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sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Papa a los cristianos de Oriente Medio: No tengáis miedo. Responded con ...
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Carmelitas na Africa
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ESPIRITUALIDADE CARMELITANA: Vida Conventual-02
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quinta-feira, 13 de setembro de 2012
A MISSÃO DO CARMELO HOJE
Dom Vital Wilderink, O.Carm.
PRELIMINARES.
A vida religiosa carmelitana brota certamente do Evangelho. É um PASSADO de vida que nos permite situar nossa vida no PRESENTE e direcioná-la para o FUTURO. É uma IDENTIDADE que permite falar de MISSÃO. Ambas dependem do CONTEXTO CULTURAL E SOCIAL que se vive. Se se vive a realidade carmelitana; se se participa do tecido de vida carmelitano, pode-se testemunhar. Mas a distância pode até ensejar uma interpretação mais adequada, na medida em que, da realidade em que está mergulhado, o intérprete parte da memória do Carmelo e do lugar em que se encontra. Corre o risco de uma certa INGENUIDADE, denunciada por quem sofre diretamente o "espinho na carne" , mas o batismo no múnus profético de Jesus é a sua consagração para um PROFETISMO livre do espírito da moda.
O QUE É MISSÃO.
Existe o ENCARGO (múnus) e a MISSÃO (envio). O conceito de "missão" possui uma característica mais dinâmica. A palavra "missão" implica a CONSCIÊNCIA DE SER ENVIADO. Isto faz pensar na "origem" , no "conteúdo" , nas "mediações" e nos "destinatários" da missão. --- Há tempos atrás, "missão" era envio para evangelizar os países não-cristianizados ("ad gentes"); hoje, é envio para evangelizar os próprios países cristãos. Na Igreja, nascida da ação evangelizadora de Jesus e dos Doze, a "missão" aparece cada vez mais claramente tanto como seu OBJETIVO, quanto como sua REALIDADE ÍNTIMA E CONSTITUTIVA: "Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação mesma da Igreja, A SUA MAIS PROFUNDA IDENTIDADE" (EN, 15). E isto a coloca numa postura permanente de ABERTURA ao mundo, aos homens e aos povos que não conhecem o Evangelho. Evangelizar = tornar NOVA a humanidade; como parte desta, a Igreja se obriga a uma atitude de incessante AUSCULTAR AS OBRIGAÇõES DA FÉ, as RAZÕES DA ESPERANÇA e o MANDAMENTO DO AMOR. --- A complexa evangelização é responsabilidade de todo batizado/confirmado, sugerindo com isso o quanto de colaboração e intercâmbio deve haver entre os dons específicos de vocação pessoal ou grupal. Aqui, missão e carisma, identidade e espiritualidade se tornam, na teoria e na prática, conceitos afins e complementares. Na vida consagrada cuja expressão são os VOTOS, a consagração não pode estar separada da missão, esta não pode ser confundida com ATIVIDADE (obras ou apostolado). A missão da vida consagrada tem uma referência indispensável ao Cristo CONSAGRADO E ENVIADO AO MUNDO, em total dedicação. Assim deve tê-la entendido Santa Teresinha, para ser proclamada "padroeira das missões". Disso depende o modo de viverem os CONSAGRADOS sua missão e seu carisma. --- Missão, na Igreja, não é acréscimo, é natureza íntima, encarnação e comunicação da comunhão trinitária, dom divino de salvação. Ser "sacramento de Deus" já é missão. Do que se conclui que a missão não é propriedade da Igreja, mas vem de Deus:TRINDADE, RAZÃO DE SER, NATUREZA E RIQUEZA (sua fonte) e vai para Deus (seu destino final). Essencial à missão é TORNAR TRANSPARENTE A VIDA-AMOR DE DEUS TRINO. Assim como a Vida Consagrada, o Carmelo é POSTERIOR à missão de Igreja, uma codificação desta. --- Está inserida na palavra "missão" a CONSCIÊNCIA DE SER ENVIADO, intimamente conexa com o SER-ENVIADO-PELO-PAI DE JESUS e implicando num SAIR, num DESLOCAR-SE (cf FL 2, 6-7). Por isso, a Vida Consagrada nunca foi a confirmação de um "status quo"! Sua missão sempre teve um tom de CORREÇÃO, RENOVAÇÃO E INOVAÇÃO projetado sobre a sociedade, com base em algum aspecto da missão de Jesus. Além do mais, a missão da Vida Consagrada sempre foi influenciada pelas circunstâncias HISTÓRICAS E ECLESIOLÓGICAS, razão de seus momentos concretos e suas crises de missão (ex.: processo de transição dos carmelitas na Europa).
A MEMÓRIA DO CARMELO.
Memória é a faculdade de reter idéias,impressões e conhecimentos anteriormente adquiridos. Pode ser intelectual e afetiva (identidade e interesses); pessoal mas não isolada (formou-se nas relações com pessoas e situações); individual e coletiva (família, grupo). A memória é imprescindível para a identidade grupal, o que não sucede com a mera IDEOLOGIA: diluída a memória, perde-se a identidade. A memória está intimamente unida à CULTURA: uma não vive sem a outra (crises); perdida a memória, não temos mais uma casa (ex.: conflito de gerações). A memória tem a ver com o SENTIDO DA VIDA e dá a chave para o descobrir. A ruptura memória/sentido da vida, provocável por diversos fatores, traz um tipo de ESCLEROSE ou FIXAÇÃO NO PASSADO ou FIM DA NOSSA HISTÓRIA: uma memória VIVA, só com um dinamismo aberto ao desafio ou provocação (VOCAÇÃO >< PRO-VOCAÇÃO), um horizonte aberto. --- Afinal, existe interesse pela história do Carmelo? Como transmitimos a memória e preparamos a entrada na Grande Tradição Carmelitana? Que direção tem a vida no Carmelo? Contar ou copiar o passado (história ou normas) não basta; é preciso CONSCIÊNCIA DE UM OBJETIVO GLOBAL (MÍSTICA). --- A leitura do passado pode não corresponder às nossas experiências atuais; é um exercício de interpretação seletiva, mas não pode ser MANIPULAÇÃO, de conseqüências possivelmente prejudiciais. A memória oferece um alvo provocativo e impede que nos defrontemos com fatos consumados. --- Dois modos de cultivar a memória: 1.voltar ao passado por meio do estudo científico com regras e normas, 2.voltar ao passado por meio de um diálogo com ele. Sem prescindir do estudo científico (hipóteses, teorias e avaliações), o diálogo acontece quando o passado interroga o presente, ou quando interrogamos o passado (entendido como PORTADOR DE UMA TRADIÇÃO, transmissor da memória) a partir do presente. A indispensável memória é transmitida a gerações que vivem em contextos novos, de novos e envolventes valores. A IDENTIFICAÇÃO COM O CARMELO acontece, se se transmite não apenas um esquema de vida, mas uma PRESENÇA, da experiência fontal da Ordem: SEGUIR JESUS CRISTO SOB A INSPIRAÇÃO DE ELIAS E MARIA. Trata-se de "beber no próprio poço" , da torrente de Carit (CARMELO); a fonte jorra até hoje, mas são diversos os contextos históricos em que houve aproximação dela. É assim a experiência espiritual do Carmelo: um quadro de interpretação que revela o sentido da vida e os valores a ele atribuídos. Novo contexto cultural, o novo emergente, alterações, discernimento, assimilação do novo (NOVO QUADRO DE INTERPRETAÇÃO). Não havendo isso, perde-se a sintonia com a história, sem a qual o Carmelo nascido nela não renascerá nem continuará.
