpa do pastor que não soube conduzi-lo e mesmo se não há culpa do pastor este deve ter a habilidade de saber acalmar o rebanho e conduzi-lo novamente para o seu caminho, pois então, ontem o pastor “supremo” da região, o Bispo, teve todas as oportunidades desse mundo de apaziguar todos os cristãos que estavam lá para ouvi-lo, mas infelizmente, ele novamente lavou as suas mãos. Não disse uma palavra sequer. Estava sentado em um barril de pólvora e não teve a sensibilidade de cortar o fio, muito pelo contrário, seu silêncio acendeu o pavio e a bomba explodiu.
Talvez o Bispo esteja acostumado com a dura hierarquia da Igreja, onde a palavra de superiores é lei e não é contestada, mas no século XXI fiéis não são mais os mesmos de quando a Igreja Católica determinava o que deveria ser feito, hoje católicos pelo mundo não questionam Deus, mas questionam os homens a serviço de Deus.
O papa Francisco é o maior exemplo disso, está fazendo uma faxina no Vaticano, limpando tudo o que muitas autoridades eclesiásticas sujaram e varreram para debaixo do tapete. O Católico hoje se inspira no Papa Francisco e tem a ele como exemplo e isso tem dificultado a vida de muitos padres, bispos e arcebispos que atuavam e atuam de uma forma um tanto quanto distante dos ensinamentos de Jesus.
É muito fácil condenar as pessoas que estavam na igreja que extrapolaram os limites do bom senso, mas pergunto, o que deve ser feito quando se media um conflito? Faz parte do meu trabalho profissional atuar como mediadora de conflitos ambientais, onde grandes empresas que causam impactos socioambientais, socioculturais e socioeconômico precisam negociar com pescadores, agricultores, ou seja, com gente comum. E o que deve ser feito quando se media um conflito? Abrir todos os canais de diálogo, instituir espaços onde todos conversem em busca de um consenso. E o que foi feito neste caso? O Bispo se manteve irredutível, em silêncio, não fez seu papel de mediador, não explicou sua decisão, não ouviu a todos e pior, apenas emitiu notas vazias e desprovidas da realidade. E meus caros, isso provocou o caos na Igreja no domingo da crisma.
Ontem li no jornal folha de São Paulo que a Pastoral de Adamantina se reuniu na sexta feira dia 05 de dezembro pela manhã com o Bispo e sugeriu que ele esperasse um ano para transferir o Padre, para evitar problemas e traumas maiores, o Bispo fez ouvidos moucos e na sexta à tarde lançou a nota de transferência. O Bispo foi de uma insensatez e presunção da verdade mordaz! Foi alertado pela Pastoral, mas simplesmente ignorou os avisos. Quer coisa mais sensata do que a Proposta da Pastoral? Se o conteúdo desta reportagem da Folha de São Paulo for verdadeiro, o Bispo infelizmente agiu movido pela soberba, nada, além disso.
Se há um responsável, em minha opinião, pelos lamentáveis acontecimentos na Igreja Matriz de Adamantina, este responsável é o senhor Bispo. Ele teve a chance de apaziguar todos aqueles corações e se calou, novamente, lavou as mãos, não fez política para o bem comum.
Meus caros, o povo de Adamantina não se apequenou, muito pelo contrário, se agigantou diante de um cenário tão vil e mesquinho e se apropriou de sua história, fez e está fazendo política, para o bem comum. Eu, como Adamantinense, me sito extremamente orgulhosa do povo dessa terra, orgulhosa! Se o padre for embora, espero que não vá, mas se for, tenho certeza que irá feliz, pois ele foi acolhido e certamente levará todo este amor com ele e, minha gente, neste mundo, tesouro maior não há.
O povo de Adamantina até pode ter perdido esta batalha, mas não perdeu a guerra, pois todos são vitoriosos nesta luta, que é muito maior, pois é uma luta política, é uma luta para o bem comum, para o bem de todos!
Feliz de um povo que educa suas crianças e jovens pelo exemplo da tolerância e do amor!
Feliz um o povo que ensina suas crianças e jovens a fazer política pelo bem comum!
Feliz um povo que educa suas crianças e jovens com base na esperança, que como disse santo Agostinho, tem duas filhas lindas, a indignação e coragem: a indignação para NÃO aceitar as coisas como estão; e a coragem para mudá-las.

