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quinta-feira, 17 de março de 2016
A CAMINHO DE ALAGOAS: Rio de Janeiro.
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quarta-feira, 16 de março de 2016
OS PROTESTOS DOS PROTESTOS: Frei Petrônio de Miranda.
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terça-feira, 15 de março de 2016
IGREJA DE SÃO JOSÉ: Missa com Frei Petrônio-07.
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IGREJA DE SÃO JOSÉ: Missa com Frei Petrônio-03.
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segunda-feira, 14 de março de 2016
A VOLTA DA DITADURA MILITAR: Frei Petrônio de Miranda.
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ELIAS, AQUI É TEU LAR.
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Ex-fieis revelam o 'mundo de delírios' das Testemunhas de Jeová
Mais
de 600 pessoas juntaram-se para denunciar a sua antiga religião. Oito delas
contam como, durante anos, as suas vidas foram dominadas pelo medo de pecar. E
pecar podia ser, simplesmente, soprar uma vela.
Testemunhas de Jeová vivem sob a
angústia de um iminente fim do mundo e a esperança de serem conduzidos ao céu.
“Lembro-me de ser ainda pequeno, olhar para um estádio de futebol cheio e
pensar angustiado que aquelas pessoas seriam todas destruídas caso nenhuma
delas fosse Testemunha de Jeová”, relata Vítor Máximo.
“As Testemunhas
de Jeová acreditam que o mundo de Satanás vai acabar e que só elas sobreviverão
ao Apocalipse, passando com vida para o Paraíso”, explica M. M., ex-ancião (um
dos mais altos cargos na hierarquia da organização), que pede anonimato com
receio de represálias para a família, que continua na religião.
Todos os crentes
são habituados a esperar pelo fim do mundo desde crianças. A essa permanente
angústia, as crianças também estão impedidas de fazer várias coisas na escola e
têm pavor de ofender Jeová. Entre as proibições (como aos adultos), estão a
celebração de aniversário, Carnaval, Páscoa, Natal, fim de ano e todas as
outras datas de origem pagã que a religião despreza porque, conforme explica
Pedro Candeias, um dos representantes da organização em Portugal, não são
mencionadas nas Escrituras.
P.T. lembra-se
que na escola primária precisava fingir que cantava os parabéns aos colegas,
mexendo os lábios e esquivando-se e batendo palmas timidamente. Mesmo assim, só
por estar presente, temia “ser destruída”. César Rodrigues fazia o mesmo e,
para evitar perguntas sobre a sua festa e presentes, não dizia quando
aniversariava.
Ambos contam como agora,
respectivamente, celebram todos os aniversários com o maior entusiasmo: “Faço
questão de ter sempre um grande bolo. São 30 anos? Sopro 30 velas!”, diz P.T.
César festeja com igual euforia, mas ainda hoje não consegue cantar os
parabéns. “É como se eu estivesse fazendo algo errado. Sei que não estou, mas
não consigo evitar este sentimento de culpa. Nunca cantei os parabéns na vida.”
O maior terror
das crianças Testemunhas de Jeová é o Natal, antecedido de atividades como
pinturas, composições, festas ou teatros. Não podem participar em nada.
“Lembro-me como
se fosse hoje dos meninos todos em grupos fazendo enfeites para colar nas
janelas da sala de aula e eu sozinha de lado, fazendo outra coisa qualquer”,
conta P.T.
Por se
considerarem politicamente neutras, as Testemunhas de Jeová não votam em
partidos políticos — nos países em que ir às urnas é obrigatório, são
incentivados a votar nulo ou em branco. Também não saúdam a bandeira nem cantam
o hino. “Lembro-me bem: no 3º ano, todos de pé aprendendo o hino nacional, e eu
bastante nervosa, mexendo apenas a boca”, recorda P.T. A organização não vê
motivos para o desconforto das crianças: “Sendo esses valores baseados na
Bíblia, que razões teriam para sentir vergonha?”, questiona Pedro Candeias.