PAUSA PARA A REALIDADE DO MUNDO HODIERNO.
Uma visão realista do mundo mostra uma realidade não-homogênea, às vezes uma modernidade tardia. As conseqüências das rápidas e profundas mudanças não são iguais em toda parte. Aqui, as características e tendências que mais diretamente INTERPELAM a missão da Igreja e, em determinados aspectos, a missão do Carmelo. A clareza sobre o contexto histórico não elimina a incerteza sobre o futuro. Nossa missão deverá conviver constantemente com os paradoxos. Às vezes, com a perplexidade. As reações de alguns são de CETICISMO, que penetra a Igreja e o Carmelo. Outros perdem a SINTONIA COM A HISTÓRIA DA ORDEM, em aventuras imediatistas que destroem os valores da Vida Consagrada e Carmelitana. A insegurança leva terceiros a posturas de barreira fundamentalista e sacral contra a modernidade. A posição correta seria a compreensão racional da realidade, na esperança e na consciência do dom de Deus à Igreja e ao Mundo Real (Vida Consagrada). É PRECISO RENOVAR O CARISMA DA NOSSA ORIGEM, NÃO PARA GARANTIR A NOSSA SOBREVIVÊNCIA, MAS PORQUE É UM DOM DE DEUS!
1) MUDANÇAS SÓCIO-ECONÔMICAS. - De um lado, capacidade tecnológica, armamentos complexos abundantes, super-produção de alimentos, exploração das galáxias, êxito no trabalho, progresso sócio-econômico, globalização da economia; de outro, impotência humana, exterminação racial, fome e desnutrição, descontrole da família, vencer sem esforço, desequilíbrio na economia, desvalorização da pessoa humana, exclusão ("massas sobrantes"), violências sociais e políticas, minorias satisfeitas, atrações televisivas e religiosas de tipo mágico.
2) MUDANÇAS CULTURAIS. - A modernidade começou há quatro séculos, expressou-se no fenômeno da secularização, acabou com a unidade orgânica da sociedade pela separação "cultura como mundo vital/sistema como autonomia tecnológica" . A pessoa torna-se de novo ESCRAVA. Opina-se que o termo PÓS-MODERNIDADE indica uma crise na modernidade feita de contradição (ao mesmo tempo, negativo/positivo, pessimismo/esperança). Alguns aspectos característicos: de um lado, heterogeneidade, flutuação, diversificação, particularismo, falta de ligações comunitárias, subjetivismo, descartabilidade da vida; de outro, valorização da pessoa como sujeito da sua história e dos direitos humanos.
3) A CRISE ÉTICA. - Crise ética e DA ética. Ela também caiu no pluralismo. Silencia-se sobre PRINCÍPIOS MORAIS UNIVERSAIS. A MAIORIA é a lei. Onde estaria, assim, a DEMOCRACIA?
4) O PLURALISMO RELIGIOSO. - Sociedade fragmentada >< religião pluralizada. O que não impede de entrever que pertence às raízes do homem a atividade do CULTO. Racionalistas e materialistas comungam na teoria de uma religião-satisfação biológica: coisas = atividade neurológica = práxis produtiva. Neo-liberalismo: coisas = atividade neurológica = práxis LUCRATIVA. Por que o salto "fora da realidade" , a comunicação com realidades desconhecidas e inexistentes no "ambiente vital" ? O que é REAL é o SISTEMA. Se linguagem compreensível = organização dos fonemas, termos e enunciados, vida real = organização em sistema de objetos diversificados segundo tempo, lugar, sexo, etnia, profissão, fé e classes sociais. Daí, os sistemas míticos: homem = ser de fronteira entre o real e o fora da realidade, em perigo de frustrar-se no desequilíbrio e na desproporção. --- A DIMENSÃO RELIGIOSA ESTÁ NA BASE DA CULTURA HUMANA; flutuando a cultura, flutua a religião e se diversifica. Mas a crise da modernidade está vendo afirmar-se uma NOVA RELIGIOSIDADE: procura de Deus sem dúvida, mas confusa e incerta. O ser humano, porém, é radical e insaciavelmente RELAÇÃO E COMUNICAÇÃO; por isso, implicitamente e de modo receptivo, quer o TRANSCENDENTE DE DEUS.
A MISSÃO DO CARMELO HOJE.
Certamente não estamos pensando com certeza em possíveis ATIVIDADES APOSTÓLICAS CARMELITANAS no seio da Igreja, porque o Carmelo não é ANTERIOR à sua missão. Esta é, em primeiro lugar, UMA IDENTIDADE, uma presença, ainda não um estilo de vida, mas "O ESPAÇO MÍSTICO DO CARMELO" (K.Waaijsman, O.Carm.).
