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sábado, 8 de julho de 2017
NOSSA SENHORA DO CARMO: Frei Raul Maravi.
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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NOSSA SENHORA DO CARMO: 2º Dia da Novena.
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segunda-feira, 3 de julho de 2017
O QUE RESTA DO PADRE?
Padre Armando Matteo, padre da diocese de Catanzaro-Squillace, Itália, é docente
de Teologia Fundamental na Pontifícia
Universidade Urbaniana.
“Será que isso que estamos vivendo ainda é
um tempo para nós? Para nós, que abraçamos a vocação sacerdotal? Não são, na
verdade, muitos os sinais indicativos de que nesta época em que temos que viver
lentamente, mas com bastante seriedade, esteja como que perdendo valor e
significado o ministério sacerdotal ao qual decidimos dedicar nossas vidas?
Será que isso que estamos vivendo ainda é um tempo para nós? Para nós, que
abraçamos a vocação sacerdotal? Não são, na verdade, muitos os sinais
indicativos de que nesta época em que temos que viver lentamente, mas com
bastante seriedade, esteja como que perdendo valor e significado o ministério
sacerdotal ao qual decidimos dedicar nossas “vidas?”, pergunta Armando Matteo,
padre da diocese de Catanzaro-Squillace, é docente de Teologia Fundamental na
Pontifícia Universidade Urbaniana. De 2005 a 2011 foi assistente nacional da
Federação Universitária Católica Italiana (FUCI), em artigo publicado na
revista Presbyteri, e reproduzida por Settimana News, nos dias 04, 10 e 13 de
junho de 2017. A tradução é de Ramiro Mincato.
Eis
o artigo.
Premissa
Será que isso que estamos vivendo ainda é
um tempo para nós? Para nós, que abraçamos a vocação sacerdotal? Não são, na
verdade, muitos os sinais indicativos de que nesta época em que temos que viver
lentamente, mas com bastante seriedade, esteja como que perdendo valor e
significado o ministério sacerdotal ao qual decidimos dedicar nossas vidas?
Os dados estatísticos acerca das novas
vocações ao sacerdócio, ao menos no Ocidente desenvolvido, não requerem muitos
comentários: são cada vez menos os jovens que entram nas fileiras do clero, que
já é medianamente velho, e, para não poucos casos, muito velho. Será que ainda
teremos padres italianos, franceses e europeus, em geral, daqui a algumas
décadas? Difícil não perguntar-se.
Mesmo quando ainda não tomados pelos
cuidados de saúde do próprio corpo, que se enferma e envelhece, os padres
maduros parecem estar sempre preocupados, em reserva: literalmente, nunca têm
tempo, tantas as tarefas que lhes competem, incluindo sagradas e profanas, a
que dedicam seu tempo. Há quem nem consiga preparar a homilia como o Papa
Francisco recomenda.
Mais ainda: não é verdade também que
muitos padres não imprimem um mínimo de entusiasmo ao seu trabalho pastoral e
que, ao contrário, vivem o ministério num ciclo de produção ininterrupta, quase
insignificante para sua própria existência? O que sobrou dos anos de seminário,
do impulso da primeira hora, da prontidão com que deram seu sim ao Senhor
Jesus?
E o que dizer diante daqueles que pelas
razões mais desesperadas - mas que sempre tem a ver com sexo e dinheiro -
acabam nas páginas dos jornais, ou sob o holofote daquele tipo de jornalismo
popular que tanto ama entreter seu público com esses temas?
A maior provação, talvez, que enfrentamos
hoje, e que nos questiona profundamente sobre a nossa presença na sociedade,
tem a ver com um sentimento de mal-estar mais geral: o inconveniente de não
sermos capazes de nos comunicar com aquela parte vital da população que gravita
em torno das nossas paróquias e comunidades. Penso nos muitos jovens que estão
longe dos nossos locais; penso ainda nas mulheres jovens adultas ou adultas,
mães e trabalhadoras, que, terminado o caminho da catequese de iniciação de
seus filhos, parecem não ter mais tempo, nem interesse para o que nós padres
dizemos e celebramos; penso também nos homens e mulheres de cultura ou de
instituições públicas importantes, que, mesmo respeitando a realidade eclesial
e seus representantes, escondem, no fundo, a ideia de que nós e nosso trabalho
não passam de um pequeno souvenir de um mundo que já passou. Você pode
encontrá-los nalgum batizado, casamento ou funeral, e quase nenhum deles lembra
sequer quando é hora de levantar-se ou de sentar-se.
