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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 178: São Lucas.


MÁRTIRES CARMELITAS NO BRASIL

            “Alguns clérigo carmelitas e mercedários, mandados à Bahia, por falta de bispo em S. Luis, para ali receberem o sacerdócio, perderam a vida às mãos dos feros selvagens “anapurús”.  - Isto aconteceu por volta de 1714 porque o bispo tinha ido para Portugal ou já morrido em Setúbal em abril de 1714.
            (Condurú Pacheco, D. Felipe - HISTÓRIA ECLESIÁSTICA DO MARANHÃO - S.E.N.E.C., Departamento de Cultura, Maranhão, 1969, p. 18).

1)  “1754 - FR. RAYMUNDO DE SANTO ELISEU BARBOSA (Martyrizado)

            Foi vingativamente martyrizado pelos índios no logar MOREIRA, em 24 de setembro de 1754” (Prat, 278)

 2)   “1723 - FR. ANTONIO DE ANDRADE  (Martyrizado)
            Martyrizado pelos índios. Eis o que refere Francisco X. R. Sampaio: “Diario de Viagem § XLIX. “Na parte oriental do lago Cupacá e proximamente à barra esteve em outro tempo huma povoação, composta da nações Achouari e Juma. O espírito de rebelião, proprio na incostancia natural dos índios, moveo a estes ultimos ao sacrilego attentado de matarem a seu missionario Fr. Antonio de Andrade, religioso Carmelita. Governava este Estado o Illmo. e Exmo. Bernardo Pereira de Berredo, (tão famoso pela elegante obra dos seus annaes historicos). Mandou este general castigar os índios júmas, e se extinguiu aquella aldeia”. (Prat, 252)
            “FR. ANTONIO DE ANDRADE  (Martyrizado)
            Haveno conseguido amansar os indios Jumas, reuniu-os numa aldêa ás margens do lago de Cupacá, alto Solimões. Numa das revoltas daquelles indios, em 1720, foi o religioso carmelita trucidado” (Prat, 291)

3)  “1716 - FR. MATHIAS DE S. BOAVENTURA DINIZ (Martyrizado)
            Entre 1718 e 1728 Frei Mathias Diniz, vindo do Pará a pedido de Frei Francisco Seixas, fundou uma aldêa no Japurá, por solicitação do tuchana BACURIANA. Fr. Mathias construiu ali igreja e residencia. Mas, porque reprovasse os costumes soltos dos indios, estes quizeram-no assassinar. Fugindo, encontrou-se no rio Uniuxy com o tuchana CAMANDARY, que o levou comsigo para a sua maloca, na qual Frei Mathias fundou em 1728 a aldêa de MARIUÁ, que foi mais tarde a actual villa de Barcellos, sede de Governo da Capitania do Rio Negro, nos seculos XVIII e XIX, antes de ceder lugar a Manaus.
            Em 1716 fundou este religioso carmelita a aldêa do MARIUÁ (Rio Negro), denominada Santo Elizeu no lugar primitivamente chamado Aldeinha dos indios BARÉS; sua acção evangelizadora extendeu-se até á nova aldêa estabelecida no mesmo anno, com a denominação Jupurá.
            Frei Mathias mais tarde foi eleito Prior do Convento da Villa de Sto. Antonio de Alcantara, de TAPUYTAPERA, pelos annos de 1758.
            Quando missionava uma aldêa de indios CAYUVICENAS, junto á foz do MATURÁ, affluente da margem esquerda do Solimões, entre MATURÁ e TONANTINS, no atual municipio de S. PAULO DE OLIVENÇA, ditos indios trucidadram a Fr. Mathias, abandonando logo a Aldêa, mas o governador do Pará poz em seu alcance uma força, que os alcançou e destruiu”. (Barão de Marajó,  AS REGIÕES AMAZONICAS, Lisboa, 1895, pag. 85)
            Em 1725 missionou no Rio Negro, estabelecendo-se na Aldêa de Mariuá, hoje Villa de Barcellos” (Prat,292-293 )