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO Nº 749. Os Dois Padres Negros.

3º Domingo do Advento: Aplanar o caminho para Jesus

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 1,6-8.19-28 que corresponde ao 3º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto
“Entre vós há um que não conheceis.” Estas palavras são pronunciadas por João Batista referindo-se a Jesus, que se movimenta já entre os que se aproximam do Jordão a batizar-se, apesar de, todavia, ainda não se ter manifestado. Precisamente toda a sua preocupação é “aplanar o caminho” para que aquela gente possa acreditar Nele. Assim apresentavam as primeiras gerações cristãs a figura de João Batista.
Mas as palavras de João Batista estão escritas de tal forma que, lidas hoje pelos que se dizem cristãos, não deixam de provocar em nós perguntas inquietantes. Jesus está no meio de nós, mas conhecemo-lo de verdade? Comungamos com Ele? Seguimo-Lo de perto?
É certo que na Igreja estamos sempre a falar de Jesus. Em teoria nada há mais importante para nós. Mas logo se nos vê mudar tanto sobre as nossas ideias, projetos e atividades que, não poucas vezes, Jesus fica num segundo plano. Somos nós mesmos quem, sem dar-nos conta, o
“ocultamos” com o nosso protagonismo.
Talvez a maior desgraça do cristianismo é que haja tantos homens e mulheres que se dizem “cristãos” e em cujo coração Jesus está ausente. Não O conhecem. Não vibram com Ele. Não os atrai nem seduz. Jesus é uma figura inerte e apagada. Está mudo. Não lhes diz nada de especial que alente as suas vidas. A Sua existência não está marcada por Jesus.
Esta Igreja necessita urgentemente de “testemunhos” de Jesus, crentes que se pareçam mais a Ele, cristãos que, com a sua forma de ser e de viver, facilitem o caminho para acreditar em Cristo. Necessitamos testemunhos que falem de Deus como falava Ele, que comuniquem a Sua mensagem
de compaixão como O fazia Ele, que contagiem confiança no Pai como Ele.
De que servem as nossas catequeses e predicações se não conduzem a conhecer, amar e seguir com mais fé e mais gozo a Jesus Cristo? Em que ficam as nossas eucaristias se não ajudam a comungar de forma mais viva com Jesus, com o Seu projeto e com Sua entrega crucificada a todos. Na Igreja
ninguém é “a Luz”, mas todos a podemos irradiá-la com a nossa vida. Ninguém é “a Palavra de Deus”, mas todos podemos ser uma voz que convida e alenta a centrar o cristianismo em Jesus Cristo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO Nº 747. Agradecer