E o que pensar daqueles que ainda vem à
Igreja? Não se esconderia em algum lugar do nosso coração a pergunta: realmente
estão nos ouvindo? Seriam capazes de aceitar para suas vidas cotidianas os
parâmetros que vêm das belas mas exigentes palavras de Jesus que lhes pregamos
todos os domingos? Não parece, no entanto, também neste caso, que no final das
contas, o que de fato importa para essas pessoas, são elas mesmas que decidem:
qual e quanto Evangelho pôr em prática? E nós, então, para que servimos?
Restam, é claro, os pobres, que muitas
vezes vêm bater à nossa porta: a solidariedade está fora de questão, mas o fato
de eles voltarem tantas vezes, e com aqueles da primeira hora vão se juntando
outros continuamente, pois quase ninguém consegue sair desta imensa corrente
humana de pessoas que simplesmente lutam para colocar a mesa almoço e jantar.
Também isso é fator de tristeza. Quanta pobreza é gerada neste tempo.
Poder-se-á encontrar algum equilíbrio nesta estranha economia que governa o
mundo?
Talvez este seja o lugar onde encontramos,
nesta reflexão, um primeiro ponto de síntese: o tempo em que vivemos é para nós
padres, sobretudo, um momento de pobreza; sim, nós também lutamos para colocar
juntos as Laudes e as Completas, porque vivemos num momento histórico em que
perdemos as coordenadas culturais e sociais que deram, até dias não muito distantes
dos nossos, um contexto, um charme e uma fisionomia clara ao nosso ser padre. E
é daqui, talvez, que se deva partir para responder à pergunta: como continuar a
ser padre neste tempo?
O
que perdemos
Este, que vivemos, é um tempo de pobreza
para nós padres. Somos chamados ao ministério do anúncio do Evangelho e de
guias das comunidades a nós confiadas, sem poder contar com nenhum dos apoios
que foram de grande importância num passado recente: somos padres, mas não
dispomos mais daquela linguagem comum entre a experiência de viver e aquela de
crer, nem desfrutamos mais daquela credibilidade pessoal e grupal que inspirava
confiança em quem se aproximava, e sem poder apoiar nossa autoridade específica
em arquétipos e imaginários difusos, e, enfim, sem saber por quanto tempo ainda
os recursos econômicos até agora colocados à nossa disposição nos ajudarão a
manter de pé e “em boa forma” as tantas estruturas e iniciativas sobre as quais
fazemos girar a vida da comunidade. Tentemos, pois, ver alguns detalhes desse
novo cenário em que hoje se decide nosso empenho sacerdotal.
Todos sabemos e dizemos que a cristandade
acabou. Estamos, de fato, na época da chamada pós-modernidade, que não é
simplesmente uma época de mudança, mas uma verdadeira e própria mudança de
época. Tal evento não poupou a figura e o papel do padre, entendido aqui
sobretudo como anunciador do Evangelho. Quando se diz que a cristandade acabou,
trata-se de tomar consciência de que aquela unidade de cultura e aquela cultura
da unidade vigente no Ocidente até a revolução cultural de Sessenta e Oito, não
existe mais. Não só: trata-se então de compreender que não há mais referencia
ou osmose alguma entre as instruções para viver e aquelas para crer. Neste
sentido, a mudança de época que vivemos, e que anuncia o fim da cristandade,
faz com que haja muito mais distância no modo de entender o humano entre eu e
meu avô, do que entre o meu avô e qualquer um dos cidadãos da Idade Média.
