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sábado, 17 de janeiro de 2015
CONSAGRAÇÃO DA CASA À NOSSA DO CARMO.
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 776: Somos eternos?
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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O soco inoportuno do papa Francisco
JUAN ARIAS
Rir de nós e dos nossos deuses é a melhor forma de aceitar que não somos nem patrões nem escravos
Rir de nós e dos nossos deuses é a melhor forma de aceitar que não somos nem patrões nem escravos
Papa:
“Se insulta a minha mãe, pode esperar por um soco”
Francisco, o papa carismático, é um
amante do futebol. Tem até um time do coração. Entretanto, no momento em que a
notícia do mundo estava ancorada na tragédia perpetrada contra os jornalistas
do semanário humorístico francês Charlie Hebdo, ele acabou marcando um gol
contra.

A cena percorreu o mundo. No avião que o
conduzia às Filipinas, o terceiro país com maior número de católicos do mundo,
ele comentava com os jornalistas a bordo o sangrento atentado contra a
liberdade de expressão que gelou a alma de milhões de democratas do mundo,
quando deu um escorregão.
É verdade que foi taxativo ao afirmar:
“Matar em nome de Deus é uma aberração”. E fez bem em salientar que tanto a
liberdade de expressão como a liberdade religiosa “são direitos humanos
fundamentais”. Direitos que a Igreja Católica não só às vezes se esqueceu de
protagonizar como também condenou a morte os que não pensavam como ela.
Francisco, um dos papas que mais
recorrem aos textos do Evangelho para inspirar seu carismático pontificado em
favor dos pobres e da paz, teve um lapso de memória ao comentar com um
jornalista que se alguém insultar a sua mãe você “pode esperar um soco”. O
Evangelho condena o antigo “olho por olho, dente por dente”.
O papa não estava falando ex-catedra,
nem numa encíclica. Foi uma confidência em linguagem popular, num clima
descontraído, sem maiores pretensões teológicas. Entretanto, aquele “soco” na
boca de um papa, e de um papa pacifista como Francisco e naquele momento,
chocou os amantes da liberdade.
Foi um gol
contra inoportuno porque, ao
propor a violência como resposta a uma hipotética ofensa, seja contra a sua mãe
ou a sua religião, no momento de tensão e de violência terrorista que atemoriza
o planeta, é impossível não interpretar suas palavras como algum tipo de
justificativa para a violência perpetrada pelos terroristas islâmicos contra os
jornalistas do Charlie Hebdo.

Nenhum homem religioso ou ateu que
respeite o valor sagrado que é a liberdade de expressão, tanto quanto o direito
à vida, pode admitir que a sátira, por mais dura que seja contra qualquer
instituição de poder – e é isso que as religiões são –, seja silenciada com as
armas.
Tem razão o papa quando adverte que
liberdade de expressão não significa liberdade de insulto ou calúnia. Nesses
casos, entretanto, devem atuar os tribunais de justiça. Ninguém tem o direito
de tomar a justiça nas próprias mãos. A liberdade de expressão, como bem
salientou Antonio Caño, diretor deste jornal, não aceita perguntas nem
restrições, que é como dizer que é sagrada.
A única distinção possível é que uma
coisa é fazer humor sobre uma religião, qualquer que seja, e outra contra as
pessoas concretas. Ninguém aceitaria que se fizesse chacota dos muçulmanos, a
grande maioria pacíficos, ou dos cristãos, budistas ou judeus. As pessoas são
sagradas como o seu direito de viver. Os símbolos, mitos ou deuses podem ser
objeto de sátira. Do contrário, teríamos que admitir que Deus não sabe rir.
Quem ama até às vísceras o seu time de
futebol pode gostar ou não que ele seja alvo de ironias, mas precisa admitir
isso, em nome da liberdade de expressão. O que ninguém tem direito é de abrir a
cabeça de um torcedor da equipe adversária por ele não gostar do seu time.
Ninguém é obrigado a acreditar em nenhum
Deus. E todo crente tem direito a que respeitem sua fé, como devem ser
respeitadas as crenças de ateus e agnósticos.
Em algumas aldeias da Espanha, durante a
ditadura de Franco, havia quem apedrejasse os templos protestantes e seus
fiéis. Eis aí um exemplo do que não se pode fazer. Talvez fosse isso que queria
dizer o papa Francisco, que desta vez não foi feliz em suas palavras.
