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sábado, 22 de setembro de 2012

APANHADO DA HISTÓRIA DO CARMELO BRASILEIRO- I

 Por Frei Pedro Caxito O.Carm. In Memorian

Das origens até à elevação a Províncias

            Se está correta a tradição do Carmo português, transmitida por um religioso muito ancião, de que os Cavaleiros da Ordem do Santo Sepulcro (ou de Malta ou ainda Hospitalários de São João)[1] levaram consigo, em 1250, habitantes do Monte Carmelo para Moura, certamente foram estes verdadeiros "contemplativos", que ali em Portugal, por mais de século e meio, continuaram a viver a vida ideal, aprendida e vivida no berço da Ordem, "dia e noite na lei do Senhor a meditar". Em Moura, em oração e silêncio o "Santo Condestável" (1360-1431) os descobriu e, no ano de 1397, os foi buscar, porque "leais portugueses" e amorosos filhos e cantores da Mãe de Deus, para que povoassem o convento e igreja por ele construídos em Lisboa, para glória de Santa Maria do Vencimento.
            Em 1423, os dois Conventos de Moura e de Santa Maria de Lisboa foram elevados a Província, no mesmo ano em que o Beato Nuno entrou para a Ordem. Em 1450 a Província cresceu com a fundação do Convento de Colares, acrescentando-se-lhe o de Vidigueira em 1495.
            A Província de Portugal foi muito elogiada pelos Gerais Reformadores, Audet (1531) e Rossi (1566) e, ainda, pelos seus sucessores, Carranza (1589) e Chizzola (1595). Todos exaltaram o espírito e disciplina reinantes. Audet, no seu relatório a Santa Sé, afirmava que a Província de Portugal tinha sido reformada há muito tempo, pois teve um Provincial muito sábio e zeloso na pessoa de Dom Baltasar Limpo; foi eleito provincial em 1523, 1526 e 1533; nomeado bispo do Porto em 1536; foi participante ativo do Concílio de Trento de 1546 a 1549, e de 1550 a 1558, Arcebispo de Braga e Primaz da Península Ibérica. Dizia Rossi: "Durante a minha permanência (entre vós), experimentei grande satisfação pelo vosso serviço a Deus, bom comportamento dentro e fora do convento, prefeito silêncio nos lugares prescritos, caridosa correção dos que erram, limpeza na sacristia, modéstia em tudo, e por muitas coisas mais dignas de não pouco louvor". Já em pleno domínio espanhol sobre Portugal (desde 1580), o Vigário Geral Miguel de Carranza escrevia a Graciano, que acusava os confrades calçados portugueses, tão animados pelo espírito do Beato Nuno: "não se preocupava com a observância regular dos frades, pois em toda a Ordem de Carmelitas Calçados não havia província, que os superasse".

            Reinava em Portugal o Cardeal-Rei, Dom Henrique (1578-1580)[2], quando os Carmelitas, com dois ou três Beneditinos e um Franciscano foram escolhidos, por ordem do Rei, para acompanhar Frutuoso Barbosa[3]. O Capítulo Provincial de 9 de outubro de 1579, atendendo à vontade do Cardeal-Rei, determinou a criação da Vigararia do Brasil[4]. Frei Damião da Costa era o provincial recém-eleito, mas por não ter ainda chegado a confirmação de Roma, quem governava era o primeiro definidor do Capítulo, Frei João Caiado, que no dia 26 de janeiro de 1580 deu carta de obediência aos padres Domingos Freire, como superior, Alberto de Santa Maria, Bernardo Pimentel e Antônio Pinheiro para fundar um mosteiro da Ordem na Paraíba, em Pernambuco, "e em qualquer lugar que se lhes ofereça como um meio apropriado para o serviço de Deus, das almas dos nossos próximos e para o bem da religião".
            Diz o B. José de Anchieta: "no ano de 1581, vieram em companhia de Frutuoso Barbosa, que vinha povoar o Rio da Paraíba, três Frades do Carmo (...)". De fato consta: "em 1581, «Frutuoso Barbosa, tendo partido de Pernambuco, ataca várias naus intrusas à entrada do porto da Paraíba, de que resultou incendiarem-se cinco embarcações francesas. Há notícia de que o mesmo capitão, ou um seu associado, aniquilou quase simultaneamente um fortim, também de franceses, estabelecido nas imediações e onde iam navios, todos os anos a carregar pau de tinta»[5]. Serafim Leite falará de uma "ligeira questão" quanto ao pagamento do resgate de alguns carmelitas das mãos dos franceses pelos jesuítas: houve algum desgosto, mas tudo se resolveu fraternalmente. Em 1598 eram cinco carmelitas que na Bahia freqüentavam o Curso de Artes no Colégio dos Jesuítas, e em 1601 eram quatro[6].

            O Pe. Mestre Dr.Fr. Gaspar da Madre de Deus OSB (1715-1800) afirma que a data da patente do Vigário Provincial, Frei João Caiado, de 6 de janeiro de 1580 não seja ainda a data da partida dos Carmelitas, mas não podemos concordar com a sua opinião de que os Carmelitas chegaram ao Brasil, em Santos, com Fr. Pedro Viana (ao qual chama de João), apenas depois de 1587, pois vale mais o testemunho do B. José de Anchieta, que era contemporâneo e fala da chegada de três - e não quatro - carmelitas, mas em 1581. Fr. Gaspar não apresenta provas, mas somente afirma "como eu mostraria em uma necessária dissertação se houvera tempo para escrever"[7].
            "Jaboatão (1695-1765?) enumera assim a chegada das Ordens Religiosas ao Brasil: hora de prima, Franciscanos (1500); hora de tertia, Jesuítas (1549); hora de sexta, Carmelitas (1580); hora de nona, Beneditinos (1581); undecima hora, Oratorianos (sem data), os quais chegaram «achando a vinha preparada e só dispostos a colher os frutos» (Orbe Seráfico 18-19)[8].
            Vieram várias levas de Portugal, em 1583 e 1588, e foram fundados os conventos de Olinda(1584), Bahia (1585)[9], Santos (1589)[10], Rio de Janeiro (1590)[11] e São Paulo (1594)[12]. Em 1595, sob o presidência do Pe.Geral, João Estêvão Chizzola, o Capítulo Provincial erigiu a Vice-Província (Vicariato ou Vigararia) do Brasil; estabeleceu-se que não se transferisse ninguém para o Brasil por um prazo maior de três anos e se insistiu sobre a comunhão dos bens.
            Em 1596 Olinda e, em seguida, Bahia já eram casas de estudo. O Pe. Geral Henrique Sílvio determinou em 1600, que o Vigário Provincial residisse na Bahia, em vez de Olinda, por ser mais central; determinou ainda que na eleição dos priores, em igualdade de condições, se desse preferência aos que tivessem professado no Brasil e, para evitar que viesse alguém para o Brasil somente por causa da facilidade de ser ordenado devida à escassez de padres, mandou que aqueles que viessem para o Brasil deveriam ficar pelo prazo de sete anos ao menos e foi proibida a admissão de índios e mouros.
            Segundo Cotrim, no Capítulo Provincial de 1614, foi criada a Vigararia do Maranhão[13].
            Os carmelitas no Brasil eram 99 em 1600, 200 em 1635, 246 (244?) em 1675 [na Vigararia do Brasil, 184 (110 no nordeste em 6 conventos e 74 no sul em 5 conventos) e 60 na do Maranhão em 4 conventos]; e mais ou menos 466, em 1715.

            Houve mártires entre eles: Frei Luís do Rosário, lançado ao mar por piratas holandeses e Frei Antônio da Encarnação assassinado por um português por ter-lhe censurado a vida errada. Os dois acontecimentos se deram no ano de 1619.
            Em 1711, vários religiosos coristas foram assassinados pelos Anapurus[14]. Frei Matias de S. Boaventura, pelos anos de 1758, foi martirizado pelos índios Caiuvicenas[15]
            Outros mártires: Frei Francisco de Santo Anastácio, mais ou menos em 1699; Frei Francisco Xavier, em 1701, no Solimões, pelos índios Coxiguares; Frei José de Aguiar, pelos Caburunas, em 1709; Frei Antônio de Andrade, pelos Achuaris e Jumás; Frei Raimundo de Santo Eliseu Barbosa, pelos Daris; Frei Matias Diniz, em Maturá[16].
            O irmão leigo Frei Gonçalo da Madre de Deus morreu em 1654, em São Luís do Maranhão com fama de santidade e até se deu início a um processo para a sua beatificação.