4)   “VENERAVEL P. FR. LUIZ DO ROSARIO  (Martyrizado)
            “Na Freguesia das Ollalhas, duas legoas da Villa de Thomar, nasceo no anno de 1591, o Veneravel Padre Fr. Luiz do Rosario, que na Igreja de Nossa Senhora da Conceiçaõ foi bautizado. Seu pay Melchior Nunes, e sua mãy Isabel Godinha, foraõ honrados, pios e tementes a Deos. No Convento de Lisboa recebeo o Habito, aos 8. do mez de Outubro de 1606, sendo Provincial o Padre Mestre Fr. Manoel Tavares, e Prior do dito Convento o Padre Mestre Fr. Lopo Serraõ. No mesmo professou aos 14. do dito mez de Outubro de 1607. No Convento, em que recebeo o Habito, estudou as Sciencias de Filosofia, e Theologia, e depois exercitou o Pupito com notavel espirito, e utilidade grande dos ouvintes. Foy muito observante da Regra e Constituiçoens, e Religioso de preclaras virtudes. Instituhio huma Irmandade ao Santo Christo, que está na Capella da Cruz do mesmo Convento de Lisboa, de que já démos noticia no livro segundo, capitulo sexto numero 23. As horas, que vagava dos actos de Communidade, as empregava em Oraçaõ diante desta Soberana Imagem.
            Muito caritativo foy este nosso Padre para com os proximos, e o querer utilizar os da America com a sua doutrina, o obrigou a pedir licença aos Prelados, para passar àquelle novo Mundo, e concedendo-lha elles, se embarcou na nao em que hia Martinho de Sousa de Sampayo, para Governador da Capitania de Pernambuco: mas como os juizos de Deos saõ incomprehensiveis, dispoz as cousas de sorte, que antes que este seu servo chegasse à America, conseguisse a coroa do martyrio, que era o que lá hia buscar, na fórma seguinte a alcançou. Sahio da barra de Lisboa a nao em que hia, e surcando os mares vento em popa, a sete graos do Norte encontrou humas naos Hollandezas, que hiaõ para a India Oriental, as quaes investiraõ a em que hia o nosso Padre, e depois de huma profiada peleja, cedeo o valor dos nossos à mutlidão dos Hereges: entraraõ na nao, mataraõ algumas pessoas, que nella hiaõ, e lançaram quarenta ao mar. Entre estas foy o Padre Fr. Luiz, que tinha nos braços huma Imagem da Senhora da Piedade.
            Por cima das aguas andou o Padre com a Sagrada Imagem por largo espaço de tempo, absolvendo, e ajudando a bem morrer aos que feridos andavaõ lutando com as ondas e com a morte, e depois de os absolver a todos, lançou a huma das naos as mãos, as quaes lhe cortou hum daquelles Hereges com hum machado, e andando ainda assim sobre as aguas, a pelouradas lhe tiraraõ a vida em odio das Santas Imagens, do Habito Sagrado, da Religião Christãa, e do Sacramento da Penitencia, aos 7. do mez de Março de 1619. pelo que se póde piamente crer, foy sua morte muito do agrado de Deos Senhor Nosso, que naõ permittio, que o sacrilego, que lhe cortou as mãos, ficasse sem castigo; porque em breves dias lhe tiraraõ seus mesmos companheiros a vida com atrocidade, por entenderem se queria levantar com a nao. O que temos dado a ler, confirmaõ o Padre Fr. Daniel da Virgem Maria, o Licenciado Jorge Cardoso, o R. Antonio Carvalho da Costa, o e Padre Fr. Agostinho de Santa Maria. O mesmo Pontifice, Rey, Geral, e Provincial governavaõ a Igreja, este Reyno, e Religiaõ, e a Provincia”.
(Manoel de SÁ, Memorias Historicas da Ordem de Nossa Senhora do Carmo da Provincia de Portugal, Lisboa, 1727, 388-390)
(Citado por Prat,  pp. 306-308. )

FREI ANTONIO DA ENCARNAÇÃO (?)