Padre vítima de racismo mora de favor no interior após protestos contra bispo

O padre Wilson Luís Ramos, transferido da paróquia matriz de Adamantina (a 578 km de São Paulo) após ter sido vítima de racismo por parte dos fiéis, está morando de favor na casa de outro padre da cidade e sua mãe está hospedada na residência de um morador da região. "Ela acabou de deixar as roupas na minha casa. Eles não tinham para onde ir", afirma o homem que está hospedando a mãe do padre Wilson, e prefere não ser identificado.
A casa paroquial em Adamantina, onde o religioso estava, teve de ser esvaziada nesta terça-feira (9), mas a futura residência do pároco, na cidade de Dracena (a 634 km de São Paulo), ainda está ocupada. O padre da região, que ainda mora no local, não teria recebido o mesmo prazo para a transferência.
A reportagem tenta contato com o bispo desde a semana passada, inclusive para saber o porquê da saída do padre da casa paroquial antes que seu local de destino fosse liberado, mas ele não atendeu.
Padre Wilson teve que deixar a casa paroquial em Adamantina após manifestantes terem invadido uma missa de crisma na igreja Santo Antônio de Pádua, no último domingo (8), para protestar contra o bispo dom Luiz Antonio Cipolini, responsável pela mudança dele. O novo responsável pela igreja matriz de Adamantina será o padre Rui Rodrigues da Silva, que deve chegar apenas no próximo dia 14 à cidade. Padre Wilson, porém, teve que deixar a casa paroquial agora, apesar de ele e a mãe só poderem seguir para a casa paroquial do Santuário Nossa Senhora de Fátima, em Dracena, em 28 de dezembro.

PROTESTO
Na missa deste domingo (9), mais de 300 pessoas seguravam faixas contra a transferência do padre Wilson, o primeiro pároco negro a ser nomeado para a igreja matriz de Adamantina, há dois anos. Os manifestantes ainda vestiam preto e usavam nariz de palhaço enquanto gritavam a frase que virou campanha na cidade: "Fica, Padre Wilson". O alvo era o bispo Cipolini, que celebrava a cerimônia de Crisma de alguns jovens. A cerimônia foi interrompida pelo menos três vezes por causa de apitos e gritos que pediam a permanência do padre Wilson e menosprezavam a presença do bispo. Por muitas vezes o padre tentou acalmar os ânimos dos jovens que protestavam pedindo calma e respeito ao bispo, mas só era atendido depois de alguns minutos. Pessoas sentadas nos bancos da igreja, que estava lotada, ficaram de costas para o altar em um sinal de desprezo. Muitas pessoas que não faziam parte da manifestação começaram também a aplaudir e apoiar o protesto, mas depois a opinião se dividiu. "Não concordo com esse tipo de agressão. Eles estão na igreja, precisam respeitar", disse Rita Araújo, que estava na missa. Até mesmo o padre Wilson disse a jornais da região que achou o ato "exagerado".
Durante a missa, Cipolini pegou o microfone e disse ter ficado "triste" por ver moedas jogadas em cima do altar e nos locais onde ficavam as hóstias. Como resposta, recebeu ainda mais gritos dos fieis. No final da missa, um grupo impediu a saída do bispo, que teve os pneus do carro furado. O padre Wilson ainda tentou sair e pedir ajuda aos manifestantes. "Deixem o bispo sair, por favor". Mas, mais uma vez, não foi atendido pelos manifestantes. Policiais militares entraram na igreja e um sargento foi obrigado a levar o religioso em uma viatura da PM para Marília, onde fica a diocese da região, por volta das 23h -quase 2 h depois do término da cerimônia. No sábado (8) um outro protesto ocorreu com mais de mil pessoas segurando faixas e caminhando pela cidade contra a decisão do bispo.
Em entrevista, Ramos disse que não concorda com a posição do bispo, mas respeita. "Não é o que eu desejo, gostaria de mais diálogo e uma conciliação".

CASO
Primeiro negro à frente da igreja matriz do município, o padre conta que, desde que assumiu a função, há quase dois anos, precisa lidar com o preconceito de uma parte dos fiéis de Adamantina. "Um dia ouvi uma mulher dizer que deveriam tirar o galo de bronze [que fica em cima da igreja] e colocar um urubu", afirma. Queixas de alguns fiéis que defendem a saída do padre –que incluem "atraso para terminar a missa -foram levadas ao bispo da Diocese de Marília, dom Luiz Antonio Cipolini. Após consultas populares, ele decidiu transferir o padre em razão da "divisão" da comunidade sobre o caso.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

MONJAS CARMELITAS: Mensagem Vocacional.

MONJAS CARMELITAS: Mensagem Vocacional.

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 748: Vinheta.