            Sobre o Venerável Padre Frei Luís do Rosário escreve Frei Manuel de Sá O.Carm.
            "Na freguesia de Olalhas, duas léguas da Vila de Tomar, nas­ceu no ano de 1591 o Venerável Padre Frei Luís do Rosário, que na nossa igreja de Nossa Senhora da Conceição foi batizado. Seu pai Melquior Nunes e sua mãe Isabel Godinho foram honrados, pios e tementes a Deus. No convento de Lisboa recebeu o hábito, aos 8 do mês de outubro de 1606, sendo Pro­vincial o Pe. Mestre Frei Manuel Tavares e Prior do dito convento o Pe. Mestre Frei Lopo Serrão. No mesmo professou aos 14 do dito mês de outubro de 1607. No con­vento em que recebeu o hábito estudou ciên­cias de Filosofia e Teologia e depois exercitou o Púlpito com notável espírito e utilidade gran­de dos ouvintes. Foi muito obser­vante de Regra e Constituições e religioso de preclaras virtudes. Instituiu uma irmandade ao Santo Cristo, que está na Capela da Cruz do mesmo convento de Lisboa, de que já demos notícia no Livro II, cap.VI, nº 203. As horas que vaga­va dos atos da comunidade as em­pregava em oração diante desta Soberana Imagem."
            "Muito caritativo foi este nosso Padre para com o próximo, e o querer utilizar (ganhar) os da América com a sua doutrina o obrigou a pedir licen­ça aos prelados para passar àquele Novo Mundo e, conce­dendo-lha eles, se embarcou na nau em que ia Martinho de Sousa e Sam­paio para Governador da Capitania de Pernambuco; mas como os juízos de Deus são incompreensíveis, dis­pôs as coisas de sorte que, antes que este seu servo chegasse à Amé­rica, conseguisse a coroa do mar­tírio, que era o que lá ia buscar, e na forma seguinte a alcançou".
            "Saiu da barra de Lisboa a nau em que ia e, sulcando os mares vento em popa, a sete graus do Norte encontrou umas naus holande­sas, que iam para a Índia Oriental, as quais inves­tiram à em que ia o nosso Padre e depois de uma porfiada peleja cedeu o valor dos nossos à multidão dos hereges: entra­ram na nau, mataram algumas das pessoas, que nela iam, e lan­çaram 40 ao mar. Entre estas foi o Padre Frei Luís, que tinha nos braços uma imagem da Senhora da Piedade."
            "Por cima das águas andou o Padre com a sagrada imagem por largo espa­ço de tempo, absolvendo e ajudando a bem morrer aos que feridos anda­vam, lutando com as ondas e, depois de os absolver a todos, lançou a uma das naus as mãos, as quais lhe cortou um da­queles hereges com um machado e, andando ainda assim sobre as águas, a pelouradas lhe tiraram a vida em ódio das santas imagens, do hábito sagrado, da religião de Cristo e do sacramen­to da Penitên­cia, aos 7 do mês de março de 1619, pelo que se pode piamente crer foi sua morte muito do agrado de Deus, Nosso Senhor, que não permitiu que o sacrílego que lhe cortou as mãos ficasse sem casti­go, porque em breves dias lhe ti­raram seus companheiros a vida com atrocidade por enten­de­rem se que­ria levantar com a nau".

            "O que temos dado a ler con­firmam o Pe. Daniel da Virgem Ma­ria, o Licenciado Jorge Cardoso e o Revdo. Frei Agostinho de Santa Maria"[17].

            Antes de 1606 surgiu o Convento da Paraíba e, depois, os de São Cristóvão (SE) em 1607, Angra dos Reis (1608), São Luís (1615)[18], Belém (1624), Mogi das Cruzes (1629)[19], Gurupá (PA) em 1639, Alcântara (1647), Recife (1654), Goiana (1666), Rio Real (1680), Vitória (1680), Cabo de Santo Agostinho (1687), Cachoeira (1688), Pilar em Salvador (1691), Ponta do Bonfim (MA) em 1718, Itu (1719)[20], Santo Amaro das Brotas (SE) em 1721, Alagoas (1732), Vigia (PA) em 1737, Arraial do Coronel, perto de Olinda e Nossa Senhora da Piedade, perto de Recife (antes de 1744).
            Numa Informação Geral da Capitania de Pernambuco, que é de 1749 ou depois, vêm citados o Convento de Nazaré no Cabo de Santo Agostinho e os Hospícios do Castelo, de Guadalupe na Freguesia de Camaragibe, e o de Nossa Senhora da Luz[21].

            Politicamente o território brasileiro estava dividido em dois Estados: o Estado do Maranhão-Grão Pará[22] (desde 1618, e que incluía o Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas, estes dois últimos divididos depois nas Capitanias de São José do Rio Negro, Cabo Norte, Marajó, Gurupá, Caeté, Cametá e Xingu); e o Estado do Brasil (do Rio Grande do Norte para o sul). Como vimos, a Vigararia do Brasil foi criada em 1595, logo que os Carmelitas chegaram ao Brasil, enquanto a Vigararia do Maranhão foi criada em 1639; até esta data os conventos do Norte dependiam de Lisboa diretamente. O convento de São Luís, o primeiro, era de início o mais importante, com a Casa de Estudos (1693) e a residência do Vigário Provincial, mas tudo passou para Belém (1698), talvez por ser mais central para o trabalho missionário. Em 1724, Bento XIII concedeu-lhes o privilégio de conceder o grau de doutor[23].

            Em 1635, Frei Sebastião dos Anjos já propunha a elevação da Vigararia do Brasil a Província independente; em 1640, a pedido de Frei Francisco do Rosário[24] foi criada a Província de Santo Elias pelo Padre Geral Teodoro Estrácio; o governo português protestou, mas consentiu, no máximo, que continuasse a divisão em duas Vigararias, a do Brasil e a do Maranhão, contanto que o Vigário Provincial fosse nomeado pelo Provincial de Portugal. Houve novas tentativas em 1648 e 1680 até que, em 1683[25], o Geral Ângelo Monsignani apresentou uma solução intermediária, inteligente: o Vigário Provincial seria eleito, de 3 em 3 anos, por uma assembléia composta pelo Vigário Provincial com o seu sócio e pelos Superiores locais também com os seus sócios; o Presidente da Assembléia seria nomeado pelo Geral; o eleito tomaria posse com os direitos de Provincial e a Assembléia teria os poderes de Capítulo Provincial.
            Em 1685, a Vigararia do Brasil foi dividida em duas: Bahia/Pernambuco com sete Conventos e Rio de Janeiro, com seis, mas com certa restrição dos direitos concedidos por Monsignani. Um grave naufrágio com a morte do Vigário Provincial e doze religiosos na viagem entre Bahia e Rio forçou a esta divisão.
            Separada da Vigararia do Norte, a do Sul passou a ter os seus estudos no Rio de Janeiro, transferindo-os depois para São Paulo.
            Só em 1720 Clemente XII, com anuência do Rei Dom João V, elevou as duas Vigararias a Províncias; a Vigararia do Maranhão, porém, nunca foi promovida a Província e ficou sempre ligada à Província de Portugal até à independência do Brasil, quando ficou sem governo central; muito embora tenha solicitado a sua incorporação à Província da Bahia, parece não se haver realizado este seu desejo. Frei André Prat tem esta nota: "A respeito desta pretendida filiação, no Arquivo Provincial do Convento do Carmo da Bahia achamos um documento assinado pelos religiosos do Maranhão, Frei Ernesto do Livramento e Silva, Frei João de Santa Filomena, Frei Cirilo de Santa Maria Lima e Frei Joaquim de Santa Ana Vieira"[26]. Já em 1841, os Carmelitas do Pará se haviam unido à Província do Rio de Janeiro: eram apenas 6 ou 7.
            Quando no dia 8 de maio de 1891 morreu Frei Caetano de Santa Rita Serejo, o último carmelita do Maranhão, o Governo, em plena República de separação da Igreja e do Estado, mais do que depressa, por meio do Juiz Seccional, incorporou-se com avidez os bens remanescentes[27], mas por insistência de Dom Antônio Cândido de Alvarenga, Arcebispo de São Luís, junto ao Núncio e ao Governo, e por intervenção do Ministro do Interior, a Igreja e o Convento foram entregues ao Arcebispado no dia 23 de fevereiro de 1892. Bem que Dom Alvarenga tinha aconselhado Frei Serejo duas coisas: libertar os 160 escravos da Ordem antes da Lei de 13 de Maio de 1888, contratando mão-de-obra paga, e incorporar os conventos maranhenses com os seus múltiplos haveres à Província Carmelitana do Rio de Janeiro; os escravos na euforia da abolição deixaram abandonadas as terras de Alcântara, Rosário e muitas outras propriedades e, como vimos, a Ordem ficou sem a bela Igreja e Convento de São Luís[28].
            Em compensação, apesar de ter sido criada em 1744, só em 1749 foi erigida a Província dos Carmelitas da Reforma Turonense, que já era Vigararia desde 1724 e é a origem da atual Província Pernambucana. As três Províncias contavam com 500 religiosos.

