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sábado, 7 de março de 2015

3º Domingo da Quaresma: Um templo novo ( JO 2, 13-25).

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo. João 2, 13-25 que corresponde ao Terceiro Domingo de Quaresma, Ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto
Os quatro evangelistas fazem-se eco do gesto provocador de Jesus expulsando do templo “vendedores” de animais e “cambistas” de dinheiro. Não pode suportar ver a casa do Seu Pai cheia de pessoas que vivem do culto. A Deus não se compra com “sacrifícios”.
Mas João, o último evangelista, acrescenta um diálogo com os judeus em que Jesus afirma de forma solene que, após a destruição do templo, Ele “o levantará em três dias”. Ninguém pode entender o que diz. Por isso, o evangelista acrescenta: “Jesus falava do templo do Seu corpo”.
Não esqueçamos que João escreve o seu evangelho quando o templo de Jerusalém leva vinte ou trinta anos destruído. Muitos judeus sentem-se órfãos. O templo era o coração da sua religião. Como poderão sobreviver sem a presença de Deus no meio do povo?
O evangelista recorda aos seguidores de Jesus que eles não têm de sentir nostalgia do velho templo. Jesus, “destruído” pelas autoridades religiosas, mas “ressuscitado” pelo Pai, é o “novo templo”. Não é uma metáfora atrevida. É uma realidade que irá marcar para sempre a relação dos cristãos com Deus.
Para quem vê em Jesus o novo templo onde habita Deus, tudo é diferente. Para encontrar-se com Deus, não basta entrar numa igreja. É necessário aproximar-se de Jesus, entrar no Seu projeto, seguir os Seus passos, viver com o Seu espírito.
Neste novo templo que é Jesus, para adorar a Deus não bastam o incenso, as aclamações nem as liturgias solenes. Os verdadeiros adoradores são aqueles que vivem ante Deus “em espírito e em verdade”. A verdadeira adoração consiste em viver com o “Espírito” de Jesus na “Verdade” do Evangelho. Sem isto, o culto é “adoração vazia”.
As portas deste novo templo que é Jesus estão abertas a todos. Ninguém está excluído. Podem entrar nele os pecadores, os impuros e, inclusive, os pagãos. O Deus que habita em Jesus é de todos e para todos. Neste templo não se faz discriminação alguma. Não há espaços diferentes para homens e para mulheres. Em Cristo já “não há varão e mulher”. Não há raças elegidas nem povos excluídos. Os únicos preferidos são os necessitados de amor e vida. Necessitamos igrejas e templos para celebrar Jesus como Senhor, mas Ele é o nosso verdadeiro templo.

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 821: Jesus chutou o pau na barraca.

75 ANOS DO SODALÍCIO DE JUIZ DE FORA: Vinheta da Festa.

A lista do Ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Se você votou em um deles, você também está na lista. O quê! Isso mesmo! Se você votou em um nesta lista, você é o responsável indireto pela corrupção.      

Vice-governador
João Leão (PP-BA) – vice-governador da Bahia
Senadores
Renan Calheiros (PMDB-AL) – presidente do Senado e do Congresso Nacional
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Benedito de Lira (PP-AL)
Ciro Nogueira (PP-PI) – senador pelo Piauí e presidente nacional do PP
Edison Lobão (PMDB-MA) – senador pelo Maranhão e ex-ministro de Minas e Energia
Fernando Collor (PTB-AL) – senador por Alagoas e ex-presidente da República
Gladison Cameli (PP-AC)
Gleisi Hoffmann (PT-PR) – senadora pelo Paraná e ex-ministra da Casa Civil
Humberto Costa (PT-PE) – senador por Pernambuco e ex-ministro da Saúde
Lindberg Farias (PT-RJ) – senador pelo Rio de Janeiro e ex-candidato ao governo do Estado
Romero Jucá (PMDB-RR) – senador por Roraima e ex-líder do governo no Senado
Valdir Raupp (PMDB-RO)

Deputados
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – presidente da Câmara e ex-líder do PMDB na Câmara
Afonso Hamm (PP-RS)
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
Aníbal Gomes (PMDB-CE)
Arthur Lira (PP-AL)
Dilceu Sperafico (PP-PR)
Eduardo da Fonte (PP-PE)
Jerônimo Goergen (PP-RS)
José Mentor (PT-SP)
José Otávio Germano (PP-RS)
Lázaro Botelho (PP-TO)
Luís Carlos Heinze (PP-RS)
Luiz Fernando Faria (PP-MG)
Missionário José Olimpio (PP-SP)
Nelson Meurer (PP-PR)
Renato Molling (PP-RS)
Roberto Balestra (PP-GO)
Roberto Britto (PP-BA)
Sandes Júnior (PP-GO)
Simão Sessim (PP-RJ)
Vander Loubet (PT-MS)
Waldir Maranhão PP-MA)
Políticos sem mandato