            “Devemos a noticia deste Varaõ ao Licenciado Jorge Cardoso, que no dia trigesimo do mez de Mayo faz delle a seguinte memoria: No convento Carmelitano de Pernambuco foy trasladado para melhor vida o Padre Fr. Antonio da Encarnaçaõ, natural de Coimbra, que vestindo o Habito de Nossa Senhora do Carmo em Lisboa, passou ao Brasil por mandato da obediencia, onde foy Prior da melhores Casas daquella Provincia, fazendo-se com sua authoridade muy respeitado, e com sua virtude capaz de mayores postos. Sua ditosa morte foy causada de peçonha, que lhe deu hum desalmado, por lhe abominar seus vicios, e torpezas, de que veyo a falecer no assinalado dia do Espirito Santo, naõ sem merecimento de Martyr, perdoando com muitas lagrimas ao iniquo, e pessimo agressor. Sua ditosa morte foy no anno de 1619. governando os mesmos acima nomeados. O Padre Fr. Daniel da Virgem Maria tambem faz memoria deste virtuoso Padre.”
            (Manoel de SÁ, Memorias Historicas da Ordem de Nossa Senhora do Carmo da Provincia de Portugal, Lisboa, 1727, 390)

CARMELITAS: MISSÃO COM FREI PETRÔNIO EM ALAGOAS-05.


terça-feira, 16 de outubro de 2012

INTRODUÇÃO À VIDA DE SANTA TERESA DE ÁVILA[1]

                          CAPÍTULO I

                      Traços Biográficos

     PRIMEIRA ETAPA: Do nascimento aos 10 anos de idade

     São os balbucios de uma Santa. Teresa nasceu no dia 28 de março de 1515. Foram seus pais Alonso de Cepeda e Dona Beatriz de Ahumada. Foi batizada sete dias depois do nascimento. Os exemplos dos pais muito piedosos e bons cristãos, a boa educação recebida, a leitura das vidas dos Santos, a fuga para o martírio entre os mouros etc., tudo isso faz entrever um clima de piedade e temor de Deus.


     SEGUNDA ETAPA: Adolescência e Juventude

     Adolescência insegura entre os 11 e 12 anos. Da leitura de livros espirituais sobre os Santos Teresa passa para a leitura de livros cavalheirescos, ou seja, novelas, que transformam as suas atitudes piedosas, trocando-as pelos cuidados com a arrumação da beleza pessoal. Entre os 12 a 13 anos perde a mãe: acontecimento que marca o temperamento da Santa com um impulso afetuoso para com a Virgem, desde a sua visita à Ermida de São Lázaro. Cresce a amizade com os primos e chega inclusive a um pequeno namoro. Teresa começa agora a luzir em toda a sua beleza e preocupa muito ao pai que, ao completar ela 16 anos em 1531, levou-a para o Colégio das Agostinianas da Graça. Foram muito pesados os primeiros dias de internato, mas a amizade com a diretora, Maria de Briceño, ajudou-a a se reencontrar com a antiga realidade de menina piedosa, embora então manifeste não gostar de se tornar freira. Menos de um ano depois, em 1532, surge uma doença misteriosa que exige a sua volta para casa. Na viagem  para Hortigosa, encontra-se com o tio Pedro de Cepeda e em casa dele começa a ler novamente livros piedosos, como as cartas de São Jerônimo, que muito a confortam e ajudam.


