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sábado, 29 de outubro de 2016
EVANGELHO DO DIA: Quem se eleva será humilhado.
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FINADOS: Por que será?
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AQUI TINHA UM ANJO: Frei Petrônio.
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quinta-feira, 27 de outubro de 2016
MÃE DAS DORES: Uma Prece.
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EVANGELHO DO DIA: Por que Jesus rezava?
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EVANGELHO DO DIA: Jesus nervoso?
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quarta-feira, 26 de outubro de 2016
EVANGELHO DO DIA: Quem pode se salvar?
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CARMELITAS: A aventura da Oração.
Emanuele
Boaga, O. Carm. e Augusta de Castro Cotta, CDP
A. A dimensão contemplativa da vida
1. Em nossos
dias, mais do que no passado, presta-se atenção à dimensão contemplativa do ser
humano, individuando-se os seus elementos ontológicos, situados no intelecto e
na vontade, ou seja, na capacidade que o homem tem de conhecer e de amar. Na vida cristã tal dimensão contemplativa é
resposta teologal de fé, de esperança e de caridade. Através dela, o crente
se abre à revelação e à comunhão com o Deus vivo por Cristo, no Espírito Santo.
A dimensão contemplativa encontra sua fonte na comunicação de Deus e é
fortemente caracterizada pelo aspecto dialógico da relação Deus-homem.
Realiza-se através de um conjunto de elementos: a graça divina, as virtudes
teologais, os sacramentos, a oração, a ascese. A oração, como expressão da
experiência teologal, constitui algo essencial e fundamental para a vida humana
e cristã, tal como a respiração para o corpo.
2. A oração,
como expressão da dimensão contemplativa do ser humano, é portanto o ponto de partida da maior parte dos outros
aspectos do complexo fenômeno religioso. Neste sentido, considerando a
fenomenologia da religião, a oração é uma realidade complexa. Apresenta muitos
elementos que devem ser avaliados singularmente e no seu conjunto para que se
compreenda a inter-relação profunda e a interação harmônica entre eles. Tudo
isto deve ser levado em consideração para se fazer uma exposição acertada sobre
a oração.
3. No âmbito
cristão, o desejo de conhecer a Deus e ver o seu “rosto”, de fruir tal conhecimento
e visão, fazendo portanto uma experiência do divino, concretiza-se na
contemplação do mistério, porque “a luz
[de Deus] refulge em nossos corações para irradiar o conhecimento da glória de
Deus que brilha no rosto de Cristo” (2 Cor 4,6). A busca de Deus torna-se o
centro fundamental da vida: a contemplação.
4. A
contemplação é descrita por Paulo VI nestes termos: “O esforço de fixar em Deus o olhar e o coração, que nós chamamos de
contemplação, torna-se o ato mais elevado e mais pleno do espírito, o ato que
também hoje pode e deve organizar a imensa pirâmide da atividade humana”
(homilia na IX sessão do Concílio Vaticano II - 09/12/ 1965). Contemplar vem a
ser a capacidade de fixar o olhar em Deus para ver a realidade com os seus
olhos e amá-la com o seu coração. A contemplação é a penetração na verdade da
existência que leva a compreender e aceitar até às últimas conseqüências o
desígnio salvífico. Portanto, uma realidade (unitária de todo o ser
humano-cristão) de fé, de esperança e de amor, que pela ação do Espírito Santo,
chega ao dom da sabedoria que permite a entrada em comunhão com Deus e seu
mistério da Salvação. Neste contexto, a oração e a contemplação se identificam,
tornando-se relação vital Deus-Homem e caminho unificante de toda a vida na conformidade
com a vontade de Deus.