Mário Negromonte (PP-BA) – ex-ministro das Cidades, atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia
Roseana Sarney (PMDB-MA) – ex-governadora do Maranhão e ex-senadora
Aline Corrêa (PP-SP)
Carlos Magno (PP-RO)
Cândido Vaccareza (PT-SP)
João Pizzolatti – (PP-SC)
José Linhares (PP-CE)
Luiz Argôlo (ex-PP, atual SD-BA)
Pedro Corrêa (PP-PE)
Pedro Henry (PP-MT)
Roberto Teixeira (PP-PE)
Vilson Covatti (PP-RS)

quinta-feira, 5 de março de 2015

Teresa d'Ávila, uma resposta às urgências e aos perigos do seu tempo.

Através do amor, a mística de Teresa d'Ávila – a sua feliz contemplação, a sua oração – se torna uma ação e cria uma dinâmica de onde brota a caridade.
A opinião é da romancista e jornalista francesa Christiane Rancé, em artigo publicado no jornal L'Osservatore Romano, 02-03-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
É difícil resumir a espiritualidade de Teresa d'Ávila, de tão rica e sutil. Mas o que se pode dizer, para apresentá-la, é que ela encontra a sua força na ação. Teresa de Jesus elaborou uma mística que respondia às urgências e aos perigos do seu tempo, e que se articula em torno de três polos: a sua iluminada compreensão da Encarnação e daquilo que ela envolve como resposta; a sua invenção – como se diz da descoberta de um tesouro – do centro da alma como residência de Deus; e, por fim, a oração como operação amorosa sobre o mundo.
"O mundo está em chamas", escreve Teresa no primeiro capítulo do seu Caminho de perfeição. E o mundo, acrescenta, precisa de amigos fortes (amigos fuertes). Contra qual fogo Teresa d'Ávila quer agir? Aquele que devora Igreja por dentro, com as ideias novas da Reforma e de outras correntes de pensamento que contestam a Roma o seu dogma e a sua infalibilidade.
O que aconteceu é que a revolução copernicana destruiu as bases do mundo antigo e difundiu nas mentes daquele século XVI, o primeiro da era moderna, uma angústia geral: nem a Terra nem Deus são mais os centros de um universo eterno e incorruptível que girava ao redor deles.
Teresa varre magistralmente as interrogações que essa descoberta vertiginosa coloca para as mentes da época. O que importa se, por causa dessa teoria, Deus perdeu o seu lugar de residência? Basta buscar o divino como transcendência pura, como experiência interior, responde Teresa. O que importa, depois, se a Terra não é mais o lugar de um teocentrismo? Se Deus é tudo, se "a máquina do mundo tem, por assim dizer, o seu centro por toda parte e a sua circunferência em lugar algum", o centro do mundo está lá onde está o homem, e Deus nele.
A citação de Nicolau de Cusa retomada por Pascal não é uma alegoria; uma esfera de raio infinito, efetivamente, tem o seu próprio centro por toda a parte. Seja qual for o ponto em que se encontre essa esfera, de fato, se está a uma distância infinita da borda, e isso em todas as direções do espaço. Assim, Deus, por residir no centro secreto da alma, é sempre e inevitavelmente o centro do universo.
Essa é uma das fontes da espiritualidade teresiana: a descoberta do centro da alma. Tomás Álvarez, no Diccionario de Santa Teresa de Jesús, salienta a originalidade da madre sobre essa noção que vai se tornar uma linha mestra da sua obra-prima, O Castelo Interior. Esse centro da alma é "a sala principal, onde acontecem as coisas mais secretas entre Deus e a alma".
Lá, no seu centro, Deus continua morando e resplandecendo. É nesse centro que se celebra a união da alma comCristo, nosso Senhor, diz Teresa, para que a sua relação com ele seja definitivamente estabelecida: "A alma está sempre com o seu Deus naquele centro de que falei".
Essa concepção, indubitavelmente singular, atrairia sobre ela as iras da Inquisição. Trata-se de "erro em filosofia, sonho e fantasia em teologia", decretam os juízes. Quanto à ideia de Deus que está nesse centro, ela é definida como uma heresia revoltante.
Essa é a resposta puramente genial de uma mulher que responde intuitivamente, a partir da sua alma, à angústia geral que a revolução copernicana gera. Assim, ela consegue manter a força de um divino pacificador.
Ela, que tem a vontade louca de devolver a Deus o seu lugar – de fazer com que a sua alma, se se unir a Deus, se torne novamente o centro do mundo –, consegue: a sua oração coloca novamente o mundo no olhar divino e Deus no centro do universo. Rezando, Teresa coloca novamente no seu lugar Cristo que vem.