Quem como ele tanto ama os ditos de
Jesus de Nazaré poderia, em vez de cair no populismo de recordar que se alguém
insultar a sua mãe é normal reagir com um soco, ter recordado as palavras do
evangelho de Mateus (5:39) quando Jesus diz: “Ouvistes que foi dito: ‘Olho por
olho e dente por dente!’. Ora, eu vos digo: não ofereçais resistência ao
malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também
a esquerda!”.
Não só Jesus, mas também todos os
grandes líderes das maiores religiões do mundo e até os maiores pacifistas do
planeta, como Gandhi, Luther King e Mandela, compreenderam que o único caminho
para combater a violência não é a de responder com um soco ou um tiro de
revólver quando se sente ofendido, e sim que só o perdão e até a loucura
evangélica de dar a outra face podem ser capazes de conter as mãos assassinas e
o ódio à liberdade.
Se a violência engendrar violência, só o
perdão será capaz de fazer emudecer as armas. O perdão tem sempre algo de
sublime, que supera o humano, mas que carrega em seu sangue o DNA do milagre de
sabermos aceitar nossas diferenças.
E por que não rirmos de nós e até dos
nossos deuses, dos nossos mitos, que é a melhor forma de aceitar que não somos
nem patrões nem escravos?
Querer matar a sátira, até a mais
sagrada, seria como admitir que sem os deuses, sem cair de joelhos perante
eles, sem a liberdade de sermos capazes de exigir que prestem contas, não
seríamos verdadeiramente livres.
O humor nos vacina contra a tentação
escondida de aceitar que continuamos sendo escravos. A sátira nua aos deuses ou
aos que, na sua falsa onipotência, se acreditam como tais.
Fonte:
http://brasil.elpais.com
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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Papa faz reflexão sobre encontro de Jesus com a Samaritana ( JO 4, 5-30)
Mais de 40 mil fiéis
acompanharam a oração mariana do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano,
no domingo, 23. O papa Francisco trouxe como tema de reflexão a passagem do
Evangelho que retrata o encontro de Jesus com a Samaritana junto ao poço em
Sicar.
Francisco observou que o pedido de
Jesus à Samaritana – “Dá-me de beber“ - supera todas as barreiras de
hostilidade entre judeus e samaritanos e rompe os esquemas de preconceito em relação
às mulheres.
“O simples pedido de Jesus é o
início de um diálogo sincero, mediante o qual Ele, com grande delicadeza, entra
no mundo interior de uma pessoa à qual, segundo os esquemas sociais, não
deveria nem mesmo dirigir uma palavra. Jesus se coloca no lugar dela, não a
julgando, mas fazendo sentir-se considerada, reconhecida, e suscitando
assim nela o desejo de ir além da rotina cotidiana”, disse.
O papa explicou que ao pedir
água à Samaritana, Jesus queria “abrir-lhe o coração”, “colocar em evidência a
sede que havia nela”. “A sede de Jesus não era tanto de água, mas de encontrar
uma alma sequiosa”, afirmou o papa.
A passagem do Evangelho conta
que os discípulos ficaram maravilhados com o Mestre, pois tinha falado com
aquela mulher. Mas, “o Senhor é maior do que os preconceitos. E isto devemos
aprender bem” – exortou Francisco -, pois a misericórdia é maior do que os
preconceitos”. Segundo o papa, o resultado do encontro junto ao poço foi o de
uma mulher transformada.
“Deixou o seu jarro com o qual
ia buscar água e correu à cidade para contar a sua experiência extraordinária.
‘Encontrei um homem que me disse todas as coisas que eu fiz. Era o Messias?
Estava entusiasmada. Foi buscar água no poço e encontrou uma outra água, a água
viva da misericórdia que jorra para a vida eterna. Encontrou a água que sempre
procurou! Corre ao vilarejo, aquele vilarejo que a julgava, a condenava e a
rejeitava, e anuncia que encontrou o Messias: alguém que mudou a sua vida. Pois
cada encontro com Jesus nos muda a vida, sempre. É um passo em frente, um passo
mais próximo a Deus”, acrescentou.
“Encontramos também nós o
estímulo para ‘deixar o nosso jarro’, símbolo de tudo aquilo que aparentemente
é importante, mas que perde valor diante do ‘amor de Deus’, e todos temos um,
ou mais de um jarro", ressaltou Francisco.