Rolezeiro se converte e quer ser líder religioso e político.

Exato um ano atrás, o Brasil descobriu que uma horda havia invadido o paraíso revestido em porcelanato dos shoppings. O rolezinho foi um fenômeno que abalou o país por três meses, com direito a reuniões ministeriais, medidas judiciais e teorias sociológicas para entender o que queriam esses jovens pobres vestidos com roupa de grife.
Vinicius Andrade, 18, era um dos rolezeiros mais célebres. Tinha 200 mil fãs no Facebook, convocava rolês e dava entrevistas para TVs, jornais e internetes. Chegou a se aproximar da União da Juventude Socialista, ligada ao PC do B, e articulou também pela criação de uma "associação rolezeira".
Um ano depois, Vinícius quer ser pastor adventista e planeja entrar na política. Ele abandonou as camisetas de marca e os bonés de aba reta e veste atualmente de camisa social, seja nas pregações sobre sua experiência para outros jovens do rolê, seja no expediente no gabinete de um deputado estadual do PR (Partido da República).
  "Sai do rolezinho porque vi muitos amigos irem para o lado errado e tinha muito assédio da mídia em cima de mim. Hoje, eu quero salvar vidas. Agora quero ser líder na religião e na política", afirma o ex-rei do rolê, que diz ter planos para se candidatar a vereador e a deputado.
Outros dois rolezeiros tiveram uma morte tão precoce quanto a fama. Em abril último, Lucas Oliveira Silva de Lima, 18, morreu espancado durante uma briga em um baile funk. Em outubro, foi a vez de Leonardo Henrique Soares Alvarenga, 16, ser alvejado por um amigo. Os dois eram líderes de rolezinhos na zona leste de São Paulo.
Junior Lago/UOL

Vinicius Andrade hoje trabalha em gabinete de deputado e é evangélico
 "Há muita inveja. Os caras olham você todo popular, cheio de minas e querem te tirar. Há muita maldade. Isso é um dos motivos porque parei com a ostentação, de querer mostrar o que eu tenho", diz Vinícius. Ele deu para os camaradas as roupas de marca e cancelou a conta no Facebook com milhões de curtidas e visualizações.
'Famosinho do Face'
Tudo começou com uns vídeos com piadas que Vinícius postava. Logo, os amigos se aglomeravam em sua rede social. Ele tirava fotos sexys, e apareciam fãs por todo lado. O passo seguinte foi convocar um encontro com seus seguidores. O local marcado: um shopping. Vinicius se tornou um "famosinho do Face".
 Ele ficou ainda mais famoso após as cenas de policiais perseguindo meninos em praças de alimentação, correrias em escadas rolantes, gás lacrimogêneo nos estacionamentos, adolescentes detidos para averiguação, lojistas fechando as portas por medo de arrastão e consumidores apavorados com o pandemônio.
De Itaquera no início de dezembro, o rastilho se espalhou por shoppings em Interlagos, Mauá, Campo Limpo, Guarulhos, Campinas, Belo Horizonte, Rio, Porto Alegre, Teresina, Fortaleza e muitas localidades do país.
Assim como a polícia, a Justiça também agiu com rapidez e rispidez. Várias liminares restringiram o acesso de grupos aos shoppings, com seguranças barrando as pessoas, e estipularam multa em caso de distúrbio nos centros comerciais.