Ironia do destino! Aquilo que quase fez com que ela fosse definida como herética pela Inquisição – a noção do centro da alma – é o que a torna tão necessária.
Teresa de Jesus foi canonizada pela santidade da sua vida, pela criação do seu Carmelo e pela sua irredutível fidelidade à Igreja. Mas o que a torna uma contemporânea nossa é essa invenção. Bem mais do que a abertura individual de uma alma perdidamente fiel a Deus, é aquela invenção que dá perpetuamente a Deus um futuro, não com um "penso,logo existo", mas com um "creio, logo Ele é". Desse modo, ela força o advento de um mundo do qual Jesus Cristo permanecerá como a inevitável medida.
Teresa d'Ávila compreendeu a atração pela matéria e as teorias contemporâneas dos seus semelhantes; daí a sua aversão à falsa erudição, à pretensão do saber e aos anseios do espírito nos seus conventos. "A alma não é o pensamento, nem a vontade é governada por ele, o que seria má sina. Disso se conclui que o proveito da alma não está em pensar muito, mas em amar muito", afirma.
Teresa se sentiu obrigada a amar o dia em que a visão de um crucifixo a fez entender, de repente, o quanto Deus a amava por ter lhe dado a própria vida na infâmia e na dor da cruz. Quanto a amava por ter se feito tão semelhante à sua criatura a ponto de se encarnar no ser mais fraco e mais humilde que existe, não em um príncipe, mas no filho de um carpinteiro da periferia da Palestina.
A partir daquele momento, ela compreendeu, num piscar de olhos, que nunca poderia acessar qualquer estado superior de fé sem uma plena consciência e sem uma plena experiência desse amor, através da fusão nele: ela se dá conta de que, para que Deus lhe responda, ela deve se comprometer de modo equiparável ao amor que a sua Paixão demonstrou.
Assim, a representação da humanidade de Cristo naquilo que ela teve de mais paroxístico – a Paixão – a abalava, e através dela e a partir dela que ela pode compreender plenamente o que era a loucura e o escândalo do cristianismo: a encarnação.
"Ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14, 6). Jesus é o rosto humano de Deus. Havia, talvez, uma metáfora melhor do que essa verdade, que Teresa assimilará como uma hóstia, ou seja, que a realidade de Deus, o seu ser é acessível só em Jesus e através de Jesus?
No Livro da Vida, ela escreve que Jesus é o verdadeiro livro onde ela descobriu todas as verdades. A visão avassaladora do corpo sofredor de Jesus também lhe revelou, de modo fulgurante, todas as promessas do mistério de Jesus homem-Deus e Deus-homem. A humanidade de Cristo oferece uma possibilidade de união, de comunhão e de unidade de amor.
Por meio de Jesus, a atração mútua entre Deus e a sua criação se formaliza. Quer pense na Paixão ou medite sobre esse mistério, o orante se encontra aos pés de uma escada que leva a Deus, uma escala como a de Jacó, uma escada de oração que deverá subir para alcançar a união divina, "onde nada é comparável com os prazeres da alma".
Daí a exortação de Teresa a rezar. A oração, segundo ela, é"uma íntima relação de amizade, um frequente entretenimento a sós com Aquele que sabemos que nos ama". É preciso rezar porque a oração é o momento central da criação religiosa da qual Jesus é o mestre. Rezar porque a oração é a linguagem da amizade, como o silêncio é a de Deus.
Teresa assegura, assim, a sobrevivência daquela formidável revolução teológica, teleológica e humana que é a encarnação. Rezar e ir em frente: ir adelante. O seu lema retorna nada menos do que 130 vezes na sua obra. Ir em frente no mundo e, ao mesmo tempo, penetrar no mais profundo de si mesmos. Não podemos "esperar entrar no céu sem antes entrar em nós mesmos", adverte.
O que a sua espiritualidade nos ensina? Agindo de amor, assim como se diz "de instinto", a irradiação infinita de cada um dos nossos atos se difunde na trama infinita do mundo. Através do amor, a mística de Teresa – a sua feliz contemplação, a sua oração – se torna uma ação e cria uma dinâmica de onde brota a caridade.
De fato, o que seria o Amor se se contentasse consigo mesmo? Se não fosse dado à luz pela caridade? Se não se encarnasse, por sua vez, no amor ao próximo? Não seria nada. Não seria nada mais do que uma especulação vazia, o contrário mesmo da espiritualidade de Teresa, que é uma mística da ação amorosa.

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 818: A Mãe do Padre Prostituta.

ENCONTRO VOCACIONAL: Convite.

Quinta-feira, 05 de março-2015: Homilia do Papa Francisco.

