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sábado, 29 de novembro de 2014
A PALAVRA... Nº 476. 1º Domingo do Advento.
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DIÁRIO DO FREI PETRÔNIO- 01: O que eu não gosto de fazer.
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VARRER A CONCEIÇÃO: Cantiga do Folclore Brasileiro
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sexta-feira, 28 de novembro de 2014
NOVENA A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. (1º Dia)
Tema: O Olhar de Maria.
1º Dia. 29 de novembro.
Subtema: Nos olhos de Maria está a nossa história.
1º - Olhar para os olhos de Maria
2º Um texto bíblico sobre a história de Maria confrontando
com a nossa história. (Lc 1, 46-55)
3º- Preces pelas pessoas que não
podem ou não querem viver a sua história.
4º- Rezar 3 Ave Marias
5º- Oração Final
"Lembrai-vos"-
Oração de S. Bernardo a Nossa Senhora.
Lembrai-Vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa protecção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado.
Lembrai-Vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa protecção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado.
Animado eu, pois, de igual
confiança, a Vós, Virgem entre todas
singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés.
Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me
alcançar o que Vos rogo. Amém.
6º - Benção Final
MÚSICA TEMA DO NOVENÁRIO: O
Olhar de Maria.
Por Frei Petrônio de Miranda, Carmelita. Convento do Carmo, Lapa,
Rio de Janeiro. 29 de novembro-2014.
VARRER A CONCEIÇÃO.
(Cantiga do Folclore
Brasileiro)
1- Levantei de madrugada
Pra varrer a Conceição.
Encontrei Nossa Senhora
/Com seu raminho na mão
(bis).
2- Eu pedi ela o raminho
Ela me disse que não.
Eu tornei a lhe pedir
/Ela me deu o seu cordão.
(bis)
3- O cordão era tão grande
Que do céu arrastava o chão.
E ainda dava sete voltas
/Em redor do coração. (bis)
4- Numa corda tem São Pedro
Na outra senhor São João.
No meio tem um letreiro
/Da Virgem da Conceição. (bis)
5- Oferecei este bendito
Pelo zelo e com devoção.
A Senhora Aparecida
/Senhora da Conceição. (bis)
6- Outra vez oferecemos
Ao Senhor que tá está Cruz.
Pelos séculos eterna glória.
/Para sempre amém Jesus.
(bis)
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 720º. Dia de Finados.
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quinta-feira, 27 de novembro de 2014
IMACULADA CONCEIÇÃO: Convite do Frei Petrônio.
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO Nº 737. Um olhar sobre nossa história.
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CARMELITAS EM JOÃO MONLEVADE/MG: Um Olhar (6ª Parte).
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CARMELITAS EM JOÃO MONLEVADE/MG: Um Olhar (7ª Parte).
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 720º. Dia de Finados.
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO Nº 743. O Anjo Bom da Bahia.
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*Papa em Santa Marta: Depressão e esperança
Papa
Francis \ Homilias (Lc 21, 20-28).
27/11/2014 11:18
(Rádio
Vaticano) A realidade pode ser feia, mas, apesar do sofrimento, corrupção e
indiferença no mundo de hoje, como cristãos, devemos manter nossas cabeças
altas na esperança, disse o Papa Francisco na missa ontem de manhã na Casa
Santa Marta.
Baseando suas
reflexões sobre as leituras do dia, o Papa Francisco falou sobre o destino das
duas cidades da Babilônia e Jerusalém. O Papa destacou que tanto a
primeira leitura do Apocalipse e no Evangelho de São Lucas, capítulo 21, chamam
a atenção para o fim deste mundo.
Ele observou
que eles falam da queda de duas cidades que recusou-se a acolher o Senhor e que
se afastaram Dele. Estas duas cidades cair por razões diferentes, disse
ele. Babilônia é o "símbolo do mal, do pecado" e "cai por
causa de sua corrupção," a cidade acreditava ser "a dona do mundo e
de si mesmo". Quando o "pecado acumula - alertou - você perde a
capacidade de reagir e você começa a apodrecer". Isso também acontece
com "pessoas corruptas, que não têm a força para reagir":
"Porque
a corrupção dá-lhe um pouco de felicidade, que lhe dá o poder e também faz você
se sentir satisfeito consigo mesmo. Mas não deixa espaço para o Senhor, para a
conversão. A cidade é corrupto ... esta palavra" corrupção "diz muito
para nós hoje:., não só a corrupção econômica, mas a corrupção com muitos
pecados diferentes, a corrupção do que o espírito pagão, que espírito mundano O
pior [forma de] corrupção é o espírito de mundanismo! ".
Essa
"cultura de corrupção", acrescentou, "faz você se sentir como se
estivesse no céu, aqui mesmo", mas "dentro, a cultura corrupta é uma
cultura podre". Babilônia é um símbolo para a "toda sociedade,
cada cultura, cada pessoa que se distanciaram de Deus, que se distanciaram de
amor ao próximo, o que eventualmente leva a apodrecer".
Jerusalém, no
entanto, o Papa Francis disse, "se apaixona por outra
razão".Jerusalém é a noiva do Senhor, mas não tem conhecimento de sua
visita do Noivo ", ela fez o senhor está chorando":
"Babilônia
cai por causa de sua corrupção;.. Jerusalém por causa de sua distração, a sua
falta de acolher o Senhor que vem em seu socorro Ela não se sentia na
necessidade de salvação Ela tinha os escritos dos profetas, Moisés, e isso foi
o suficiente. Mas escritos selado Ela não deixou espaço para a salvação: a
porta estava fechada para o Senhor O Senhor estava a bater à sua porta, mas não
havia nenhuma disposição para recebê-Lo, para ouvir, para ser resgatado por
Ele!. E assim ela cai. .. "
Papa Francis
observou que esses dois exemplos, "fazer-nos refletir sobre nossas
próprias vidas": somos como "corrupto e auto-suficiente Babylon"
ou Jerusalém "distraído"?
O Papa passou
a enfatizar que "a mensagem da Igreja nestes dias não termina com a
destruição: em ambos os textos, há uma promessa de esperança".Jesus nos
exorta a levantar nossas cabeças, para não ser "assustado com os
pagãos". Estes, "têm o seu tempo e temos que suportá-lo com
paciência, como o Senhor sofreu sua Paixão":
"Quando
pensamos no fim dos tempos, com todos os nossos pecados, com a nossa história,
vamos pensar no banquete que será oferecido gratuitamente para nós e vamos
levantar nossas cabeças Não dão lugar a depressão:.! Espero Reality é feio: há
muitas, muitas pessoas, cidades e pessoas, muitas pessoas que estão sofrendo,
muitas guerras, tanto ódio, tanta inveja, tanta mundanismo espiritual e tanta
corrupção Sim, é verdade Tudo isto vontade.! cair! Peçamos ao Senhor a graça de
estar preparado para o banquete que nos espera, sempre com a cabeça erguida
".
(Emer McCarthy)
Fonte: http://en.radiovaticana.va
*Tradução: Google.
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quarta-feira, 26 de novembro de 2014
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO Nº 741. Quando eu morrer...
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O olhar sensível de um ateu.