            As Vigararias unidas de Bahia/Pernambuco tiveram Missões no Siri na Vila de Goiana (PE), Una na Vila de Sirinhaém (PE), N.S. de Guadalupe de Camaragibe (AL), Santo Amaro de Brotas (SE)[29], Japaratuba (SE)[30] e Rio Real (SE) (ambas na Vila da Abadia), Água Azeda (SE) na cidade de Sergipe, Massarandupió (BA) em Santa Luzia do Rio Real[31].
            A Província da Reforma Turonense aceitou as Missões de Mamanguape, em São Miguel da Bahia da Traição (PB), a da Bahia da Preguiça (PB) e a de Gramació (RN), que lhe foram indicadas como condição para se tornar Província.
            A Província do Rio de Janeiro teve missões em Barueri (SP), Ilha de Santa Catarina (SC), Vila da Laguna (SC), Ouro Preto, Mariana, São João del Rei, Sabará, Serro, Diamantina e Campanha (MG), Campos (RJ) e Viamão (RS)[32].
            Trabalho missionário, porém, entre os índios, como hoje se pensa correntemente e era feito pelos Jesuítas, com entradas pelo sertão, descimento e aldeamento dos selvagens e construção de alguma choça de palha para capela, depois convertida em Igreja, foi feito pelos Carmelitas da Vigararia do Pará-Maranhão na região dos rios Negro e Branco e do Solimões, desde 1681. Tiveram também, embora em ponto menor, a mesma sorte dos Jesuítas e dos outros missionários de São Francisco e Nossa Senhora das Mercês, como martírio, instabilidades, desconfianças e nomadismo dos índios, ambição dos brancos, distâncias, doenças (e muitas até contagiosas e dizimadoras), fome e sede, falta de recursos, calor ou umidade equatoriais, mosquitos com outros insetos, chuvas contínuas, tempestades e fúrias dos rios, concorrência dos espanhóis de Quito e de Lima e, por fim, desde 1755, calúnias ou perseguição do Marquês de Pombal, "o déspota esclarecido", e do seu irmão, o falso e ambicioso Governador do Pará-Maranhão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, frustrado fazendeiro em Portugal.

            Por "Instruções Secretas" e pérfidas, que aboliam Ordens e Resoluções Régias e, com elas, o "Regimento das Missões", e eram camufladas por outras "Inatruções" públicas, muito bem combinavam entre si. As conseqüências foram a presença de diretores leigos indignos, abuso da dignidade dos índios, despovoamento, miséria, falta de clero e de catequese, martírio dos missionários ou exílio, principalmente dos jesuítas, confisco e apropriação ilícita dos seus bens e propriedades com o enriquecimento fácil do Ministro, do seu Governador e da sua "Companhia do Comércio de Lisboa". E era "crime de lesa-majestade dizer mal das leis de El-Rei": nem mesmo as Câmaras Municipais, representantes do povo, podiam protestar...[33]
            "Os frades terão que desaparecer", dizia Pombal; e o seu irmão: "Debaixo de algum pretexto alguns destes padres de todas as religiões" serão desterrados[34]. Mendonça Furtado e o Bispo, D. Fr.Miguel de Bulhões e Sousa (1748-1760), que entrou no Pará em fevereiro de 1749, deram ordens para que os Missionários "saíssem deixando tudo assim nas Igrejas como nas casas, exceptos somente os seus livrinhos e as mais coisinhas do seu uso parti-cular"[35].
            Com a conivência do Sr. Bispo, falou-se primeiro de um "partido da união", para pôr ordem no caos e reduzir o pluralismo à unidade, mas depois o que prevaleceu foi o "divide et impera": o trono contra a Igreja. Antes de chegar ao Pará, o Bispo escrevia ao Pe.Bento da Fonseca: "Peço a V.Revma. se não canse em persuadir ao Pe. Fr. Francisco queira seguir o partido da união". Segundo Serafim Leite parece tratar-se de Frei Francisco de Santo Elias, carmelita, que era sobrinho e foi secretário particular de D.Frei Bartolomeu do Pilar, e Bulhões fala de "contumácia destes Religiosos" e "só uma determinação régia acabará de vencer a sua teima", certamente dos carmelitas, e é a ordem régia de 1747[36].
            Era de 3 de março de 1755 o decreto contra os jesuítas, que tinham 24 missões, os franciscanos da Piedade que tinham 10 e os franciscanos da Conceição, que tinham 7. Os carmelitas, que tinham 17, podiam esperar, "enquanto a prudência e a política de sustentar os ditos religiosos carmelitas na separação, em que se acham (sendo os menos fortes), vos não permitir que ponhais ali clérigos" - dizia Pombal ao irmão[37]. Chegaria também a vez dos franciscanos de Santo Antônio com 9 missões e dos mercedários com 3. Diz Serafim Leite: "O Autor do Diário de 1756-1760, narrando os desterros do Pará em março de 1759, além dos jesuítas, diz que iam exilados 18 frades de São José (os «Piedosos»), «da Conceição não sei bem quantos», de Santo Antônio dizem que 5, do Carmo 3"[38].
            Em 1755 foram exilados 55 jesuítas e, em 1759, os 3 carmelitas acima enumerados com os outros missionários; na sua Viagem e Visita do Sertão em o Bispado do Gram Pará em 1762 e 1763, o Bispo do Pará, Dom Frei João de São José e Queiroz OSB (1759-1763), jansenista e indigno sucessor de Dom Frei Bartolomeu do Pilar (O.Carm.), para caluniar os Jesuítas, caluniou primeiro os Carmelitas e as suas Missões no Rio Solimões (onde viu cacho-eiras, que não existem), declarando que «em vez de ganhar almas, degeneraram a ganhar patacas e oiro»[39]; em 1764 os religiosos foram proibidos de receber noviços; "em 1767 eram expulsos do Maranhão alguns carmelitas", e entre 1783 e 1789, "por falta de novos missionários haviam abandonado eles (os carmelitas) as suas aldeias de catequese outrora tão florescentes". Fim inglório da "guerra aos regulares"[40] movida contra os frades por Pombal e pelo grande "General das Batalhas do Rio Negro", seu irmão, que salvou-se só porque foi sustentado pelos muito odiados missioná-rios, que lhe deram de comer e aos seus soldados[41].
            De longe, e inocentemente, Dom Frei Bartolomeu (1720-1733) teve parte no desenvolver da questão missionária, pois os inimigos dos regulares se aproveitavam de todas as questões pendentes ou em contencioso para conseguirem os seus intentos de se apoderarem dos bens e direitos dos religiosos e os expulsarem: Dom Frei Bartolomeu, desejoso de certificar-se dos seus deveres e direitos, como "novo Bispo pediu à Corte estas 4 coisas: 1ª que os Missionários, que assistissem nas Aldeias, não pudessem confessar sem licença do Bispo; 2ª que ele pudesse visitar canonicamente as Aldeias sem os Missionários o impedirem; 3ª que faltando Missionários numa Aldeia e o Prelado da Religião o não pusesse, ele o pudesse pôr; 4ª que devia ter lugar, e qual, na Junta das Missões. El-Rei, consultados os Doutores de Coimbra, na provisão de 31 de março de 1725, concedeu o que o Bispo pedia e que na Junta ocupasse o primeiro lugar". Quanto ao 2º e 3º pontos os Missionários Franciscanos das Províncias de Santo Antônio, Conceição e Piedade e os Jesuítas pediram ao Bispo para se abster da visita às Aldeias, enquanto fariam recurso ao Rei, e o Bispo prometeu: o medo era que no impedimento do Bispo as visitas fossem feitas por Visitadores, que nem sempre se mostraram dignos; a resposta do Rei foi favorável aos missionários[42].

            Aos missionários não lhes faltaram as graças e consolações de Deus com a alegria da conversão de muitos, nem mesmo lhes faltou a felicidade de poderem contemplar as suas maravilhas no meio da beleza virgem e selvagem do "Mar das Águas Doces" e da floresta ainda virginal: a sua Aldeia de Mariuá, a 230 km. do encontro das águas do seu Rio Negro com o seu Solimões, estava bem diante do arquipélago de Mariuá de quase quinhentas ilhas sempre em transformação e a sua Aldeia do Jaú (antes Tarumá, hoje Airão) estava diante das Anavilhanas, outro arquipélago de mais de quatrocentas ilhas cheias de surpresas, já bem próximas daquela barra, onde se justapõem e caminham juntas as águas daqueles majestosos dois rios das suas missões[43]
            Diz o Pe.Heliodoro Pires terem sido os carmelitas dos rios Negro, Branco, Solimões, Madeira e Javari os que fizeram avançar as fronteiras do Brasil para o Oeste, até bem perto dos Andes, e para o Norte e foram os que "forneceram dados ao Ministro Alexan-dre de Gusmão para organizar o mapa, que em 1749 foi apresentado às cortes", vindo assim a contribuir para a defesa do "Uti possi-detis" e o reconhecimento das divisas brasileiras naquelas regi-ões. O mesmo padre dá-nos também um "Elenco das missões e alde-ias, em que trabalharam os carmelitas:
            No Rio Negro: Mariuá (Barcelos), Aracari, Itapuitapera, Tapera, Camará, Pedreiras, Marabitanas, Bararuá, Dari, Lamalonga, Airão, Goiará, Nogueira, Silves, Carvoeiro, Aldeinha, Matari, Castelinho, Tupinambarana e Tauapecaçu.
            No Alto Rio Negro: Guia (povoação).
            No Solimões: Aldeia de São Pedro.
            No Rio Tefé: Aldeia de Sant' Ana.
            No Rio Madeira: Borba.
            No Rio Branco: Cunumá, Avidó, Carmo do Uanuaú, Muritiúba, Turijaçu. Cita-nos ainda missões nos rios Javari[44] e Uarirá, dá os nomes das missões de Itacoatiara, Parintins e Maués, e nos conta que em 1709 os espanhóis de Quito devastaram e incendiaram aldeias carmelitanas do Solimões. Em 1718 eram 19 as aldeias, mas em 1748 já eram 3 vilas, 9 lugares e 14 aldeias[45].
             "Enfrentar os rios amazônicos, penetrar aqueles bosques, vencer a malignidade daquele clima, livrar-se daquelas feras, lançar as bases de futuras pavoações somente por amor a Cristo e à Santa Igreja, é missão sobre-humana, a que almas vulgares jamais se abalançariam. (...) No Brasil setecentista não houve missão mais arriscada, mais perigosa, mais fatigante, mais difícil, mais povoada de agonias e angústias"[46].