“Eu pergunto a vocês e também a mim: ‘Qual é o teu
jarro interior, aquele que te pesa, aquele que te afasta de Deus? Deixemo-lo um
pouco de lado e com o coração escutemos a voz de Jesus que nos oferece uma
outra água, uma outra água que nos aproxima do Senhor”, disse.
De acordo com Francisco, todos são
chamados a redescobrir a importância e o sentido da vida cristã, iniciada no
Batismo, e a testemunhar como a Samaritana, "a alegria do encontro com
Jesus e as maravilhas que o seu amor realiza".
Ao final do Angelus, o papa Francisco recordou o
Dia Mundial da Tuberculose celebrado nesta segunda-feira, 24, e pediu orações
por todas as pessoas atingidas pela doença e por todos que de alguma maneira se
ocupam delas.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 775: Palavras Passam...
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E se Judas não traiu Jesus?
Escritor Amos Oz sustenta que Judas foi
o maior defensor do profeta de Nazaré
É certo que o apóstolo Judas Iscariotes
traiu Jesus e o entregou para as autoridades de Jerusalém por 30 moedas de
prata? Isso é o que a Igreja Católica defende até hoje, apoiando-se nos textos
evangélicos.
E se ao invés de traidor ele fosse, pelo
contrário, o discípulo mais fiel e ilustrado do Colégio Apostólico que, agindo
como um espião entre os outros discípulos analfabetos, acabasse
transformando-se no seu maior defensor e devoto?
Amos Oz, em sua obra Judas, que acaba de
ser publicada no Brasil pela Companhia das Letras, sustenta, também apoiado nos
textos evangélicos, que Judas não só não traiu o Mestre como tentou fazer com
que ele se transformasse no grande vencedor tanto entre os esfarrapados das
aldeias da Galileia como em Jerusalém, entre intelectuais e poderosos.
A original interpretação de Judas pelo
escritor judeu, favorável ao diálogo entre Israel e Palestina, pode intrigar
não só os cristãos, mas também os judeus, de quem Jesus de Nazaré era um filho
de Abraão, um judeu dos pés à cabeça.
Agora, Amos Oz volta a ressuscitar para
seus leitores não só Jesus, que os judeus se negam a considerar como um
profeta, mas seu “traidor” Judas, uma das figuras das quais, depois do Mestre,
mais se escreveu e especulou nesses dois mil anos da era cristã.
A
tese do escritor israelense cria perplexidade primeiro entre os cristãos.
Segundo ela, Judas, talvez o único
apóstolo não analfabeto, nem oriundo da rural Galileia, mas da rica Judeia, foi
enviado pelas altas esferas religiosas do Templo para introduzir-se como espião
no círculo daquele curioso pregador de um novo reino que fazia prodígios.
Queriam saber se era mais do que um mero charlatão.
Judas, fascinado pela figura do profeta,
acabou transformando-se em seu melhor devoto. Intelectual e ambicioso como era,
preparou um grande plano de vitória para Jesus.
O Mestre deveria, segundo seus cálculos,
aumentar seu círculo de seguidores e deveria chegar ao coração do poder, que
estava em Jerusalém. Lá, deveria se revelar como deus.
Em vez de dar visão para cegos e
expulsar demônios ou curar paralíticos, o profeta deveria fazer, em Jerusalém,
o grande milagre que o revelaria como o Messias, o libertador de Israel, um
deus na terra: vencer a morte.
Dessa forma, organizou as coisas para
que fosse condenado e crucificado. E nesse momento se livraria milagrosamente
da morte aos olhos dos poderosos e dos humildes nas vésperas da Páscoa.
Segundo o escritor e romancista, não foi
fácil para Judas convencer Jesus a ir até Jerusalém, onde era visto com
hostilidade pelos sacerdotes e autoridades romanas. Temia que pudessem atentar
contra sua vida. Jesus não era um herói que desejava ser mártir. “Se for
possível, afasta de mim esse cálice”, disse para seus discípulos na Última
Ceia. Não queria ser sacrificado.
Para as autoridades da época Jesus era,
entretanto, mais um dos falsos profetas que apareciam todo dia com seus
vaticínios. Não viam motivo para condená-lo à morte. Isso encontra eco nas
palavras de Pilatos, quando disse para a multidão alvoroçada que pedia a morte
do profeta: “não vejo nenhuma culpa nele”. E fez corpo mole antes de ceder à
injusta sentença.