B. Descrição da Oração
5 - A oração no
seu aspecto dialógico (palavra-ação de Deus e resposta do homem) apresenta uma
estrutura própria ou dimensões nas quais precisamos de colocar atenção. Estas
dimensões são:
- a estrutura
cristológica
- a estrutura
trinitária
- a estrutura
eclesial
- a estrutura
pessoal
- a inserção na
realidade
6. Estrutura cristológica: Na oração existe
uma relação pessoal e intersubjetiva entre Cristo e o nosso ser. Cristo é o
sujeito da nossa oração (cf. 2Cor 1,19ss). O amor de Deus nos é comunicado
através dele, pois, somente nele podemos encontrar o amor divino. Só em Cristo
é possível viver a vida cristã, entendida como a escuta e a obediência a Cristo
na oração. Oração cristológica significa estar plenamente em Cristo:
manifestação clara e vital de nossa vida escondida em Cristo. Isto se faz na
aceitação, na adoração, na ação de graças e na súplica.
7. Estrutura
trinitária: a oração em Cristo é também oração por meio de
Cristo. Mergulhados Nele, colocamo-nos em comunicação com o Pai que assim fala
diretamente a nós, através do Espírito Santo. Entramos desta forma, em comunhão
com a Trindade. A estrutura trinitária da oração leva o Cristo a tornar-se a
realização de nossa existência cristã, de modo que por sua comunicação o
Espírito nos permite dizer “Abba, Pai”. O espírito nos ajuda a proclamar Cristo
“o Senhor”, etc. Em Cristo e por Cristo nós ficamos mergulhados na Trindade.
8. Estrutura
eclesial: como “em Cristo e por Cristo” nós estamos na Trindade
(comunhão interpessoal com o Pai, o Filho e o Espírito Santo) assim “em Cristo
e por Cristo” nós estamos também inseridos na Igreja e exprimimos esta
existência como oração eclesial (Ef 3,20-21). A estrutura trinitária torna-se
eclesial: uma e outra, se realiza em Cristo e por Cristo (Mt 18,19-20). Este
encontrar-se juntos na fé é expressão do Mistério da Igreja (que é ao mesmo
tempo, para nós, chamado e ponto de encontro com Deus). Em vista disto, quando
um grupo se reúne para a oração, descobre que não está só diante de Deus, mas
que Cristo está em seu meio, e isto se exprime no acolhimento e no amor mútuo.
Desfruta então a consciência individual e comunitária de pertencer a Cristo.
9. Estrutura
pessoal: a estrutura eclesial não destrói, porém potencializa
a relação pessoal com Deus na oração. O mesmo está na base da estrutura
cristológica e trinitária. A oração individual e a oração comunitária são dois
momentos inseparáveis e insubstituíveis de um único evento: a pertença a Cristo
e a Deus uno e trino.
10. Inserção na realidade: a salvação é
oferecida a todos os homens. S. Paulo estende a intercessão e o gemido do
Espírito a toda a criação (cf. Rom 8, 19ss). Nasce o significado do pedido na
oração: pedido singular, individual, coletivo, material, o “dá-nos hoje o nosso pão”. Não só isto. A
oração não é somente um ato da existência cristã, ou um ato de culto, mas ao
contrário é o ato e a expressão da
existência cristã e do seu culto. Não há solução de continuidade entre a
oração e a vida-trabalho, porque tudo está sob a Palavra e a Ação de Deus. Na
oração, a existência humana se torna consciente. Encontra a revelação do
sentido da vida, coisa impossível de se obter e expressar apenas na atividade,
tantas vezes mesclada de ambigüidades. Exclui-se assim uma oração como
finalidade em si mesma, cheia de ilusões; excluem-se também as formas
exageradas de atividade (ativismo), desligadas do discernimento do projeto de
Deus.
11. Oração
autêntica é aquela que nos torna compenetrados da experiência viva de Deus,
elevando-nos a irresistível testemunho da fé e do amor salvador pelo fato de
experimentar a própria salvação.
C. A Oração diálogo-caminho com Deus
12. A oração é
uma grande aventura de amor realizada com Deus, é como um diálogo e uma
ascensão feita com ELE, rumo ao cume. È diálogo e caminho ou seja: realidade
relacional, progressiva e dinâmica.
13. São
protagonistas neste caminho: Deus (que toma a iniciativa) e o ser humano (que
lhe responde).
