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sábado, 29 de junho de 2013
MISSA DE PEDRO E PAULO: Homilia do Frei Petrônio.
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 362. Pedro, Paulo e Francisco.
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 361. Jesus Também Protestou.
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sexta-feira, 28 de junho de 2013
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 360. Quem são os vândalos?
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quinta-feira, 27 de junho de 2013
E as manifestações nas ruas? (I e II)
Paulo Reims
A s manifestações tiveram início em São Paulo, a
princípio contra o aumento das tarifas de transportes públicos. Mas, já se
estendem por todo o país, com apoio no exterior, tendo várias reivindicações.
Realmente,
as novas gerações que participaram e ou assistiram, no dia 13 de junho PP, toda
a violência contra os manifestantes puderam ter uma ideia das repressões,
torturas e mortes ocorridas durante os 21 anos de ditadura militar neste país,
e uma multidão ficou atônita ao reviver a mesma realidade por algumas horas.
No início da semana passada, dia 17 de junho, escrevi
sobre o assunto, e o partilhei no dia seguinte. Até este momento estava alegre
com as manifestações nas ruas, apesar da preocupação com a violência, até então
por iniciativa dos policiais, a mando do governo do Estado de São Paulo. Aliás,
este foi o motivo principal a aumentar o número de manifestantes. Os dias foram
se sucedendo, e minha alegria foi tomada por um misto de tristeza. Por quê?
Procurei acompanhar as manifestações bem de perto.
Estava contente porque o povo estava despertando, e triste porque percebi que a
maioria, sem se dar muita conta, após longos anos, acordou com cataratas, que
deixam a visão muito embaçada. Como assim? Vamos recordar. No início, a
reivindicação era a revogação do aumento das tarifas do transporte coletivo. A
iniciativa foi do Movimento Passe Livre (MPL). A seguir, as manifestações foram
tomando proporções maiores em número de pessoas, cidades, dentro e fora do país,
e com uma pauta de reivindicações que aumentava dia após dia.
Dizia para mim mesmo: o MPL não está conseguindo
coordenar as manifestações, e concluí que havia infiltrações de todo tipo,
pessoas violentas, bandidos, saqueadores, depredadores. Mas, como ventilei no
artigo da semana passada, havia infiltração truculenta e mascarada da direita
burguesa, detentora do poder econômico, político que, por sua vez, é senhora,
também, do Partido da Imprensa Golpista (PIG). Desta forma começou a conduzir o
processo –dando a pauta das manifestações e provavelmente infiltrando alguns
depredadores– o que poderia levar a um golpe, como aconteceu com as
manifestações nas ruas em 1964. A direita quer o progresso, mas somente para os
seus pares. Foi assim, inculcando terror na massa, que conseguiu fazer morrer
na casca as reformas sociais incipientes do governo de João Goulart, e aumentar
seus patrimônios.
Como faz falta a filosofia na escola, em todos os
níveis e cursos! Creio que é a principal causa das cataratas nos olhos da
massa, pois assim é manobrada com facilidade. Mas, então, você quer dizer que
as manifestações não foram oportunas? Não é isso. Elas exerceram um papel
importante ao fazer as "autoridades” despertarem, em todos os sentidos,
também o da iminência de um golpe. Sacudiram as folhas secas para caírem e se
transformarem em adubo, energia para uma retomada mais vigorosa do processo de
transformação social, que tenha como escopo o bem comum, e não o acúmulo para
aqueles que já têm demais.