1) DIFÍCIL DEFINIÇÃO. Deve-se reconhecer,porém, que é problemática essa identidade num mundo fragmentado, confuso, fundado na competição e na diversidade, sem referência nem linguagem comuns. O que aconteceu na transição para a Europa, ontem: o projeto de vida na presença de Deus; um modo de relacionar-se com a Igreja e o Mundo; o desafio de mudar de lugar e contexto; a consciência de ter que conservar O ESPAÇO MÍSTICO, a identidade. Mais tarde dirá J.de S.Samson: "DEVEMOS ASSUMIR QUE OS LUGARES ONDE VIVEMOS SÃO OUTROS MONTES CARMELOS. DEVEMOS SANTIFICÁ-LOS NA MEDIDA DE NOSSAS POSSIBILIDADES, COM UM DESEJO DE SANTIDADE MUITO VIVO, MUITO ARDOROSO E MUITO EFICAZ, DE ACORDO COM O AUTÊNTICO ESPÍRITO DOS NOSSOS PRIMEIROS PAIS E FUNDADORES" . --- Salvar o espaço místico não significa dar aos nossos projetos de evangelização uma só dimensão. O que importa: CONSCIÊNCIA DE IDENTIDADE E CULTIVO DA MEMÓRIA. A identidade realmente é problema anterior ao Carmelo, pois se trata da VISIBILIDADE DO FATO CRISTÃO. Na verdade, "ESTAMOS NUM MOMENTO DECISIVO PARA NOS INTERROGARMOS AINDA UMA VEZ SOBRE A NOSSA IDENTIDADE" (C.Maccise, OCD). De uma parte, Maccise reconhece "as trevas" , a "invisibilidade do perfil" , a "crise" , a "insatisfação" ; de outra, anima para a "volta às fontes" , para um "novo modelo intuído" e para a fé numa "revitalização com protagonismo do Espírito" . --- Além das características culturais, das intrigas e dos conflitos humanos, a questão existe e consiste mesmo em COMO NUCLEAR O ESSENCIAL CARMELITANO FORA DA EXPERIÊNCIA CONCRETA? "Definição >< Dinamismo da Tradição >< Situação presente inédita" (capa de proteção) OU "Situação presente inédita >< Dinamismo da Tradição >< Definição" (diálogo real) ? A pergunta "QUAL A MISSÃO DO CARMELO HOJE?" deve ser feita com HUMILDADE como expressão de esperança e não como projeção de medo, insatisfação e amargura. E a humildade não aguarda soluções matemáticas e respostas perfeitas; alimenta-se da dinamite dos paradoxos e do diagnóstico da discreção. Para além de si mesma, com profundidade e atualidade, é a própria Regra a recomendar discreção, não apenas como procura do meio termo, mas sobretudo como postura gradual na direção de um caminho novo, onde se descobrirá a NOVIDADE DE DEUS. --- O difícil de "VIVER NO SEGUIMENTO DE JESUS CRISTO" é confrontar-se, sem distorção nem reducionismo, com o paradoxal mistério da ENCARNAÇÃO, esta "expressão definitiva de Deus no homem Jesus". O paradoxo essencial que a Regra nos leva a descobrir mostra-se também, além dos seus termos LÓGICOS, em suas expressões HISTÓRICAS e na necessidade de NOVAS SÍNTESES. E engaja a RESPONSABILIDADE. Existe aí uma primeira chave de leitura; no mal-estar atual, pode abrir uma porta para o futuro. Para isto é preciso: 1) renunciar à aparente estabilidade do equilíbrio precedente; 2) renunciar também à reação espontânea de querer eliminar o elemento que causa o mal-estar: a experiência concreta e contraditória do homem "justo e pecador". Se a identidade do Carmelo nasce da presença e descoberta do GRANDE PARADOXO - o divino-humano de Jesus Cristo - é sua precisa missão anunciá-lo em contextos históricos novos; pois é ele que faz a Igreja caminhar como evangelizadora e evangelizável, a serviço da transformação da humanidade universal. --- Enfim, a Regra orienta para de vez em quando tratar da CONSERVAÇÃO DA ORDEM e da SALVAÇÃO DAS ALMAS, segundo a necessidade. - CONSERVAÇÃO = Abertura de acesso à prospetiva mística que caracteriza o Carmelo, a partir da memória e em novos contextos históricos. Discernimento, objetivos, prioridades, medidas concretas, endereçamentos, normas. O que exige INTERIORIZAÇÃO de todos os que formam o Carmelo. - SALVAÇÃO = Descoberta por personalidades únicas e originais do espaço místico do Carmelo e da sua missão hoje, "na salvação no Senhor e a bênção do Espírito" (votos do bispo Alberto).
2) INCULTURAÇÃO DO CARMELO. - "POR MEIO DA INCULTURAÇÃO, A IGREJA ENCARNA O EVANGELHO NAS DIVERSAS CULTURAS E SIMULTANEAMENTE INTRODUZ OS POVOS COM SUAS CULTURAS NA COMUNIDADE ECLESIAL, TRANSMITINDO-LHES SEUS PRÓPRIOS VALORES, ASSUMINDO O QUE DE BOM EXISTE NELAS E RENOVANDO-AS A PARTIR DE DENTRO. POR SUA VEZ, A IGREJA, COM A INCULTURAÇÃO, TORNA-SE UM SINAL MAIS TRANSPARENTE DAQUILO QUE REALMENTE É, E UM INSTRUMENTO MAIS APTO PARA A MISSÃO" (RMis.52). --- O que se diz da Igreja diz-se da Vida Consagrada e do Carmelo: A INCULTURAÇÃO É UMA EXIGÊNCIA! Não a adaptação externa, mas a MUDANÇA PROFUNDA de mente e modo de vida, caminho longo e globalizante, em relação tanto à cultura emergente ou autóctone, quanto à civilização ocidental. O cristianismo (o Carmelo) possui caráter pluricultural, identidade e missão radicalmente históricas. Não existe Carmelo sem identidade imersa na VIDA HUMANA; é ACONTECIMENTO, antes de ser conceito. Por outra parte, cristianismo é PROFISSÃO TOTAL da fé cristã, INTIMIDADE COM CRISTO na oração e contemplação, procura da CARIDADE PERFEITA, prática dos CONSELHOS EVANGÉLICOS. O que não impede a emergência de novos aspectos certamente "estranhos" para os mais antigos. --- Daí uma outra conseqüência: a pluriculturalidade do cristianismo (Carmelo) não nega sua incorporação a uma CULTURA PARTICULAR (ocidental). Inculturação a partir de um PONTO ZERO é zero. Cultura e Essência, na articulação de identidade e missão, são questões históricas e teológicas, causadoras de PERPLEXIDADE e indispensavelmente confrontadas com a história do OCIDENTE. Não para selecionar e descartar, mas para INTENSIFICAR O ENCONTRO COM O CARMELO no acolhimento ao novo e inédito e, nisto, ao paradoxo fundamental. --- Com respeito à pós-modernidade, a inculturação eclesial (carmelitana) apresenta questões bem específicas, que se avaliam a partir das interpretações feitas da distância entre "espaço eclesial" >< "espaço mundano": possibilidade de UMA EVANGELIZAÇÃO COMO PRESENÇA CRÍTICA no meio do mundo...ou EFEITO DO CONFLITO "conservadores" >< "progressistas" , "direita" >< "esquerda" (Concílio = Vítima de expiação)...ou indicação de uma RUPTURA COM O VERDADEIRO CRISTIANISMO (lefebvrianos)...ou, na América Latina, a aproximação construída NA OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS POBRES, fator de credibilidade da fé em linguagem socio-política e espaço secularizado, que não se cristianiza apenas com a palavra EVANGÉLICA. Mas, pelo menos, oferece as razões do paradoxo cristão esvaziado de idolatria do poder/capital (pobres = vítimas de sacrifício); gera uma nova linguagem - julgada reducionista - nos campos de ação cristã. Assim, justificam-se as preocupações do Magistério, mesmo porque uma NOVA LINGUAGEM QUE TRADUZA O NOVO E ORIGINAL é caminhada muito difícil, como a de Jesus na contramão da cultura de seu tempo (C.MESTERS). --- Realizar a missão de Carmelo no mundo hodierno = Ser ponto de referência para dar sentido à vida. COMO, se o pluralismo hodierno carece de um CÓDIGO HOMOGÊNEO para visão-de-mundo e corpo social; se isto está dentro de cada pessoa na forma de TUDO NIVELADO; se existe o contexto das CONVIVÊNCIAS "DIROMPENTI" (contigüidade de ambientes marcados pela irreligiosidade, pela indiferença e pelo ateísmo)? COMO inserir eficazmente aí uma FISIONOMIA PECULIAR? Não que o Carmelo seja só para quem com ele SE AFINA ou deva ser um REFÚGIO PARA GENTE DESLOCADA à procura de reconhecimento social. Impõe-se uma pedagogia carmelitana para sintonizar as pessoas com o moderno espaço místico do Carmelo.