     TERCEIRA ETAPA: No Carmelo

     O processo vocacional vai-se clareando entre 1533 e 1535. Quando decide falar com o pai, surgem problemas que já não estão na sua pessoa, mas não é preciso esperar pela morte do pai para entrar no convento, pois no dia 2 de novembro de 1535, aos 20 anos de idade, pede o hábito da Virgem no Carmelo da Encarnação de Ávila, fugindo de casa e, depois de um ano de postulado e outro de noviciado, faz a Profissão Religiosa no dia 3 de novembro de 1537.
     Mas poucos meses depois volta a doença misteriosa que a obriga de novo a voltar para casa, passando por Becedas, onde se encontra mais uma vez com o tio Pedro e tem oportunidade de ler livros espirituais como o "Terceiro Abecedário" de Francisco de Osuña e - o que é muito importante - vai aprendendo a fazer oração mental (V 4,6), dedicando-se a isto assiduamente.
     Voltando para Ávila, sente a doença agravar-se em 1539 (V 5,9), fica paralítica, retorna ao Mosteiro da Encarnação e neste estado permanece durante dois anos. Quando se recupera atribui a sua cura ao Glorioso São José; aliás a falta de saúde foi uma constante na sua vida. Os anos posteriores, até 1560, foram anos de crises de identidade religiosa enquanto vivia na Encarnação. Faz grande esforço para perseverar na oração, sente sede de vida espiritual, mas é absorvida pelo locutório; sente escrúpulos, mas é tranqüilizada pelas superioras e confessores (V 7,1-7). Deus não a abandona, porém.


     QUARTA ETAPA: Caminho para o Alto

     Teresa com a ajuda de bons confessores, principalmente jesuítas, começa a ter intensa vida de oração e progride na vida de ascese e prática das virtudes cristãs e, entre 1554 e 1556, sente-se favorecida por muitas graças místicas, como a experi-ência da Presença de Deus na alma (V 10,1), a escuta das palavras do Senhor: "Eu te darei o livro vivo" (V 26,5) e a visão de Jesus na sua santa Humanidade (V 27,2 e 28). Purifica-se o seu afeto e intensifica-se o seu amor para com a Humanidade de Cristo e a divina Eucaristia e se vê correspondida neste amor.


                   CAPÍTULO II

                 Andarilha de Deus


     QUINTA ETAPA: Fundadora

     Em 1560, como fruto do seu amadurecimento espiritual, Teresa procura a radicalidade na sua vida religiosa e com algumas amigas do Mosteiro decide abraçar uma vida mais "carmelita" (V 32,9-10). Foi o coroamento de uma evolução lenta, na qual tinha procurado viver a sua consagração religiosa. Quer um retorno à "Regra Primitiva" do Carmelo, abraçando-a em todo o seu rigor, sem mitigações: uma vida de solidão, eremítica, mortificada, mergu-lhada na oração e contemplação. Tudo isso num grupo bem pequeno de pobres monjas "descalças".
     Entre 1560 e 1567, ao realizar este projeto, recebe muita ajuda por parte dos seus confessores, como São Pedro de Alcântara (V 34 e 35): está fora da Encarnação e não chega a levantar muitas suspeitas. Assim, no dia 24 de agosto de 1562, o repicar de um sininho com uma rachadura ao lado anuncia a fundação do Convento de São José de Ávila, onde recebem o hábito 4 monjas reformadas ou descalças.

     SEXTA ETAPA: Pelos caminhos da Espanha

     De 1562 a 1567 Teresa vive uma espécie de lua-de-mel após a fundação de São José de Ávila e prepara as normas fundamentais, por onde se regerão as suas monjas reformadas e põe-se a escrever o "Caminho da Perfeição" como um código espiritual, visto que os problemas externos da Igreja fazem com que ela sinta mais coragem de fundar mais mosteiros ainda. Os problemas são a ruptura da unidade da Igreja por parte de Lutero, assim como a necessidade de Evangelizar a América (A.L.): eles a estimulam a fundar aque-les mosteiros para ajudar a Igreja. Também sente-se animada com a visita do Padre Geral da Ordem do Carmo, João Batista Rúbeo (Rossi), em 1567, e dele recebe poderes para fundar mosteiros por toda Castela "quantos são os cabelos da sua cabeça".
     E vão surgindo mosteiros:
     1567 - MEDINA DEL CAMPO
     1568 - MALAGON E VALLADOLID
     1569 - TOLEDO E PASTRANA
     1570 - SALAMANCA
     1571 - ALBA DE TORMES
     Neste ano foi nomeada priora de Encarnação e, por três anos interrompe as fundações, mas depois continua em
     1574 - SEGÓVIA
     1575 - BEAS DE SEGURA, CARAVACA E SEVILHA
     Nova interrupção devida à tormenta interna contra a reforma e recomeça em
     1578 - VILLANUEVA DE LA JARA E PALÊNCIA
     1581 - SORIA
     1582 - BURGOS
     O ano de 1567 marca o início das tentativas de reforma dos frades por meio de Frei Antônio de Herédia e Frei João de Yepes ou de São Matias, futuro São João da Cruz: no ano seguinte (1568) funda-se, em Duruelo, o novo convento dos frades.
     É uma época de muita atividade: instrução das irmãs, cartas vão e cartas vêm diante dos conflitos contra a reforma - umas 10.000 ao todo - e diante de problemas com a Inquisição.