Parece um paradoxo que seja Judas o
único dos discípulos que fala de Jesus como se fosse um deus. Nem ele jamais
considerou-se como tal. Chamava-se de “Filho do homem”, que em aramaico
significa simplesmente “homem”. O único Deus era seu Pai do céu, para quem se
queixou quando se viu abandonado na cruz.
A história de Judas traidor que entrega
Jesus por algumas moedas teria sido criada por alguns dos evangelistas
posteriores.
Amos Oz volta a ressuscitar para seus
leitores não só Jesus, que os judeus se negam a considerar como um profeta, mas
seu “traidor” Judas
Segundo Amos Oz, Judas não precisava
entregar Jesus porque ele nunca se escondeu, sempre falava em público e era
conhecido por todos. Além disso, 30 moedas de prata não eram nada para ele,
possuidor de bens e terras. Era o preço da venda de um escravo.
Por que então Judas se enforca depois de
ter visto Cristo expirar na cruz? Não por arrependimento, por tê-lo traído, mas
porque ao vê-lo morrer como mais um crucificado, queixando-se para Deus por
tê-lo abandonado, sem ter sido capaz de descer milagrosamente da cruz, se deu
conta de que sua estratégia de vitória havia falhado. Sentia-se mais um
derrotado do que um traidor.
“E Judas, cujos olhos horrorizados viam
o sentido e o objetivo de sua vida se esfacelar, Judas que compreendeu que com
suas próprias mãos tinha causado a morte do homem que amava e admirava, foi
embora de lá e se enforcou”, escreveu Oz, e acrescenta: “Assim morreu o
primeiro cristão. O último cristão. O único cristão”.
O escritor, que conhece muito bem os
textos bíblicos, tira duas conclusões importantes dessa interpretação original:
Jesus não queria fundar uma igreja, mas purificar o judaísmo de sua visão
estreita e dos compromissos entre o Templo e o poder temporal: “Dai a César o
que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Assim, se os judeus da época tivessem
“aceitado Jesus”, se o tivessem escutado ao invés de persegui-lo, talvez não
existisse a posterior perseguição dos judeus que culminou no Holocausto, já que
por não ter sido criada, em seu nome, a nova igreja cristã, Jesus não teria
sido apontado durante séculos como culpado pelo fato dos cristãos odiarem os
“pérfidos judeus”, que mataram Jesus, como era rezado na Semana Santa até que
aquele texto foi eliminado pelo papa João XXIII.
E a igreja atual, ou não existiria ou
teria sido totalmente diferente. Assim, Amos Oz, com sua audaciosa
interpretação que acompanha passo a passo seu romance que coloca ao mesmo tempo
o tema existencial da traição humana e seu conflito, aplicada ao drama entre
Israel e Palestina, está alertando tanto o mundo judeu como o cristão.
Um livro destinado não só a ser
saboreado como uma joia literária as quais o grande escritor israelense nos
acostumou, mas também a despertar, tanto curiosidade como polêmica, nas duas
maiores religiões monoteístas.
Fonte:
http://brasil.elpais.com
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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 774: As Polêmicas do Frei Petrônio.
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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
A PALAVRA... Nº 773: Você Orou Por Seu Filho Hoje?
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terça-feira, 13 de janeiro de 2015
“Amamentem seus filhos na igreja”. Papa Francisco.
Capela Sistina, sede do Conclave, sob os
afrescos de Michelangelo. Às 09:30 da manhã de domingo o Papa Francisco lança
um olhar improvisadamente e se fala às mulheres: “Vocês mães – falou – deem aos
vossos filhos o leite – mesmo agora. Se choram de fome, amamente-os,
tranquilas”. Algumas, de forma tímida, tiram para fora as mamadeiras. A reportagem é de Marco Ansaldo, publicada
pelo jornal La Repubblica, 12-01-2015. A tradução é de Ivan Pedro Lazzarotto.
Consciente ou não de abrir um novo – o
enésimo de sua parte – assunto para debate, Jorge Bergoglio celebrou a missa em
um local solene como a magnificência “Michelangeloniana” da Capela Sistina,
dando pela primeira vez as costas aos fiéis, como era feito nos rituais
antigos. Não havia sido colocado, de fato, um altar móvel que permitiria fazer
a missa olhando para o povo, como normalmente era feito depois do Concílio
Vaticano II.