As artes
marciais são evitadas por serem consideradas uma apologia à violência. E, com
base numa passagem bíblica interpretada como Deus não gostando que os homens
concorram entre si, a prática de esportes de competição também é
desencorajada. É das coisas que César Rodrigues mais lamenta: “Era sempre
escolhido para a seleção de futebol da escola, mas era impensável treinar num
clube”, conta César, que é co-fundador do fórum Testemunhas de Jeová.
Já com mais de
600 usuários, o fórum surgiu para denunciar todas essas situações e apoiar
antigos membros. Em Portugal, onde há 52 mil Testemunhas de Jeová, é o
primeiro, mas em outros países da Europa, no Brasil e nos Estados Unidos, o
fórum existe há vários anos.
Também há livros
e documentários reveladores do funcionamento da religião. É o que este grupo
que recentemente se organizou pretende em Portugal: “Queremos que as pessoas
percebam que as Testemunhas de Jeová não são tão inofensivas como parecem as
senhoras que distribuem revistas na rua”, explica um dos fundadores do fórum.
Todos os
conteúdos místicos e esotéricos são considerados um perigo para a
espiritualidade. Livros como “O Senhor dos Anéis” ou “Harry Potter” não são
para abrir.
Quando a família
de P.T. entrou para a religião, os anciões foram abençoar a casa contra a
presença de Satanás. Entre o vestido da noiva que a mãe usara no casamento
católico, todas as fotografias desse dia e qualquer outra em que aparecesse um
crucifixo (para os fiéis a Jeová, Cristo morreu numa estaca), nada escapou: foi
tudo queimado, até a sua coleção de livros da Anita. “Daí para a frente, só lia
a Bíblia e as revistas da religião”.
As Testemunhas
de Jeová acreditam que “A Sentinela”, “Despertai!” e todas as publicações da
organização transmitem a palavra de Deus com a mesma validade que a Bíblia.
“Quanto mais cedo começarem o estudo, melhor para já irem ensinadas e
preparadas para a escola. Há grávidas que leem o “Meu Livro de Históricas
Bíblicas” em voz alta para os bebês que têm na barriga”, revela R.M., outra
desistente.
Vítor Máximo,
crente durante mais de 35 anos, recorda-se das tardes de quarta-feira lendo as
revistas; P.T. estudava-as com o pai aos sábados à tarde, depois da pregação.
Entrega
A pregação porta
a porta é uma atividade fundamental e incontornável para qualquer Testemunha de
Jeová, pois é a única maneira de levar a “Verdade” a mais pessoas, poupando-as
no dia do Juízo Final.
Acreditando nisso,
aos 12 anos G.C. desatou a estudar a Bíblia fervorosamente. A mãe convertera-se
e ele também. Acatou os fortes incentivos da organização para se distanciar das
pessoas do Mundo (as que não são Testemunhas) e afastou-se de todos os amigos.
De um momento para o outro, recorda hoje, deixou de brincar na rua e passou a
vestir paletó e gravata para ir às reuniões e a andar de pasta na mão para
bater às portas.
Em menos de um
ano estava entrando, de fato e de camiseta branca, na piscina de Algés, em
Lisboa. Com uma mão em cima da outra e as duas tapando o nariz, submergiu
totalmente, deitando-se para trás dentro da água. Quando emergiu estava
batizado — acabara de se tornar ministro do reino de Jeová. “É uma dedicação
incondicional para toda a vida: ser um escravo de Jeová e fazer de tudo em
favor Dele”, lembra, mais de 30 anos depois daquele momento.
No verão
seguinte, dedicou-se exclusivamente à pregação. “Eu levava as coisas muito a
sério porque estávamos perto do fim do mundo. Pensava: ‘É preciso sacrifícios,
vamos fazê-los”’, conta G.C., que foi ancião durante quase 20 anos.