3) ECLESIALIDADE DO CARMELO. --- "A VOSSA VOCAÇÃO À IGREJA UNIVERSAL SE REALIZA DENTRO DAS ESTRUTURAS DA IGREJA LOCAL...A UNIDADE COM A IGREJA UNIVERSAL POR MEIO DA IGREJA LOCAL: EIS A VOSSA ESTRADA" (J.Paulo II, 1978, Aos Superiores Gerais). Dois aspectos a sublinhar: um, a IMPORTÂNCIA DA DIMENSÃO UNIVERSAL DA VIDA CONSAGRADA ( Eclesiologia de Comunhão e Relação com o Ministério Petrino); outro, a INSERÇÃO NO CHÃO DA IGREJA LOCAL, onde a Universal se faz presente. Aspectos definidos no "MUTUAE RELATIONES" , para uma comunhão orgânica útil ao crescimento evangélico da Igreja Particular (universalidade e carisma) e da própria Vida Consagrada (encarnação). --- Esta "INTERFERÊNCIA RECÍPROCA" tem resultados positivos e negativos; há religiosos e bispos cujas relações louvam a Deus; há casos, porém, em que ambas se questionam. Espaços definidos, contestações contestadas, paradigmas diferentes, MODELOS DE IGREJA...Na verdade, o que existe mesmo é uma MISTURA de modelos com acentuações determinadas, na qual se revela um FATOR DO MAL-ESTAR ECLESIAL (visibilização comprometida da identidade cristã). --- Aqui também o Carmelo é atingido e tem, entre dores,a sua RESPONSABILIDADE. Esta não é simplesmente uma CAPACIDADE HUMANA; uma vida no SEGUIMENTO DE JESUS CRISTO não isenta da tentação antiga de achar que, COM DEUS, tudo se torna diferente na história. Ou seja: identificação de Deus com o Homem (encarnação) = vida humana libertada de ameaças. A Regra Carmelitana avisa sobre a "KÉNOSIS": "NO SILÊNCIO E NA ESPERANÇA, A VOSSA FORÇA".
UMA CONCLUSÃO EM ABERTO.
A reflexão sobre a missão do Carmelo hoje abre ainda outros horizontes: ESPIRITUALIDADE NO MERCADO DA ESPIRITUALIDADE - PROFETISMO ÍNTIMO DA CONTEMPLAÇÃO - VIDA EM FRATERNIDADE - EVANGELHO DA VIDA EM CULTURA DE MORTE - PROJETO ANTROPOLÓGICO DE VIDA - MARIA, SENHORA DO ESPAÇO MÍSTICO (lugar) CARMELITANO. --- O silêncio sobre as "atividades evangelizadoras e pastorais" do Carmelo quer dizer que é difícil fazer uma lista delas; que é perigoso confundir MISSÃO com CARREGAR PEDRAS DE UM LUGAR PARA OUTRO; que seriam respostas precárias. --- O antigo MANUAL DE MISSÃO facilitava tudo; hoje, porém, SEM GRAMÁTICA, parece que importa mais COLHERMOS O QUE DEUS SEMEIA FORA DO NOSSO PROGRAMA, do que nós mesmos PLANTARMOS A SEMENTE. O caminho do profeta é, no fundo, tensão escatológica que confere dinamismo à sua vida; assim, há sempre ALGO MAIS na vida carmelitana. Mesmo em clausura, mais do que PROTEGER-SE - EXPOR-SE! Novamente a Regra: "SE ALGUÉM ESTÁ DISPOSTO A IR ALÉM, O SENHOR MESMO, QUANDO VIER, O RECOMPENSARÁ".
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ESPIRITUALIDADE CARMELITANA: Vida Conventual.
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quarta-feira, 12 de setembro de 2012
MISSÃO INCULTURADA NOS NOVOS AREÓPAGOS
Frei Tito Figueirôa de Medeiros, O.Carm.
A cultura moderna e a contemporânea, juntamente com o acelerado processo de urbanização e mundialização; a globalização da economia, da informação e das comunicações em geral, o que vem gerando novas maneiras de viver, de ser, de sentir, de trabalhar, ensejando até pretensões de uma nova ética para a sociedade globalizada, constituem um vasto campo disponível - embora nem sempre aberto, muito ao contrário - para a Evangelização. A exigência do diálogo permanente da inculturação nestes ambientes não é menos importante, embora seja muito difícil, e até sofrido.
Apesar da maioria dos nossos religiosos/religiosas virem do meio rural e suburbano pobre, há necessidade de inserção inculturada nos ambientes batizados pelo Papa João Paulo II de “Novos Areópagos” na Redemptoris Missio. Designam eles “os novos ambientes onde o Evangelho deve ser proclamado”[1]. Por seu ponto de referência bíblico (Atos, 17), a expressão deve ser entendida como uma clara dimensão missionária de caráter inculturado, pois Paulo procura falar não a partir de sua tradição hebraica, mas da cultura grega, levando em consideração a experiência religiosa expressa nos monumentos religiosos de Atenas e citando um poeta grego (cf. Taborda, 1997: 63ss). “A forma de abordar os areópagos é necessariamente dialogal.”[2]
3.1 - João Paulo II, Puebla e os Novos Areópagos.