Reis de Portugal desde a Descoberta do Brasil:

D.Manuel I - 1495-1521
D.João III - 1521-1557
D.Sebastião - 1557-1578
D.Henrique - 1578-1580
Filipe II (I) - 1580-1598
Filipe III (II)- 1598-1621
Filipe IV (III)- 1621-1640
D.João IV - 1640-1656
D.Afonso VI - 1656-1667
D.Pedro II (Regente) - 1667
D.Pedro II (Rei) - 1683-1706
D.João V - 1706-1750
D.José - 1750-1774
D.Maria Ana (Regente) 1774
D.Maria I - 1777-1799 (Casada com o tio D.Pedro III)
D.João VI (Regente) - 1799
D.João VI (Rei) - 1816-1826
D.Pedro IV (que foi D.Pedro I do Brasil) - 1826-1834


            II

            Estudos e alguns Carmelitas mais santos ou instruídos

            Em 1596 Olinda e, em seguida, Bahia já eram casas de estudo. Segundo Serafim Leite, em 1598 eram cinco os carmelitas que, na Bahia, freqüentavam o Curso de Artes no Colégio dos Jesuítas, e em 1601 eram quatro[47].
            O convento carmelita de São Luís foi o primeiro, e de início o mais importante do Estado do Maranhão, com a Casa de Estudos (1693) e a residência do Vigário Provincial, mas tudo passou para Belém (1698), talvez por ser mais central para o trabalho missionário. Em 1724 Bento XIII concedeu-lhes o privilégio de conceder o grau de doutor[48]
            Separada da Vigararia do norte, a do sul passou a ter os seus estudos no Rio de Janeiro, transferindo-os depois para São Paulo.
            Sabemos que na Bahia "o Curso público de Filosofia era nos Gerais da Companhia. Em 1758, ao deixar (a Companhia) o Brasil, havia já outros cursos. E os moços, depois de instruídos nas escolas «particulares» de Gramática, iam «estudar Filosofia nos Gerais da Companhia ou Carmo, São Bento e São Francisco, onde há Mestres»"[49].

            O mesmo Pe. Serafim Leite, que acabamos de citar, nos diz que "a 5 de setembro de 1726 a Câmara de Goiana (PE) requeria a El-Rei que os Carmelitas da sua vila abrissem estudos públicos de latim, mediante o subsídio régio de 50$000 réis, a exemplo dos Franciscanos na Vila de Igaraçu e «mais partes em que não há Companhia»", e continua "abriu-se ao estudo público, e consta doutro documento"[50].
©         Nas possessões espanholas, "a penetração da Igreja se desenvolveu notavelmente com o auxílio da música", por meio dos jesuítas, mas na Amazônia, "além dos Jesuítas, tiveram igual importância os Carmelitas, os Capuchos da Piedade e os Mercenários. Estas ordens possuíam professores de música e cantochão e mantinham classes nos principais povoados - Belém, Vigia, Cametá, Murtigura (Vila do Conde), Gurupá, Barcelos (Manaus) etc."
            "Faltam-me, por ora, dados positivos para falar da ação dos Carmelitas no terreno da música sacra; contudo, tenho motivos para dá-la como certa: a) o exemplo dos demais religiosos de então, os Jesuítas, Beneditinos e Franciscanos; b) as tradições de Portugal; c) o cultivo assíduo, mais tarde, nas casas carmelitanas, do canto gregoriano, como se verá em outra parte deste estudo. (...). Diz Frei André Prat: «Foi o Convento dos Carmelitas a primeira escola elementar de Belém, e aí nasceu entre ladainhas e hinos uma nova civilização». Num requerimento ao Senado da Câmara feito em 22 de maio de 1790 o Prior do Convento do Carmo do Maranhão, Frei Manuel de Santa Catarina, pede uma certidão «em como foram eles os primeiros religiosos que vieram (...) plantar a Fé Católica e ensiná-la aos gentios (...) fazendo muitos serviços a Deus e a esta República (...) na assistência aos moribundos, nas cantorias das festas (...), sustentando-se das esmolas que os fiéis lhes davam pelas suas músicas e missas[51]»".
            "Existe a dificuldade de manter os índios meninos-homens, por causa da exploração dos brancos. "Um missionário português carmelita, por segurar o trabalho do ensino, sem o receio de se ausentarem os músicos, mandava ensinar e industriar, em lugar dos meninos, as meninas e, escolhendo para isto as mais sonoras, serviam, cantavam e oficiavam os Divinos Ofícios, como o fazem as freiras nos seus conventos, e na verdade só deste modo se poderia conservar nas missões portuguesas a música, que nos índios é perdida, só isentando-os do serviço dos brancos e tirando-lhes o remo das mãos, como bem respondeu um Missionário português a um Governador, que sobre este ponto o consultava".
             O mesmo assunto, mais por extenso. "Vejam agora lá se podem os missionários ter prontos e expeditos e estáveis oficiantes dos Ofícios Divinos? E se podem celebrar, como desejam e convém, as funções das suas igrejas? Por isso um missionário de outra religião[52], desejando por uma parte celebrar com todo o esplendor os Ofícios Divinos e considerando por outra parte a instabilidade dos índios, mandou ensinar as meninas mais hábeis da Doutrina a beneficiar os ofícios da igreja, solfa (instrumentos músicos) etc. e na verdade só elas o podem fazer por mais estáveis nas suas aldeias, se não tivessem outros inconvenientes, que as proíbem de semelhantes ministérios (...). E tem outra conveniência a música nos índios, e é que gostam muito delas; nem há outra coisa que mais os atraia à igreja do que a música: a música os convida a freqüentarem as igrejas, a música os excita a celebrarem com muita solenidade os Ofícios Divinos, a música, finalmente, os acaricia, e move ainda os selvagens a saírem dos seus matos, a submeterem-se aos missionários, a ouvirem a Doutrina Cristã e a fazerem-se católicos"[53].
            "Nesse século (XVII) surge, - conta Renato Almeida - na Bahia, a única figura de músico, que se pode citar - Eusébio de Matos ou Frei Eusébio da Soledade (1629-1692). Manuel Raimundo Quirino, que o considera «o primeiro músico notável da Bahia», conta razão desse duplo nome (jesuíta antes, depois carmelita). (...) "Além de músico exímio e inspirado compositor, tocava harpa e viola, instrumento muito em uso no seu tempo. Compôs muitos HINOS RELIGIOSOS e cantos profanos ameníssimos sobre poesias suas (...). Suas obras foram em grande parte perdidas"[54].
            "Em fins do século XVIII, segundo papéis guardados na Biblioteca de Évora, floresciam no Brasil os seguintes músicos, no geral escapos ao conhecimento dos historiógrafos de além-mar e de quem pouco se sabe, inclusive os nomes completos: Na Bahia:/
O Padre-Mestre Matias, frade carmelita, compositor, organista, bom tenor; José de Santa Maria, compositor, poeta, mestre em todos os instrumentos e cantor de possibilidades espantosas, pis cantava em todos os timbres; Antônio Matias, compositor e bom contralto; e o Padre-Mestre José Costinha, também compositor e bom tenor[55]".
            "Frei Bartolomeu do Pilar (O.Carm.), 1º Bispo do Pará, nasceu na Vila de Vilar, Ilha de São Jorge, a 21 de setembro de 1667 e faleceu em Belém, a 9 de abril de 1730. Era cantor e nas cerimônias do clero chegava «a cantar com ele à estante» (cf. M.M.Cardoso Barata em Apontamentos para as Efemérides Paraenses  RIHGB  Tomo 90, p.64).
            "Baena se refere à existência de um órgão na antiga igreja do Ega, no Amazonas, em 1750, na zona disputada entre os portugueses e os espanhóis: «A primeira vez que estes espanhóis foram à igreja, acharam objeto de admiração em um órgão feito por um curioso com canudos de taboca, a cujo som as indianas cantaram a Missa com alguns indícios de gênio harmônico. Isto praticavam elas em todos os Domingos e Dias Santos, e nos sábados cantavam Salmos, Hinos e Antífonas das Completas»" (Baena em Compêndio das Eras da Província do Grão-Pará  p. 301)[56].
            "É também aos Missionários - Carmelitas Calçados (Olinda - 1580), Capuchos portugueses (Pernambuco - 1585), Beneditinos (Bahia - 1581) - que devemos a criação dos teatros públicos, para escola de catequese espiritual e artística, como foram os de São Vicente e Rio de Janeiro, sob a orientação do Pe. Manuel da Nóbrega"[57].
            O compositor João da Mata da Escola Mineira de Música Sacra, falecido em 1900, compôs as "Missas Carmelitana e Stella, cujas partituras entusiasmaram Carlos Gomes, que se ofereceu para conseguir-lhe do Imperador uma viagem à Europa"[58].©


1) -      Do livro Os paulistas e a Igreja de A.Pompêo  2v.  Empreza Graphica da "Revista dos Tribunaes"  -  São Paulo   1929 

            Volume 1º
            - p.32, n. 9 - Frei Antônio do Bom Despacho Mamede
            Mais ou menos entre 1797 e 1816, Frei Antônio do Bom Despacho Mamede era o diretor do Curso de Teologia instalado no Convento do Carmo.