Leonardo
Carvalho, jornalista. São Paulo.
Uma história que
aconteceu hoje e me deixou profundamente sensibilizado. Já passava das 8h30.
Encontrava-se no ônibus a caminho do trabalho. Como de costume estava com meus
fones de ouvido em baixo volume e lendo o Vade Mecum. Porém, em um dado momento
que não sei precisar quando, entra um senhor no ônibus esbanjando alegria. Como
o transporte era articulado, vi o senhor próximo ao cobrador. Na minha cabeça,
mais um pedinte como rotineiramente vemos. Eis meu engano.
O senhor com
mais de seus 70 anos, vestimentas humildes vinha vagarosamente andando no
ônibus pedindo uma ajuda. Ele brincava com o tamanho até das moedas. As moedas
de 10 centavos eram pequeninas, mas iriam ajudar. Já uma moeda de 25 eram um
pouco maiores, mas ele ficava satisfeito. Pedia, de forma engraçada, para não
jogar as moedas de 50 centavos pela janela. As de 1 real ele dizia que eram as
que garantiriam um belo "filão" amanhã no feriado da Consciência
Negra. Entre um passo e outro, uma brincadeira e outra, vinha alegre esse
senhor. Ele também cantarolava músicas católicas ou evangélicas, não sei precisar.
Mas, em comum, ele sempre falava que ele iria para o paraíso. Que o paraíso o
aguardava.
Vi muitas
pessoas, sensibilizadas como eu, ajudando com algumas moedas. Tinha que ver a
alegria do senhor ao receber as moedinhas. Pessoal do ônibus até comemorava
discretamente. O senhor veio chegando mais próximo a mim, lá no fundo do
transporte coletivo. Porém, antes de ajudar o "pobre coitado",
atentei-me a sua figura (como podem ver na foto abaixo). Esse senhor era cego e
portava uma bengala já antiga. O que mais mexeu comigo foi à pele desse senhor.
Ela parecia à transformação, no início, dos estaladores/corredores do The Last
Of Us (jogo de videogame). Pareciam fungos, não sei o que era ao certo. Mas
eram muito grandes. Uns, inclusive, lhe tiravam totalmente a visão. Inúmeros na
cabeça e nos braços.
Curioso que sou, chamei-o. Disse que
iria lhe ajudar, mas que gostaria de conversar um pouquinho com ele. Dei meu
lugar para ele se sentar e comecei a perguntar algumas coisas. Eis o diálogo:
Eu:
Senhor, desculpe a intromissão, mas sou formado em jornalismo e curioso por
natureza. O que são essas marcas na sua pele?
Ele: O meu jovem,
nem lembro mais. Elas já fazem tanto tempo parte da minha vida. Isso é antigo.
Eu:
Você não tem família senhor?
Ele: Sim, tenho sim. Minha mulher morreu
cedo garoto. Porém, antes disso, deixou a maior benção da minha vida, meu
filho. Ele inclusive cuida de mim até hoje, mesmo já tendo mais de 50 anos nas
costas.
Eu:
Se ele cuida do senhor, porque o senhor está aqui no ônibus pedindo ajuda?
Ele: Meu filho nem
desconfia que faço isso. Ele trabalha o dia todo para me ajudar. Para comprar a
comida e manter as despesas da casa. Mas, sempre fui trabalhador. Mesmo depois
que a vida me deu a cegueira e essas marcas que você me perguntou. Todo dia,
assim que ele sai para trabalhar, dou um espaço de tempo e também vou à luta.
Eu:
Mas o senhor não é aposentado?
Ele: Sim, eu sou. Mas, meu jovem, que
aposentado consegue sobreviver com o pouco que recebemos? Sempre falta. Não
quero deixar tudo por conta do meu filho. Ele viveu uma vida para me ajudar,
não acho justo isso. Por isso venho quase todos os dias de ônibus em ônibus
pedindo uma pequena ajuda do pessoal.
Eu:
Senhor, perdoe a pergunta. Mas como você tira tanta força para suportar tudo o
que o senhor claramente passa, já idoso, e ainda seguir cantarolando e
brincando com as pessoas?
Ele: Qual o seu nome?
Eu:
Leonardo.
Ele: Meu jovem Leonardo, se eu seguir
reclamando da minha vida vou viver de forma triste. Não quero isso. Quero
seguir meu trabalho. Posso ser cego e ter essas deformidades na minha pele, mas
não desisto não. Sei que Deus está preparando algo melhor para mim. Por isso
canto que eu chegarei ao paraíso. Por isso brinco com as pessoas nos ônibus.
Eles me ajudam com o pouco que tem e, em troca, tento mostrar-lhes que se eu
posso, eles também podem conseguir.
Fico
em silêncio.
Ajudo-o a levantar e se apoiar no ônibus. Nesse momento, abro minha carteira e
vejo que tenho apenas R$ 23,25. Dou-lhe tudo. Não existia preço naquele momento
pelo que esse senhor me causou. Vendo minha atitude, as pessoas que escutavam
atentamente tudo o que o senhor me contava, resolveram dar tudo o que tinham na
carteira também. O senhor começou a chorar. Ele sabia que eram notas e não as
"pequeninas" moedas. Pede-me, encarecidamente, que conte o quanto
tinha ali. No total, só naquele ônibus, ele conseguiu R$ 217,70. Ele começa a
cantarolar, em meio às lágrimas, o que ele dizia que era a ajuda de anjos.
Muitas mulheres, inclusive, ficaram sensibilizadas também com a atitude. Eu mesmo
fiquei bastante e só não fui às lágrimas junto sabe-se lá o motivo.
Todos que me conhecem sabem que eu não
acredito em Deus. Porém, apenas por hoje, eu resolvi acreditar. Só por hoje eu
quero acreditar que esse Deus levará esse sofrido homem para o céu e, com toda
certeza do mundo, já tem um lugarzinho cativo próximo a Ele. Só nessa noite,
experimentarei fazer uma oração. Não por mim, mas por esse homem. O que ele
causou em mim acredito que dificilmente outra pessoa causaria. Rezarei com
força para que ele siga com essa alegria, cantarolando que chegará ao paraíso,
pois são de pessoas assim que o mundo precisa. Não com a cegueira ou as
deformidades na pele. Mas com o coração e alegria capazes de proporcionar ao próximo
momentos de extrema união.
Obrigado, senhor.
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O olhar contemplativo de um ateu
O Papa Francisco, Gustavo Gutiérrez e seus críticos.
"A recepção que o Papa Francisco concedeu
a Gustavo Gutiérrez aos 22 de novembro
de 2014 não só encerra uma complicada e tensa relação entre um dos padres da
teologia da libertação e a Santa Sé , senão que abre um tempo para avaliar (e
superar) as críticas injustas e os elogios desmedidos sobre a contribuição
do teólogo peruano, tanto da parte de seus críticos mais desafetos, como de
seus apologetas mais apaixonados", escreve Jesús Martínez Gordo, em artigo publicado
por Religión Digital, 23-11-2014. A tradução é de Benno
Dischinger.
Eis o artigo.