Quando digo que o Brasil acordou com cataratas nos
olhos, o faço pela parcialidade das manifestações. Como assim? Por acaso alguém
viu um cartaz, faixa ou palavra de ordem contra o Judiciário, eivado de
irregularidades, algumas clamorosas, como por exemplo: a venda de sentenças,
viagens internacionais da esposas dos ministros do STF com dinheiro público,
parcialidade nos julgamentos dos mensalões - até agora o processo contra o
mensalão do PSDB está engavetado, sendo que é anterior ao do PT - , toda a
privataria tucana, especialmente a da Vale do Rio Doce, e por aí...? Alguém viu
uma palavra contra o Congresso Nacional, o mais bem pago do mundo, depois dos
USA, e que continua agregando mordomias, com uma população tão pobre, uma das
nações com a maior desigualdade social do mundo, apesar dos avanços dos últimos
dez anos, não podemos negar? Nem os parlamentares da oposição se manifestam
contra estas regalias e privilégios; com seus "bolsos” abarrotados eles
silenciam, mesmo a custa do suor e do sangue dos verdadeiros trabalhadores que
fazem o progresso deste país. Fora a manifestação contra as PECs 33 e 37, nada
mais. Aliás, a PEC 37, quase por unanimidade, acabou de ser derrubada.
Ontem, dia 24 de junho, um senador do DEM foi contra a
Presidente Dilma que, entre outras propostas concretas, anunciou a convocação
de um plebiscito para uma constituinte exclusiva para fazer a reforma política,
desde que o Congresso Nacional a aprove. Ele se pavoneou em dono da verdade,
dizendo que isto é prerrogativa do Congresso Nacional. Igualmente, hoje, dia 25
de junho, Aécio Neves não perdeu tempo em também aparecer dizendo que as
propostas da Presidente Dilma são uma afronta às reivindicações do povo nas
ruas. Feliz mesmo foi o Presidente da OAB que falou da necessidade de se ouvir
o povo, mas não criar uma constituinte, pois iria atrasar ainda mais o processo
da reforma política. Admirável assessoria esta. E é isto que vai prevalecer.
Mas as saídas da oposição refletem que, na verdade, a
voz do povo é um detalhe. Por que a Presidenta não pode propor uma constituinte
através da escuta do povo? Qualquer cidadão pode fazer propostas que sejam do
interesse da coletividade, e os parlamentares, se representam o povo, devem
acolhê-las. A impressão que os membros da oposição passam, com suas reações, é a
de que o povo é somente um detalhe que interessa na hora de lhes dar o voto.
Quero enaltecer o gesto da Presidenta Dilma por tal
proposta, pois creio que a partir da reforma política, bem conduzida, muitas
outras reformas de base poderão se suceder, se a direita fascista e a imprensa
burguesa, assessorados pela CIA e outros mais, não derem o golpe. O MPL já
percebeu esta intenção, tanto que avisou publicamente que saía das
manifestações, uma vez que conseguiu o objetivo da sua luta: revogação do
aumento das passagens do transporte coletivo.
E aqui uma vez mais se percebe que o Brasil acordou
com cataratas nos olhos: onde estava a faixa solicitando do Congresso Nacional
a regulamentação do artigo 14 da Constituição, para que tenhamos uma Democracia
Participativa, ou seja, para que o povo seja sempre consultado a respeito dos
assuntos importantes para a vida desta nação? Não encontrei nenhum cartaz
contra a imprensa burguesa, e a favor da democratização e socialização da
imprensa.
Realmente, as manifestações perderam sua originalidade
na medida em que estão sendo parciais, permitindo, mesmo de forma incauta, a
manipulação do terror da direita que quer voltar a tomar o poder para
transformar nossos sonhos e ideais em pesadelos reais.
Também não encontrei uma faixa que
reivindicasse a reforma agrária, para diminuir a violência no campo e também a
miséria...
Voltemos nosso olhar para aquilo que a imprensa vive
chamando de primavera árabe. Com a desculpa de que queria ajudar estes povos a
ter liberdade, a transformaram em rigoroso inverno. Um exemplo, a título de
recordação: a Líbia tinha todos os seus jovens nas universidades. Hoje a Líbia
virou ruína e miséria. É o que o Tio Sam e seus aliados sabem fazer. Os
poderios econômico e bélico deles crescem e a miséria e o sofrimento dos países
invadidos e subjugados também crescem assustadoramente. Quem será a próxima
vítima?