            - p.79, n.163 - Frei Sebastião de Mattos
            "Foi duas vezes a Roma e Lisboa. Pelo seu merecimento, principalmente intelectual, mereceu do Revmo. Geral da Ordem as honras de provincial" (± 1769).

            - p.108, n.264 - Frei Francisco de Santa Inês
            Tinha dois irmãos carmelitas, Frei Salvador Caetano d'Horta e Frei Bento Rodrigues de Santo Ângelo e um sobrinho frade, Frei Tomé Marcelino d'Horta (cuja Ordem o autor não cita: ver p.140, n.366) e um primo jesuíta, vigario de Itapecirica (SP) em 1777, Pe. André Frazão.
            "Frei Francisco tornou-se notável pelo espírito de santidade" (pelos anos de 1770).

            - p.127, n.325 - Frei João da Luz
            "Batizado em São Paulo aos 16 de abril de 1644, não foi só grande na virtude cristã, porque foi um notável lente e ocupou cargos da máxima responsabilidade".

            - p.127-128, n.326 - Frei Luís dos Anjos
            "Irmão inteiro do precedente, pertenceu também à Província Carmelitana do Rio de Janeiro.
            Foi lente como seu irmão, e um dos maiores capelos de toda a Província, onde adquiriu fama extraordinária na cátedra e no púlpito. E seu sucesso oratório não ficou limitado ao Rio colonial, porque tendo-se passado a Portugal, no Convento do Carmo de Lisboa, obteve tal vitória que sua fama chegou logo à Rainha Dona Maria Sofia Isabel de Neubourg (esposa de Dom Pedro II de Portugal de 1687-1699), que lhe conferiu a grande honra de pregador na sua capela real.
            Antes de voltar ao Brasil, onde faleceu repentinamente no sítio de Mambucaba de propriedade de seu irmão Antônio Pedroso de Alvarenga, o Padre Mestre Frei Luís dos Anjos foi novamente honrado pela rainha Dona Maria Sofia, que lhe ofertou uma cruz de ouro com a relíquia do Santo Lenho pendente de um cordão também de ouro".

            - p.152, n.391 - Dr. Frei Reginaldo Octavio Ribeiro e                                              Andrade
            Irmão de Frei Manuel Joaquim OFM e Frei Felisberto Antônio da Conceição Lara e Moraes OSB, "Frei Reginaldo era frade carmelita calçado da Província do Rio de Janeiro. Substituiu em Lisboa, no ano de 1783, o Padre Mestre Dr.Frei Salvador de Santa Rosa Machado, no cargo de Presidente do Hospício, que a Ordem manitnha naquela capital.
            Recebeu da Santa Sé o título de Doutor "Tibi quoque". Foi orador de mérito e, antes de seguir para Portugal, em 1722, já lecionava filosofia e teologia no seu Convento de São Paulo e pertencia à "Academia dos Felizes", juntamente com Frei Joaquim Antônio Taques e outros sacerdotes e religiosos[59].

            - p.154, n.397 - Frei Joaquim Antônio Taques
            Filho do genealogista Pedro Taques de Almeida Paes Leme e Da.Maria Eufrásia de Castro Lomba. Nasceu no ano de 1747. Recebeu o hábito do Carmo no dia 4 de dezembro de 1762 e, apesar de simples corista, já era professor de filosofia. Foi membro da "Academia dos Felizes". Ordenado sacerdote, faleceu no Rio de Janeiro aos vinte e cinco anos de idade, em 1772.
            Numa carta de oito páginas de Pedro Taques ao Principal D.João Faro se lê no final que ele gostaria de ficar com o trabalho sobre a Demonstração Verídica relativa à Capitania da Vila de S.Vicente, "para estar com ele pronto por mim , ou outrem, como meu filho Frei Joaquim Antônio Taques, carmelita calçado e Lente de Artes atual, no Convento do Carmo desta Cidade (...)". A carta é de 1770.
            Em outra carta ao mesmo destinatário, no mesmo ano de 1770, diz o pai que o seu filho Balduíno Abagaro de Morais Antas está estudando Filosofia, que o irmão Frei Joaquim Antônio Taques "está ditando no Convento do Carmo desta Cidade". Continua na mesma carta: "Não é menor, antes maior, o desejo de enviar para Minas Gerais o meu filho Frei Joaquim Antônio Taques, carmelita calçado, para cujo efeito tenho pedido a V.Excia. a licença de Sua Majestade Fidelíssima, que Deus Guarde, para com ela, e a do Revmo. Peovincial, passar-se às Minas, onde há de ler um Curso de Artes, que ali não tem havido há anos, como o de São Vicente. Espero que esta chegará às mãos de V.Excia, antes de ter vindo para o Bispado da Cidade de Mariana o novo Bispo; é conjuntura que venha já o Exmo. e Rvmo. Prelado, com o influxo que V.Excia. lhe infundir para atender a meu filho, pelos merecimentos das suas letras na Cadeira, e melhor nos Púlpitos e procedimento religioso: porque, ainda que no més passado de agosto, a 28, ele fez 23 anos, a sua Religião, nesta Província, tem muita glória do progresso que tem feito nas Letras este menino, de sorte que, quando se lhe conferiu a Cadeira, tinha a idade de 21 anos e alguns meses. Estava ainda Corista; e cantou Missa, com dispensa, há um ano". Numa carta do Governador Martim Lobo de Saldanha, sucessor do Morgado de Mateus na Capitania de São Paulo (1775-1782), ao Conde de Vimieiro, fala-se de "um Religioso do Carmo, sobrinho de Pedro Taques"[60].

            - p.186-187, n.493 - Frei Antônio do Monte Carmelo
            "Foi religioso de muitas virtudes. Frei Antônio, apelidado o Baroco, pertenceu ao Convento do Carmo da cidade de Itu. Seu pai Antônio Vieira Tavares, foi o fundador da Vila do Salto".

            - p.208-209, n.530 - Dr. Frei João Alves de Santa Maria
            Irmão do Diplomata Alexandre de Gusmão, Pe. Bartolomeu Lourenço de Gusmão, o "Padre Voador", Pe. Inácio Rodrigues SJ, Pe. Simão Alves SJ, Frei Patrício de Santa Maria OFM e da "Mulher Santa" Joana de Gusmão, Peregrina por amor.
            Frei João foi Padre Mestre. "Pertenceu à Província do Rio de Janeiro; passando a Portugal como procurador da Ordem, estve sempre ao lado do seu irmão, o Padre Voador, que por causa do seu invento da navegação aérea ficou mal visto pelos poderes da época". Acompanhou o irmão à Espanha e o assistiu até os últimos momentos. "Foi considerado como pregador distinto; no entanto só publicou um sermão recitado na Igreja de São Nicolau, em Lisboa".

            - p.213, n.541 - Frei Antônio da Penha de França
            Teve um tio bisavô franciscano e um primo carmelita, Frei Lopo Ribeiro da Conceição. "Foi historiador de mérito". Nasceu em 1719 e faleceu em 1792.

            Ibid. Volume 2º
            - p.119, n.867 - Frei Sebastião Moreira de Godoy
            "Nasceu pelos anos de 1691. Na sua Ordem foi professor de

filosofia e teologia".

            - p.99, n.779 - Dr.Frei Salvador de Santa Rosa Machado
            Padre Mestre. Foi Presidente do Hospício, que a Ordem mantinha naquela capital. "Em 1783 ainda ocupava aquele cargo na capital portuguesa, no qual foi substituído pelo Dr.Frei Reginaldo Octavio Ribeiro e Andrade (n.391)" - Ver acima.

2) - Outras Fontes
            Heliodoro Pires em Temas de História Eclesiástica do Brasil São Paulo   1946   Capítulo IV   Carmelitas   p. 177-185

            p. 185 - "Frei José de Santa Eufrásia Peres, prior e provincial. Entrou na liça para combater os desvarios de Pe.Feijó a respeito do celibato e publicou um ensaio defendendo a boa doutrina.(Os dados sobre este e os seguintes serão completados segundo a Encyclopedia e Diccionario Internacional (sigla: EDI)  W.M.Jackson - editor   Rio de Janeiro.
            "Sacerdote brasileiro; nasceu no Rio de Janeiro em 1784 e morreu em 1874. Aos 16 anos deixou a casa paterna para se fazer religioso (ao terminar a Reforma do Bispo do Rio de Janeiro...), escolhendo a Ordem Carmelitana, na qual tomou o hábito em 1800, e em 1801 fez a sua profissão solene e pública, tomando o nome acima em substituição do de José de Santa Teresa e Oliveira, que trazia no século. Aos 22 anos recebeu a ordem do presbiterado. Aplicando-se aos estudos, Frei Peres, dentro em pouco tempo, tornou-se digno, por suas habilitações, de se encarregar do ensino da mocidade, elevado à categoria de Mestre, ocupando a Cadeira de Filosofia nos seus Conventos na Corte e em São Paulo, no Mosteiro de São Bento e no Seminário de São José. Na sua Ordem foi Prior do Convento de S. Paulo e Provincial do Rio de Janeiro. O Governo quis nomeá-lo Bispo, honra que rejeitou. Publicou O Celibato Clerical, em que sustentava essa necessidade (folheto que apareceu quando se suscitou a idéia do casamento dos padres), e o Sermão de Nossa Senhora do Carmo e escreveu a Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo - EDI.
            Foi ele quem reabriu o Colégio Carmelita de São Paulo (1815), para a "formação espiritual e cultural dos jovens candidatos à Ordem Carmelitana, prestando todo o seu concurso e apoio ao Carmo paulistano, como regente dos estudos, cargo que ocupou até 1821". Quando, neste ano de 1821, o Pe. Peres, já eleito Definidor, foi transferido para o Rio, foram também transferidos o noviciado e o clericado de São Paulo para o Rio, onde ele foi Mestre de Noviços e Lente de Teologia[61].