Desde que a
religião foi fundada, em 1879, as Testemunhas já esperaram que o mundo acabasse
em vários anos. Sempre que as datas passaram sem que alguma coisa acontecesse,
o Corpo Governante (entidade atualmente composta por oito homens, que é o
núcleo administrativo da religião nos Estados Unidos) emitiu um novo
“entendimento”, inquestionável. “Estão sempre repetindo que a dúvida é um dos
laços do Diabo”, explica R.M. Invariavelmente, mas sempre a posteriori, a
cúpula da organização nega ter feito qualquer previsão concreta e, apesar de os
textos das revistas oficiais da religião terem sempre mencionado os sucessivos
anos em que o mundo acabaria, diz-se que a expectativa decorreu da má interpretação
dos fiéis. A última data mundialmente difundida para o Apocalipse, com muitas
famílias vendendo tudo que tinham para se dedicarem exclusivamente à pregação e
garantirem a passagem para o novo mundo, foi 1975. Depois nunca mais se referiu
a um ano em específico.
Com o mundo
podendo acabar a qualquer momento, as Testemunhas de Jeová vivem ao mesmo tempo
na expectativa do recomeço de uma nova vida e apavoradas com esse momento.
Porque, mesmo para o povo eleito, o acontecimento implicará grande sofrimento.
Uma revista
“Despertai!”, de 2005, avisa: “O arsenal de Deus inclui neve, saraiva,
terremotos, doenças infecciosas, aguaceiro inundante, chuva de fogo e enxofre,
confusões mortíferas, relâmpagos e uma maldição que causará o apodrecimento de
partes do corpo.”
Além disso, o
Paraíso só está ao alcance de quem não tiver “culpa de sangue”, ou seja, quem
não estiver falhando nos preceitos da religião.
“Eu perdi a
minha vida! Não fazia nada com medo de ofender Jeová e ser destruída”, afirma
P.T.
Vítor Máximo
conta que, desde criança, e mesmo já adulto, acordou várias vezes no meio da
noite “chorando, com pesadelos com o Armagedom” – a última batalha do
Apocalipse.
Afronta
A grande
prioridade das Testemunhas de Jeová é estudar e divulgar os mandamentos de Deus
de maneira a salvar o maior número de pessoas possível. Por isso, são altamente
desincentivadas a investir em atividades que, para a organização, apenas servem
para roubar tempo ao testemunho porta a porta e de nada valem perante o fim de
tudo. Quem vai para a faculdade mostra que está fraco na fé e passa a ser
olhado com desconfiança.
Quando Vítor
Jacinto decidiu licenciar-se em Engenharia Química, passou a receber visitas de
anciãos e superintendentes de circuito (que supervisionam várias congregações)
quase semanalmente. Condenaram todos os livros que eu precisava para a
faculdade. “Diziam que aqueles livros continham ensinamentos não cristãos e
queriam que me desfizesse deles. Foi aí que começou a minha grande guerra
contra eles.” Os livros ficaram, concluiu o curso e deixou de ir à reuniões.
Investir na
carreira é encarada como outra afronta a Jeová. “Das coisas que mais me
impressionavam era ver pessoas subir à tribuna e contarem, cheias de orgulho,
que tinham recusado uma promoção para não prejudicar a sua vida espiritual”.
Revela R.M.
Outro exemplo de
dedicação à religião incutido nas reuniões e nas revistas é o desincentivo que
a organização faz para que casais tenham filhos: por um lado, são grandes
consumidores de tempo, por outro, não é aconselhável pôr crianças num mundo que
vai acabar. Para G.C., isso ficou claro no dia do casamento. Depois de uma
adolescência em que não podia beijar nenhuma menina e de um namoro com alguém
da mesma congregação, sempre na presença dos pais e sem um único beijo na boca,
casou-se num Salão do Reino. “O ancião que fez o discurso disse que de forma
nenhuma deveríamos ter filhos, porque estamos no tempo do fim e era uma atitude
pouco sábia, pouco espiritual.”
Só contrariou a
instrução mais de 10 anos depois, quando a mulher começou a ficar clinicamente
deprimida com receio de já não conseguir engravidar por causa da idade. “Os
casais que decidem ter filhos são criticados pelos outros que optam por não ter
em virtude das orientações da organização”, revela M.M., outro ex-ancião.