14. O papel do
Espírito: a oração não conhece limites, porque o ser humano deve deixar-se
trabalhar (purificar, guiar) pelo Espírito que conduz para os caminhos por Ele
escolhidos. Os dons do Espírito atuam nesta linha, especialmente:
• a piedade: conduz o afeto filial a Deus
• a ciência: eleva a realidade a Deus
• a inteligência: ajuda a penetrar na
riqueza do mistério de Deus, revelado ao longo do caminho, e a colocar o ser em
sintonia com o projeto divino;
• a sabedoria: permite provar a realidade
divina.
15. A oração como caminho propõe atitudes que são
interligadas entre si:
a) dar espaço a Deus:
• exige o
silêncio e a solidão como base para a escuta e o acolhimento de Deus.
- exemplo se
pode encontrar no Profeta Elias que vai ao Monte Horeb, o monte de seu encontro
com Deus. Não é ele um alpinista espetacular, mas segue passo-a-passo até
chegar ao cume do Horeb;
- Deus buscado,
não de forma romântica, nas árvores, nem nas pedras, nos relâmpagos e no tremor
de terra, mas, ouvido e experimentado na brisa leve;
- a solidão
silenciosa e o silêncio solitário: portanto o sentir a palavra de Deus com os
ouvidos do coração;
- o deserto: cf.
Es 13,17; 3, 17; 5,1.
• a ascese
individual e comunitária é o laboratório do Espírito, no qual ocorre a
purificação, a elevação e união com Deus, na medida em que nos esquecemos de
nós mesmos e colaboramos com a ação “crucificante” do mesmo Espírito.
b) consciência
da presença de Deus:
• buscar a
morada de Deus que está no centro do próprio ser;
• abrir-se
conscientemente à presença de Deus em si mesmo e na criação: em, com e através
de Jesus.
c) Deus
companheiro no caminho: entrega e
aceitação
• entrega: a
consciência de Deus, presença-amiga no caminho, deve levar a entregar-se a Ele,
acolhendo-O porque é o “Senhor”.
• aceitação: da
sua presença orientadora, do seu projeto, deixando-se conduzir-se por suas
mãos, através das circunstâncias concretas da vida quotidiana. Isto implica em
esforço autêntico, empenho dinâmico (não é um deixar-se arrastar, mas um
caminhar junto).
d) expressão
contemplativa espontânea:
• adoração,
louvor, ação de graças, súplica;
•
desenvolvimento mediante formas concretas de oração correspondentes às
exigências do caminho próprio da oração;
16. As
dificuldades do caminho: nesta caminhada podem encontrar-se e encontram-se
de fato, dificuldades que são de duas fontes:
• externas: a
ambigüidade das coisas, a securalização, etc.
• internas: os
pecados, ocupações e preocupações excessivos; preguiça: apegos; formalismo,
medo ou temor de “deixar-se conduzir por Deus”.
17. As dificuldades podem ser superadas com:
• orientação
personalizada e ajuda para a interiorização da oração e das suas formas
concretas;
• renovação dos
métodos, em resposta às exigências do momento e necessidades pessoais;
• esforço
sincero de conversão;
• testemunho autêntico,
porém nos limites da oração-vida, vida-oração.
18. O caminho
que nos conduz à meta é longo e por isso temos sempre necessidade de sermos
socorridos e educados por Deus para que, com fidelidade, possamos caminhar. Por
isso, devemos dizer junto com os Apóstolos: “Senhor, ensina-nos a rezar” (Lc
11,1).
APROFUNDAMENTO E INTERIORIZAÇÃO
1. Para pesquisar e partilhar, ou fazer em grupos,
como forma de aprofundamento:
• Argumentar as seguintes afirmações:
1 - Na vida
cristã a dimensão contemplativa é resposta teologal da fé, da esperança e da
caridade.
2 - A dimensão
contemplativa se caracteriza pelo aspecto dialógico da relação entre Deus e o
ser humano.
3 - Contemplar é
fixar o próprio olhar em Deus para ver a realidade com seus olhos e amá-la com
o seu coração.
• Dê sua
impressão sobre as dimensões da estrutura da oração. Elas lhe parecem
independentes ou complementares? Por quê?