Temos elencados na Redemptoris Missio nove (9) areópagos:
O mundo das comunicações;
O empenho pela paz;
O desenvolvimento e a libertação dos povos, sobretudo das minorias;
A promoção da mulher e da criança;
A proteção da natureza;
O vasto mundo da cultura;
A pesquisa científica;
Os organismos e as convenções internacionais, que discutem temas cruciais para a vida humana: a economia, a política, a cultura, a pesquisa, a ecologia e meio ambiente, etc;
O ressurgimento religioso contemporâneo.
Na exortação Vita Consecrata, o Papa fala de areópagos que têm tido relação com a missão de muitos Institutos e/ou atividades a eles ligadas, como sejam:
A educação
A cultura;
A vida acadêmica: a universidade;
Os meios de comunicação social.
O Documento de Puebla, sem utilizar a expressão de Atos 17, estimula os religiosos e religiosas a atingirem, com a sua ação evangelizadora, quatro ambientes socioculturais ligados à Modernidade:
Os da cultura, da comunicação social, da promoção humana - já elencados acima - e o da arte.[3]. Naturalmente, não temos aqui ainda referências à inculturação, mas podemos dizer que ela já vai tendo seu anúncio preparado, pelo teor do texto.
3. 2 - Critérios válidos para todos os modernos Areópagos
Conforme Pe. Taborda, “uma condição imprescindível para a Igreja ter acesso aos modernos areópagos são a liberdade e a autenticidade de sua fé cristã em permanente diálogo com as novas causas da humanidade e suas preocupações. Só aceitando a maioridade do mundo moderno [...] será possível o acesso aos novos areópagos para ajudar a desenvolver aí, desde dentro, uma visão crítica permanente, baseada nos valores éticos e humanos que são do Evangelho, mas que estão presentes em outras religiões e sistemas de pensamento político, filosófico, ou social. O acesso aos areópagos implica a renúncia definitiva a cristianizá-los. A aceitação do pluralismo é básica para sua evangelização.” (Taborda, 1977: 64).
Esses princípios valem para todos os tipos de areópagos da modernidade contemporânea. O diálogo da inculturação, como foi dito acima, dificilmente encaminhará esses interlocutores à Igreja Católica institucional, embora não descartemos as conversões. No entanto, a união nossa com eles em torno das causas e interesses mais importantes para a Humanidade, e das lutas comuns por políticas e programas internacionais mais de acordo com o Plano de Deus, a fim de que os valores do Reino possam começar a acontecer já neste mundo, vão permear de Evangelho essas tarefas e essa ação comunicativa conjuntas.
4. A TERCEIRA IDADE
É isso mesmo! A chamada terceira idade está sendo considerada um fato novo no Brasil contemporâneo, embora constituída de gente “antiga” em anos vividos. Diversos fatores socioculturais estão fazendo crescer a importância dessa faixa etária, no país. São eles:
o aumento do número de idosos, conseqüência do crescimento da expectativa média de vida, entre nós, embora em níveis desiguais, de Região para Região;
o dado estatístico, que já dura de dez a doze anos, indicando a faixa etária de 14 a 39 anos como a de maior número de mortes, no Brasil, por vários fatores: trânsito,[4] drogas, chacinas, aids, e outros;
com tudo isso, a terceira idade vem despertando entre nós o interesse da mídia, das agências de viagens, do turismo, das pesquisas e das Ciências Sociais e Humanas, em geral;
multiplicam-se, no Brasil, os movimentos e grupos da Terceira Idade, organizados pelos próprios idosos, constituindo inclusive um novo campo de militância política e social para muitos deles, como as “associações de aposentados”.
Tais ocorrências têm respaldo internacional. Enumero algumas:
a importância mundial dada hoje às “histórias de velhos”, na literatura, nas artes[5] e Ciências Sociais, à memória, às lembranças e reminiscências, às biografias e autobiografias;
o desenvolvimento de um mercado consumidor próprio para esta idade.
Em quê precisamente, e como inculturar-se?
Através dos idosos e idosas dos Institutos principalmente, que tenham condições físicas de participar dos movimentos de Terceira Idade existentes ou que tenham carisma para criar novos grupos.
Tais movimentos são às vezes muito superficiais e ficam quase só no aspecto festivo; daí a necessidade de introduzir temas e preocupações evangelizadoras.
Muitas pessoas estão nestes grupos buscando preencher sua solidão em relação à própria família e à sociedade em geral. Daí que existe uma disposição para receber “palavras de Vida Eterna”.
A convivência com pessoas realizadas, participantes destes grupos, fará muito bem aos religiosos idosos e idosas. Haverá uma troca de experiências de vida estimulante sobre aquilo que se reza no Salmo 131: “dentro de mim tudo se acalmou. A paz e a quietude vieram para ficar”...
] Rmi, no 37.
[2] Taborda, Ibidem, p. 64 (cf. Referências Bibliográficas).
[3] Cf. Documento de Puebla, no 770.
[4] Estes dados eram válidos até a entrada em vigor do novo Código Nacional de Trânsito, o que já tem demonstrado, felizmente, uma diminuição sensível de acidentes. Vamos aguardar a próxima estatística anual.
[5] Só para citar um exemplo recentíssimo: a veterana atriz Gloria Stuart, de 87 anos, a velhinha que rememora os amores e o naufrágio, no filme Titanic, premiada pela Associação Americana de Atores no mês de março e indicada para o Oscar de melhor Atriz-Coadjuvante.
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UMA COMUNIDADE CONTEMPLATIVA NO MEIO DO POVO
P. Joseph Chalmers, O. Carm.
Somos os irmãos da Virgem Maria do Monte Carmelo. Nossa Ordem começou porque os eremitas latinos no Monte Carmelo quiseram reunir-se como uma comunidade de irmãos. Estes viveram e experimentaram por algum tempo um novo estilo de vida. Depois o apresentaram a Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém, para que ele pudesse dar-lhes a aprovação eclesiástica. Quando a “formula vitae” de Alberto foi formalmente aceita e aprovada como uma Regra pelo Papa Inocêncio IV em 1247, os eremitas foram inseridos no novo movimento dos mendicantes, muito forte na Europa daquele tempo. Os eremitas carmelitas se tornaram frades, chamados ao serviço do povo. Uma das características dos mendicantes era que eles viviam no meio do povo e não em grandes mosteiros como os monges.