“Conheço casais que não têm filho e que agora já não podem e outros que
continuam na expectativa de vir o fim para depois poderem ter um filho. É
horrível”, afirma G.C.
Este antigo
ancião deixou o cargo e as reuniões há cinco anos. Tecnicamente, está inativo,
situação de que não entrega há seis meses relatórios com o número de
publicações que distribuiu e de horas que pregou. O seu mal-estar com a
religião começou quando, numa formação para cerca de 200 anciãos, lhes foi
ordenado que escrevessem na página do manual sobre o abuso sexual de menores:
“Sempre que surja um caso de pedofilia, contatem de imediato a filial [a sede,
em Alcabideche, Cascais]. “Perguntou: “Mas a pedofilia é crime, não deveria ser
denunciada à polícia?” Responderam-lhe peremptoriamente: “Nós não denunciamos
os nossos irmãos. As ordens são estas, escreva isso aí.”
No manual dos
anciãos a que esta reportagem teve acesso está impresso: “Se o acusador ou o
acusado não estiverem dispostos a reunir-se com os anciãos, ou se o acusado
continuar a negar a acusação de uma única testemunha e a transgressão não tiver
sido comprovada, os anciãos devem deixar o caso nas mãos de Jeová”.
Desconforto
Esta política de
não divulgação valeu recentemente às Testemunhas de Jeová a condenação à maior indenização
alguma vez já paga nos Estados Unidos a uma vítima de pedofilia: 28 milhões de
euros. O tribunal considerou que a estrutura
da organização tinha sabido e abafado o caso.
Esta é das mais
desconfortáveis questões no interior da Religião. Outra é a da desassociação,
ou expulsão — o pior que pode acontecer a uma Testemunha e aos seus familiares,
O contato com desassociados é simplesmente proibido, mesmo que seja da família.
De possuída pelo
demônio, a prostituta, P.T., com cerca de 40 anos, ouviu os piores insultos da
boca dos pais quando foi desassociada, em 2006. Proibiram-na de voltar para casa.
“Fiquei desnorteada, pensava que seria destruída, perdi a minha família e todos
os meus amigos, que nem sequer me cumprimentavam. Como todas as pessoas que são
desassociadas, fiquei sem ninguém.”
“Jeová nos
observará para ver se acatamos, ou não, seu mandamento de não ter contato com
nenhum desassociado”, lê-se na revista “A Sentinela”, de abril de 2012.
“Um simples ‘oi’
dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou mesmo para
amizade. Queremos dar esse primeiro passo com alguém desassociado?”,
questionava a mesma publicação já em 1981 (as Testemunhas de Jeová guardam
todas as revistas que consultam). “Tomem sua posição contra o Diabo (…). Não
procure desculpas para se associar com um membro da família desassociada, como,
por exemplo, trocando e-mails”, diz “A Sentinela” de janeiro de 2013 já
disponível no site da organização.
O esquecimento e
o ostracismo pelos quais passam os desassociados pode originar problemas
extremos. Dos oito antigos fiéis que a reportagem entrevistou (dois dos quais
ex-anciãos), quatro tiveram de procurar ajuda médica para depressões e estado
de ansiedade grave — alguns fizeram terapia, todos foram medicados. Dois
pensaram no suicídio.
Vítor Máximo
julgou que os pais se reaproximariam quando comunicasse o seu segundo
casamento. Afinal, deixaria de ser um “fornicador”, um dos maiores pecados para
a religião. Mas, como a mulher era uma mundana e
ele um apóstata (abandonou a religião há cinco anos), os pais nem foram à
cerimônia.
“Nesse dia,
quando cheguei em casa, em vez de relembrar os bons momentos da festa,
sentei-me na beira da cama e comecei a chorar”, lembra.