Mas frente aos choramingos de 33
recém-nascidos (20 meninas e 13 meninos), filhos de dependentes do vaticano a
serem batizados, o Pontífice argentino encorajou as mães de não ignorar o choro
dos seus filhos.
Com uma simples frase pronunciada frente
a uma exigência humana, o aleitamento materno dos bebês, o Papa rompeu outro
tabu, fazendo assim justiça para os limites impostos recentemente em alguns
locais públicos. Locais não sagrados: como HOTÉIS, museus, aeronaves. O caso
que mais alarmou aconteceu a pouco mais de um mês, em Londres, quando uma mãe
na sala de chá do HOTEL 5 estrelas Claridgés iniciou a amamentar sua filha de
12 semanas e um funcionário a ordenou que se cobrisse com uma grande toalha de
mesa. O gesto causou indignação, fazendo com que outras mulheres organizassem
um aleitamento coletivo na frente do hotel. Mas em 2007 o protesto foi mais
incisivo na Espanha, por uma mãe que foi posta pra fora do Museu do Prado em
Madrid.
Não é a primeira vez que o Papa
Francisco afronta essa questão. Já havia feito logo após o episódio londrino,
durante sua visita à paróquia romana de São José, em Aurélio. “As crianças
choram, fazem barulho – disse às famílias no último ano – vão de um lado para
outro... e me irrita quando uma criança chora e as outras pessoas querem que
sejam levadas pra fora. Não! É a melhor oração! O choro de uma criança é a voz
de Deus!. Nunca, jamais os coloquem pra fora da igreja!”. No domingo,
Bergoglio, em um local mais augusto, aumentou a dose: “Demos graças ao Senhor
pelo dom do leite – continuou durante a homilia – e rezemos por essas mães –
infelizmente tantas – que não tem condições de dar de comer aos seus filhos.
Rezemos e procuremos ajudar estas mães”.
Durante o Angelus pediu para que os
fiéis rezem pela sua nova viagem. No final da tarde de hoje o Papa partirá para
sua sétima visita apostólica, volta à Ásia depois da última feita no último mês
de agosto à Coréia do Sul. Amanhã pela manhã chegará ao Sri Lanka, e então será
a vez das Filipinas. Sete dias de uma viagem complexa, em terras atingidas por
catástrofes e violência. A guerra civil ensanguentou o Sri Lanka entre 1983 e
2009, e o país teve a apenas dois dias novas eleições presidenciais com uma
mudança no vértice do Estado. O povo filipino pagou um preço altíssimo com
terremotos, tufões e conflitos armados como aquele ocorrido na Ilha de
Mindanao.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 772: Eu vou incomodar você.
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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
'Cuidar de quem é pobre não é comunismo, é Evangelho.'' Entrevista com o Papa Francisco
Antecipamos aqui um trecho de Papa
Francesco. Questa economia uccide [Papa Francisco. Esta economia mata], o livro
sobre o magistério social da Bergoglio escrito por Andrea Tornielli,
coordenador do sítio Vatican Insider, e Giacomo Galeazzi, vaticanista do jornal
La Stampa.
O livro reúne e analisa os discursos, os
documentos e as intervenções de Francisco sobre pobreza, imigração, justiça
social, proteção da criação. E confronta especialistas em economia, finanças e
doutrina social da Igreja – entre eles o professor Stefano Zamagni e o
banqueiro Ettore Gotti Tedeschi –, relatando também as reações que certos posicionamentos
do papa despertaram. O livro conclui com uma entrevista que Francisco concedeu
aos autores no início de outubro de 2014. O trecho foi publicado no jornal La
Stampa, 11-01-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis
a entrevista.
"Marxista",
"comunista" e "pauperista": as palavras de Francisco sobre
a pobreza e sobre a justiça social, os seus frequentes apelos à atenção em
relação aos necessitados, lhe atraíram críticas e até mesmo acusações, às vezes
expressadas com dureza e sarcasmo. Como o Papa Bergoglio vive tudo isso? Por
que o tema da pobreza esteve tão presente no seu magistério?
Santidade,
o capitalismo, como o estamos vivendo nas últimas décadas, é, na sua opinião,
um sistema de algum modo irreversível?
