Por Johan Konings, sj
Dicas
para reflexão
Jesus é o profeta do Reino de Deus. Mas
que é um profeta? Conforme a 1ª leitura, o profeta é mediador e porta-voz de
Deus. Moisés lembra aos israelitas que, quando da manifestação de Deus no monte
Sinai (Ex 19), tiveram tanto medo, que Deus precisou estabelecer um
intermediário para falar com eles. Esse intermediário foi Moisés, o primeiro
“profeta bíblico”. E ele ensina que sempre haverá profetas em Israel para serem
mediadores e porta-vozes de Deus, de modo que os israelitas já não precisam
recorrer aos adivinhos cananeus, que consultam as divindades mediante
sortilégios, búzios, necromantes (que evocam espíritos) etc. O profeta é aquele
que fala com a autoridade de Deus que o envia. Muitas vezes, sua palavra é
corroborada por Deus por meio de sinais milagrosos.
No evangelho, Jesus é apresentado como
porta-voz de Deus e de seu Reino. Deus mostra que está com ele. Dá-lhe
“poder-autoridade” para fazer sinais. Na sinagoga de Cafarnaum, Jesus expulsa
um demônio, e o povo reconhece: “Um ensinamento novo, dado com autoridade…” (Mc
1,27).
Ora, os sinais milagrosos servem para
mostrar a autoridade do profeta, mas não são propriamente sua missão. Servem
para mostrar que Deus está com ele, mas sua tarefa não é fazer coisas
espantosas. Sua tarefa é ser porta-voz de Deus. Jesus veio para nos dizer e
mostrar que Deus nos ama e espera que participemos ativamente de seu projeto de
amor. Por outro lado, os sinais, embora não sejam sua tarefa propriamente, não
deixam de revelar um pouco em que consiste o Reino que Jesus anuncia. São
sinais da bondade de Deus. Jesus nunca faz sinais danosos para as pessoas (como
as pragas do Egito, que sobrevieram pela mão de Moisés). O primeiro sinal de
Jesus, em Marcos, é uma expulsão de demônio. A possessão demoníaca simboliza o
mal que toma conta do ser humano sem que este o queira. Libertando o
endemoninhado do seu mal, Jesus demonstra que o Reino por ele anunciado não é
apenas apelo livre à conversão de cada um, mas luta vitoriosa contra o mal que
se apresenta maior que a gente.
O mal que é maior que a gente existe
também hoje: a crescente desigualdade social, a má distribuição da terra e de
seus produtos, a lenta asfixia do ambiente natural por conta das indústrias e
da poluição, a vida insalubre dos que têm de menos e dos que têm demais, a
corrupção, o terror, o tráfico de drogas, o crime organizado, o esvaziamento
moral e espiritual pelo mau uso dos meios de comunicação… Esses demônios
parecem dominar muita gente e fazem muitas vítimas. O sinal profético de Jesus
significa a libertação desse “mal do mundo” que transcende nossas parcas
forças. E sua palavra, proferida com a autoridade de Deus mesmo, ensina-nos a
realizar essa libertação.
Como Jesus, a Igreja é chamada a
apresentar ao mundo a palavra de Deus e o anúncio de seu Reino. Como
confirmação dessa mensagem, deve também demonstrar, em sinais e obras, que o
poder de Deus supera o mal: no empenho pela justiça e no alívio do sofrimento,
no saneamento da sociedade e na cura do meio ambiente adoentado. Palavra e
sinal, eis a missão profética da Igreja hoje.
Fonte:
http://vidapastoral.com.br/
Por Johan Konings, sj
Dicas
para reflexão
Jesus é o profeta do Reino de Deus. Mas
que é um profeta? Conforme a 1ª leitura, o profeta é mediador e porta-voz de
Deus. Moisés lembra aos israelitas que, quando da manifestação de Deus no monte
Sinai (Ex 19), tiveram tanto medo, que Deus precisou estabelecer um
intermediário para falar com eles. Esse intermediário foi Moisés, o primeiro
“profeta bíblico”. E ele ensina que sempre haverá profetas em Israel para serem
mediadores e porta-vozes de Deus, de modo que os israelitas já não precisam
recorrer aos adivinhos cananeus, que consultam as divindades mediante
sortilégios, búzios, necromantes (que evocam espíritos) etc. O profeta é aquele
que fala com a autoridade de Deus que o envia. Muitas vezes, sua palavra é
corroborada por Deus por meio de sinais milagrosos.
No evangelho, Jesus é apresentado como
porta-voz de Deus e de seu Reino. Deus mostra que está com ele. Dá-lhe
“poder-autoridade” para fazer sinais. Na sinagoga de Cafarnaum, Jesus expulsa
um demônio, e o povo reconhece: “Um ensinamento novo, dado com autoridade…” (Mc
1,27).
Ora, os sinais milagrosos servem para
mostrar a autoridade do profeta, mas não são propriamente sua missão. Servem
para mostrar que Deus está com ele, mas sua tarefa não é fazer coisas
espantosas. Sua tarefa é ser porta-voz de Deus. Jesus veio para nos dizer e
mostrar que Deus nos ama e espera que participemos ativamente de seu projeto de
amor. Por outro lado, os sinais, embora não sejam sua tarefa propriamente, não
deixam de revelar um pouco em que consiste o Reino que Jesus anuncia. São
sinais da bondade de Deus. Jesus nunca faz sinais danosos para as pessoas (como
as pragas do Egito, que sobrevieram pela mão de Moisés). O primeiro sinal de
Jesus, em Marcos, é uma expulsão de demônio. A possessão demoníaca simboliza o
mal que toma conta do ser humano sem que este o queira. Libertando o
endemoninhado do seu mal, Jesus demonstra que o Reino por ele anunciado não é
apenas apelo livre à conversão de cada um, mas luta vitoriosa contra o mal que
se apresenta maior que a gente.
O mal que é maior que a gente existe
também hoje: a crescente desigualdade social, a má distribuição da terra e de
seus produtos, a lenta asfixia do ambiente natural por conta das indústrias e
da poluição, a vida insalubre dos que têm de menos e dos que têm demais, a
corrupção, o terror, o tráfico de drogas, o crime organizado, o esvaziamento
moral e espiritual pelo mau uso dos meios de comunicação… Esses demônios
parecem dominar muita gente e fazem muitas vítimas. O sinal profético de Jesus
significa a libertação desse “mal do mundo” que transcende nossas parcas
forças. E sua palavra, proferida com a autoridade de Deus mesmo, ensina-nos a
realizar essa libertação.
Como Jesus, a Igreja é chamada a
apresentar ao mundo a palavra de Deus e o anúncio de seu Reino. Como
confirmação dessa mensagem, deve também demonstrar, em sinais e obras, que o
poder de Deus supera o mal: no empenho pela justiça e no alívio do sofrimento,
no saneamento da sociedade e na cura do meio ambiente adoentado. Palavra e
sinal, eis a missão profética da Igreja hoje.
Fonte:
http://vidapastoral.com.br/