Embora o
expulsem, insiste em aparecer de vez em quando na casa deles, nos arredores do
Porto, mas na última vez que falou com o pai ele chamou-lhe de adorador do
Diabo e ameaçou ligar para a polícia caso voltasse. Durante muitos meses, a
conversa ao jantar com a mulher terminava invariavelmente em lágrimas. Teve de
ir ao psiquiatra e só superou a depressão com a ajuda de medicamentos.
Quem se
relacionar com um desassociado arrisca-se a ser expulso. Por medo do que pode
acontecer aos familiares, algumas pessoas falaram para este artigo sob
anonimato; outras não revelaram a identidade porque estão afastadas, mas não se
querem dissociar (voluntariamente) nem ser desassociadas, sabendo que nesse
momento terão de cortar relações com os que lhes são mais próximos.
César Rodrigues,
38 anos, foi Testemunha de Jeová desde que nasceu e as suas dúvidas só surgiram
há quatro anos, quando fez uma coisa que a organização desaconselha
insistentemente: meteu-se num fórum de dissidentes brasileiros na internet. “Para mim, aquilo era tudo mentira. Pensei: ‘Vou mostrar-lhes o que é uma verdadeira
Testemunha de Jeová’”. Mas foi ele que acabou convencido. Uma das coisas que
mais o chocaram foi perceber as contradições na proibição de transfusões de
sangue, que já provocou a morte a um número incalculável de crentes.
“As Testemunhas
acreditam que a transfusão de sangue lhes é proibida por passagens bíblicas
como estas: “Somente a carne com a sua alma — seu sangue — não deveis comer”,
explica o representante da organização, Pedro Candeias. Plasma, plaquetas,
glóbulos brancos e vermelhos também são rejeitados. Mas o recurso a fracções
desses componentes é permitido. “É extremamente incoerente condenar o uso de
determinadas fracções e permitir o de outras e não existe base bíblica nem
científica para tal distinção. Por exemplo, se se pode aceitar hemoglobina, que
é 97% de um glóbulo vermelho, por que não se pode aceitar glóbulos vermelhos? “É
como se eu dissesse que você pode comer uma uva sem pele, mas com pele não
pode”, afirma M.M., que foi ancião durante mais de uma década.
Quando César
começou a fazer perguntas aos amigos (“Sabias que era assim?”), foi denunciado.
Fizeram-lhe quatro comissões judicativas (tribunais eclesiásticos). Já sem
acreditar em nada do que tomara por certo durante anos, negou todas as
acusações de falta de fé. Recusa-se a ter de deixar de falar com os pais.
Quando conheceu uma antiga Testemunha de Jeová, perguntou: “É possível ter
amigos do Mundo?” Descobriu que sim. Deixou de aparecer nas reuniões.
R.M. demorou a
fazê-lo, mesmo depois de, no ano passado, ter lido o proibidíssimo livro “Crise
de Consciência”, de um antigo membro do Corpo Governante, e de perceber que
“toda a vida tinha sido enganada”. “Sinto que é mesmo uma lavagem cerebral, da
qual é muito difícil nos libertar”, explica. Só conseguiu afastar-se quando
descobriu o fórum Testemunha de Jeová. Diz que só passar à frente de um Salão
do Reino a deixa “agoniada”. Mas não está preparada para deixar de falar com a
família.
Para M.B., o
momento está para breve. Aos 18 anos, aproveitou o fato de sair de casa e mudar
de cidade para confessar aos anciãos que fumava, o que é proibido. Já sabia o
que o esperava: uma semana depois lhe comunicaram a expulsão. De regresso a
Lisboa, foi assaltado e ficou sem dinheiro nenhum. Ninguém da família lhe
atendeu o telefone nem respondeu às mensagens — nem nessa altura nem em todo o
ano que se seguiu. “Sentia-me perdido, culpado, abandonado. Passava noites
inteiras sem dormir.”
Desenvolveu um
transtorno de ansiedade incapacitante. A família continuava a não lhe atender o
telefone. Pensou no suicídio. “Mas depois achei que ninguém iria ao meu
funeral”.