Não estou afirmando que neste governo não existem
problemas. Eles estão aí, são sérios e precisam ser enfrentados com vigor. A
corrupção, infelizmente, é grande; desperdício de verbas também, a começar pela
construção de algumas arenas que, após o mundial,terão pouco proveito; o
orçamento para a transposição do Rio São Francisco já duplicou, e creio que não
chegará ao fim, e se chegar será para satisfazer os donos do agronegócio; tem
muita coisa errada sim. Porém, o atual senador Roberto Requião afirmou em uma
entrevista à revista "Caros Amigos”, em 2005 –auge das denúncias do
mensalão– "a gente não precisa nem de um roubômetro para avaliar; o FHC,
com a privataria tucana, roubou 10.000 vezes mais do que qualquer possibilidade
de desvio do governo Lula”. E que providências foram tomadas?
Concluo dizendo que precisamos cortar na própria
carne, ou seja, precisamos fazer cirurgia para retirada de cataratas, para
vermos melhor e agirmos de forma coerente e concreta.
Neste caso, proponho ao Congresso Nacional que tenha a
coragem da Assembleia Nacional do Equador, que no dia 14 de junho pp, aprovou a
sua Lei de Imprensa. Foram 108 votos a favor, 26 votos contra, certamente estes
são os donos da imprensa de lá, e uma abstenção, ou seja, não sabe porque está
lá. Realmente foi uma vitória popular. E aí, senhores senadores e deputados?
Estão com medo de quem? Vocês representam o povo, ou os grupos econômicos que
também são donos do PIG?
Precisamos urgentemente de uma Lei de Imprensa que
venha favorecer a imprensa alternativa, para combater as mentiras com caras de
verdades da imprensa burguesa e golpista.
Vamos lá, já, queremos enxergar melhor para sairmos às
ruas com propostas concretas e sem parcialidade, pelo bem comum. Juntemo-nos
aos movimentos sociais organizados, para não sermos manipulados pela direita
fascista.
Este é o medo dos "poderosos” que tentam nos
manter com cataratas, miopias, hipermetropia, astigmatismo...
E as manifestações nas ruas? (I)
Por Paulo Reims
Jovens estudantes e trabalhadores, usando, também, a ferramenta
das redes sociais, começam a despertar, sentindo o aperto no bolso.
O Movimento Passe Livre (MPL) já contagiou e agregou
milhares de milhares por este país. Sinceramente, esta movimentação de pessoas
despertando traz alegria e comprova que a esperança continua viva, apesar de
uma multidão continuar em silêncio, induzida pela grande mídia, que também
programa as mentes para o "delírio” durante as copas e carnavais, bem do
jeito que os donos do poder apreciam.
E, de repente, se ouvem os adestrados do PIG
anunciarem: "Manifestantes usam de violência e depredam patrimônios
públicos e particulares”. Fiquei atento, e dizia para mim mesmo: Aí tem coisa!
Certamente tem gente infiltrada para macular a imagem das manifestações e
manipular a consciência dos incautos.
Depois veio à tona, pelos meios de comunicação
alternativos, que havia policiais militares e civis, infiltrados à paisana,
para dar início aos atos de vandalismo, a mando do governo estadual,
justificando assim toda a violência do aparato militar, com bombas de efeito
moral, tiros com balas de borracha, spray de pimenta, enfim, com toda
truculência comparada à época da ditadura militar.
Pensei que fossem somente alguns da direita rançosa
que estivessem infiltrados no meio da nossa juventude - que corre atrás do novo
mundo possível - com o objetivo de distorcer os verdadeiros anseios juvenis,
mas o velho chuchu também tentou produzir rebentos, dando ordens aos seus
subordinados para que agissem com autoritarismo e violência.