Eu não saberia como responder a essa
pergunta. Reconheço que a globalização ajudou muitas pessoas a se levantarem da
pobreza, mas condenou tantas outras a morrer de fome. É verdade que, em termos
absolutos, cresceu a riqueza mundial, mas também aumentaram as desigualdades e
surgiram novas pobrezas. O que eu noto é que esse sistema se mantém com aquela
cultura do descarte da qual já falei várias vezes. Há uma política, uma
sociologia e também uma atitude do descarte. Quando no centro do sistema não
está mais o homem, mas o dinheiro, quando o dinheiro se torna um ídolo, os
homens e as mulheres são reduzidos a simples instrumentos de um sistema social
e econômico caracterizado, melhor, dominado por profundos desequilíbrios. E
assim se "descarta" aquilo que não serve para essa lógica: é aquela
atitude que descarta as crianças e os idosos, e que agora também afeta os
jovens.
Impressionou-me saber que, nos países
desenvolvidos, há tantos milhões de pessoas com menos de 25 anos que não têm
trabalho. Eu os chamei de jovens "nem-nem", porque não estudam nem
trabalham: não estudam porque não têm possibilidade para fazê-lo, não trabalham
porque falta o trabalho. Mas eu também gostaria de lembrar daquela cultura do
descarte que leva a rejeitar as crianças também com o aborto. Chamam-me a atenção
as taxas de natalidade tão baixas aqui na Itália: assim, perde-se o vínculo com
o futuro. Assim como a cultura do descarte leva à eutanásia escondida dos
idosos, que são abandonados, em vez de serem considerados como a nossa memória.
O vínculo com o nosso passado é um recurso de sabedoria para o presente. Às
vezes eu me pergunto: qual será o próximo descarte? Devemos parar no tempo.
Paremos, por favor! E então, para tentar responder à pergunta, eu diria: não
consideremos esse estado das coisas como irreversível, não nos resignemos.
Busquemos construir uma sociedade e uma economia em que o homem e o seu bem, e
não o dinheiro, estejam no centro.
Uma
mudança, uma maior atenção à justiça social pode ocorrer graças a mais ética na
economia ou é justo supor também mudanças estruturais no sistema?
Acima de tudo, é bom lembrar que há a
necessidade de ética na economia e há necessidade de ética também na política.
Várias vezes, vários chefes de Estado e líderes políticos que eu pude encontrar
depois da minha eleição a bispo de Roma me falaram sobre isso. Eles disseram:
vocês, líderes religiosos, devem nos ajudar, dar-nos indicações éticas. Sim, o
pastor pode fazer os seus apelos, mas estou convencido de que é preciso, como
recordava Bento XVI na encíclica Caritas in veritate, de homens e mulheres com
os braços levantados para Deus para rezar a Ele, conscientes de que o amor e a
partilha dos quais deriva o autêntico desenvolvimento não são um produto das
nossas mãos, mas um dom a se pedir.
E, ao mesmo tempo, estou convencido de
que é preciso que esses homens e essas mulheres se comprometam, em todos os
níveis, na sociedade, na política, nas instituições e na economia, pondo no
centro o bem comum. Não podemos mais esperar para resolver as causas
estruturais da pobreza, para curar as nossas sociedades de uma doença que só
pode levar a novas crises. Os mercados e a especulação financeira não podem
gozar de uma autonomia absoluta. Sem uma solução aos problemas dos pobres não
resolveremos os problemas do mundo. São necessários programas, mecanismos e
processos orientados a uma melhor distribuição dos recursos, à criação de
trabalho, à promoção integral de quem está excluído.
Por
que as palavras fortes e proféticas de Pio XI na encíclica Quadragesimo anno
contra o imperialismo internacional do dinheiro hoje soam para muitos – também
católicos – como exageradas e radicais?
Pio XI parece exagerado para aqueles que
se sentem afetados pelas suas palavras, feridos na carne pelas suas proféticas
denúncias. Mas o papa não era exagerado, tinha dito a verdade depois da crise
econômico-financeira de 1929 e, como bom alpinista, via as coisas como estavam,
sabia olhar longe. Temo que os exagerados, ao contrário, são aqueles que ainda
hoje se sentem chamados em causa pelas críticas de Pio XI...
Ainda continuam válidas as páginas da
Populorum progressio nas quais se diz que a propriedade privada não é um
direito absoluto, mas está subordinada ao bem comum, e aquelas do Catecismo de
São Pio X que elenca entre os pecados que clamam por vingança diante de Deus a
opressão dos pobres e a defraudação da justa retribuição aos operários?