Para melhor visualizar uma tal mudança,
tenha-se presente o fato de que nos tornamos humanos e cidadãos num determinado
tempo, assumindo como nossa a linguagem humana em geral, e mais especificamente
a linguagem daquele determinado contexto histórico e cultural, que traduz e
indica uma ordem das coisas do mundo e do mundo das coisas. A linguagem é o
lugar onde se sedimenta o imaginário comum, que determina a apreensão do real,
isto é, o que nós definimos como valores de fundo. Assim, nas últimas décadas, com
o impor-se da cultura pós-moderna, assistimos uma mutação de palavras e de sua
ordem, com o eclipse de umas e a emergência de outras. Até os anos Oitenta do
século passado as palavras decisivas na vida humana eram eternidade, paraíso,
verdade natureza, lei natural, fixidez, maturidade, idade adulta, espírito,
masculinidade, sobriedade, sacrifício, renúncia, autoridade, direito, tradição.
Hoje, ao centro da sensibilidade imediata de ser habitante deste tempo e espaço
cultural, encontramos as palavras finitude, alteridade, pluralismo, tolerância,
sentimento, técnica, saúde, mudança, atualização, corporeidade, mulher,
consumo, bem-estar, juventude, longevidade, singularidade, sexualidade,
democracia, convicção, comunicação, participação.
Exatamente isto provoca - e este é o ponto
– a ruptura da cristandade, isto é, da unidade entre cultura e fé, entre
existência e oração, entre cotidiano e santo, que, não sem nenhuma sombra como
é natural que seja, favoreceu muito o trabalho da Igreja e de nós padres: em casa,
na escola, pela estrada os códigos linguísticos – humano e de fé – passavam
facilmente de um lado ao outro. Isto não acontece mais. Assistimos, ao
contrário, a um cristianismo que se tornou estranho ao homem comum; em geral, a
própria questão de Deus não aparece mais como decisiva para uma vida humana bem
sucedida, e, enfim, quase ninguém de nós consegue encontrar o estilo certo e a
frequência certa para transmitir a fé às novas gerações.
Vivemos num tempo que nos despe daquela
aura de credibilidade derivante das nossas escolhas que sempre pareciam fortes
e contracorrentes em relação a vida ordinária das pessoas: a obediência, a
pobreza e a castidade. Mas foram tantos os escândalos que se abateram sobre a
inteira categoria nos últimos anos. Quantas feridas recebeu e continuamente
recebe a credibilidade da imagem do padre. Num tempo em que não se crê mais na
graça, na ação do Espírito Santo, na força da oração, e muito mais naturalmente
se inspira na potencia da psicologia, os padres arriscam cair sob suspeição
exatamente por essas escolhas fortes e rígidas, porque são os últimos que não
se renderam, ao menos como escolha de fundo, à invasividade do discurso do
sexo, do dinheiro e da autodeterminação. Que estranha parábola, pois, temos que
viver: de um tempo em que exatamente porque castos, pobres e obedientes
inspirávamos tanta confiança, para um tempo em que exatamente porque castos,
pobres e obedientes somos constantemente submetidos a um tipo permanente de
controle de qualidade que gera inevitavelmente desconfiança e ressentimento.