            p.185 - Frei Antônio da Santa Gertrudes - "Sacerdote brasileiro; nasceu no Rio de Janeiro em 1789, morreu em 1863. Exerceu o cargo de Prior dos Carmelitas, depois de haver ocupado a dignidade de provincial de sua Ordem por espaço de doze anos e, com louvor, a cadeira do magistério. No púlpito abrilhantou com a sua eloqüência a palavra sagrada e, por isso mereceu, sem que o solicitasse, o ser nomeado pregador imperial". - EDI.
            Encontramos no Livro 3º da História da Ordem  Letra F
p. 52, datilografada caprichosamente por Frei Sebastião Boerkamp e encadernada o seguinte: "Fonte: Caderno de Frei Leopoldo Wijsbek - Pregador Imperial, o "Bossuet Brasileiro". Batizado a 19 de julho de 1789. Recebu o hábito a 1º de julho de 1804. Professou a 20 de julho de 1805. Fez os estudos no Convento Paulistano, onde em 1812 era corista. Em 1815 acha-se na Vigararia de Capivari dos Campos. Em 1817 era lente de filosofia no Convento do Rio até 1821 e foi Custódio da Província em 1824, Prior e Lente no Rio. Em 1827 foi eleito Provincial e em 1830, Definidor perpétuo; em 1833, sócio do Presidente pela 2ª vez e Provincial; em 1842, Presidente do Capítulo e Provincial reeleito pela 3ª vez e mais uma vez eleito em 1845; em 1848, Prior de Angra dos Reis; em 1851, Presidente do Capítulo e reeleito Prior de Angra; também em 1854. Em 1857, Presidente do Capítulo e transferido para o Rio; em 1861, Prior de São Paulo. Faleceu aos 18 de fevereiro de 1863. Nota ao lado: ver Letra C  p.7 e 50 (à mão)".
            Apoiou "desassombradamente, do alto do púlpito", a Francisco Ignacio de Sousa Queiroz na "Bernarda" deste contra o Governo Provisório dos Andradas em São Paulo, firmado na pessoa de Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Manuel Rodrigues Jordão: deu-se a primeira reação popular contra as tropas de repressão no dia de Nossa Senhora do Carmo, 16 de julho de 1822. O Convento do Carmo foi o Quartel-General de Francisco Inácio[62].
            A sua assinatura, em nome próprio e da Comunidade do Carmo, aparece em 3 documentos a favor de Dom Pedro I: o de 23 de junho de 1821, apoiando a instalação do seu Governo Provisório; o outro de 1º de janeiro de 1822, do Governo, Senado da Câmara e Clero de São Paulo, que levou ao Fico do dia 9 de janeiro de 1822, e o de 12 de outubro do mesmo ano, dos mesmos representantes do povo de São Paulo, que o reconhecia e aclamava Imperador do Brasil[63].

            p.185 - José Pereira de Santana - "Frade carmelita brasileiro; nasceu no Rio de Janeiro em 1696 e morreu em 1759. Chamou-se no século José Pereira de Sá Bacon, e era filho de um português e de uma senhora de origem francesa. Professou na Ordem Carmelita, doutorando-se depois em teologia na Universidade de Coimbra. Muito versado também em música, compôs grande números de músicas sacras e modinhas profanas, que se popularizariam no Brasil e em Portugal. Ensinou no Rio de Janeiro teologia e filosofia, e quando se jubilou foi para Coimbra, entrando para a Universidade como lente substituto de filosofia. Escreveu a Chronica dos Carmelitas da antiga e regular observancia do Reino de Portugal, de que saíram apenas dois volumes, ardendo no incêndio que se sucedeu ao terremoto de 1755 o original dos outros tomos. Foi Presidente do Capítulo da sua Ordem celebrado em Lisboa em 1744 e confessor dos filhos de Dom João V. Além da Crônica mencionada deixou uma Noticia mystica dos avós de Maria e bisvós de Cristo (1730); Triumpho panegyrico (1733); Os dois Atlantes da Ethiopia (1735); Vida da Madre Perpetua da Luz (1742); a Chronica (1745) e as Vidas de Santo Elesbão e Santa Ifigênia". (Nota minha: que certamente são os dois "Atlantes da Etiópia") - EDI[64].
            Heliodoro Pires em Temas de História Eclesiástica do Brasil São Paulo   1946   Capítulo IV   Carmelitas   p. 177-185

            p. 185 - "Frei José de Santa Eufrásia Peres, prior e provincial. Entrou na liça para combater os desvarios de Pe.Feijó a respeito do celibato e publicou um ensaio defendendo a boa doutrina.(Os dados sobre este e os seguintes são completados segundo a Encyclopedia e Diccionario Internacional (sigla: EDI)  W.M.Jackson - editor   Rio de Janeiro.


            p.185 - Frei Antônio da Piedade - "Religioso carmelita calçado; nasceu na Bahia e morreu na Cachoeira (1660-1724). Estudou filosofia na sua terra natal, recebendo o grau de Mestre em Artes. Entrando na Ordem do Carmo, foi lente de filosofia e teologia na Vigararia do Maranhão, Prior do Convento do Pará, Vigário Provincial e Comissário da Bula (da Santa Cruzada) do Maranhão, Governador, Provisor e Visitador Geral da Diocese do Pará. Deixou impressos dois sermões" - EDI. Um dos sermões é Sermam qve em as exeqvias da serenissima Rainha nossa Senhora D.Maria Sophia Isabel de Neobvrg, feitas Pela Nobre Villa de S.Amaro das Grotas do Rio de Sergipe a 19.de Abril de 1700. Pregou O R.P.M.Fr.Antonio da Piedade[65].

            p.185 - Frei Inácio Ramos - "Pregador brasileiro; nasceu na Bahia em 1650 e morreu em 1731. Era irmão do padre Domingos Ramos. Professou no Convento de Nossa Senhora do Monte do Carmo (1672), e indo a Portugal para tratar de negócios particulares, passou a Roma, a fim de assistir, na qualidade de representante do Provincial da Ordem, ao Capítulo celebrado em Santa Maria Transpontina (1692), sendo por essa ocasião nomeado Vigário Provincial do Brasil. Foi tembém reformador e visitador geral dos conventos da Reforma de Pernambuco. Assistiu a um outro Capítulo celebrado em Roma (1700), ficando depois em Lisboa como Prior do Canvento de São Domingos e secretário da Província de Portugal. Publicou os seus sermões em 4 volumes com o título Ramos Evangélicos (1724-1730)" - EDI.

            p.185 - Frei Manuel da Madre de Deus Bulhões - "Carmelita; nasceu na Bahia em 1663. Foi procurador da sua Ordem em Roma, Definidor Geral, Prior do Convento da Bahia e Provincial. Deixou um volume de sermões" - EDI. "Nasceu o autor a 6 de novembro de 1663 na Bahia. Entrou para a Ordem dos Carmelitas Calçados. Seguiu para Roma como Procurador da sua Ordem, onde votou como Definidor Geral. Foi ainda Prior no Convento da Bahia, Provincial do Carmo, Examinador Sinodal do Arcebispado da Bahia. Faleceu no ano de 1738". Foram publicados SERMAM FUNEBRE NAS EXEQUIAS DO SENHOR ROQUE DA COSTA BARRETO, Sermam em Acçam de Graças pela saude Delrey Nosso Senhor e Oraçam concionatória Nas sumptuosas exequias da excellentissima senhora D.Marianna de Alencastro[66].

            p.185 - Frei José de Oliveira Serpa - "Pregador do século XVIII; nasceu na Bahia em 1696 (não afirma que é carmelita). Deixou manuscritas duas obras místicas: Novo obséquio do Patriarca São José e Trindade da terra exaltada no temor de Deus por causa de uma grande trovoada" - EDI. Dele  estão publicados 6 sonetos elegíacos e ainda um mote com a sua glosa, e uma décima: estes últimos e 4 dos sonetos foram para lamentar a morte de Dom João V de Portugal[67].

            p.185 - Frei Manuel Angelo de Almeida - "O autor, natural da Bahia, onde nasceu a 26 de fevereiro de 1697, em 1716 recebeu o hábiro de Carmelita Calçado. Tendo sido nomeado sócio do Capítulo Geral celebrado em Roma em 1725, foi-lhe conferido pelo Geral o grau de Doutor em Teologia. De secretário da Província subiu a Provincial em 1735. Ignoramos a data do seu falecimento". Dele foi impresso um Sermam que nas exequias do Excellentissimo, e Reverend. Senhor D. Joseph Fialho, Bispo que foy de Pernambuco, Arcebispo da Bahia, e Bispo da Guarda (...) pregou o P. M. Fr. Manoel Angelo de Almeida Mestre, e Doutor na sagrada Theologia, Ex-Provincial do Carmo da Provincia da Bahia[68].