A recepção que o Papa Francisco concedeu
a Gustavo Gutiérrez aos 22 de novembro
de 2014 não só encerra uma complicada e tensa relação entre um dos padres da
teologia da libertação e a Santa Sé , senão que abre um tempo para avaliar (e
superar) as críticas injustas e os elogios desmedidos sobre a contribuição
do teólogo peruano, tanto da parte de seus críticos mais desafetos, como de
seus apologetas mais apaixonados.
Por razões de espaço assinalo algumas das críticas
(frequentemente convertidas em preconceitos) dos primeiros, remetendo ao meu
livro “a força da debilidade” [La fuerza de la debilidad] (DDB- IDTP, Bilbao,
1994) a explicitação das segundas, bem como uma avaliação de todas elas.
Confesso que, ao repassar (depois de vinte anos)
ditas críticas e preconceitos, não só me chamou a atenção sua persistência,
senão, sobretudo, seu recente deslocamento à pessoa, ao magistério e ao governo
do Papa Francisco: os setores eclesiais que não faz muito dirigiam ditos
dardos contra o teólogo peruano parecem ter mudado de alvo. Não deixa de ser
uma boa notícia que, diversamente do padecido por Gustavo Gutiérrez, estas
pessoas possam expressar suas opiniões sem ter que comparecer ante a
Congregação para a Doutrina da Fé, nem viver sob a espada de Dâmocles de uma
possível condenação doutrinal.
Algo está mudando neste pontificado. E,
afortunadamente, parece que para o bem. Também o dos críticos do teólogo
peruano que, até não faz muito, não admitiam nem a mudança ou revisão de uma
vírgula ou que vetavam qualquer publicação que citasse o Catecismo da Igreja
Católica.
A debilidade ou inconsistência
Em determinados meios teológicos, particularmente
sensíveis a uma apresentação especulativa e racional da Revelação, circula faz
tempo a convicção de que Gustavo Gutiérrez viria a ser uma espécie de
anão (quando não, um cretino), incomprensivelmente infiltrado neste seleto
clube formado, entre outros, por Karl Rahner, H. Urs von Balthasar, W.
Pannenberg, E. Schillebeeckx, J.M.Y. Congar e tantos outros. Sua
contribuição não teria o devido timbre intelectual. Estaria impedindo isso o
sociologismo, o pastoralismo, o pedagogismo e a forma assistemática que caracterizam,
desde o princípio até o final, toda a sua teologia e, por extensão, uma boa
parte da teologia da libertação.
Em primeiro lugar, a contribuição de Gustavo
Gutiérrez não seria tanto uma teologia capaz de manter pulso com o
pensamento moderno e ilustrado, quanto uma espécie de sociologia teológica
necessitada de constantes retificações e atualizações. Tantas, pelo menos, como
numerosas são as vicissitudes históricas. Em duas palavras: puro sociologismo.
O mesmo seria preciso dizer de sua irrenunciável
inquietude pastoral. Quando esta se erige na preocupação primeira do trabalho
teológico, se acaba abordando um tipo de problemática excessivamente pedestre,
imprópria dos autênticos teólogos de raça; um excesso que, como parece, também
estaria afetando o Papa Francisco. Por isso, os mistérios fundamentais da fé
cristã já não se estariam repassando com o rigor requerido e a teologia estaria
correndo o risco de converter-se numa precipitada e desassossegada reflexão
sobre a atualidade; num piedoso (e, às vezes, até poético ou dramático,
depende) comentário sobre o momento. Em definitivo, nada veritativamente
consistente e duradouro.
Porém há mais. Uma teologia presidida por uma
inquietude pastoral concederia uma importância aos aspectos pedagógicos, já que
tão relevante como os conteúdos seria o modo como se dizem e se transmitem as
verdades alcançadas. Quando a preocupação pela forma e o modo de comunicar
acabam por relegar o conteúdo do que se há de expor, se incorre no pedagogismo.
A debilidade, portanto, da teologia de Gustavo Gutiérrez descansaria
também na desmesurada atenção que presta aos aspectos pedagógicos, algo que o
impossibilitaria de atender como seria devido os conteúdos da Revelação e da
fé. Seu mérito consistira em ser, no melhor dos casos, um original divulgador
da reflexão realizada por outros teólogos de mais talhe e, obviamente, sempre
veritativos.
A assistematicidade seria, finalmente, outra
manifestação da debilidade que apresentaria a contribuição do teólogo peruano.
Em sua obra tudo estaria embaralhado, formando uma espécie de “totum revolutum“
que pouco ou nada tem a ver com um pensamento organizado e sistematizado.
Também algo disto poder-se-ia constatar no magistério deFrancisco e no que
é seu santo e senha de magistério, até o presente: a “Evangelii Gaudium”.
O dogmatismo e autoritarismo
Mas a teologia de Gustavo Gutiérrez (e, por
extensão, quase toda a chamada teologia da libertação) viria a ser, ademais,
uma reflexão que, sob a aparência de modesta contribuição, estaria impregnada
de dogmatismo e autoritarismo. O aforismo de “luva de seda e punho de aço”
serviria para qualificar perfeitamente o modo de entender e exercer a teologia
dele e daqueles que, como ele, formam parte desta corrente de pensamento.
O emprego excessivamente acrítico de um método tão
proclive a dogmatizar seus próprios pressupostos como o é o marxista (embora
seja como método sociológico para conhecer a realidade) explicaria, em primeiro
lugar, a consistência desta crítica. O uso de uma metodologia analítica
marxista seria inquestionável em suas primeiras publicações. Como consequência
disso, ele se veria obrigado a realizar um montão de ‘alambicamentos’
teológicos para articular o preceito do amor cristão com a luta de classes.
Também seria um indubitável sinal de dogmatismo e
autoritarismo a prepotência ética que ressumariam a grande maioria de seus
escritos e intervenções. Isto é algo que se poderia constatar nas condenações
sem paliativos (inclusive em nome do Evangelho) de alternativas sócio-políticas
e econômicas que não foram revolucionárias, quer dizer, que não defenderam
claramente a supressão da propriedade privada dos meios de produção. Obviamente
esta prepotência ética passaria pela desqualificação, sem paliativos, de todo o
sistema ocidental (o chamado capitalismo democrático) e a própria (democracia
formal burguesa) como causa, tanto imediata como mediata, de uma boa parte dos
males do terceiro mundo e, por extensão, de todo o mundo. Os cidadãos dos
países ricos ficariam desautorizados para propor normas de conduta moral,
pelo menos enquanto não reconhecessem (e ativassem operativamente) uma forte
hipoteca social sobre seu nível de vida e sobre seu consumo. E, enquanto
seguissem defendendo certas fronteiras nacionais que, apesar de todos os
discursos formalmente bem intencionados, seguem impossibilitando a
universalização da democracia e a constituição de um governo realmente mundial.
Tão pouco o magistério de Francisco estaria
distante desta acusação. E, se não, que o perguntem aos ideólogos do
neoliberalismo norte-americano. Embora não só a eles. Também na Europa se
poderiam encontrar críticos papais.