     SÉTIMA ETAPA: Anos fecundos

     Foram os mais fecundos os quinze últimos anos da Santa, os anteriores à sua morte em 1582 quando tinha 68 anos incompletos.  Foi nestes anos que escreveu as suas obras, inclusive a mais profunda, "As Moradas", que são o ápice da experiência mística, os Desponsórios ou Matrimônio Espiritual.


     OITAVA ETAPA: O piedoso trânsito para a Glória

     Depois da fundação do Convento de Burgos, Teresa deve voltar para Ávila com a obrigação de primeiro ir consolar uma duquesa em Alba de Tormes, aonde chega no dia 21 de setembro do ano de 1582; uma hemorragia de sangue a obriga a ir para a cama; no dia 2 de outubro confessa-se e no dia 4 entrega a Deus o seu espírito e pode agradecer a Deus: "Morro, enfim, como filha da Igreja".
     Um dia depois entraria em vigor a reforma do calendário promulgada pelo Papa Gregório XIII, pela qual não se contariam os dez dias seguintes, passando-se do dia 4 consagrado a São Fran-cisco de Assis para o dia 15 de outubro, que foi consagrado a nossa Teresa de Jesus.
     A fama de santidade cresce logo depois da sua morte e em 1591 inicia-se o processo de Beatificação; já em 1614 Paulo V a declara Bem-Aventurada e no dia 12 de março de 1622 Gregório XV a canoniza juntamente com outros 4 Santos: Isidro, o Lavrador, Inácio de Loyola, Filipe Néri e Francisco Xavier. No dia 10 de setembro de 1965 foi proclamada Padroeira da Espanha por Paulo VI, que também a declarou Doutora da Igreja no dia 27 de setembro de 1970, pouco antes de Santa Catarina de Sena no dia 4 de outubro do mesmo ano.


                   CAPÍTULO III

              Itinerário de uma Santa
        Fatos característicos da vida de Teresa


     a) Primeiros fervores
     b) Crise da Juventude
     c) Iniciação na Vida Interior
     d) Crise de identidade religiosa
     e) Caminho para o Alto
     f) Período extático
     g) Fundações e união consumada na Glória


a) Primeiros fervores (entre 1515 e 1527)

   1. Nascimento num lar cristão
   2. Leitura de livros sobre a vida dos Santos
   3. Eremita de brincadeira e desejo de martírio
   4. Meditação sobre as Verdades Eternas e primeiros passos pela        contemplação
   5. Terna devoção à Santíssima Virgem


b) Crise da Juventude (entre 1527 e 1531)

   1. Vida humana normal física, psíquica e espiritual
   2. Leitura de livros de cavalaria
   3. Cuidados e preocupações com a beleza do corpo
   4. Primeiro namorico
   5. Tibieza com ligeiros instantes de fervor


c) Iniciação na Vida Interior (entre 1532 e 1540)

   1. Amizade com a freira Maria de Briceño
   2. Influência do tio Pedro de Cepeda
   3. Reencontro com Deus
   4. Leitura de livros espirituais como as cartas de S. Jerônimo
   5. Entrada para o Carmelo
   6. Primeira e segunda doença misteriosa
   7. Devoção cheia de confiança para com São José
   8. Descoberta da Oração Mental
   9. Meditação compassiva sobre a Paixão de Cristo


d) Crise de Identidade Religiosa (entre 1540 e 1554)