Toda esta truculência deve ser usada contra bandidos,
mas quanto eu tenha conhecimento ali estava a juventude em busca dos seus
ideais de vida, de dignidade.
Os bandidos estão em outras esferas. É nas esferas
superiores que se encontram os baderneiros e vândalos do erário público.
Quantas obras faraônicas, com desperdício de quantias astronômicas para
satisfazer algumas pessoas e grupos inescrupulosos, em detrimento da quase
totalidade do povo que tem que viver a duras penas.
Interessante é perceber a capacidade de se camuflar de
alguns personagens que nos dias passados se apresentavam como ditadores. De
repente, pareciam pessoas amistosas; e sobraram convites para o diálogo e
negociações, vendo as manifestações tomarem grandes proporções.
Ficou muito feia a fotografia de várias autoridades
deste país. Mas as imagens dos manifestantes, com algumas exceções, continuam
repercutindo muito bem. É isso mesmo: "Sonho que se sonha junto é início
de uma nova realidade”.
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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quarta-feira, 26 de junho de 2013
BAHIA: Os Protestos chegam ao sertão
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 358. Caridade X Religião.
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O desafio do jornalismo crítico numa democracia comprometida
Lúcio Flávio Pinto
Entrevista do jornalista paraense Lúcio
Flávio Pinto aos alunos de jornalismo da Unesp (Universidade do Estado de São
Paulo) de Bauru.
A pós deixar a grande imprensa e começar a trabalhar no
Jornal Pessoal, você acredita que conquistou uma maior liberdade para se
expressar e divulgar suas opiniões e ideias?
Você acha que as leis deveriam proteger melhor os jornalistas ao exercerem sua liberdade de imprensa?
Recentemente, um ranking sobre o nível de liberdade de
imprensa nos países foi divulgado e o Brasil ficou em uma posição bem ruim por
conta do alto número de assassinatos de jornalistas, da constante influência
empresarial e política no ramo e de ações sociais contra blogueiros e sites. O
que você acha que pode mudar essa situação?
É uma situação grave e paradoxal. Esta é a mais longa
democracia que já tivemos na república brasileira. Graças a essa longevidade
(para o liliputiano padrão brasileiro de democracia), começam a surgir
instituições e outras se fortalecem. No entanto, há menos liberdade de crítica
e mesmo de informação. Várias das instituições em vigor, sobretudo as que
deviam ser os esteios da sociedade, com destaque para o judiciário e o
executivo, se mostram refratárias à fiscalização e ao controle social. Quem
ficar acima e fora do alcance das representações menos institucionais da
sociedade, como a imprensa.
Claro que não existe "uma” ou "a” imprensa.
Há uma variedade enorme de entes individuais sob esse conceito. Mesmo as
piores, no entanto, são vitais para a democracia. Todos devem poder se
expressar, sobretudo quando dirigem suas baterias na direção do poder
institucionalizado. E as chamadas autoridades, de que natureza ou formato
sejam, devem reagir com a verdade, ou contribuir para a sua busca. Mas
geralmente reagem com intolerância, abusando do próprio poder.
O judiciário, como autor ou instrumento da repressão à
liberdade, tem tipo papel destacado. Daí haver tantos processos contra
jornalistas e outros personagens que manifestam crítica e opinião. Levada ao
extremo, essa reação resulta em atentados contra a integridade e a vida por
dito crime de opinião. O Brasil enriquece, mas a liberdade tem sido
empobrecida.
Em 2005, você foi premiado com o Internacional Press
Freedom Award pela defesa da liberdade de imprensa. Acredita que no Brasil
ainda sofremos muito com esse tipo de censura?