Outro indicador deste preconceito poder-se-ia
apreciar numa suposta patrimonialização da causa dos pobres. Quando uma
pessoa ou um coletivo de pessoas fala em nome ou se “apropria” (entre eles,
Francisco e Gustavo Gutiérrez) desta causa e constata, ademais, suas dimensões
planetárias, frequentemente costuma ultrapassar – apontam estes críticos – o
umbral da denúncia ética para adentrar-se na condenação dogmática de tudo
aquilo que não coincida com sua concepção de como há de ser e como se há de
conceber a solução alternativa. A demagogia seria, segundo o núcleo deste
preconceito, a fiel companheira de uma teologia de verbo inflamado e
autoritária condenação.
Dogmática e autoritária seria também a distinção
estabelecida por Gustavo Gutiérrez entre os diferentes destinatários e
interlocutores da teologia européia e da latino-americana. O ilustrado
descrente europeu teria pouco ou nada a ver com o famélico e meio morto
não-pessoa latino-americano; caso se excetue que quem questiona a existência de
Deus é o mesmo que explora, oprime e reprime a não-pessoa que povoa o
subcontinente latino-americano. Ou, em todo o caso,quem mantém a capa e espada
seu nível de vida à custa dos párias e famintos deste mundo. Puro
fundamentalismo econômico (vem a recordar os partidários de Gustavo Gutiérrez)
que deveria eclipsar (mas não, por isso, justificar, obviamente) o religioso.
Não é de estranhar que uma soma nada depreciável de
comportamentos que roçam ou incorrem em semelhante dogmatismo desemboque numa
generalizada atitude de imunização e impermeabilidade a toda crítica. Esta
atitude de fundo poder-se-ia constatar não só em sua prepotência ética, senão
também em seu sistemático fechamento para aceitar qualquer crítica feita a
partir de fora do subcontinente e em seu sistemático rechaço de qualquer
observação efetuada por pessoas presentes na América Latina, mas que não
se converteram devidamente ao mundo dos pobres tal e como eles (críticos
discernidores e repartidores de patentes) entendem por “conversão”.
A pré-modernidade
Existe, em separado ou conjuntamente com os
preconceitos de debilidade e dogmatismo, outro, não menos importante: o
referido à suposta pré-modernidade dos teólogos da libertação e, em
certa medida, também do Papa Francisco. O trabalho de Gustavo
Gutiérrez mereceria tal qualificativo por partir da afirmação (tão
espontânea como acrítica) da existência de Deus e por estabelecer uma
clarificadora separação entre pobreza e ilustração. Sua teologia não passaria
de ser senão um reflexo do atraso (tanto intelectual como sócio-econômico) no
qual se vê imerso o subcontinente latino-americano.
Gustavo Gutiérrez não se tem cansado de
repetir até a saciedade que o problema número um (e, portanto, o mais urgente)
do subcontinente não é o da secularização, senão o da pobreza, da fome, da
miséria, da repressão e da morte. Segundo seus críticos, somente uma pessoa, um
país ou um ‘subcontinente’ que tivesse logrado cobrir as necessidades mais
elementares poderiam propor-se os problemas derivados da ilustração. A Europa
já teria passado por esta situação histórica e já teria conhecido, por isso, os
rigores e as preocupações de subsistência que assaltam nestes momentos os
latino-americanos. Entrar-se-ia na modernidade quando se tivesse alcançado um
nível de vida que permitisse levantar, quando menos, a vista por cima dos peremptórios
problemas derivados da subsistência pessoal ou familiar. Não seria esta,
certamente, a situação da América do Sul. Normal e lógico que a teologia do
peruano se faça eco e seja reflexo dela e que, portanto, não seja, para nada,
moderna.
De todas as formas, não seria previsível (a não ser
que se seguisse propugnando projetos revolucionários mais próprios de
alucinados fundamentalistas) uma perpetuação nesta quase secular prostração.
Cedo ou tarde iriam desaparecendo as causas mais deter-minantes de tal atraso,
iria emergindo uma classe média tão empreendedora e trabalhadora como
consumista e zelosa de suas liberdades. O ídolo do dinheiro e do consumo
acabaria apropriando-se não só dos ricos, nem unicamente das classes médias,
senão também dos pobres que inevitavelmente teriam que existir. A fé em Deus
ver-se-ia questionada, segundo este preconceito, não só porque graças ao
progresso se abriria passagem à pergunta por sua existência, senão também
porque se assistiria a um inexorável processo de erradicação deste arcádico ou
idílico binômio (pelo menos para reflexão teológica) entre pobreza e fé em
Deus, no que tão bem se desenvolve o peruano. E, com ele, os teólogos da
libertação. Então ver-se-ia (com maior clareza, se cabe) a pré-modernidade da
teologia de Gustavo Gutiérrez ao minimizar a importância da secularização.
Mas, a raiz sócio-econômica do preconceito sobre a
pré-modernidade da teologia da libertação vem acompanhada do questionamento da
qualidade intelectual e significatividade de dita teologia. A partir de
tal questionamento se acabaria por sustentar que o qualificativo de pré-moderna
lhe adviria por limitar-se a ser uma expressão orgânica e acrítica de uma fé
tão inquestionada como incapacitada para manter um diálogo medianamente crível
com a ilustração e com a suspeita traída pela modernidade. Com efeito, só
poderia receber o qualificativo de moderna aquela reflexão que não se limitasse
a ser (como assim o aparenta sua concepção da teologia como ato segundo) uma
ampliação do comportamento existente, senão que submetesse tal comportamento às
exigências críticas traídas pela ilustração ou, em todo o caso, a uma revelação
recebida na modernidade. A teologia de Gustavo Gutiérrez seria,
segundo este preconceito, pré-moderna porque acolheria acriticamente o binômio
formado pela fé cristã e os pobres, poupando-se de passar dito binômio pelo
crisol ou pelo crivo ilustrado.
Ao sujeito moderno e ilustrado não valem as
críticas voltadas à práxis que ensaia o teólogo peruano quando se questiona
como é possível falar de Deus a partir do sofrimento do inocente, já
que não parece ser muito consistente sustentar (como assim o defende) que é
possível porque o inocente o faz. Respostas deste estilo são e serão (em sua
autoritária aplicação à práxis) pré-modernas e, precisamente, por isso,
inaceitáveis.
O pelagianismo
Finalmente, outro dos preconceitos que funciona com
relativa frequência é o que considera, tanto a teologia da libertação como a
contribuição de Gustavo Gutiérrez, expressões claras de pelagianismo, ou seja,
de uma desmedida confiança nas possibilidades salvíficas e saneadoras que
resultam do esforço e do compromisso. Em sua versão mais radical é uma clara e
rotunda afirmação das possibilidades auto-salvificas do ser humano.
A contribuição teológica de Gustavo Gutiérrez seria,
segundo este preconceito, o resultado mais claro e, ao mesmo tempo, mais
imaturo de um pensador que não teria sido capaz de manter o devido equilíbrio
entre a indubitável presença da graça de Deus na história e na vida cristã e a
iniludível importância do compromisso ou das obras. Sua teologia correria o
grave perigo de olvidar algo tão elementar como o fato de que, se a fé sem as
obras está morta, a fé cimentada – ou pronta a sustentar-se – na prepotência
das obras corre o risco de olvidar que a salvação é um presente, fruto do amor
de Deus, e não o resultado maduro de um caminhar comprometido, embora seja de
entrega total e por toda a vida com os mais pobres e oprimidos deste mundo.