Missa Santa Marta: Parábola do rico opulento foi tema da homilia do Papa. (Lc 16, 19-31)

Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta quinta-feira (05/03), o Papa celebrou a Missa na Casa Santa Marta. Em sua homilia, comentando a parábola do rico opulento, o Papa observou que não se tratava de um homem mau, “talvez fosse um homem religioso, a seu modo. Rezava, ia ao templo, oferecia sacrifícios e ofertas aos sacerdotes, que lhe davam um lugar de honra para se sentar”. Mas não percebia que à sua porta havia um pobre mendicante, Lázaro, faminto, cheio de chagas, “símbolo das muitas necessidades que tinha”. O Papa explica a situação do homem rico:
“Quando saía de casa, eh não … talvez o carro com o qual saia tinha os vidros escuros para não ver o lado de fora... talvez, mas não sei... Mas certamente, sim, a sua alma, os olhos da sua alma estavam ofuscados para não ver. Somente via dentro de sua vida, e não percebia o que tinha acontecido a este homem, que não era mau: estava doente. Doente de mundanidade. E a mundanidade transforma as almas, faz perder a consciência da realidade: vivem num mundo artificial, feito por eles... A mundanidade anestesia a alma. E por isso, este homem mundano não era capaz de ver a realidade”.
E a realidade é a de tantos pobres que vivem ao nosso redor:
“Muitas pessoas que levam a vida de maneira difícil, de modo difícil; mas se eu tenho o coração mundano, jamais entenderei isso. Com o coração mundano não se pode entender a necessidade dos outros. Com o coração mundano pode-se frequentar a igreja, pode-se rezar, fazer tantas coisas. Mas Jesus, na Última Ceia, na oração ao Pai, o que pediu? ‘Mas, por favor, Pai, proteja esses discípulos para que não caiam no mundo, não caiam na mundaneidade.’ É um pecado sutil, é mais que um pecado: foi um pecador da alma”. 
Nestas duas estórias – afirma o Papa – há duas máximas: uma maldição para o homem que confia no mundo e uma benção para quem confia no Senhor. Ohomem rico afasta seu coração de Deus: ‘sua alma é deserta’, uma ‘terra salobra em que ninguém reside’ ‘porque os mundanos, na verdade, estão sós com o seu egoísmo’.
Seu coração está adoentado, tão apegado a este modo de viver mundano que dificilmente podia se curar. Além disso – acrescenta o Papa – enquanto o pobre tem um nome, Lázaro, o rico, não o tem: “não tinha nome, porque os mundanos perdem o nome. São somente um, na multidão de ricos que não precisam de nada”.
E referindo-se ao pedido do homem rico, já nos tormentos do inferno, para que se envie alguém para advertir seus familiares ainda vivos - e Abraão responde que se não ouvirem Moisés e os Profetas, não seriam persuadidos nem mesmo se alguém ressurgisse dos mortos - o Papa afirma: os mundanos querem manifestações extraordinárias, mas “na Igreja tudo é claro, Jesus falou claramente: aquele é o caminho. E no fim, uma palavra de consolo: 

“Quando aquele pobre homem mundano, nos tormentos, pede que seja enviado Lázaro com um pouco de água para ajuda-lo, como responde Abraão? Abraão é a figura de Deus, o Pai. Como responde? ‘Filho, lembre-se... Os mundanos perderam o nome. E nós também, se tivermos o coração mundano, perderemos o nome!. Mas não somos órfãos. Até o fim, até o último momento, existe a segurança que temos um Pai que nos espera. Entreguemo-nos a Ele. Ele nos diz ‘Filho’, em meio àquela mundanidade. Não somos órfãos”

quarta-feira, 4 de março de 2015

Quem escolhe um novo bispo?