Grife em rolezinho pode elevar vendas, mas afastar elite, dizem consultores
Apartheid social? Classe C inventa novo tipo de protesto após as manifestações de junho? Revolta pela falta de opções de lazer? Grifes para todos? Várias polêmicas surgiram na mídia. Dilma Roussef se reuniu com ministros para entender o caso. A prefeitura da São Paulo reuniu os rolezeiros e tentou oficializar o movimento em áreas públicas como praças.
Já os rolezeiros sintetizavam facilmente a "ideologia da curtição": colar com os "parças", beijar as minas, tirar um lazer, tomar um lanche e ostentar as marcas. O boné era Quicksilver, a camiseta era Hollister, Polo by Kim, Aeropostale ou Abercrombie, e os tênis eram Nike Shox ou Mizuno. Quem  também não gostou do movimento foram os representantes das grifes, afinal, temiam a popularização dos símbolos de distinção.
"Houve muito preconceito e pressão em cima da gente. Muitos amigos saíram do movimento porque não aguentaram conviver com a imagem ruim que ficou para a população em geral", resume Vinicius sobre o fim dos rolezinhos.
Passado um ano, Vinícius lembra daqueles rolês como uma febre da juventude, enquanto se esforça em sua adesão à vida adulta. A história dele se assemelha àqueles testemunhos de programas evangélicos de TV, com guinadas morais tão ao gosto dos pastores. Mas também parece a trama de um "romance de formação", típico da literatura do século 19, em que o adolescente descobre o mundo e suas adversidades para se transformar em homem.
Hoje, Vinicius se veste de traje social para sair do Jardim Vaz de Lima, Zona Sul de São Paulo, em direção à Assembleia Legislativa, vizinha ao Parque Ibirapuera. À noite, volta para casa. Não usa mais as marcas gringas que são a mania dos adolescentes: hoje em dia, ele se cobre com a marca da adequação ao mundo que lhe coube viver.

Occupy Central. O cardeal de Hong Kong se entrega à polícia.


O cardeal Joseph Zen Ze-kiun, bispo emérito de Hong Kong, deixa a delegacia de polícia no dia 3 de dezembro. Zen ficou na delegacia por uma hora, documentando o seu envolvimento no movimento Occupy Central. (CNS/Francis Wong)
O cardeal Joseph Zen Ze-kiun, bispo emérito de Hong Kong, juntou-se aos organizadores do movimento de desobediência civil que se entregaram à polícia na quarta-feira, na esperança de pôr fim à campanha atual de ocupação que dura mais de dois meses.
Zen permaneceu na delegacia de polícia por uma hora. Assim que saiu, pediu às pessoas que rezassem pela democracia na cidade.
A reportagem é de Francis Wong, publicada por Catholic News Service, 03-12-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
O movimento Occupy Central, campanha de desobediência civil para bloquear estradas na região central de negócios, iniciou-se com Benny Tai Yiu-ting, professor associado de Direito na Universidade de Hong Kong, e com Chu Yiu-ming, pastor batista, no desejo de forçar os governos de Hong Kong e chinês a permitirem uma democracia verdadeira na cidade. Os manifestantes dizem que as autoridades governamentais escolheram a dedo os candidatos para a eleição de 2017 ao poder Executivo da cidade de Hong Kong.
No final de novembro, Zen escreveu em seu blog que lutar pela democracia pode ser uma longa jornada, mas que “um milagre pode acontecer, como aquele em que Davi atira uma pedra para derrotar Golias. Ninguém esperava que o Muro de Berlim iria cair, de repente, 25 anos atrás”.
O cardeal, de 82 anos, é um apoiador do movimento Occupy Central. No último mês de junho lançou-se numa campanha para pedir que mais pessoas se juntassem a um referendo não oficial em busca de reformas democráticas.
Benny Tai também se entregou à polícia no dia 3 de dezembro. Ao deixar a delegacia, contou a jornalistas que chegou a hora de promover uma educação cívica em diferentes plataformas, em vez de continuar com a ocupação.
Recentemente, os manifestantes e a polícia terminaram em um confronto violento. Muitos acadêmicos disseram que a polícia usou força excessiva para abrir as estradas.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Transferência de padre negro causa revolta em Adamantina/SP.