O final predizível de uma teologia marcadamente pelagiana,
algo já perceptível entre alguns dos seguidores mais insignes da teologia da
libertação, seria a afirmação prática de que a salvação, ou acontece na
história ou é irrelevante. Este final estaria acompanhado de uma progressiva
perda religiosa de sangue, de uma constante dificuldade para celebrar, na
limitação e fragilidade da história diária, a entrega de Deus na Cruz. A ânsia
de alcançar a justiça acabaria por afogar o fundamento cristão da mesma, que é
o amor e a gratuidade. Tudo isso finalizaria na exaltação prometeica do
compromisso humano e no ocultamento prático da gratuidade da salvação.
Desta maneira, a libertação não seria salvação de Deus na
história e (se Ele quisesse) também além da história, senão lisa e simples
auto-salvação. Segue daí que o pelagianismo da teologia de Gustavo
Gutiérrez se apresente sob as formas, umas vezes, de urgência ética:
outras, de obsessiva escuta das análises sociológicas e, quase sempre, mediante
permanentes e injustificadas aterrissagens (por se efetuarem em nome da fé) em
pontos operativos mais que opináveis.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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terça-feira, 25 de novembro de 2014
Discurso do Papa Francisco ao Parlamento Europeu em Estrasburgo- 25 novembro 2014.
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores
Vice-Presidentes,
Ilustres Eurodeputados,
Pessoas que a vário título trabalhais neste
hemiciclo,
Queridos amigos!
Agradeço-vos o convite para falar perante esta
instituição fundamental da vida da União Europeia e a oportunidade que me
proporcionais de me dirigir, por vosso intermédio, a mais de quinhentos milhões
de cidadãos por vós representados nos vinte e oito Estados membros. Desejo
exprimir a minha gratidão de modo particular a Vossa Excelência, Senhor
Presidente do Parlamento, pelas cordiais palavras de boas-vindas que me dirigiu
em nome de todos os componentes da Assembleia.
A minha visita tem lugar passado mais de um quarto
de século da realizada pelo Papa João Paulo II. Desde aqueles dias, muita coisa
mudou na Europa e no mundo inteiro. Já não existem os blocos contrapostos que,
então, dividiam em dois o Continente e, lentamente, está a realizar-se o desejo
de que «a Europa, ao dotar-se soberanamente de instituições livres, possa um
dia desenvolver-se em dimensões que lhe foram dadas pela geografia e, mais
ainda, pela história» .
A par duma União Europeia mais ampla, há também um
mundo mais complexo e em intensa movimentação: um mundo cada vez mais
interligado e global e, consequentemente, sempre menos «eurocêntrico». A uma
União mais alargada, mais influente, parece contrapor-se a imagem duma Europa
um pouco envelhecida e empachada, que tende a sentir-se menos protagonista num
contexto que frequentemente a olha com indiferença, desconfiança e, por vezes,
com suspeita.
Hoje, falando-vos a partir da minha vocação de
pastor, desejo dirigir a todos os cidadãos europeus uma mensagem de esperança e
encorajamento.
Uma mensagem de esperança assente na confiança de
que as dificuldades podem revelar-se, fortemente, promotoras de unidade, para
vencer todos os medos que a Europa – juntamente com o mundo inteiro – está a
atravessar. Esperança no Senhor que transforma o mal em bem e a morte em vida.
Encorajamento a voltar à firme convicção dos Pais
fundadores da União Europeia, que desejavam um futuro assente na capacidade de
trabalhar juntos para superar as divisões e promover a paz e a comunhão entre
todos os povos do Continente. No centro deste ambicioso projecto político,
estava a confiança no homem, não tanto como cidadão ou como sujeito económico,
mas no homem como pessoa dotada de uma dignidade transcendente.
Sinto obrigação, antes de mais nada, de sublinhar a
ligação estreita que existe entre estas duas palavras: «dignidade» e
«transcendente».
«Dignidade» é a palavra-chave que caracterizou a
recuperação após a Segunda Guerra Mundial. A nossa história recente
caracteriza-se pela inegável centralidade da promoção da dignidade humana
contra as múltiplas violências e discriminações que não faltaram, ao longo dos
séculos, nem mesmo na Europa. A percepção da importância dos direitos humanos
nasce precisamente como resultado de um longo caminho, feito também de muitos
sofrimentos e sacrifícios, que contribuiu para formar a consciência da
preciosidade, unicidade e irrepetibilidade de cada pessoa humana. Esta tomada
de consciência cultural tem o seu fundamento não só nos acontecimentos da
história, mas sobretudo no pensamento europeu, caracterizado por um rico
encontro cujas numerosas e distantes fontes provêm «da Grécia e de Roma, de
substratos celtas, germânicos e eslavos, e do cristianismo que os plasmou
profundamente» , dando origem precisamente ao conceito de «pessoa».
Hoje, a promoção dos direitos humanos ocupa um
papel central no empenho da União Europeia que visa promover a dignidade da
pessoa, tanto no âmbito interno como nas relações com os outros países.
Trata-se de um compromisso importante e admirável, porque persistem ainda
muitas situações onde os seres humanos são tratados como objectos, dos quais se
pode programar a concepção, a configuração e a utilidade, podendo depois ser
jogados fora quando já não servem porque se tornaram frágeis, doentes ou
velhos.
Realmente que dignidade existe quando falta a
possibilidade de exprimir livremente o pensamento próprio ou professar sem
coerção a própria fé religiosa? Que dignidade é possível sem um quadro jurídico
claro, que limite o domínio da força e faça prevalecer a lei sobre a tirania do
poder? Que dignidade poderá ter um homem ou uma mulher tornados objecto de todo
o género de discriminação? Que dignidade poderá encontrar uma pessoa que não
tem o alimento ou o mínimo essencial para viver e, pior ainda, o trabalho que o
unge de dignidade?
Promover a dignidade da pessoa significa reconhecer
que ela possui direitos inalienáveis, de que não pode ser privada por arbítrio
de ninguém e, muito menos, para benefício de interesses económicos.
É preciso, porém, ter cuidado para não cair em alguns
equívocos que podem surgir de um errado conceito de direitos humanos e de um
abuso paradoxal dos mesmos. De facto, há hoje a tendência para uma
reivindicação crescente de direitos individuais, que esconde uma concepção de
pessoa humana separada de todo o contexto social e antropológico, quase como
uma «mónada» (μονάς) cada vez mais insensível às outras «mónadas» ao seu redor.
Ao conceito de direito já não se associa o conceito igualmente essencial e
complementar de dever, acabando por afirmar-se os direitos do indivíduo sem ter
em conta que cada ser humano está unido a um contexto social, onde os seus
direitos e deveres estão ligados aos dos outros e ao bem comum da própria
sociedade.
Por isso, considero que seja mais vital hoje do que
nunca aprofundar uma cultura dos direitos humanos que possa sapientemente ligar
a dimensão individual, ou melhor pessoal, à do bem comum, àquele «nós-todos»
formado por indivíduos, famílias e grupos intermédios que se unem em comunidade
social . Na realidade, se o direito de cada um não está harmoniosamente
ordenado para o bem maior, acaba por conceber-se sem limitações e, por
conseguinte, tornar-se fonte de conflitos e violências.