Ainda mais profundamente devemos
reconhecer que o que nos faz sofrer é o desaparecimento, na nossa cultura, do
“discurso do padre”, a perda de credibilidade da autoridade, a diminuição da
qualidade adulta do humano. Pais e educadores são, por assim dizer, invadidos
pela ânsia do cuidado, da preocupação, do controle, da manutenção indolor e
ascética da vida daqueles que lhes são confiados, resultando tão incapazes de
assimetria, de conflitos, de generatividade. Desaparece a ideia de que querer
bem a alguém, a nós confiado, significa sempre conjugar com querer o seu bem:
isto é, querer seu crescimento, sua emancipação da nossa órbita, sua capacidade
de estar com suas próprias pernas diante do mundo e da história, certo, graças
a nós, mas sobretudo, sem nós. Onde poderemos encontrar apoio, hoje, no
imaginário difuso, para sermos “o mais velho” (tradução literal de presbítero),
o mais sábio, o mais adulto, num tempo em que os adultos não querem mais ser
adultos, em que não estão mais dispostos a renunciar ao próprio ego para poder
assumir o encargo dos outros, sempre com a finalidade de deixa-los crescer em
autonomia e por isso sabendo dar espaço também ao lado “áspero”, que também faz
parte do gesto educativo? Não há o risco que também o padre se transforme, para
nossas crianças e jovens, como suas mães e pais, numa espécie de amigo, de
“falso jovem”, de pobre cretino caído sob a pressão do discurso do mercado? E
se, ao invés, assumir seriamente o papel de adulto, não terá o padre que encontrar
a coragem necessária para enfrentar os tantos “falsos jovens” com quem deve
partilhar a responsabilidade educativa das novas gerações? Percebe-se
claramente aqui que as tão amadas alianças casa-escola-oratório devem ser
completamente repensadas e reestruturadas.
Merece ainda um aceno a questão econômica.
Vimos de tempos de vacas gordas, e talvez ainda estejamos neste tempo, mas são
anunciadas sombras neste horizonte e provavelmente, entre a diminuição das
ofertas privadas e a redução dos financiamentos estatais, será necessário
repensar como realizar a gestão das estruturas, muitas vezes realmente enormes.
Em muitos países, no norte da Europa, já é questão do dia a dia a venda de
edifícios sacros por causa da falta de fundos para sua manutenção, além da
falta de pessoal eclesial a quem destiná-los. Como começar a repensar tudo
isso? O que será realmente essencial conservar e do que se poderia, ao
contrário, desfazer-se? Como evitar que o trabalho da procura de recursos
econômicos não absorva e contamine a liberdade do nosso ministério pastoral e a
força da nossa palavra profética?
E finalmente, como não enfrentar o aumento
da vida média das populações e, portanto, também a do clero? Conseguiremos, com
a aposentadoria, fazer frente às tantas novidades que a condição longeva da
humanidade põe diante de nós? Será realmente possível permanecer fiel à nossa
escolha de sermos padres por um período tão longo de anos?
O
que ainda não entendemos
Não seria completa a descrição do cenário
em que vivemos hoje nossa aventura sacerdotal, se não levarmos em conta as
tantas oportunidades que, exatamente este tempo, que tanto nos põe à prova, nos
oferece.
A primeira delas é certamente a coragem
que nos vem do recente magistério petrino. Penso aqui na centralidade do tema
da nova evangelização e da atenção aos jovens, em São João Paulo II, penso
ainda na centralidade da questão da fé, em Bento XVI e penso, enfim, ao apelo
do Papa Francisco ao tema da criatividade pastoral, mesmo com risco de alguma
queda ou algum acidente de percurso.
Gosto, assim, de sublinhar a palavra
criatividade que retorna diversas vezes na Evangelii Gaudium (11, 28, 134, 145,
156, 278), e é, no fundo, um convite a imaginar percursos diferentes e
propostas inovadoras. É alguma coisa da qual todos estamos convencidos, pois
sentimos na pele: muitos gestos de fé que propomos não funcionam mais tão bem
como gostaríamos. Basta pensar aos percursos da iniciação cristã ou ao empenho
pela pastoral juvenil. É exatamente por isso que o Papa Francisco nos convida a
não ter medo de mudar, dando vida também a um curioso neologismo: “Primeirear –
tomar a iniciativa”.
O nosso é, então, o tempo para a criação
de uma palavra nova, de uma nova imaginação evangelizadora, de uma nova estação
da vida paroquial. Faço eco a duas expressões bastante concretas do Papa
Francisco: a primeira, no n. 73 da Evangelii Gaudium, onde, lembrando as
grandes mudanças ocorridas na cidade, pede para “imaginar espaços de oração e
de comunhão com características inovadoras, mais atraentes e significativas
para as populações urbanas”; a segunda diz respeito a bela defesa da paróquia,
sempre na Evangelii Gaudium (n. 28), mas com a indicação que esta “requer a
docilidade e a criatividade missionária do pastor e da comunidade”: a paróquia é
dotada de “grande plasticidade” e “pode assumir formas muito diferentes”. E
quem deveria tomar a iniciativa em tudo isso se não exatamente nós, os padres?