            Frei Eusébio de Matos - "Nasceu o autor no ano de 1629, na Bahia. Em 1644 entrou para a Companhia de Jesus. Lecionou Filosofia, Letras Humanas[69] e Teologia. Em 1664 fez profissão solene no Rio de Janeiro. Segundo Barbosa Machado, em 1677 mudou-se para a Ordem de Nossa Senhora do Carmo, tomando então o nome de Frei Eusébio da Soledade. Faleceu na Bahia a 7 de julho de 1692". Entre as suas obras impressas cita-se Oraçam funebre nas exequias do Illustrissimo e Reverendissimo Senhor D.Estevam dos Santos Bispo do Brasil[70].
            Em EDI encontramos: "Irmão do poeta satírico Gregório de Matos Guerra", substituiu Vieira na cátedra de filosofia, "brilhando entre os seus colegas Vieira e Antônio de Sá, pela subtileza e burilado da frase. Dedicou-se também à poesia, pintura, música e matemáticas; compôs vários hinos religiosos e profanos, que tocava e cantava com letra sua na harpa e na viola. Dizia dele o Pe. Antônio Vieira que «Deus se apostara em o fazer em tudo grande e não o fora mais por não querer...»". Vieira ficou pesaroso, quando Eusébio deixou a Companhia para se tornar Carmelita: «Pois muito mal fizeram os Jesuítas, que tarde se criarão para a Companhia outros Matos».
            Deixou Sermões (1694), Oração Fúnebre (1672 - acima citada e publicada em 1735), Sermão da Soledade (1681) e Ecce Homo (1677) e ainda Sermoens do Pe. Mestre Fr. Eusebio de Mattos, Religioso de Nossa Senhora do Carmo da Provincia do Brasil - Primeira Parte (1694)[71].
            "Entrara o poeta Eusébio de Matos para a Companhia de Jesus em 1644, época em que era Reitor um Padre natural de Cabo Frio, mui rigoroso para os minoristas. Aconteceu ser afetado de um pleuris o Irmão Eusébio e tendo sido sangrado, vieram visitá-lo o Reitor e outros padres que observaram achar-se o sangue denegrido e como queimado, ao que replicou o doente: - «Pois não é queimado do calor, senão do vilão do Frio que logo ao princípio ia dando Cabo de mim»"[72]
            "Nesse século surge, - conta Renato Almeida - na Bahia, a única figura de músico, que se pode citar - Eusébio de Matos ou Frei Eusébio da Soledade (1629-1692). Manuel Raimundo Quirino, que o considera «o primeiro músico notável da Bahia», conta razão desse duplo nome. (...) "Além de músico exímio e inspirado compositor, tocava harpa e viola, instrumento muito em uso no seu tempo. Compôs muitos HINOS RELIGIOSOS e cantos profanos ameníssimos sobre poesias suas (...). Suas obras foram em grande parte perdidas"[73].

            Frei Henrique de Sousa de Jesus Maria, Carmelita Calçado -        Foram impressos 4 sonetos, 1 cenotáfio e 1 epitáfio, este e 2 sonetos por ocasião da morte de Dom João V, todos compostos na Bahia[74].

            Dr. Frei Antônio Gonçalves Cruz -
            "Ilustraram esta casa conventual (do Rio de Janeiro) homens notáveis em letras e virtudes: entre outros (...), o Pe. Mestre Dr. Frei Antônio Gonçalves Cruz, sábio e religioso: em sua cela não havia nenhuma cadeira; duas tábuas sobre dois cavaletes e um pedaço de pau envolvido em um couro, eis de que constava seu leito; foi Provincial (eleito logo depois de encerrada a Reforma do Bispo do Rio de Janeiro no dia 3 de março de 1800) e morreu cego; era natural de Guaratinguetá"[75].
             "Argumentava um dia o carmelita Frei Antônio Gonçalves da Cruz com um jesuíta, que enquanto falava passava entre os dedos as contas de um rosário; durou a questão muito tempo, mas convencido, enfiava o jesuíta o rosário no pescoço e dizia: «Basta, Pe. Mestre, já levei a minha Cruz ao Calvário»".
            "O Pe. Frei Antônio Gonçalves Cruz, natural de Guaratinguetá, era cego. Indo visitá-lo o Cardeal Caleppi[76], tocou-lhe os olhos com a Cruz de Ouro, que trazia pendente ao pescoço; apalpando logo os olhos, disse o austero e virtuoso sacerdote: «Fiquei do mesmo modo, Sr.Núncio; se a Cruz fosse de pau talvez produzisse algum milagre»"[77].

            Frei Fulgêncio - Contou a Ordem do Carmo no Rio de Janeiro distintos sacerdotes, entre outros Frei Fulgêncio, homem virtuoso, austero na disciplina eclesiástica e muito douto; lecionou 18 anos no seu convento e muitos dos seus discípulos doutoraram-se, mas ele não, e quando perguntavam-lhe porque se não graduara em doutor, dizia: «Antes quero que me perguntem "por que me não doutorei?" do que "como me doutorei?"»[78].

            "Em 1808 inaugurou-se um Colégio, provavelmente um seminário. Viveu seis anos. No mesmo período, isto é, entre 1806 e 1821, encontramos um curso superior (...). Frei João Barbosa trouxera consigo tres padres e tres noviços e um clérigo e assim recomeçou o Curso Superior e o Noviciado, que havia sido suspenso em 1800". Frei João Barbosa em 1806 substituiu como Prior ao Pe. Mestre Frei Manuel Pinheiro de Santa Teresa Ribas eleito em 1803. Em 1809, como sucessor de Frei João Barbosa veio Frei Manuel Inácio de Santa Clara Melo com Frei Luís de Santa Catarina como lente de filosofia e Frei Antônio do Bom Despacho, de teologia. Desde 1812, Frei José de Santa Eufrásia Peres, nomeado Prior em 1815, deu novo vigor aos estudos no Colégio, "que restabelecido por Frei Peres prestou relevantes serviços à Ordem". Durante o seu priorado estavam em São Paulo Frei Francisco de Paula Alves, substituto da cadeira de filosofia, Frei Cláudio de Santa Eufrásia, Prior de 1812 a 1815, e Frei Joaquim de Santa Clara mais três padres e três teólogos. Quando, em 1821, o noviciado e o clericado foram para o Rio, o Pe. Peres, eleito Definidor, foi também transferido para ser o Mestre de Noviços e o Lente de Teologia[79].