Assim, falar da dignidade transcendente do homem
significa apelar para a sua natureza, a sua capacidade inata de distinguir o
bem do mal, para aquela «bússola» inscrita nos nossos corações e que Deus
imprimiu no universo criado ; sobretudo significa olhar para o homem, não como
um absoluto, mas como um ser relacional. Uma das doenças que, hoje, vejo mais
difusa na Europa é a solidão, típica de quem está privado de vínculos. Vemo-la
particularmente nos idosos, muitas vezes abandonados à sua sorte, bem como nos
jovens privados de pontos de referência e de oportunidades para o futuro;
vemo-la nos numerosos pobres que povoam as nossas cidades; vemo-la no olhar
perdido dos imigrantes que vieram para cá à procura de um futuro melhor.
Uma tal solidão foi, depois, agravada pela crise
económica, cujos efeitos persistem ainda com consequências dramáticas do ponto
de vista social. Pode-se também constatar que, no decurso dos últimos anos, a
par do processo de alargamento da União Europeia, tem vindo a crescer a
desconfiança dos cidadãos relativamente às instituições consideradas distantes,
ocupadas a estabelecer regras vistas como distantes da sensibilidade dos
diversos povos, se não mesmo prejudiciais. De vários lados se colhe uma
impressão geral de cansaço e envelhecimento, de uma Europa avó que já não é
fecunda nem vivaz. Daí que os grandes ideais que inspiraram a Europa pareçam
ter perdido a sua força de atracção, em favor do tecnicismo burocrático das
suas instituições.
A isto vêm juntar-se alguns estilos de vida um
pouco egoístas, caracterizados por uma opulência actualmente insustentável e
muitas vezes indiferente ao mundo circundante, sobretudo dos mais pobres. No
centro do debate político, constata-se lamentavelmente a preponderância das
questões técnicas e económicas em detrimento de uma autêntica orientação
antropológica . O ser humano corre o risco de ser reduzido a mera engrenagem
dum mecanismo que o trata como se fosse um bem de consumo a ser utilizado, de
modo que a vida – como vemos, infelizmente, com muita frequência –, quando
deixa de ser funcional para esse mecanismo, é descartada sem muitas delongas,
como no caso dos doentes terminais, dos idosos abandonados e sem cuidados, ou
das crianças mortas antes de nascer.
É o grande equívoco que se verifica «quando
prevalece a absolutização da técnica» , acabando por gerar «uma confusão entre
fins e meios» , que é o resultado inevitável da «cultura do descarte» e do
«consumismo exacerbado». Pelo contrário, afirmar a dignidade da pessoa
significa reconhecer a preciosidade da vida humana, que nos é dada
gratuitamente não podendo, por conseguinte, ser objecto de troca ou de
comércio. Na vossa vocação de parlamentares, sois chamados também a uma grande
missão, ainda que possa parecer não lucrativa: cuidar da fragilidade dos povos
e das pessoas. Cuidar da fragilidade quer dizer força e ternura, luta e fecundidade
no meio dum modelo funcionalista e individualista que conduz inexoravelmente à
«cultura do descarte». Cuidar da fragilidade das pessoas e dos povos significa
guardar a memória e a esperança; significa assumir o presente na sua situação
mais marginal e angustiante e ser capaz de ungi-lo de dignidade .
Mas, então, como fazer para se devolver esperança
ao futuro, de modo que, a partir das jovens gerações, se reencontre a confiança
para perseguir o grande ideal de uma Europa unida e em paz, criativa e empreendedora,
respeitadora dos direitos e consciente dos próprios deveres?
Para responder a esta pergunta, permiti-me lançar
mão de uma imagem. Um dos mais famosos afrescos de Rafael que se encontram no
Vaticano representa a chamada Escola de Atenas. No centro, estão Platão e
Aristóteles. O primeiro com o dedo apontando para o alto, para o mundo das
ideias, poderíamos dizer para o céu; o segundo estende a mão para a frente,
para o espectador, para a terra, a realidade concreta. Parece-me uma imagem que
descreve bem a Europa e a sua história, feita de encontro permanente entre céu
e terra, onde o céu indica a abertura ao transcendente, a Deus, que desde
sempre caracterizou o homem europeu, e a terra representa a sua capacidade
prática e concreta de enfrentar as situações e os problemas.
O futuro da Europa depende da redescoberta do nexo
vital e inseparável entre estes dois elementos. Uma Europa que já não seja
capaz de se abrir à dimensão transcendente da vida é uma Europa que lentamente
corre o risco de perder a sua própria alma e também aquele «espírito humanista»
que naturalmente ama e defende.
É precisamente a partir da necessidade de uma
abertura ao transcendente que pretendo afirmar a centralidade da pessoa humana;
caso contrário, fica à mercê das modas e dos poderes do momento. Neste sentido,
considero fundamental não apenas o património que o cristianismo deixou no
passado para a formação sociocultural do Continente, mas também e sobretudo a
contribuição que pretende dar hoje e no futuro para o seu crescimento. Esta
contribuição não constitui um perigo para a laicidade dos Estados e para a
independência das instituições da União, mas um enriquecimento. Assim no-lo
indicam os ideais que a formaram desde o início, tais como a paz, a
subsidiariedade e a solidariedade mútua, um humanismo centrado no respeito pela
dignidade da pessoa.
Por isso, desejo renovar a disponibilidade da Santa
Sé e da Igreja Católica, através da Comissão das Conferências Episcopais da
Europa (COMECE), a manter um diálogo profícuo, aberto e transparente com as
instituições da União Europeia. De igual modo, estou convencido de que uma
Europa que seja capaz de conservar as suas raízes religiosas, sabendo apreender
a sua riqueza e potencialidades, pode mais facilmente também permanecer imune a
tantos extremismos que campeiam no mundo actual – o que se fica a dever também
ao grande vazio de ideais a que assistimos no chamado Ocidente –, pois «o que
gera a violência não é a glorificação de Deus, mas o seu esquecimento» .
Não podemos deixar de recordar aqui as numerosas
injustiças e perseguições que se abatem diariamente sobre as minorias
religiosas, especialmente cristãs, em várias partes do mundo. Comunidades e
pessoas estão a ser objecto de bárbaras violências: expulsas de suas casas e
pátrias; vendidas como escravas; mortas, decapitadas, crucificadas e queimadas
vivas, sob o silêncio vergonhoso e cúmplice de muitos.
O lema da União Europeia é Unidade na diversidade,
mas a unidade não significa uniformidade política, económica, cultural ou de
pensamento. Na realidade, toda a unidade autêntica vive da riqueza das
diversidades que a compõem: como uma família, que é tanto mais unida quanto
mais cada um dos seus componentes pode ser ele próprio profundamente e sem
medo. Neste sentido, considero que a Europa seja uma família de povos, os quais
poderão sentir próximas as instituições da União se estas souberem conjugar
sapientemente o ideal da unidade, por que se anseia, com a diversidade própria
de cada um, valorizando as tradições individuais; tomando consciência da sua
história e das suas raízes; libertando-se de tantas manipulações e fobias.