• Refletir sobre
a oração como necessidade da mesma natureza humana, à luz das seguintes
considerações bíblicas: Rom 1,18-20 e At 17, 27-28: “A procura de Deus faz
parte da própria natureza humana que não se realiza fora dela”. Ilustrar a
afirmação destes textos bíblicos com fatos da atual realidade (as buscas da
verdade e do transcendente pelo homem de nossos dias, nas diversas situações
humanos e categorias sociais).
• O surto da
“Nova Era”, oferece suas crenças, seus ritos e símbolos, como resultado do
vazio de Deus, criado pela pós-modernidade, pela era do consumismo, do
secularismo e do tecnicismo. Discutir as interpelações que esta postura do
homem moderno pode fazer à nossa vida cristã e religiosa (ou consagrada). Como
pensa que agiriam os Profetas neste contexto?
• Acompanhar,
nos Evangelhos a Cristo modelo, mestre e mediador da oração cristã. Tomar
algumas passagens para interiorização:
- Jo 1,18;
10,30. 38.14,11: Cristo, o revelador do Pai
- Mt 6,5-15:
aprofundar o conteúdo ensinado por Jesus a respeito da vida de oração
- Rom 12,4-5;
Gal 3,26-28; Jo 1,12: nos revelam nossa ligação com Cristo. Refletir sobre as
repercussões desta verdade sobre a nossa vida de relação com o Pai (a
divindade)
- Em Col 1,29;
Gal 2,20; Jo 14,13; 15,16: o que podemos aprender de prático para nossa oração.
• O diálogo com Deus pode ser realizado com
todos os meios expressivos: mente, coração, sentimento voz, gesto,
comportamento, lugar, tempo. Discutir sobre a utilização dos mesmos, em sua:
- relação entre
a vida interior e o comportamento externo das pessoas;
- ligação dos
diversos recursos com o ensinamento de Jesus em Mt 6,5-9; 26,39.42.44; 27, 46;
Lc 23,46;
- busca de
compreensão dos gestos orantes de Jesus e seus discípulos: Mt 14,19; Jo 11,41
(levantou os olhos ao céu); 1Tim 2,8 (elevou as mãos); Lc 22,41; At 20,36; Ef
3,14 (inclinação, pôr-se de joelhos, em sinal de adoração); Lc 18,11.13 (estar
em pé, corpo ereto, olhos baixos, em sinal de sacrifício).
• Analisar os ritmos e os lugares onde Jesus rezava:
- escolha de
tempos reservados à oração: Lc 4,16; 18,1-8; Jo 7,10;
- o
acompanhamento das festas litúrgicas: Lc 2, 41-49;
- busca da
solidão: Mt 6,6; 14,23; Mc 1,35; 6,31; Lc 4,42; 5,16; 6,12; 11,1;
- presença nos
lugares de encontro da comunidade orante: Mt 12,13; Mc 11,15; Lc 2, 22ss;
19,45-47.
2. As questões
que seguem são para reflexão individual, anotação no próprio diário espiritual
e partilha com o Mestre ou diretor espiritual. Esta parte deve ser feita com
serenidade, em momentos de solidão previstos para o cuidado da vida espiritual
do formando.
• Tomar como
oração preparatória os textos bíblicos:
* Sab 9 - Pedir
a Deus a sabedoria da vida
* I Reis 17, 1-
24 - O Senhor alimenta o seu Profeta
* Selecionar
algum dos textos citados e fazer oração a partir dele.
• Selecionar os textos bíblicos citados no exercício
acima que:
- lhe causaram
maior impressão
- constituíram
uma nova descoberta
- confirmam o
que já pensava sobre a oração na vida humano-cristã
- lhe trazem
dificuldade de compreensão ou para a prática.
• Com que fatos
da vida de Nossa Senhora você mais aprende a viver com Deus e para Deus? Por
que pensa assim?
• Como pode
assumir na sua vida orante as diversas dimensões da oração?
• Das atitudes
orantes de Cristo com qual delas você mais se identificou?
• Se não fosse
chamado à vida carmelitana acha que mesmo assim precisaria de desenvolver uma
vida de profunda oração? Por quê?