   1. Oscilação entre fervor e tibieza
   2. Vacilação entre locutório e recolhimento
   3. Debate entre Deus e as criaturas (V 7,11-12)
   4. Abandono da oração mental (1543)
   5. Propaganda da oração entre os seus e as monjas
   6. Visão de Cristo coberto de chagas (V 9,6)
   7. Leitura das "Confissões" de Santo Agostinho
   8. Graças espirituais pela Quaresma de 1554
   9. Renovação da sua vida espiritual sob a direção dos jesuítas


e) Caminho para o Alto (entre 1554 e 1556)

   1. Intensa vida de oração
   2. Vida de ascese e de prática heróica das virtudes cristãs
   3. Recurso a bons confessores
   4. Experiência da Presença de Deus na alma
   5. Escuta das palavras de Cristo
   6. Visão de Jesus na sua santa Humanidade (V 27,2 e 28)


f) Período extático (entre 1556 e 1567)

   1. Graças com efeitos somáticos: êxtases, transverberação
   2. Vida de oração intensa
   3. Relatórios sobre a sua alma
   4. Esboço de autobiografia
   5. Preocupação mais viva com os problemas da Igreja
   6. Visão do inferno (1560)

g) Fundações e união consumada na Glória (de 1567 a 1582)

   1. Orações e sacrifícios frente ao movimento luterano
   2. Mais Carmelos para rezar pela propagação da fé
   3. Atividade de escritora para direção espiritual das monjas
   4. Matrimônio Espiritual em 1572 (Rel 25)
   5. Paz, quietitude e união contínua com Deus
   6. Contemplação do Mistério Trinitário
   7. Consumação no amor pelo encontro definitivo na Glória


                   CONCLUSÃO

              "Morro filha da Igreja"

     Em Alba de Torres, próxima de morrer, manifesta Teresa os dois anseios que explicam o segredo da sua vida: "Meu Senhor e Esposo meu! Chegou a hora tão desejada! Já é tempo de nos vermos, meu Amado e meu Senhor! É hora de nos pormos a caminho!" e "Eu vos agradeço, meu Deus, Esposo da minha alma, porque me fizestes filha da vossa Igreja Católica". Desejo de ver a Deus e Comunhão Eclesial.

      Aspecto físico - Maria de São José nos diz que Teresa era bem proporcionada fisicamente, de fisionomia agradável, fronte larga, aprazível, graciosa nos gestos, no caminhar, no olhar (Veja o retrato feito por Frei João da Miséria).

     Fisionomia moral - Era de caráter extrovertido, mas de grande capacidade para a vida interior, era cativante, muito hábil e cheia de graça na conversação, com grande sentido de adaptação às pessoas e aos acontecimentos.

     Virtudes naturais - Ressalta-se a beleza de alma sem sentimentos baixos de ódio ou rancor, mas honestidade, inte-gridade, inclinação natural para a amizade, gratidão. Era muito hábil nos trabalhos domésticos e também na arte de escrever, amiga e admiradora dos letrados e das letras. Porque sempre queria viver na verdade consultava-se com os melhores teólogos da Espanha. Apesar das doenças constantes e muitas perseguições, sempre conservava o bom humor. Empreendedora e de muitas iniciativas, tenaz nas decisões e obras, quem sabe porque tinha grande capacidade para o trabalho e para o sacrifício. Era cativante e conquistadora, suave no governo. Isto sintetiza maravilhosamente o seu humanismo tão profundo. Não é doutora de ensinamentos abstratos, mas é doutora de concretas doutrinas de vida, de algo vivido.

`    Siglas

     V = Livro da Vida
     Rel = Contas de Consciência - Relações
    


    [1]. Fiz a correção para Frei Armando.

CARMELITAS: MISSÃO COM FREI PETRÔNIO EM ALAGOAS-04.