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Vida conventual carmelitana.
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Entrevista com o Provincial dos Carmelitas do Nordeste.
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terça-feira, 11 de setembro de 2012
TEMA: NOSSA SENHORA, MESTRA DOS CARMELITAS.
Frei Martinho Cortez, O.Carm. Convento do Carmo, Unaí-MG.
1- Em que sentido Maria é mestra dos cristãos.
1.1.No sentido que ensina pelo exemplo, apresentado-se até historicamente como modelo para os cristãos nos pontos de pureza e virgindade, de escuta da Palavra, de fé comprovada pelo compromisso concreto, de fidelidade até às últimas conseqüências e de segunda maternidade junto à Cruz e na solidariedade participativa (Comunidades dos Discípulos).
1.2.No sentido que ensina também pela palavra. Embora sejam poucas as suas palavras, passam aspectos da personalidade de Maria com clareza muito grande, expondo para os cristãos as mais variadas formas de a imitar: “Como se fará isso, visto que não tenho relações conjugais?” (liberdade de questionar e discutir — Lc 1, 34)... “Eu sou a serva do Senhor. Aconteça-me segundo a tua palavra!” (humildade e disponibilidade — Lc 1, 38)... “Minha alma exalta o Senhor e meu espírito se encheu de júbilo por causa de Deus, meu Salvador” (etc.: fé, gratidão, humildade — e Lc 1, 46-55)... “Eles não têm vinho” (amizade atenta e sentido prático — Jo 2, 3)... “Fazei tudo o que ele vos disser!” (confiança e autoridade — Jo 2, 5).
1.3.No sentido que, sendo mãe, por natureza também é mestra. Fato que nos é lembrado por um documento de João XXII: “Mater et Magistra”, que começa dizendo assim: “Mãe e Mestra de todos os povos” [...]. Sua finalidade é apresentar-lhes a plenitude de vida e a garantia de salvação, pelo fato de ser sua missão a função de gerar filhos, educa-los e servir-lhes de guia em todo o percurso da vida. Essa função de mãe e mestra inclui todas as preocupações com o bem integral da humanidade, pois tudo isso faz parte do mandato de Jesus... Assim como ocorre com a Igreja, aconteceu antes com a Virgem Maria.
1.4.No sentido que ensina pela prática de virtudes: a auto-estima (debate com Deus), capacidade de diálogo (idem), o cultivo da virgindade e pureza, a atitude de escuta, a virtude teologal da fé e virtude humana do espírito decidido, a sensibilidade e atenção para com o próximo (Caná), o altruísmo da intercessão (Caná), o respeito ao plano pessoal de Jesus, auto-estima e alegria de ser (Magnificat), a atitude de participação, solidariedade e alegria (Caná), a virtude da discrição (vida pública do Filho), o apoio solidário e moral (junto à Cruz), a humildade (antes de conceber e na vida pública), a força interior (Paixão e Morte).
2- Em que sentido Maria é mestra dos carmelitas.
Para ficar somente em alguns autores carmelitas:
1.1.O Beato Tito Brandsma, em seu livro “Beleza do Carmelo”, comentando S. João da Cruz, chama-o de “doutor mariano” e dá as razões do porque o chama assim. S. João da Cruz fala sobre Maria, apontando-a como ideal para todos os carmelitas. Define-a como mestra, indiretamente, quando a descreve como modelo de atenção às orientações do Espírito, de acolhida da graça de Deus, de pureza imaculada, de completa disponibilidade ao plano de Deus. Maria, pelo que se lê em S. João da Cruz, ensina os carmelitas a transformar seus olhos em olhos contemplativos, para poder enxergar a ação de Deus na história. O grande místico carmelita destaca a caridade fraterna de Maria na visita a Isabel; a presença amiga e construtiva no casamento de Caná; um amor maior do que a dor junto à cruz de Cristo; e a presença amiga, solidária e participativa no meio dos discípulos e apóstolos à espera do Espírito.
1.2.Santa Maria Madalena de Pazzi apresenta Maria aos carmelitas como instrumento de elevação espiritual capaz de atingir, na graça de Deus, o máximo de humano. Nesse intuito devemos estar diante dela como alguém que quer aprender o cultivo e a prática de virtudes como “a leveza do corpo, a alegria do coração, a liberdade da vontade, a transparência na inteligência, a lembrança dos benefícios na memória, a verdade nas intenções, a simplicidade nas ações, a veracidade nas palavras e a mortificação dos sentimentos”.
2.3.O nosso historiador Emanuele Boaga afirma que os carmelitas vêem hoje bem caracterizados na pessoa da Virgem Maria os elementos que definem o carisma da Ordem: a oração de contemplação, a comunhão fraterna e a diaconia profética. Boaga diz, também, que os corações enamorados por Maria dos carmelitas foram através dos séculos criando expressões carinhosas e chamamentos filiais para Maria; uma delas é exatamente a de “Mestra da Ordem”, que leva uma carmelita da Divina Providência a escrever: “Que tua presença materna, braços sempre abertos, coração vigilante, olhar-ternura, mãos dadivosas, nos ensine a medida do amor, a delicadeza no serviço, o calor da acolhida”.
3- Como os cristãos e os carmelitas podem aprender a Mestra!
No seu itinerário de formação carmelita, a nossa Ordem estabelece que somos chamados ao seguimento de Jesus e à fraternidade contemplativa no meio do povo. Para sermos tais, essencial na caminhada carmelita é que se olhe atentamente para as figuras modelares do profeta Elias e da Mãe de Cristo, ao largo do caminho e na companhia deles.
3.1.Na imitação de Maria, os carmelitas podem confiar, que serão com certeza guiados por ela ao largo do caminho, pois não é à-toa que ela é nossa padroeira, modelo de consagração ao Senhor, presença maternal solícita e permanente. Maria é a mística estrela que nos protege, cobre-nos de luz como seu manto e guia pelas estradas da vida. Unida a deus em Cristo, ela nos ajuda a descobrir a beleza da vocação carmelita, a ter coragem para subir o monte perfeição, que é Jesus.