O direito-dever da nomeação dos bispos volta à atualidade também na arquidiocese de Trento, na Itália, e repropõe questões demétodo sobre problemas canônicos e eclesiológicos longe de estarem resolvidos.
A reportagem é de Luigi Sandri, publicada no jornal Trentino, 02-03-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Dom Luigi Bressan, desde março de 1999 pastor da Igreja tridentina, no dia 9 de fevereiro passado, completou 75 anos e, por isso, segundo as normativas em vigor desde o pós-Concílio, ele apresentou a sua renúncia ao papa, que vai decidir quando irá acolhê-la e quando irá nomear o seu sucessor.
O procedimento, para o mesmo caso, se repete para todas as dioceses da Igreja latina. Portanto, embora tome impulso a partir de um fato local, aqui abrimos um discurso de caráter geral.
Nos primeiros séculos do cristianismo, era o povo inteiro dos batizados que escolhia o próprio bispo, que, depois, obviamente, era consagrado. Essa práxis também não era isenta de problemas, e muitas vezes surgiam contrastes entre grupos que apoiavam candidatos diferentes.
Por essa razão, pouco a pouco, o direito de escolha foi reservado ao clero e aos nobres e, depois, apenas ao clero. E, após desentendimentos entre a Cúria Romana e o império, por fim, o papa se reservou o direito de nomeação – salvo exceções – para as dioceses latinas.
O Concílio Vaticano II exaltou o valor teológico da "Igreja local" (a diocese), mas não mudou os procedimentos de nomeação dos bispos, deixando, portanto, nas mãos do papa um grande poder, acrescido do fato de que, no rastro do Concílio, ficou estabelecido – uma novidade absoluta na história da Igreja romana! – que cada bispo, ao completar 75 anos, apresentaria a sua renúncia ao Sumo Pontífice que, depois, decidiria se a acolheria.
De fato, não é de todo evidente que, mesmo depois do Vaticano II, a "centralização" romana continue inalterada, sem restituir às Igrejas locais a responsabilidade de escolher o próprio pastor (entre o clero da diocese ou mesmo de fora, dependendo das circunstâncias e das necessidades).
Nesse sentido, o teólogo belga-brasileiro José Comblin escreveu: "Não haverá mudanças de relevo na Igreja romana se não se começar com uma mudança radical do sistema de nomeação dos bispos", atualmente nas mãos dos núncios e, depois, da Cúria.
E como mudar? A esse respeito, circulam várias hipóteses. Por exemplo, se poderia dar peso e valor aos Conselhos de Pastoral e Presbiteral da diocese, cujos membros são, de algum modo, eleitos: os dois órgãos seriam envolvidos na escolha da terna dentro da qual o papa, por fim, escolheria o novo bispo.
Prosseguir na direção de envolver realmente os fiéis, em modos a serem definidos, na escolha do próprio pastor pode surpreender apenas aqueles que ignoram a história da Igreja. E os que são contra a (antiga) tradição são precisamente aqueles que negam para hoje uma práxis normal e pacífica há tantos séculos.

Portanto, seria bom se a diocese de Trento, que no século XVI hospedou um Concílio, abrisse, hoje, um debate sobre uma questão crucial para tornar verdadeiro o Vaticano II, que definiu a Igreja como "povo de Deus". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

QUARESMA: Mensagem de Dom João Costa, Carmelita.

segunda-feira, 2 de março de 2015

ORDEM TERCEIRA DO CARMO: São João del Rei.

A PALAVRA... Nº 815: O Carmo em São João del Rei.