A censura tem remotas raízes no Brasil. É um valor
muito mais cultuado do que a liberdade. Quando se compara com a evolução
histórica de um país que se constitui ao mesmo tempo, como os Estados Unidos, é
um contraste brutal. A imprensa surgiu no novo continente, das Américas, um
século antes de colocar os seus pés no Brasil. E quando surgiu já encontrou
postada a junta de censura do império português, que tentava impedir a
independência da sua colônia americana. O primeiro jornal teve que circular
fora do país, em Londres, em 1808, quando a imprensa já estava estabelecida na
parte hispânica e anglo-saxônica das Américas.
Assim, tanto a sociedade quanto o poder são sempre
tentados a cercear a liberdade de expressão. Ou pela intervenção política
direta das ditaduras ou pela coação pessoal, psicológica, sem falar no
instrumento mais eficaz: a compra. É esse instrumento que age agora, na nossa
longeva democracia, depois de duas décadas de ditadura. A autocensura é o fato
mais destacado e perigoso dos nossos dias. Não só as empresas se automutilam
para servir aos seus interesses. Os jornalistas também se colocam a mordaça – e
às vezes sem ordem patronal ou coação externa. É porque muitos jornalistas também
se tornaram extensões do poder coercitivo, cúmplices da manipulação da opinião
pública.
Sem dúvida. Adotei o menor formato possível que
qualquer publicação podia ter para se viabilizar com plena liberdade. Escrevo
todo o jornal, tenho apenas a participação do meu irmão na edição e ilustração,
mais a gráfica para imprimir e uma agência para distribuir os exemplares. Não
há custo menor. Não uso cores nem fotos. Assim, pude dispensar a receita da
publicidade, para isso aceitando ser pequeno e pobre. Mas há o lado ruim dessa
opção: não tenho capital para bancar viagens e outras despesas.
Mais do que nunca, a informação custa caro. É uma
ilusão infantil achar que ela está toda na rede mundial de computadores. Há
informações que só se obtém indo aos locais onde os fatores acontecem e
conversando com os personagens dos fatos, que, evidentemente, não caem dos céus
como maná semiológico. Esta mobilidade e capacidade de penetração o meu jornal
não tem.
Como eu já estava havia 21 anos no jornalismo
profissional quando comecei o Jornal Pessoal, depois de atuar em algumas das
principais empresas jornalísticas do Brasil, uso esse capital até hoje para
suprir minhas deficiências. O que me surpreende – e me entristece – é que mesmo
sendo um anão empresarial, consigo dar informações que jamais aparecem na
grande imprensa.
Você já sofreu algum tipo de censura em
relação ao seu trabalho? Se sim, como isso se deu?
Muitas e distintas, na ditadura e na democracia. Mas
reagi a todas. Pedi demissão três vezes de grandes empresas jornalísticas por
não concordar com a censura. Tive que fazer isso porque, apenas dois meses
depois de ter ingressado no jornalismo, em 1966, consegui meu primeiro espaço
de opinião. Era uma coluna cultural chamada "De gente, fatos e livros”. Às
vezes tive de negociar a publicação de algum artigo que a direção da empresa
não queria publicar. Quando houve intolerância, pedi o boné.
Nunca aceitei a censura como uma ordem. Ela pode ser
uma condição, que não temos o direito de ignorar. Se existe, é por resultar de
um ato de força, que pode estar disfarçado e ser sutil. Temos que reagir à sua
origem. Com meu Jornal Pessoal deixou de haver censura. Nem mesmo a
subconsciente, dentro de mim. Pago caro, mas gozo de plena liberdade, como
nubca tivce.
Já presenciou algum tipo de censura? No
local de trabalho ou com colegas da área?
Sou de uma geração que conviveu com a censura,
sobretudo a que veio com fúria depois do AI-5, no final de 1968, o "ano
que não terminou”. A única vantagem desse relacionamento é que sabíamos
perfeitamente quem era o inimigo: era aquela pessoa mandada para a redação com a
missão de mutilar o trabalho dos profissionais da imprensa. Fazíamos o que
podíamos para resistir e nos contrapormos a esse personagem, Hoje o jornalismo
está ao nosso lado e pode ser um de nós.