Feitos os
exercícios não deixe de procurar ajuda com seu orientador espiritual. Ela é
indispensável para o seu crescimento humano-espiritual-carmelitano.
Procure tirar as
dúvidas, partilhar suas descobertas, desafios, dificuldades, expectativas,
compromissos.
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CARMELITAS: Contemplação e ação.
Emanuele
Boaga, O. Carm. e Augusta de Castro Cotta, CDP
A compreensão que os Carmelitas
têm da vida contemplativa, no seu caminho histórico, apresenta elementos
próprios, além dos influxos provenientes do conflito entre a ação e a contemplação,
presentes por muito tempo na espiritualidade cristã em geral. É fácil
compreender como, também entre os carmelitas, existiram modos distintos de
compreensão da vida contemplativa e da mesma contemplação.
Na primeira fase da experiência carismática
carmelitana a vida contemplativa se nutre de elementos típicos do eremitismo
(porém no “estilo” daquele tempo que é bem diverso das épocas seguintes); dos
movimentos penitenciais e das peregrinações à Terra Santa, sem exclusão da
atividade apostólica. A Norma de Vida de S. Alberto apresenta uma profunda
unidade entre a contemplação e a ação.
Através da aprovação da Regra por
parte de Inocêncio IV, em 1247, os Carmelitas de eremita-penitentes se
transformam em mendicantes. Caem portanto as estruturas estritamente
eremíticas. A vida contemplativa vem assim entendida no contexto da “vida
mista” dos mendicantes, ainda que permaneça no interno da Ordem um apelo às
origens (apelo também “romântico”!) Em seguida alguns carmelitas vêem no
eremitismo um retorno ao verdadeiro espírito do Carmelo, mas não percebem que
tal eremitismo é uma “nova” realidade, diversa do tipo daquela que se
encontrava na experiência originária da Ordem. Este tipo de compreensão (ou
melhor de incompreensão) determina ambigüidades e conflitos, por longo tempo,
chegando a nossos dias.
Nos séculos XV-XVI o termo “vida
contemplativa” era assumido pelos carmelitas quase como sinônimo de vida
interior e de identificação com as estruturas que a promoviam. Nisto foi
notório o influxo da “Devotio moderna”. Entre as formas de oração, que
favoreciam a vida contemplativa, emergem, sobretudo a oração litúrgica (missa
quotidiana e ofício cantando em coro) e a meditação pessoal favorecida pela
prática do silêncio.
Ao mesmo tempo, a exclusão das
monjas do apostolado externo (por imposição da clausura), produz nesta forma de
vida uma intensificação da solidão e da oração. Nela os elementos “
contemplativos” da Regra (em particular: a meditação contínua da Lei do Senhor,
o vigiar e orar sempre, o silêncio e as armas espirituais) se tornaram intensos
desembocando na vida litúrgica, na meditação, no exercício da presença de Deus,
no espírito de penitência. Nesta linha foram situadas as novas fundações das
monjas (depois de 1452): as da Congregação de Mântua (como ex. os Mosteiros de
Scopelli e Girlani) espalhando-se pouco a pouco até chegar a S. Maria Madalena
de Pazzi.
S. Teresa dá a seus irmãos
descalços as constituições e a espiritualidade das monjas, com acentuação de
apenas alguns valores da Regra. Isto no contexto da “descalcez”, considerada
então como única forma válida de vida religiosa. Tal impostação conduziu à
seguinte passagem: contemplativo = eremítico= monja descalça = frei descalço. Esta
passagem levou à seguinte consequência, na época, durando o equívoco até nossos
dias:
verdadeiro carmelita = carmelita
descalço.
A confusão e o equívoco, baseados
na equação: contemplativo= eremítico, já estavam presentes mesmo antes de S.
Teresa, porém não de forma difusa, como aconteceu no caso da Congregação de
Albi e, depois desta, na Congregação de Mântua. (Ver “Releituras do carisma” em
Como Pedras Vivas, p. 101, para recordar o assunto).