Exercícios espirituais da Cúria Romana: sem medo de perder a face

Diante de quem está em dificuldade, usamos a vara da rigidez e das categorias estabelecidas ou o abraço da misericórdia? Essa foi a última pergunta deixada para a meditação dos presentes pelo padre Bruno Secondin, na tarde dessa quarta-feira, 25 de fevereiro, na conclusão do dia dos exercícios espirituais quaresmais, em Ariccia, para o papa e a Cúria Romana. A reportagem é do jornal L'Osservatore Romano, 26-02-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No âmbito da reflexão sobre o tema do "deixar-se surpreender por Deus", o carmelita deteve-se sobre a leitura do trecho bíblico de Elias e da viúva de Sarepta (1Reis 17, 2-24), aproximado àquele paralelo, em que Eliseu faz ressurgir o filho da sunamita (2Reis 4, 25-37).
Um contexto que levou o pregador a enfatizar um aspecto fundamental na vida de fé, ou seja, o fato de que "os pobres nos evangelizam".
A viúva pobre que, embora tendo apenas "um pouco de farinha numa vasilha e um pouco de azeite na jarra", hospeda Elias torna-se uma ocasião propícia de crescimento interior para o profeta.
Elias, salientou o padre Secondin, "era mal-humorado, agressivo". Os próprios padres da Igreja, ao comentar essas passagens bíblicas, sugerem que "Deus tenta endireitar Elias para que se amanse". E o profeta, assim, é enviado para Sarepta, onde recebe uma primeira lição da mulher: a pobreza e a morte enfrentadas com dignidade.
Inicialmente, o profeta, através do milagre do alimento que não acaba, se apresenta em vestes poderosas, taumatúrgicas. Mas depois a morte do filho da viúva o obriga a outra dimensão: sente-se impotente e só pode invocar a Deus, "confiar-se a Deus em nudez", reconhecer que só ele tem o poder "de gritar a sua dúvida e de implorar".
E é então, diante dos seus gestos ternos e da admissão da sua fraqueza, que a viúva reconhece uma outra face de Deus: o "Deus de compaixão", o "Deus de misericórdia", o "Deus que abraça, que carrega, na sua identidade, a nossa ferida".
É uma história que provoca perguntas para a história pessoal de cada um: "Somos capazes de encontrar os pobres para chegar a encontrar a verdade? Ou temos medo de perder a face?". Sabemos reconhecer e abraçar aqueles que têm "um 'bebê morto' no seu coração: violências, traumas de infância, divisões, horrores..."? A nossa palavra é aquela pedante do taumaturgo ou "a palavra que implora"? Diante de situações de dor, "mandamos na frente o canonista", usamos "a vara" ou nos estendemos "os braços para abraçar"?
Escolhas concretas, atitudes claras, como as sugeridas também pela primeira meditação da quinta-feira, 26, na qual o padre Secondin se deteve sobre o tema da justiça. Tema central, porque, destacou o pregador, "o compromisso com a justiça é parte integrante do nosso seguimento de Cristo, porque os pobres são os privilegiados do Evangelho: não é uma mania populista".
Outro episódio da vida de Elias narrado no primeiro livro dos Reis (21, 1-29) forneceu o impulso para a reflexão. O rei Acab quer comprar a vinha do humilde Nabot, mas o agricultor rejeita, porque não quer desperdiçar a herança recebida dos seus pais.
Então, a ímpia rainha Jezabel organiza uma assembleia ritual com os representantes do povo na qual, graças a duas falsas testemunhas, acusa Nabot de blasfêmia e o faz matar, permitindo, assim, que Acab obtenha o seu "brinquedo".
Elias, então, pronuncia a condenação divina contra Acab, que se arrepende, obtendo de Deus uma atenuação da pena.
Um texto longo, em que as psicologias dos vários personagens – Acab, o frustrado, Jezebel, a poderosa sem escrúpulos, Nabot, o piedoso, os representantes do povo privados de consciência e subjugados por dinâmicas de marca mafiosa – também podem revelar muitos aspectos das nossas vidas.
Um texto que ofereceu a oportunidade para que o pregador carmelita fizesse muitas provocações.
Quantas vezes, por exemplo, "elementos sagrados são usados como cobertura de procedimentos iníquos"? Verdadeiros "abismos de violência são abertos em nome de Deus", e "também entre nós, cristãos" se encontra "o sono da consciência".
Mas, observou o padre Secondin, "quanto deverão gritar os pobres e os oprimidos?". E, pensando nas violências que se cometem na África e no Oriente Médio, perguntou-se: "A consciência dos europeus não tem nada a se criticar?". O apelo que vem das Escrituras é forte: "Devemos estar do lado de todos os Nabots da terra, defender os direitos, acolher as vítimas, estimular as consciências, promover estruturas, porque a terra é Deus, é um dom para a vida de todos e não para os caprichos de alguns".
Mas a Escritura, disse o pregador, também propõe uma "pedagogia dos pequenos gestos". Isto é, é preciso "começar por nós mesmos", converter o próprio estilo de vida, rever o consumo ("quanto desperdício de alimentos..."), ter transparência no agir, fazer o próprio dever com honestidade, não exercer a autoridade como poder e como fonte de privilégios. E ainda: "Despedaçar a espiral do silêncio, os encobrimentos, os abusos".
O padre Secondin, assim, voltou a considerar dinâmicas e problemas de interesse planetário: diante de violências como as da poluição, da grilagem das terras férteis e das águas em detrimento dos povos locais, ou como as violências financeiras, nas quais, sem escrúpulos, com um simples "clique", fazem pessoas morrer, devemos recuperar a força do canto do Magnificat e "ter a coragem de denunciar". Porque "Deus não suporta os prepotentes".

Eis, então, a pergunta que concluiu a meditação: "Sabemos nos familiarizar publicamente com os humilhados, com os descartados pela violência, ou temos medo de perder a face para o Evangelho"? Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Frei Bruno Secondin: Entrevista.


“O Papa quer proporcionar uma nova ‘alma’ a todo o sistema curial”. Entrevista com Bruno Secondin

O religioso carmelita Bruno Secondin (na foto, à esquerda) acaba de pregar os Exercícios Espirituais ao Papa e à cúria. Com um método novo e centrado na extraordinária figura do profeta Elias. Acredita que foi uma “graça” para ele, que se sentiu como “entre irmãos”. O Papa lhe agradeceu por seu trabalho: “Você conseguiu semear”. O carmelita semeador também acredita que a Igreja precisa mudar a sua linguagem e que o Papa “quer proporcionar uma nova alma a todo o sistema curial”. A entrevista é de José Manuel Vidal e publicada no sítio espanhol Religión Digital, 27-02-2015. A tradução é de André Langer.

Eis a entrevista.