Um dia em que
insistiu mais uma vez, inesperadamente, a mãe atendeu. Como o motivo era
doença, os anciãos, aos quais ela pediu autorização, permitiram que o recebesse
em casa. Mas agora que está mais estável, M.B. sabe que vai ter de voltar a
sair. E que vai ter de se despedir para sempre.
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“Não ao dinheiro sujo”. Assim o Papa reabilita o pároco censurado
A nova condenação
de Bergoglio. As mesmas palavras há 37 anos custaram à punição a um
sacerdote.
Dizer que “Deus não necessita do vosso dinheiro”
é errado. E é ainda pior se é um padre a ser atingido pela “ignóbil acusação”
de tê-lo pregado do púlpito de sua igreja, demonstrando ter esquecido que o
dinheiro (a “mamona iniquitatis”) é sempre útil e necessário. A reportagem é de Orazio
La Rocca, publicada por La Repubblica, 06-03-2016. A tradução é
de Benno Dischinger.
Com estas palavras um sacerdote romano foi há anos
severamente chamado à ordem pelo Vicariato de Roma como réu por ter dito
durante uma homilia dominical que não lhe agradavam ofertas pouco “limpas” dos
seus paroquianos.
Uma homilia – além da advertência das autoridades
diocesanas da diocese de Roma – profética no seu gênero por dizer as
mesmas coisas do que aquele mal sucedido pároco romano (era incardinado na
paróquia da Natividade) foi ninguém mais do que o Papa Francisco, na audiência geral de
quarta-feira passada, quando recordou com voz firme e decidida que “Deus não
necessita do dinheiro sujo de ofertas feitas com mãos sujas de sangue”.
Uma frase tipicamente bergogliana, jamais ouvida
antes na solene Praça de São Pedro, onde os milhares de fiéis chegados de
todo o mundo a escutaram com estrondosos aplausos libertadores, certamente
cansados e desiludidos pelos demasiados escândalos que precisamente no interior
da Igreja se verificaram por causa dos passados fluxos de dinheiro “sujo” pelo
qual mais vezes foi inquirido, por exemplo, o banco vaticano, o IOR (Instituto
para as Obras de Religião), ou outras instituições financeiras ligadas às
hierarquias episcopais.
Mas, talvez o argentino Jorge Mario Bergoglio –
que entre os seus prioritários empenhos não por nada tem precisamente a reforma
do IOR – não sabe que precisamente na
diocese romana por ele presidida desde 2013 – no dia 13 de março próximo
festejará o terceiro aniversário da eleição papal – até há poucos anos nem
todos os párocos se escandalizavam se entre as ofertas dos fiéis podiam ocorrer
dinheiros “sujos”, talvez fruto de negociatas ou de dúbia proveniência. E,
muito menos sabe que entre os párocos havia algum que do púlpito se permitia
recordar aos fiéis que as ofertas destinadas às obras de beneficência deviam
ser sempre “limpas”, o risco de ser retomado pelo Vicariatoestava na ordem
do dia.
Como o demonstra uma carta de 1969 – quando reinava
o Papa Paulo VI – expedida pelo monsenhor Alfredo Petricca, o
então diretor do centro de vocações sacerdotais do Vicariato, a um padre
da Natividade que havia sustentado numa homilia que as obras de
beneficência não deviam ser apoiadas por dinheiro “sujo”.
Na carta, o monsenhor primeiro lamenta que “a
oferta” coletada em paróquia para a jornada das vocações “era notavelmente
inferior àquela dos anos passados”. Depois adverte diplomaticamente o sacerdote
que alguém o havia acusado de ter dito “na pregação ‘Deus não precisa do
vosso dinheiro’.” Na realidade, aquele padre havia dito que “Deus não
necessita do vosso dinheiro se não acompanhado por uma autêntica conversão de
vida”. Exatamente aquilo que disse o Papa Francisco 45 anos após.
Mas, quanta água foi preciso passar sob as pontes
do Tibre.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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