Não são apenas afirmações ainda válidas,
mas, quanto mais o tempo passa, mais eu acho que são comprovadas pela
experiência.
Chamaram
a atenção muitas das suas palavras sobre os pobres como "carne de
Cristo". Perturba-lhe a acusação de "pauperismo"?
Antes que Francisco de Assis chegasse,
havia os "pauperistas". Na Idade Média, houve muitas correntes
pauperistas. O pauperismo é uma caricatura do Evangelho e da própria pobreza.
Em vez disso, São Francisco nos ajudou a descobrir o laço profundo entre a
pobreza e o caminho evangélico. Jesus afirma que não se pode servir a dois
senhores, Deus e a riqueza. É pauperismo? Jesus nos diz qual é o
"protocolo" com base no qual seremos julgados: é aquele que lemos no
capítulo 25 do Evangelho de Mateus: tive fome, tive sede, estive preso, estava
doente, estava nu, e vocês me ajudaram, vestiram, visitaram, cuidaram de mim.
Cada vez que fazemos isso a um nosso irmão, o fazemos a Jesus.
Cuidar do nosso próximo: de quem é
pobre, de quem sofre no corpo, no espírito, de quem está em necessidade. Essa é
a pedra de toque. É pauperismo? Não, é Evangelho. A pobreza afasta da
idolatria, do sentir-se autossuficiente. Zaqueu, depois de ter cruzado o olhar
misericordioso de Jesus, doou a metade dos seus bens aos pobres. A mensagem do
Evangelho é uma mensagem dirigida a todos. O Evangelho não condena os ricos,
mas a idolatria da riqueza, aquela idolatria que torna insensível ao grito do
pobre. Jesus disse que, antes de oferecer a nossa oferta ao altar, devemos nos
reconciliar com o nosso irmão para estar em paz com ele. Acredito que podemos,
por analogia, estender esse pedido também ao nosso estar em paz com esses
irmãos pobres.
O
senhor ressaltou a continuidade com a tradição da Igreja nessa atenção aos
pobres. Pode dar alguns exemplos a esse respeito?
Um mês antes de abrir o Concílio
Ecumênico Vaticano II, o Papa João XXIII disse: "A Igreja se apresenta
como é e quer ser, como a Igreja de todos, e particularmente a Igreja dos
pobres". Nos anos posteriores, a opção preferencial pelos pobres entrou
nos documentos do magistério. Alguns poderiam pensar em uma novidade, enquanto,
em vez disso, se trata de uma atenção que tem a sua origem no Evangelho e está
documentada já nos primeiros séculos do cristianismo.
Se eu repetisse alguns trechos das
homilias dos primeiros Padres da Igreja, do segundo ou terceiro século, sobre
como se deve tratar os pobres, haveria alguns que acusariam que a minha homilia
é marxista. "Não é dos teus bens que tu doas ao pobre; tu só lhe devolves
o que lhe pertence. Porque é àquilo que é dado em comum para o uso de todos que
tu te apegas. A terra é dada a todos, e não somente aos ricos". São
palavras de Santo Ambrósio, que serviram para que o Papa Paulo VI afirmasse, na
Populorum progressio, que a propriedade privada não constitui para alguns um
direito incondicional e absoluto, e que ninguém está autorizado a reservar para
o seu uso exclusivo aquilo que supera a sua necessidade, quando aos outros
falta o necessário. São João Crisóstomo afirmava: "Não compartilhar os
próprios bens com os pobres significa roubá-los e privá-los da vida. Os bens
que possuímos não são nossos, mas deles". (...)
Como se pode ver, essa atenção aos
pobres está no Evangelho e está na tradição da Igreja, não é uma invenção do
comunismo e não devemos ideologizá-la, como algumas vezes aconteceu no curso da
história. Quando a Igreja convida a vencer aquela que eu chamei de
"globalização da indiferença", ela está longe de qualquer interesse
político e de qualquer ideologia: movida unicamente pelas palavras de Jesus,
ela quer dar a sua contribuição para a construção de um mundo onde se proteja
um ao outro e se cuide um do outro.
Fonte:
http://www.ihu.unisinos.br
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800 ANOS DE SANTO ALBERTO: Dom Fouad Twal, Patriarca de Jerusalém.
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800 ANOS DE SANTO ALBERTO: Irmã Anastasia Monaca.
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 771: E se eu estivesse vivo?
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