Impõe respeito pregar os Exercícios Espirituais ao Papa e à cúria?
É uma bela tradição que o Papa e a cúria façam os Exercícios Espirituais juntos. Até o Pontificado do Papa Bento XVI eram feitos no Vaticano e, para as meditações reuniam-se na Capela Redemptoris Mater. Mas eram mais conferências que meditações e, habitualmente, alguns meses depois, era publicado o livro com o texto completo das meditações. Não era tão fácil obter um clima de silêncio e de oração, como se requer nos Exercícios Espirituais.
O Papa Francisco pensou, ao contrário, que faria bem à cúria uma autêntica experiência dos Exercícios, fora do Vaticano, em um clima de silêncio e de oração, no clássico estilo inaciano. Por isso, foi escolhida uma casa de espiritualidade (em Ariccia, perto de Castel Gandolfo, a 30 quilômetros de Roma), onde estiveram todos juntos, o Papa, os cardeais e os bispos. O lugar é bonito e espaçoso e, inclusive, pode-se garantir a segurança.
Desta forma, o evento converte-se em um exemplo para todos: também a cúria leva a sério esta atividade espiritual. Eu não me senti como o diretor que tudo controla, mas como um irmão a mais (tenho 75 anos), um fiel a caminho com minhas fragilidades e minha paixão pelo Senhor. Procurei compartilhar com eles o amor à Palavra e o desejo de uma Igreja que não dorme, mas que se deixa guiar pelo “Espírito criador, que fala pelos profetas”, como dizemos no Credo.

Qual foi o tema central dos Exercícios e suas ideais chaves?
O título geral foi ‘Servidores e profetas do Deus vivo’. E o subtítulo: ‘Uma leitura pastoral e sapiencial do profeta Elias’. Segui o método da lectio divina, ao qual me dedico há muitos anos e no qual tenho ampla experiência, precisamente na igreja que se encontra ao lado do Vaticano.
A figura de Elias adapta-se muito bem à realidade atual: é um profeta sempre a caminho, sob o impulso da Palavra. E tem que enfrentar problemas semelhantes aos nossos: a busca do sentido na vida, o fundamentalismo, o diálogo inter-religioso, o fracasso pessoal, a solidariedade, a instrumentalização de Deus, a intercessão, a defesa do pobre, o sofrimento sem sentido, etc. Pode-se dizer que até mesmo a geografia na qual Elias vive tem um sentido sugestivo. Ele está sempre na saída para as fronteiras (inclusive os lugares mais distantes, como Sarepta e o Monte Horeb), até o final da sua vida, quando desaparece no meio do fogo no outro lado do Jordão.

Por que não fez referência a um tema carmelitano, como seria normal neste ano do centenário de nascimento de Santa Teresa?
Pensei também neste tema, que teria encaixado perfeitamente comigo e com este ano. Mas depois optei em ir às grandes cenas do profeta Elias e utilizá-lo seguindo uma ‘progressão’, que vai da busca da autenticidade à liberdade interior e à cura, à descoberta de um Deus diferente, ao caminho da justiça, da solidariedade e da intercessão, para desembocar na profecia da fraternidade.
Os membros da cúria têm experiências culturais e espirituais tão diferentes que não é fácil juntá-las. Pareceu-me que Elias se adaptava perfeitamente, dada a sua importância bíblica e a originalidade de suas experiências. Além disso, sinto profundamente o desejo de que, na Igreja, a Palavra ocupe realmente o centro e seja a fonte da espiritualidade.

A Santa de Ávila falava de seguidores de Jesus “chagados”, algo que conecta bem com a ideia de Francisco de converter a Igreja em um hospital de campanha.
Você tem razão. Mas também Elias se encontrava com situações catastróficas e com emergências imprevistas. Para a Igreja de hoje, medir-se com este grande profeta pode ser uma ocasião de inspiração de cara com uma nova criatividade. Tenha presente que quando o Papa Francisco fala de ‘hospital de campanha’ não quer referir-se ao campo, mas às batalhas e às guerras, onde se montam precisamente os ‘hospitais de campanha’, isto é, lugares improvisados e ambulantes. Elias encontra-se em situações inesperadas, tanto de sofrimento como de iniquidades, isto é, com extraordinárias experiências de Deus.

A espiritualidade está na moda. Isso é um benefício ou um problema?
Hoje, a espiritualidade está na moda, mas em meio a uma situação de profunda confusão. Muito do que se chama ‘espiritualidade’ é apenas marketing, sem dignidade nem seriedade. Devemos estudar profundamente a inquietação que aninha por debaixo deste fenômeno, mas, ao mesmo tempo, reconhecer que a espiritualidade está sendo repensada profunda e seriamente. Eu mesmo tentei fazê-lo nos livros que escrevi durante todos estes anos. O último que escrevi aborda, precisamente, esta moda da espiritualidade e oferece critérios de discernimento. Abordo também temas novos como o corpo, o tempo, a cultura digital, os novos modelos de mística e a crise atual. Intitula-se ‘Inquietos desejos de espiritualidade. Experiências, linguagens e estilos’ (Bolonha, Ed. Dehoniana, 2012), com prólogo do cardeal Ravasi.