Colocar no centro a pessoa humana significa, antes de mais nada, deixar que a
mesma exprima livremente o próprio rosto e a própria criatividade tanto de
indivíduo como de povo.
Por outro lado, as peculiaridades de cada um
constituem uma autêntica riqueza na medida em que são colocadas ao serviço de
todos. É preciso ter sempre em mente a arquitectura própria da União Europeia,
assente sobre os princípios de solidariedade e subsidiariedade, de tal modo que
prevaleça a ajuda recíproca e seja possível caminhar animados por mútua
confiança.
Nesta dinâmica de unidade-particularidade,
coloca-se também diante de vós, Senhores e Senhoras Eurodeputados, a exigência
de cuidardes de manter viva a democracia dos povos da Europa. Não escapa a
ninguém que uma concepção homologante da globalidade afecta a vitalidade do
sistema democrático, depauperando do que tem de fecundo e construtivo o rico
contraste das organizações e dos partidos políticos entre si. Deste modo,
corre-se o risco de viver no reino da ideia, da mera palavra, da imagem, do
sofisma... acabando por confundir a realidade da democracia com um novo
nominalismo político. Manter viva a democracia na Europa exige que se evitem
muitas «maneiras globalizantes» de diluir a realidade: os purismos angélicos,
os totalitarismos do relativo, os fundamentalismos a-históricos, os eticismos
sem bondade, os intelectualismos sem sabedoria .
Manter viva a realidade das democracias é um
desafio deste momento histórico, evitando que a sua força real – força política
expressiva dos povos – seja removida face à pressão de interesses
multinacionais não universais, que as enfraquecem e transformam em sistemas
uniformizadores de poder financeiro ao serviço de impérios desconhecidos. Este
é um desafio que hoje vos coloca a história.
Dar esperança à Europa não significa apenas
reconhecer a centralidade da pessoa humana, mas implica também promover os seus
dotes. Trata-se, portanto, de investir nela e nos âmbitos onde os seus talentos
são formados e dão fruto. O primeiro âmbito é seguramente o da educação, a
começar pela família, célula fundamental e elemento precioso de toda a
sociedade. A família unida, fecunda e indissolúvel traz consigo os elementos
fundamentais para dar esperança ao futuro. Sem uma tal solidez, acaba-se por
construir sobre a areia, com graves consequências sociais. Aliás, sublinhar a
importância da família não só ajuda a dar perspectivas e esperança às novas
gerações, mas também a muitos idosos, frequentemente constrangidos a viver em
condições de solidão e abandono, porque já não há o calor dum lar doméstico
capaz de os acompanhar e apoiar.
Ao lado da família, temos as instituições
educativas: escolas e universidades. A educação não se pode limitar a fornecer
um conjunto de conhecimentos técnicos, mas deve favorecer o processo mais
complexo do crescimento da pessoa humana na sua totalidade. Os jovens de hoje
pedem para ter uma formação adequada e completa, a fim de olharem o futuro com
esperança e não com desilusão. Aliás são numerosas as potencialidades criativas
da Europa em vários campos da pesquisa científica, alguns dos quais ainda não
totalmente explorados. Basta pensar, por exemplo, nas fontes alternativas de
energia, cujo desenvolvimento muito beneficiaria a defesa do meio ambiente.
A Europa sempre esteve na vanguarda dum louvável
empenho a favor da ecologia. De facto, esta nossa terra tem necessidade de
cuidados e atenções contínuos e é responsabilidade de cada um preservar a
criação, dom precioso que Deus colocou nas mãos dos homens. Isto significa, por
um lado, que a natureza está à nossa disposição, podemos gozar e fazer bom uso
dela; mas, por outro, significa que não somos os seus senhores. Guardiões, mas
não senhores. Por isso, devemos amá-la e respeitá-la; mas, «ao contrário, somos
frequentemente levados pela soberba do domínio, da posse, da manipulação, da
exploração; não a “guardamos”, não a respeitamos, não a consideramos como um
dom gratuito do qual cuidar» . Mas, respeitar o ambiente não significa apenas
limitar-se a evitar deturpá-lo, mas também utilizá-lo para o bem. Penso
sobretudo no sector agrícola, chamado a dar apoio e alimento ao homem. Não se
pode tolerar que milhões de pessoas no mundo morram de fome, enquanto toneladas
de produtos alimentares são descartadas diariamente das nossas mesas. Além
disso, respeitar a natureza lembra-nos que o próprio homem é parte fundamental
dela. Por isso, a par duma ecologia ambiental, é preciso a ecologia humana,
feita daquele respeito pela pessoa que hoje vos pretendi recordar com as minhas
palavras.
O segundo âmbito em que florescem os talentos da
pessoa humana é o trabalho. É tempo de promover as políticas de emprego, mas
acima de tudo é necessário devolver dignidade ao trabalho, garantindo também
condições adequadas para a sua realização. Isto implica, por um lado, encontrar
novas maneiras para combinar a flexibilidade do mercado com as necessidades de
estabilidade e certeza das perspectivas de emprego, indispensáveis para o
desenvolvimento humano dos trabalhadores; por outro, significa fomentar um
contexto social adequado, que não vise explorar as pessoas, mas garantir,
através do trabalho, a possibilidade de construir uma família e educar os
filhos.
De igual forma, é necessário enfrentar juntos a
questão migratória. Não se pode tolerar que o Mar Mediterrâneo se torne um
grande cemitério! Nos barcos que chegam diariamente às costas europeias, há
homens e mulheres que precisam de acolhimento e ajuda. A falta de um apoio
mútuo no seio da União Europeia arrisca-se a incentivar soluções
particularistas para o problema, que não têm em conta a dignidade humana dos
migrantes, promovendo o trabalho servil e contínuas tensões sociais. A Europa
será capaz de enfrentar as problemáticas relacionadas com a imigração, se
souber propor com clareza a sua identidade cultural e implementar legislações
adequadas capazes de tutelar os direitos dos cidadãos europeus e, ao mesmo
tempo, garantir o acolhimento dos imigrantes; se souber adoptar políticas
justas, corajosas e concretas que ajudem os seus países de origem no
desenvolvimento sociopolítico e na superação dos conflitos internos – a
principal causa deste fenómeno – em vez das políticas interesseiras que
aumentam e nutrem tais conflitos. É necessário agir sobre as causas e não
apenas sobre os efeitos.
Senhor Presidente, Excelências, Senhoras e Senhores
Deputados!
A consciência da própria identidade é necessária
também para dialogar de forma propositiva com os Estados que se candidataram à
adesão à União Europeia no futuro. Penso sobretudo nos Estados da área
balcânica, para os quais a entrada na União Europeia poderá dar resposta ao
ideal da paz numa região que tem sofrido enormemente por causa dos conflitos do
passado. Por fim, a consciência da própria identidade é indispensável nas
relações com os outros países vizinhos, particularmente os que assomam ao
Mediterrâneo, muitos dos quais sofrem por causa de conflitos internos e pela
pressão do fundamentalismo religioso e do terrorismo internacional.