A segunda oportunidade que este tempo nos
oferece é aquela de sermos quase os últimos guardiães e profetas daquele
humanismo do cuidado adulto das relações privadas e públicas, das quais se está
perdendo demasiado rapidamente os traços e a memória. Nossa condição de soleira
em relação ao jogo, até demasiadamente pegajoso das estratégias educativas, e em
relação as contorções individualistas e narcisistas do discurso sócio-político,
nos permite relançar o verdadeiro desafio da nossa sociedade: precisamos de
adultos, adultos verdadeiros, capazes de controlar as pulsões do próprio eu e
de colocar no centro da própria existência o cuidado dos outros, seja em termos
de emancipação dos filhos, seja em termos de sustentabilidade do seu direito de
simplesmente nos suceder, na cadeia das gerações humanas.
A terceira oportunidade dada por este
tempo que nos toca viver consiste no fato de que, por quanto esmagados e em
parte desmotivados, ao menos como categoria, podemos ainda fazer valer o
direito de Deus de ser Deus. Nada de humano, por mais que seus recursos estejam
voltados ao infinito, poderá substituir a Deus. Penso aqui à sexualidade, ao
trabalho exasperado, ao acumulo de dinheiro, às ilusões da bioengenharia, ao
poder exercitado até a própria morte. O que é terrestre, permanece terrestre,
mesmo que camuflado com paramentos divinos. E, talvez, exatamente por causa dos
tantos escândalos desencadeados por alguns dos nossos coirmãos, descobrimos
ainda mais que enquanto padres, nunca pretendemos ser outra coisa que simples
referências, links, mediadores, pequenos “pontífices”, literalmente,
construtores de pontes: de sermos simplesmente dedos que indicam a lua sem
nunca pensar que somos a lua. Assim, nossa tarefa é, e permanecerá sempre
aquela de recordar ainda a palavra última de toda autêntica salvação: é Deus
que nos absolve da necessidade e terrível ilusão de salvar a nós mesmos, os
outros e o mundo.
A quarta oportunidade dos dias de hoje,
para nós padres, é possivelmente aquela de fazer as contas com os nossos
investimentos econômicos, que talvez não sejam simplesmente econômicos. Nos
serve ainda uma Igreja como “instituição total” dentro de um quarteirão ou de
um pequeno centro da periferia; uma Igreja que se ocupa de tudo, do berço ao
cemitério? Precisamos ainda de tantas estruturas? E se, ao contrário, hoje nos
fosse pedido simplesmente de ensinar aos homens e às mulheres a antiga arte de
rezar e de relacionar-se com os outros com liberdade e confiança?
Para
concluir
A pergunta final não poderia ser esta: o
que resta do padre hoje? Qual o núcleo irrenunciável da sua presença e da sua
missão nesse nosso mundo, que parece sempre mais dispensar o Deus do Evangelho
e da Igreja? Parece-me que o que sobrou do padre seja a função de representar
algo que falta neste mecanismo quase absoluto de singularidades
autorreferenciais, mais ou menos infelizmente mantidas juntas pelo mecanismo de
produção e classificação das mercadorias. Em tal contexto, a missão parece ser
aquela de recordar a grande “utilidade” do sentimento de falta no interior da
estrutura humana: o vazio de cada existência humana entorno ao qual orbita
aquela precariedade originária com a qual todos fomos modelados.
O homem, de fato, não vive somente daquilo que
possui e que segura apertado com suas mãos, mas também daquilo que lhe falta,
daquilo que não tem. Eis, então, o que resta do padre hoje: ele é aquele que,
com o seu corpo e com suas escolhas ainda tão impopulares, com o seu estilo de
vida, recorda o que hoje corre o risco de faltar mais, e que talvez fizesse
todos mais humanos: a carência. Fonte:
http://www.franciscanossantacruz.org.br
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