Há uma nova forma de entender a santidade?
Os velhos modelos de santidade seguem tendo ainda espaço e suscitando atenção, sobretudo através das numerosas beatificações e canonizações de pessoas que viveram em outro universo cultural e em outro modelo de Igreja. Mas não suscitam interesse no empenho de seguir este caminho... Devemos repensar profundamente estes modelos, acolhendo novos percursos guiados pelo Espírito, que segue operando com muita criatividade.
Devemos mudar inclusive o léxico. Por exemplo, fala-se de virtudes ‘heróicas’, um termo que não evoca a linguagem bíblica, mas a linguagem mítica helenística. Jesus não foi um ‘herói’, assim como nem Maria nem os apóstolos. Foram ‘zaddiq’, ou seja, justos e pios, termos bíblicos que indicam coisas diferentes das de herói, que exalta inclusive o esforço pessoal, a unicidade isolada, o superman. E desta santidade comum e normal há muitos exemplos entre nós, algo que o Papa Francisco recorda com frequência.

Como traduzir na linguagem atual os ‘pecados capitais’?
Você coloca, precisamente, um dos problemas (junto com muitos outros) da linguagem moral e espiritual. Necessitamos, primeiro, desconstruir a linguagem; do contrário, ninguém entende nada. Necessitamos fazer um novo exercício de criatividade linguística e simbólica. Vivemos repetindo velhas antropologias com o uso de termos que já quase ninguém entende. O Papa Francisco está ajudando a Igreja a mudar a linguagem. Ele mesmo inventa palavras novas, como doenças curiais, alzheimer espiritual, etc. E não ajuda apenas com suas palavras, mas também com seus gestos, com seu estilo, com suas visitas, com seus abraços... muitas coisas se tornam novas.

Qual é o segredo, na sua opinião, da sedução que Francisco exerce sobre as pessoas?
O Papa Francisco descobriu o sentir profundo das pessoas. As pessoas necessitam de alento e de esperança, humanidade sem formalismos, uma sacralidade direta e espontânea, austeridade sem farisaísmo, ternura e misericórdia. E as pessoas encontram tudo isso em Francisco, oferecido com naturalidade e espontaneidade, com esse carinho latino-americano que nos falta na Europa. É incrível como as pessoas gostam do Papa. E não apenas os fiéis, mas todos, inclusive pessoas de outras religiões ou ateias. Cuidado em tocar no Papa Francisco!

Por que suas reformas estão encontrando tantas resistências?
Não sei se é verdade que há tantas resistências. Às vezes, vocês, os jornalistas, destacam os contrastes com cores muito vivas (preto e branco). A reforma da cúria é uma tarefa gigantesca. A situação não é fruto da última década, mas de séculos de sabedoria e de reformas, de adaptações e de tentativas, de correções e de esquemas jurídicos. Tudo isso forma uma espécie de ecossistema. Por isso, qualquer mudança gera dificuldades, não tanto pela oposição, mas porque tem repercussões complexas e em rede. O Papa Francisco sabe disso. Está claro que não lhe falta capacidade estratégica. Mas necessita também de tempo e equilíbrio. Não pode inventar de um dia para o outro os colaboradores à sua imagem e semelhança. Por isso, quer proceder com diálogo, com discernimento, passo a passo e com respeito. Sua preocupação consiste antes em proporcionar uma nova ‘alma’ a todo o sistema. E ele é o primeiro a viver este novo ‘estilo’, com audácia e liberdade, algo que salta aos olhos. Porque seu próprio estilo é uma força ‘reformadora’ que não deve ser subestimada.

O Papa Francisco pode estar em perigo?
Não exageremos! As pessoas querem muitíssimo o Papa Francisco. É evidente que pode surgir um fanático a qualquer momento. Ninguém pode estar absolutamente seguro, nem sequer qualquer um de nós. Mas creio que a segurança cumpre o seu papel e o Papa não se preocupa com isso. Uma vez disse aos jornalistas, brincando: “Na minha idade, eu não teria muito a perder”. Esta serenidade agrada às pessoas, ajuda-as a não viver num clima de terror e confiar um pouco mais em Deus. E, além disso, há muitas pessoas que rezam por ele, com amor sincero e não por obrigação.

Uma última pergunta, Pe. Secondin: o que pode nos dizer sobre a experiência vivida nestes dias em Ariccia?
Foi uma experiência realmente excepcional, como qualquer um pode entender. Um clima de silêncio e de oração. Uma oração bem preparada e bem feita, com uma presença séria de todos os mais de 80 participantes. Senti, sobretudo no começo, uma emoção natural. Coisas assim não se vive todos os dias. Depois, o novo método, o insólito tema e, inclusive o ambiente tão diferente daquele do Vaticano, pesaram muito. Sentimo-nos todos muito bem. Pude falar inclusive confidencialmente com alguns participantes, inclusive o Papa Francisco. Trago muitos coisas no coração. Foi uma graça que espero que produza frutos bons também em mim.