A transferência de um padre negro revoltou moradores da pequena Adamantina, cidade de 35 mil habitantes, no interior de São Paulo. A decisão do bispo de Marília, Dom Luiz Antônio Cipolini, de transferir o padre Wilson Luís Ramos para outro município desencadeou uma onda de protestos no município e nas redes sociais. Após dar um abraço simbólico na Igreja Matriz, escrever frases nos vidros dos carros pedindo a manutenção do padre e iniciar um abaixo-assinado para coletar 20 mil assinaturas, os católicos prometem novos protestos. O movimento ganhou até a adesão da Igreja Evangélica, cujos pastores condenaram a situação e declararam publicamente apoio ao padre.
O preconceito racial é apontado pelo padre e pelo próprio bispo como uma das causas da rejeição dos fiéis a Ramos. "Outro dia surpreendi suas senhoras dizendo que deveriam trocar o galo que há no topo da igreja por um urubu. Foi muita humilhação", contou o padre, que está em Adamantina desde 2012.Dom Luiz, que está há um ano na região, confirma o preconceito racial sofrido pelo padre, mas afirma que a principal causa para a transferência é a divisão que Ramos teria causado na paróquia. "O padre Wilson tem sofrido com essa questão. Houve preconceito por parte de fiéis, mas o padre foi vencendo e o que está em jogo agora não é o preconceito, mas sim a divisão que ele causou na paróquia", afirmou o bispo.
A permanência de Ramos na Paróquia Santo Antônio de Pádua, a principal de Adamantina, foi colocada em dúvida por um grupo de fiéis tradicionais que enviou cartas ao bispo reclamando do "jeito" simples do padre e, principalmente, do fato de ele atrair pessoas pobres e jovens usuários de drogas para a igreja.
A situação se agravou quando Ramos destituiu fiéis desse grupo que ocupavam cargos de coordenação de pastorais havia 13 anos e colocou nos postos pessoas com menos poder aquisitivo.
Recusa. Ao receber reclamações de fiéis, o bispo chegou a pedir que Ramos saísse da paróquia, o que foi recusado. "Diante da insistência dele, acionei o conselho de presbíteros, que foi à cidade fazer uma consulta à população. Depois disso o próprio padre pediu para ser transferido", contou Dom Luiz. "Constatamos que havia uma divisão na paróquia, e não podemos conviver com isso", afirmou.
Padre Ramos afirma que colocou seu cargo à disposição por causa da pressão sofrida pelo seu superior. "Foi tanta humilhação e sofrimento que não resisti", afirmou. "Não foi uma decisão espontânea e não há divisão como o bispo diz. O que há é um pequeno grupo de insatisfeitos, mas eu sempre defendi o entendimento porque acredito no diálogo", declarou o padre.
Humildes e excluídos. Para os jovens, não há dúvidas: o que causou a transferência do padre foi o preconceito e a abertura que ele deu às classes mais humildes e aos jovens excluídos. "O problema é que o padre Wilson é negro, anda pelas ruas com roupas simples e a pé, substituindo um padre branco, que usava camisas de linho e carro. Padre Wilson vai até as comunidades, enquanto seu antecessor não saía da igreja. Isso causou um incômodo", relatou a servidora municipal Ivanete Sylvestrino.
"Trata-se de um pequeno grupo que está insatisfeito com o padre Wilson e o bispo está dando voz a essas pessoas. E, pior, ele (o bispo) está deixando de ouvir toda uma população", afirmou. "Tanto que, durante a consulta feita pelo bispado, a maioria votou pela permanência dele (do padre) na cidade. Cerca de 700 cartas, pedindo a manutenção do padre, foram enviadas ao bispado", afirmou Ivanete. "Se o bispo levar isso em consideração, ele saberá que a maioria quer que o padre continue na cidade; a não ser que haja outros motivos por trás disso." (Estadão).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Comissão da Verdade relata papel de igrejas no golpe de 64