Depois de S. Teresa o termo
“contemplativo” na nossa Ordem adquiriu um sentido muito restrito, chegando até
mesmo a não poder ser aplicado nem à vida religiosa, nem mesmo à meditação, à
oração vocal, ao ofício litúrgico.
Outra tendência surgida na Ordem,
foi a de reduzir a “contemplação” ao grau mais elevado da oração e da vida
interior, quase desprezando ou considerando a oração vocal somente como uma
passagem, incluindo-se nesta a oração litúrgica. Surgiu dai a ênfase do papel
da meditação considerada como a forma mais adequada de contemplação e portanto,
mais própria para o desenvolvimento da vida interior.
Deve-se notar que em todo o
caminho histórico da Ordem, do séc. XIV até à época recente, particularmente
nas Reformas, a releitura do carisma e a revisão da vida da própria Ordem
partiram sempre da contemplação e nunca do apostolado. Em matéria de oração
encontram-se novos caminhos, mas ao mesmo tempo coloca-se o grave problema da
relação ou dissídio “contemplação-ação”, que assinala profundamente a vida e o
estilo da própria contemplação. A atividade apostólica é considerada geralmente
como prolongamento da contemplação e ao mesmo tempo seu fruto. Deve-se também
recordar que, mesmo neste contexto das reformas, não faltaram figuras eminentes
que, através das formas de assistência aos pobres e aos humildes, típicas de
sua época, têm enfrentado o desafio da encarnação da vida contemplativa. Entre
esses, recordamos o Ven. Angelo Paoli, “pai dos pobres” na Roma do séc XVII e a
terciária carmelita Mariangela Virgili, em Ronciglione (ver: Como Pedras Vivas,
p. 119 e 150).
Os mesmos autores carmelitanos no
decorrer dos séculos XVII-XIX, têm exortado àqueles que se dedicam a atividades
apostólicas por chamado da Igreja para atender a suas necessidades, a adotarem
uma atitude contemplativa. Nasce assim a insistência sobre as duas formas de
oração consideradas adequadas a esta finalidade: o exercício da presença de
Deus e da aspiração.
Dado que os nossos irmãos têm
admirado e exaltado nas irmãs monjas a sua vida de oração como “a melhor forma”
de realização do ideal contemplativo com o qual nasceu a Ordem”, deve-se
ajuntar também algumas notas sobre sua relação com o apostolado por parte das
próprias monjas, para que se tenha um quadro completo, evitando-se as
mitizações ambíguas. Particularmente:
• é notório o desejo expresso nos
primeiros núcleos de monjas carmelitas de serem úteis ao próximo através da
oração de intercessão e da penitência;
• é também conhecida a motivação
apostólica colocada na base da fundação das Descalças por S. Tereza de Jesus;
• para S. Maria Madalena de Pazzi,
as monjas são chamadas “ad maiorem vitam” (isto é, aquelas dos primeiros
carmelitas) em quem porém não se separa “Marta de Maria” (Marta sem Maria é
“confusão” e Maria sem Marta é ociosidade”, diz a Santa). O genuíno influxo
mariano na Carmelita tem como sinal o nascimento no coração, do desejo da saúde
das almas. Portanto a vida interior, a vida apostólica e a vida mariana se
fundamentam em uma síntese superior. Da união com Deus e Maria nasce a “salus
animarum”, obtida e sustentada com a oração e com a ação para reconduzir as
almas a Deus e a Maria. O apostolado é, então, “restituição” que se obtém
também com uma vida pura, feita de fé, de simplicidade, de fidelidade.
• S. Teresa do Menino Jesus
desejava ter todas as vocações para servir à Igreja. escolhendo então, se o
“seu coração” através da oração e interesse missionário.
Atualmente a conflitualidade
“contemplação-ação” parece superada teoricamente, como demonstram claramente os
acenos que às questões são feitos nos documentos oficiais da Ordem, nestes
últimos anos. A conflitualidade permanece porém, na prática, e sua solução
postula uma profunda revisão e “conversão” de vida e obras.
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terça-feira, 25 de outubro de 2016
EVANGELHO DO DIA: Pequenos gestos.
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