3.2.Colocando-nos em caminho, na companhia da Mestra e modelo de vida, a Ordem expões suas razões: Maria é a mulher nova que nos ajuda a nos tornarmos homens e mulheres novos; é a peregrina da fé, que nos anima a certeza de que Deus é vida e amor; é a pessoa sempre disposta a escutar e acolher a Palavra, garimpando em suas profundezas. Maria aponta para o mistério de seu Filho e nos ensina a sermos dóceis ao Espírito, a dizer “sim” ao plano do Pai, a aprimorar o espírito de serviço e a nos capacitarmos para ser geradores de Deus, seja qual for a situação. Maria ensina a aperfeiçoar a vida cristã pela ascese e purificação, que nos permitem contemplar a Deus; a guardar tudo no coração como maneira de buscar e reconhecer os sinais da presença do Senhor no dia a dia. Maria nos ensina a sermos aprendizes da Palavra, a dar atenção ao próximo e indicar-lhe Jesus como o único capaz de oferecer o vinho novo da salvação. Maria ensina a estar junto à cruz de Cristo, que é na verdade o cultivo da fidelidade até às últimas conseqüências. Por fim, acolhida pelos discípulos como sua mãe, torna-se para todos modelo de oração.
Conclusão.
Maria, mãe de Jesus, mãe e esplendor do Carmelo, nunca pertenceu ao mundo dos pregadores ambulantes, como seu Filho, nem escreveu livros como os evangelistas e apóstolos, mas se projeta em nossa vida como MESTRA. Com efeito, semelhante àqueles homens e àquelas mulheres que viveram a sabedoria e a arte de viver, ela ensina brilhantemente a todos os alunos de boa vontade que, em todos os caminhos da vida e da história, certamente alguém poderá descobrir, aprender e proclamar que em todos eles o Senhor fez grandes coisas”. Assim seja!
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11 de setembro, Pensamento do dia
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segunda-feira, 10 de setembro de 2012
CNBB: Para além das eleições.
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domingo, 9 de setembro de 2012
A Fraternidade: Um desafio permanente para a vida Carmelitana
Irmã
Dazir da Rocha Campos. Congregação das Irmãs Carmelitas da Divina Providência
1. A fraternidade é um valor fontal
irrenunciável.
Buscando
o fundamento de nossa vida fraterna em comunidade, parei meu olhar em
Jesus. Nós escolhemos ser “irmãs”,
“irmãos”? Ou ser “irmãs”, “irmãos já é algo que faz parte do nosso ser, da
nossa identidade?
Jesus
nos disse: “Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. Como eu
vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso reconhecerão todos que sois
meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13, 34-35). Jesus não
nos deu um conselho, uma sugestão. Ele foi bem claro: dou-vos um mandamento. E
não disse isso apenas para as religiosas, religiosos e padres. Ele colocou o
mandamento do amor como exigência para ser seu discípulo, isto é, para ser
cristão/cristã. O amor é, pois, exigência fundamental no cristianismo. E
sabemos que Deus não nos pede coisas impossíveis, além das nossas forças.
Ao
nos dar o mandamento do amor, Jesus nos pede que busquemos a nossa essência
mais profunda. Filhas/filhos do Deus Amor, criadas/os à sua imagem e
semelhança, somos feitos para o amor. “O ser humano aspira por amor verdadeiro;
por um amor que não fira nem destrua, mas que vivifique e enobreça; que não
controle e aprisione, mas liberte e abra um espaço para a vida” (Anselm Grun).
O amor não é algo estranho ao nosso ser. E não há nada que possa preencher
nossa vida de sentido e alegria fora do amor. Certamente que não se trata do
amor puro sentimento que logo desaparece, mas o amor decisão em que se possa
permanecer. Como Jesus nos pede: “permanecei no meu amor” (Jo 15, 19). Podemos,
pois, fazer do amor o nosso lugar de morada. Só de pensar em morar no amor de
Jesus, um profundo sentimento de bem-estar, de realização profunda surge em
nosso íntimo. O amor deve ser o nosso modo de ser, de viver, de conviver,
porque é parte de nossa essência.
2. Em Jesus encontramos o modelo para o
exercício e a construção da Fraternidade.
Volto
a fixar meu olhar em Jesus: “Eu quando for elevado da terra, atrairei todos a
mim” (Jo 12,32). Antes mesmo de abrir seus braços na cruz, Jesus atraía as
pessoas de todos os tipos. Posso imaginá-lo tão acolhedor e aberto que ninguém
tinha medo de se aproximar dele. Temos experiências assim, pessoas das quais
gostamos de estar perto, porque sua simples presença nos faz sentir bem. Jesus
é o próprio Amor, feito homem. Fico pensando naquelas mulheres, que enfrentaram
as normas e as restrições de uma sociedade machista, dominada pela lei da
pureza, e se aproximaram de Jesus. A mulher Cananéia, aquela que sofria de
hemorragia (Lc 8, 43-48), a pecadora que ungiu os pés de Jesus (Lc 7, 36-50)...
Todas elas sabiam que seriam acolhidas, que seriam atendidas em suas
necessidades. Jesus não só acolhe
aquelas mulheres e as eleva em sua dignidade, ele convida a elas e a todas nós:
“permaneçam no meu amor” (Jo 15, 19). O amor de Jesus é mais que um sentimento,
é um espaço onde podemos morar. Podemos permanecer no amor de Jesus porque ele
foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (cf. Rm 5, 5). Mas não
podemos segurar esse amor em nós como uma posse pessoal exclusiva. Uma
característica do amor é ser transitivo. Ele precisa passar, através de nós,
para os outros, para a nossa irmã, nosso irmão, que estão tão próximos, que
lhes conhecemos as fragilidades, os limites e, por isso nos esquecemos de ver
nela/nele uma filha, um filho amado do Pai. A convivência do dia-a-dia pode
encobrir o mistério, a beleza presente em cada pessoa. Beleza que só os olhos
amorosos conseguem ver.
Se
mantivermos nosso olhar fixo em Jesus, se morarmos no seu amor e experimentarmos
que somos filhas/os amadas/os do Pai, a fraternidade será a nossa maneira
simples e cotidiana de nos relacionarmos. Viveremos a fraternidade, que não
significa sermos perfeitas/os nas nossas relações, mas sermos amorosas/os.
Fraternidade que cria espaço para a acolhida, para a compreensão, para o
perdão. Saberemos discordar, sem rejeitar a pessoa da qual discordamos.
Saberemos enxergar os limites, a doença da pessoa, sem deixar de ver o mistério
de amor que nela habita. Fraternidade que não mascara a realidade, que não põe
“panos quentes”, mas que abraça amorosamente as dores mais profundas,
especialmente aquelas que temos mais dificuldade de perceber e aceitar porque
não residem no corpo, mas na alma.
3. Perigos que desfiguram a beleza da vida
fraterna.