A vós, legisladores, compete a tarefa de preservar
e fazer crescer a identidade europeia, para que os cidadãos reencontrem
confiança nas instituições da União e no projecto de paz e amizade que é o seu
fundamento. Sabendo que, «quanto mais aumenta o poder dos homens, tanto mais
cresce a sua responsabilidade, pessoal e comunitária» , exorto-vos a trabalhar
para que a Europa redescubra a sua alma boa.
Um autor anónimo do século II escreveu que «os
cristãos são no mundo o que a alma é para o corpo» . A tarefa da alma é
sustentar o corpo, ser a sua consciência e memória histórica. E uma história
bimilenária liga a Europa e o cristianismo. Uma história não livre de conflitos
e erros, mas sempre animada pelo desejo de construir o bem. Vemo-lo na beleza
das nossas cidades e, mais ainda, na beleza das múltiplas obras de caridade e
de construção comum que constelam o Continente. Esta história ainda está, em
grande parte, por escrever. Ela é o nosso presente e também o nosso futuro. É a
nossa identidade. E a Europa tem uma necessidade imensa de redescobrir o seu
rosto para crescer, segundo o espírito dos seus Pais fundadores, na paz e na
concórdia, já que ela mesma não está ainda isenta dos conflitos.
Queridos Eurodeputados, chegou a hora de construir
juntos a Europa que gira, não em torno da economia, mas da sacralidade da
pessoa humana, dos valores inalienáveis; a Europa que abraça com coragem o seu
passado e olha com confiança o seu futuro, para viver plenamente e com
esperança o seu presente. Chegou o momento de abandonar a ideia de uma Europa
temerosa e fechada sobre si mesma para suscitar e promover a Europa
protagonista, portadora de ciência, de arte, de música, de valores humanos e
também de fé. A Europa que contempla o céu e persegue ideais; a Europa que
assiste, defende e tutela o homem; a Europa que caminha na terra segura e
firme, precioso ponto de referência para toda a humanidade!
Obrigado!
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Como dizer ao pobre que Deus o ama. Entrevista com Gustavo Gutiérrez.
"A pergunta de fundo da teologia
da libertação é: como dizer ao pobre que Deus o ama? Enquanto isso, algo
foi feito, mas resta muito mais a ser feito." A afirmação é de Gustavo Gutiérrez, peruano de 86 anos, membro da Ordem
dos Frades Pregadores, considerado o fundador dateologia da libertação. A reportagem é de Patrizia Caiffa,
publicada pela agência SIR, 21-11-2014. A tradução é de Moisés
Sbardelotto.
Nestes dias ele está na Itália para
falar para os 800 participantes do IV Congresso Missionário Nacional, que
ocorreu até este domingo em Sacrofano, Roma, por iniciativa do Escritório
Nacional para a Cooperação entre as Igrejas, da Fundação Missio e do Centro
Unitário para a Cooperação Missionária entre as Igrejas (Cum). Nesse domingo de
manhã, junto com outros participantes do congresso, ele se encontrou com o Papa
Francisco no Vaticano.
Eis a entrevista.
Com que emoção o senhor se prepara para o encontro
com o Papa Francisco?
Para mim, é uma alegria enorme encontrá-lo. O papa
criou uma situação tão interessante, tão rica! Ela eleva muito os ânimos. Ao
mesmo tempo, estamos conscientes dos problemas que ele pode ter no seu desejo
de uma Igreja pobre e solidária.
O senhor esperava
uma mudança tão grande na Igreja?
Na América Latina, já conhecíamos há muito
tempo o cardeal Bergoglio, por isso não foi uma surpresa total. Mas ele
leva adiante a sua tarefa com tantas e impressionantes atividades... Isso, sim,
nos surpreende. Para nós, foi muito importante a Conferência do Episcopado Latino-Americano em Aparecida.
Foi ali que a mudança aconteceu.
A Igreja será cada
vez mais caracterizada pela sua pertença latino-americana?
A sua abordagem é muito universal, e a sua fonte é
evangélica. Além disso, a mensagem de Jesus é tão essencial! Certamente,
há uma marca latino-americana que o caracteriza, porque Bergoglio nasceu
e viveu muitos anos entre os pobres. Ele pode abrir muitas portas na Igreja e
já começou.
Mas parece que há
inúmeras resistências internas...
Isso é o que dizem os jornais. Infelizmente, é
inevitável que, com um cargo tão importante, com tanta responsabilidade, haja
resistências.
O papa reiterou que essa nova atitude da Igreja não
é comunismo, mas é Evangelho.
Certamente é evangelho. O Papa Francisco tem
uma enorme capacidade de ir à fonte e de falar com grande simplicidade, mas
também com muita criatividade. Recordamos que o tema do pobre é um assunto
bíblico central.
Depois de quase 50
anos, a teologia da libertação na América Latina ainda
está viva ou alguma coisa mudou?
Uma teologia tem uma tarefa modesta, mas é
claramente importante como compreensão de uma realidade e de uma proposta para
a evangelização. Isso ainda existo, mas não deve ser a única maneira de dar uma
contribuição para a vida da Igreja latino-americana. É normal que haja outras
perspectivas, e que cada um traga a sua. Eu acho que é muito interessante que,
depois de tantas publicações e encontros, mais uma vez, o que essa teologia
tentou fazer é ir à fonte e levar em conta a impressionante realidade de uma
pobreza enorme, em um continente de maioria cristã. A pergunta de fundo da
teologia da libertação é: como dizer ao pobre que Deus o ama? Enquanto isso,
algo foi feito, mas resta muito mais a ser feito.
A teologia da
libertação ainda é atual e também pode ser proposta aos pobres da América do
Norte e dos outros continentes?
Sim, em relação ao essencial; não em relação à
concretude e ao que preciso fazer, porque em cada contexto há diferenças.
Muitas teologias semelhantes nasceram na África, na Ásia e
minoritariamente na Europa e na América do Norte, demonstrando
que esse modo de apresentar a mensagem é importante. Não há uma teologia da
libertação, mas teologias "irmãs", próximas, mas, ao mesmo tempo,
diferentes.
Depois das
incompreensões do passado, chegou a hora da redenção?
Houve um diálogo que permitiu esclarecer algumas
coisas com a Congregação para a Doutrina da Fé. Agora, o diálogo terminou
com satisfação. É importante saber aceitar que há diferenças fortes com uma
pessoa ou um ambiente, mesmo que se esteja em desacordo.
Nesse domingo, o
que o senhor vai dizer ao papa?
Vou lhe dizer que gosto muito do que ele está
fazendo e vou lhe agradecer por isso.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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▶ EREMITÉRIO FONTE DE ELIAS Missa com Frei Petrônio - Vídeo Dailymotion
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO Nº 740. A Lei Seca e a Torá.
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EREMITÉRIO FONTE DE ELIAS: Missa com Frei Petrônio.
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A PALAVRA DO FREI REINALDO, Nº 01: A Espiritualidade de novembro.
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UM OLHAR SOBRE SÃO PAULO: Levanta Elias. (1º Reis, 19, 1-18)
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domingo, 23 de novembro de 2014
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 714º. A Igreja de Francisco.
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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BASÍLICA DE SÃO PEDRO: Um Olhar (1ª Parte).
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