O apoio dado pelas igrejas do Brasil ao golpe militar de 1964 e, mais tarde, à consolidação da ditadura, terá destaque no relatório final da Comissão Nacional da Verdade - que será entregue à presidente Dilma Rousseff na quarta-feira. A informação é do coordenador do grupo de trabalho encarregado de analisar a questão religiosa naquele período, o cientista social Anivaldo Padilha.
Em entrevista à reportagem, ele observou que já existe grande quantidade de estudos e pesquisas sobre as perseguições sofridas pelas igrejas e a resistência de religiosos e leigos à ditadura. O colaboracionismo, porém, ainda teria sido pouco estudado. "Lideranças religiosas católicas e protestantes apoiaram o golpe e contribuíram em seguida para a legitimação e consolidação da ditadura", afirmou.
"Nós já sabíamos, desde o início, do papel importantíssimo que as igrejas tiveram, às vésperas do golpe, na disseminação da ideologia anticomunista, provocando medo e pânico em alguns setores da sociedade. Nesse sentido foram absolutamente responsáveis por criar o clima político que possibilitou o golpe. Agora, porém, obtivemos mais detalhes, chegamos a casos de padres e pastores que denunciaram membros de suas igrejas, fiéis e até colegas."
Segundo Padilha, o relatório da comissão terá nomes dos delatores. Ele não quis citar nenhum, afirmando que faz parte de um acordo com a coordenação-geral da Comissão Nacional, pelo qual as informações só poderão ser divulgadas após a entrega do relatório a Dilma.
"Nós tivemos acesso a um documento que revela que um bispo e um pastor metodista se ofereceram para ser informantes da polícia", contou. "Mas esse não foi um caso isolado. Aconteceu em outras igrejas."
Pai do ex-candidato petista ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, Anivaldo Padilha, que militou na juventude metodista e na Ação Popular, sendo depois preso e torturado, disse que um pastor metodista sabia das prisões e das torturas. "O que se viu muito naquele período foram opções ideológicas - e não o resultado de ignorância ou falta de informação", afirmou.
Unânime
O apoio ao golpe foi quase unânime entre os religiosos em 1964. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que mais tarde se tornaria uma das principais vozes contra a ditadura, estava entre os apoiadores. Outros dois ícones da resistência, posteriormente, os bispos d. Paulo Evaristo Arns e d. Hélder Câmara também apoiaram o início do movimento, como lembrou Padilha.
"Menciono isso não para desqualificar, mas para mostrar a grandeza desses dois bispos", explicou. "No momento em que perceberam que haviam caído numa cilada, tomaram consciência de suas responsabilidades e se tornaram dois gigantes na luta contra a ditadura. Vários outros bispos católicos apoiaram o golpe e depois se redimiram. No campo protestante também ocorreram casos assim."
O documento do grupo coordenado por Padilha tem quase 200 páginas - mas só uma parte dele faz parte do relatório da Comissão Nacional a ser divulgado na quarta-feira. O material restante deve ser transformado numa publicação para distribuição e debate nas igrejas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONVENTO DO CARMO/SP: Mensagem do Frei Petrônio

NAS TUAS MÃOS Ó IMACULADA.

domingo, 7 de dezembro de 2014

2º DOMINGO DO ADVENTO: 104 Anos do Sodalício da Lapa/RJ.

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO Nº 746. Festa da Imaculada.

IMACULADA: Novena com Frei Petrônio. (9º Dia)

NOVENA A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. (9º Dia)

Tema: O Olhar de Maria. 

9º Dia. domingo, 7 de dezembro.
Subtema: Nos olhos de Maria, encontramos o louvor a Deus.
1º - Olhar para os olhos de Maria.
2º- Um texto bíblico para leitura e meditação sobre o agradecimento e o louvor a Deus, confrontando com a nossa vida. (Lc 1, 46-55).
3º- Uma prece de agradecimento e louvor.
4º- Rezar 3 Ave Maria.
5º- Oração Final
"Lembrai-vos"-Oração de S. Bernardo a Nossa Senhora.
Lembrai-Vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado.
 Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. 
Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amém. 

6º - Benção Final