No
mundo em que vivemos inúmeros problemas afloram e se multiplicam a cada
momento. O ativismo, o individualismo, o
comodismo, a competição, a falta de compromisso, de generosidade, o fechamento,
a crise no relacionamento, o uso inadequado dos meios de comunicação, a fuga da
vida fraterna e de oração, tudo isso gera conseqüências sérias para a vivência
fraterna. Torna-se comum a perda de referência dos valores, a dificuldade de
lidar com os próprios limites, a tendência à facilidade, à comodidade e, em
meio a tudo isso, a fidelidade se revela como algo pesado demais, às vezes até
insuportável. Estaria a VR e a Família Carmelitana da AL imune a tudo isso? É
evidente que não.
Com
freqüência perdemos o ardor. Caímos na rotina dos atos comunitários, praticamos
uma oração formal e vazia; entregamo-nos à correria das atividades e
compromissos de trabalho e, assim, nos esvaziamos, nos fragmentamos, perdendo o
contato com a Fonte da Vida. Esquecemos uma Presença e afastamos nosso olhar
d’Aquele que é o sentido das nossas atividades e compromissos. A vida se torna
pesada, os relacionamentos interpessoais, que deveriam ser marcados pela
ternura e gratuidade, ficam duros, cheios de cobranças e acusações. E isso
entristece o nosso coração, nossa vida murcha. A nossa presença de
consagradas/os perde o valor e a atração. É então que precisamos retomar o
caminho, reacender a chama e redescobrir o encanto de nossa vida em suas várias
faces. Precisamos parar; aquietar-nos e novamente voltar nosso olhar enamorado
para Aquele a quem decidimos seguir e entregar a nossa vida. Fixar nosso olhar n’Aquele a quem queremos, a
cada dia de novo, dar o nosso coração.
4. Acolhendo as exigências permanentes de
nossa missão.
Na
Conferência de Aparecida, Pe. Pascual Chávez, Superior Geral dos Salesianos,
falando em nome dos religiosos, afirmou: “No mundo a vida consagrada tem a
missão específica de cultivar uma forte experiência de Deus e aproximar de Deus
o homem e a mulher feridos, abandonados à margem do caminho”. Como Carmelitas,
sabemos o quanto essa afirmação é verdadeira e toca na raiz de nossa
Espiritualidade.
Não
viemos ao Carmelo para sermos peritas/os em educação ou enfermagem, em
administração, serviço social, ou qualquer outro serviço profissional. Nem, tão
pouco, para criar e dirigir colégios, obras sociais ou outras atividades até
religiosas. Tudo isso é muito bom e necessário. Podemos fazer esses serviços e
devemos fazê-lo bem, mas viemos para algo muito maior. Fomos chamadas(os) para cultivar uma experiência profunda de
intimidade com Jesus Cristo - Deus - que veio ser um de nós, que sofreu,
morreu, ressuscitou e está sempre conosco, está em nós. Ele, que deu sua vida
por amor, nos chama para estar com Ele a serviço da Vida.
Temos
a missão de cultivar uma profunda experiência com Deus em Jesus Cristo. Vamos
pensar um pouquinho na palavra cultivar. Sabemos em que consiste cultivar uma
horta, um pomar ou um jardim. Quem cuida de uma horta gasta tempo, fazendo
coisas muito obvias para que as hortaliças tenham vida e cresçam: regar, tirar
o mato, matar as pragas que estão destruindo as verduras. Mas, uma pessoa que
ama sua horta ou jardim vai além. Ela descobre e inventa minúcias de cuidado.
Contempla o desenvolvimento da planta, conhece cada detalhe que diferencia uma
planta de outra e assim, esta pessoa se torna doutora na arte de cultivar.
E
nós, como realizamos a missão de cultivar uma profunda experiência de Deus em
Jesus Cristo? Nós, Carmelitas, escolhemos ser especialistas na vida de
intimidade com nosso Deus. Publicamos essa nossa escolha diante da Igreja e da
sociedade. Estamos nos ajudando a abrir espaços para que Ele mais e mais nos
transforme e o nosso coração pulse forte só ao lembrarmo-nos sua presença
amorosa continuamente conosco?
Essas
são perguntas essenciais. Viemos ao Carmelo para viver uma profunda entrega ao
amor de Deus manifestado em Jesus Cristo.
Este Deus, que é todo ternura, compaixão, misericórdia, irá
transformando-nos nele, de tal modo, que nós também vamos adquirindo e
expressando cada vez mais ternura, compaixão e misericórdia.
5. “Peritos” em fraternidade num mundo
sedento de sentido.
Tornamo-nos
capazes de assumir o desafio da convivência fraterna dentro e fora da
comunidade religiosa. Saberemos fazer das pessoas distantes um próximo(a) e da
pessoa próxima uma irmã, um irmão. Assim, a fraternidade profunda, feita de
ternura, ajuda, perdão, compreensão, respeito, silêncio e reverência será o
fruto saboroso que nós poderemos oferecer ao mundo.
Para
isto é que viemos. Oferecer ao mundo, às pessoas sedentas de um sentido mais
profundo para suas vidas, a ternura de Deus que, em Jesus Cristo, se fez tão
próximo a ponto de ser um de nós, tão igual que passa despercebido. E nós que,
no silêncio e escuta, na abertura do nosso coração gastamos tempo diante d’Ele,
deixamos que Ele penetre com sua vida e seu amor todos os meandros da nossa
emoção, da nossa inteligência e da nossa vontade. Nós cultivamos uma
sensibilidade na fé a ponto de podermos dizer como São Paulo: “Minha vida
presente na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e se entregou
a si mesmo por mim.” Aí sim, nossa vida pessoal, nossa vida comunitária e tudo
o que fizermos será um anúncio vivo da boa nova de Jesus: Temos um Pai que nos
ama e o seu amor dá sentido e consistência a cada momento da nossa vida.
Experimentaremos
a alegria imensa que vem do amor vivido nas situações mais concretas da vida.
Vamos deixar o amor fluir em nós, transbordar para cada irmã, cada irmão, para
cada pessoa que nos toca com sua presença.
Questionamento para
trabalho em grupo:
Sabemos o que é uma
“família” bem constituída.
1-Aqui
na AL que desafios percebemos para que a Família Carmelitana seja de fato
transparente, dialogal e comprometida com o reino? Como superá-los?
2-Enumere
pontos concretos em que crescemos ou regredimos em nosso nossa vivência como
FAMÍLIA.
3-A
fraternidade, a vida de oração e a missão são elementos fundamentais no
Carmelo.
4-A
partir deste Encontro, que gestos, que atitudes concretas necessitam ser
tomadas, a curto e em longo prazo, para o nosso crescimento como Família?
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