Você foi professor visitante em várias universidades.
Como você vê o assunto ‘liberdade de imprensa’ sendo tratado nas instituições
de ensino? Acredita que esse é o modo correto de tal assunto ser abordado?
Há um grande preconceito acadêmico contra o
jornalismo. Inclusive nos cursos de comunicação social. Há um tipo de acadêmico
que não considera o jornalismo como fonte de referência confiável. É difícil
encontrar fontes jornalísticas na bibliografia das dissertações e teses
universitárias. Em parte, a restrição procede. Muitos jornalistas não são
rigorosos na apuração dos fatos e poucos utilizam métodos de observação
científicos. Mas o jornalismo de linha de frente, que está nos acontecimentos
quando os canhões ainda estão quentes, de fato ou metaforicamente falando, esse
é imprescindível nos nossos dias de vida digital e virtual. Mesmo assim, os
acadêmicos viram os olhos dessa fonte. E muitos encaram a imprensa com
preconceitos e dogmas. Acham a imprensa nada mais do que arauto do poder
estabelecido. É uma visão esquerdista, no sentido daquela doença ideológica
apontada por Lênin (antes de também se sujeitar a ela).
Acredita que com a internet e o maior
número de meios para divulgar artigos e trabalhos a liberdade de imprensa possa
ser, vamos dizer, ‘mais praticada’?
De fato há incomparavelmente mais liberdade, mas a taxa
de eficiência dessa liberdade é espantosamente baixa. O caldo dessa cultura é
engrossado por opinião em cima de opinião. A internet é o paraíso do
"achismo”, praticado por donos da verdade capazes de qualquer juízo de
valor, mas pouco propensos a demonstrá-lo. O mundo digital, prometendo o
paraíso. É um doce desvio para o inferno.
Você acha que as leis deveriam proteger melhor os jornalistas ao exercerem sua liberdade de imprensa?
Fiel às remotas origens autoritárias da vida coletiva
no Brasil, o legislador sempre está mais preocupado em cercear a imprensa do
que em liberá-las das amarras e condicionantes do poder. Voltando ao paralelo
com os EUA: terminada a constituição americana, Jefferson se voltou ao texto
enxuto e adicionou-lhe a primeira das duas dezenas que ele viria a ter nos dois
séculos e meio seguintes. Foi para não deixar dúvida que os pais fundadores da
pátria consideravam a imprensa mais importante do que o governo. A imprensa
traduz melhor a sociedade do que o governo. É mais porosa e permeável, a
despeito de todos os seus vícios e defeitos. Graças a ela, o New York Times
pode publicar os documentos secretos do Pentágono sobre a guerra no sudeste
asiático e o Washington Post seguiu na apuração do escândalo de Watergate, num
momento em que o presidente Nixon queria mandar cortar os seios de Katharina
Graham, a dona do jornal.
Os casos de assassinatos mais recentes
ocorreram em anos eleitorais. Você acredita que isso é apenas uma coincidência?
Os casos mais recentes de assassinato estão
acontecendo durante o ano inteiro. Pode haver maior incremento em eleições de
assassinatos políticos, que incluem a imprensa. Mas é um incremento sazonal
típico. Há outros no curso do exercício de sangue de todos os anos. A expansão
do homicídio é a contrafação do enriquecimento abusivo de certos setores
sociais do país, um dos mais injustos do planeta.
Por fim, qual a sua opinião sobre a
liberdade de imprensa no Brasil?
Continua a ser principalmente a do dono, seja o dono
da empresa jornalística como daquele que pode comprá-lo e aos demais. A
liberdade passou a ser uma commodity de mercado.
Fonte: http://www.adital.com.br/
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domingo, 23 de junho de 2013
12º- DOMINGO DO TEMPO COMUM. ANO-C: Homilia do Frei Petrônio.
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 357. Jesus não é doce de coco.
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03:28
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