    [1].  Que teriam ajudado Dom Afonso III, o Bolonhês (casado com Matilde, condessa de Bolonha), na conquista do Sul (Algarve = O Ocidental) das mãos dos Mouros, no mesmo ano de 1250. É certo que Dom Afonso foi ajudado pela Ordem de Cavalaria de Sant'Iago, que lutava na Espanha.
    [2]. Nasceu a 31/1/1512 e morreu a 31/1/1580; na menoridade de Dom Sebastião foi regente de 1562 a 1568, a quem sucedeu de 1578 a 1580.
   [3]. A  Campanha  da Paraíba era do interesse do  Cardeal-Rei  e durou de 1578 a 1582.
    [4]. Frei Jorge Cotrim Recuerdos del Carmelo Lusitano   Edição de Balbino Velasco O.Carm. e Manuel Gomes Quintãos O.Carm. em Carmelo Lusitano 14  1996  p.153: revista do Comissariado Geral de Portugal.
    [5]. Em  História Geral da Civilização Brasileira  vol. I; Tomo I  p.162  Difusão Editorial S/A  1976  sob a direção de Sérgio Buarque de Holanda
    [6].  Anch.  Cartas  313-314  Apud Serafim Leite em História da Companhia de Jesus no Brasil  Tomo II   1938  Livraria Potugália  Lisboa/Civilização Brasileira  Rio de Janeiro  p. 505-506; 507-508. Os franceses estiveram no Rio de 1555 a 1560, e foram expulsos.
    [7]. Notícia das  Entradas das Religiões e suas Fundações &C.  Manuscrito de 1784 publicado com autorização do Instituto Histórico Brasileiro  p.373-375
    [8]. Serafim Leite  História da Companhia de Jesus no Brasil  v.2º  p.506
    [9].  Segundo Serafim Leite, no tempo de Tomé de Sousa, os Jesuítas foram morar numa colina de nome Monte Calvário, hoje Carmo, e era então aldeia, onde se juntava a maior força dos índios (l.c. p.24).
    [10].  José Adorno e a sua esposa Catarina Monteiro doaram a Ermida de Nossa Senhora da Graça com os seus ornamentos a 30 de maio de 1589. Brás Cubas doou as terras vizinhas a 31 de agosto de 1589 (segundo Baltasar da Silva Lisboa); o ato de posse foi a 1º de setembro de 1589. Ver Mons. Paulo Florêncio da Silveira Camargo, em A Igreja na História de São Paulo 1º v.  1952  p. 111-115.
    [11].  Em 1595 os Jesuítas venderam aos Carmelitas um terreno, que no Rio de Janeiro tinham recebido de Aires Fernandes em doação: foram pagos 60$000 réis. Serafim Leite Ibid., p.412.
    [12]. Mons Camargo em o.c. "Frei Antônio do Amaral tinha construído a igreja de sua Ordem de Nossa Senhora do Carmo, lado de Tabatingüera e a várzea, que tomou o nome do Convento. Em uma viga estava escrito bem legível: "1594". Ele foi o vigário substituto na paróquia desde o segundo semestre daquele ano de 1594 em diante (p.150-151). Na p. 136 já dizia: Frei Antônio da Ordem de Nossa Senhora do Carmo compareceu à Câmara Municipal e «pediu autoridade para sitiar uma casa nesta Vila e seus limites; pareceu bem aos ditos oficiais e que dariam conta de tudo ao povo» (20 de junho de 1592)". Em 1596, Frei Antônio dizia: "que ora sirvo em ausência do vigário desta Vila de São Paulo" (p.155), e em 1598 os Juízes da Vila de São Paulo resolveram dar "a Frei Antônio 1$500 réis para missas (da fazenda e por alma de um tal Diogo Sanchez, espanhol), como vigário que assiste nesta Vila, e 1$500 réis para a cova e enterramento ao Padre Frei Lourenço, Superior da Casa de Nossa Senhora do Carmo" (p.161). Em 1600, Frei Antônio era prior (p.176) e em 1612, também (p.257); em 1619, o prior era Frei João da Cruz, que em setembro do mesmo ano foi substituído por Frei Manuel dos Reis (p.297). No ano de 1645 um carmelita, Frei Manuel da Natividade, foi também Vigário interino; igualmente, em 1657, o carmelita Frei Ângelo dos Mártires, Prior do Convento de São Paulo, foi Vigário da Vara. o.c. v. 2º  p. 179 e 281.
    [13]. Cotrim o.c. p.161
    [14].     Frei André Prat em Notas Históricas sobre as Missões Carmelitanas no Extremo Norte do Brasil  Recife  1941  p.117: "Em 1711, devendo alguns dos religiosos teólogos ser ordenados, não havendo Bispo mais próximo, resolveram ir à Bahia, por terra ("com alguns das Mercês"), a fim de aí receberem as sagradas ordens, acontecendo que no meio do caminho encontraram-se com os ferozes índios Anapurus, pelos quais foram cruelmente martirizados". Ver Um Religioso Carmelita em O Carmelo no Brasil apud Mensageiro do Carmelo  ano XXV  1937  n.5  p.128.
    [15].     Ibid p.293. Foi o fundador de Mariuá, que por imposição de Pombal recebeu depois o nome de Barcelos e foi, antes de Manaus, a sede da Capitania do Rio Negro.
    [16].     Quanto a este último, ver "I Cappucini Umbri in Amazzonia"  Assis  1985   n.3-5  p.14.
    [17].  Frei Manuel de Sá em Memó­ria Histórica; pg. 387 ss, tomo I, citada pelo "Mensageiro do Carme­lo", ano XXVI; abril de 1938, pgs. 133-134.
    [18].     Na guerra de expulsão dos Franceses (1612 a 1615). Carmelitas, Jesuítas e Franciscanos acompanhavam Alexandre de Moura na armada decisiva. "Tomada posse da Fortaleza (de São Luís), ordenou Alexandre de Moura que a 1ª Missa, que na igreja se dissesse, fosse solene, o que fez com gosto de todos, rendendo graças a Deus pelos perigos de que nos livrou na viagem e pelas pazes feitas tanto a nosso gosto. Eu me aparelhei para pregar, oferecendo, porém, a pregação aos religiosos de São Francisco e de Nossa Senhora do Carmo, a qual eles por então não aceitaram. Chegado o dia disse o Padre Frei Cosme de Nossa Senhora do Carmo que ele estava aparelhado para pregar. Eu lhe agradeci e cantei a missa, que foi de coros com charamelas, frautas, harpa e outros instrumentos necessários para a música". Pe. Manuel Gomes SJ, citado por Serafim Leite na o.c. 3º v. p. 99
    [19].     "Os carmelitas no ano seguinte, 1629, foram estabelecer novo Convento em Mogi das Cruzes a pedido do Vigário, Padre Gaspar Sanches, e da Câmara Municipal. Esta concedeu uma gleba de terras aos frades e o Vigário comprometeu-se por escritura a deixar todos os seus bens ao mesmo Convento, conforme livro do Tombo. Foi justamente nessa época o acréscimo de "das Cruzes" - Santana das Cruzes de Mogi Mirim, Santana das Cruzes - e depois, Mogi das Cruzes". Diz a nota 21: "Os primeiros Carmelitas que foram residir em Mogi das Cruzes, Frei Manuel Pereira, que alguns leram Ribeiro, e Frei Sebastião da Encarnação (foram) enviados pelo Provincial, Frei João da Cruz. Apud Mons. Camargo  l.c. v. 2º, p.46. "Mogi das Cruzes, depois do Padre Gaspar Sanches, teve vigário carmelita" Ibid. p. 92.
    [20]. Em 1716 já moravam em Itu dois carmelitas para dar assistência à Ordem Terceira Carmelita fundada neste mesmo ano: eram Frei Manuel de Santa Maria e Frei João Batista de Jesus. Em 1719 foi edificado o Hospício e em 1720 a Câmara de Itu fez ao Rei o pedido para se oficializar a construção, "visto haver grande devoção a Nossa Senhora do Carmo e já existir naquela Vila muitos terceiros". A Câmara de Sorocaba corroborou o mesmo pedido "porque lá também havia Terceiros, que vinham a Itu, distante cinco léguas, para os exercícios religiosos da Ordem. Em 1729 o Governador do Rio de Janeiro, Luís Vahia Monteiro comunicava ao Rei que em Itu não havia "forma de Convento", mas uma capela com licença do Bispo. Os moradores já fizeram as doações, "a fim de pretenderem com ela licença de V.Majestade, para fazerem Convento, o qual requerimento trazem os Carmelitas na presença de V.Majestade". Havia o Padre Comissário e mais outro seu companheiro e não podiam morar separados (...)". Em 1742 ainde se fala de Hospício com cinco frades. cf. Mons. Camargo em o.c. v. 3º  p. 139; 240-241; 300-301; 386-387.
    [21].     cf. Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro   v.XXVIII  1906  p.413-415. Os Hospícios citados e a Piedade, que vem também como Hospício, eram do "Carmo da Reforma". Ver ainda o.c.  v. XXXII  1910  p.77-80 um Relatório de 14 de julho de 1764 remetido pelo Provincial da Bahia, Fr.João de Menezes, que cita, além das Missões de Japaratuba e Rio Real, o Convento "na Cidade de Sergipe d'Elrei" e o de "Nossa Senhora do Carmo e Nazareth" e mais quatro Hospícios: Nossa Senhora do Pilar, (Santo Amaro de) Cotinguiba, Rio Real com a Missão e Alagoa do Sul. No relatório de 1º de julho de 1797 falta "Alagoa do Sul" (o.c.  v.XXXIV  1912  p.456-457).
    [22]. Em meados os século XVIII, "o Estado do Grão Pará/Maranhão" incluía sete Capitanias: Piauí, Maranhão e Pará (capitanias d' El Rei) e Cumã, Caeté, Cametá e Joanes ou Marajó (capitanias de donatários) - cf. Pe. Hélio Abranches Viotti em A Amazônia, a Companhia de Jesus e o Padre João Daniel  Anais da Biblioteca Nacional  v.101  p.187-203; a citação é da p.103.
    [23].     Pe. Heliodoro Pires em Temas de História Eclesiástica do Brasil São Paulo  1946  p. 180.
    [24].     Existiam queixas gerais entre Jesuítas, Beneditinos, Franciscanos e Carmelitas quanto ao sentimento de nacionalidade dos "brasileiros" e quanto às dificuldades por causa de parentes e outras causas. (cf. Serafim Leite o.c.  Tomo 7º  p. 43 e 45)
    [25].     Neste ano o Pe.Mestre Frei João da Luz, irmão de Frei Luís dos Anjos, Prior de São Paulo é proibido de residir em Portugal e suas conquistas, por ter defendido a criação de uma Província independente no Brasil (cf. Mons. Camargo o.c. v. 3º, p.40).
    [26]. Mensageiro do Carmelo  Ano XXVI  p.283  nota
    [27]. Manuel Maria Wermers  o.c.  p.246
    [28]. Irmão Carlos Borromeu OTC  (Dr. Dunshee Abranches) em Mensageiro do Carmelo  Ano XXII (1933-34) 185-186 Fr.Caetano de Sta. Rita Serejo e Ano XXIII (1934-35) p. 91-92 Últimos dias
    [29]. Informação do Pe. Alvarenga SJ em 1940
    [30]. Segundo Viagem pelo Brasil de von Spix e von Martius, os carmelitas, além de Japaratuba com 300 índios, tinham Nossa Senhora do Socorro de Tomar (SE) com 140 índios "(a princípio dos jesuítas, depois dos carmelitas)" entre 1817 e 1820. - Cf. vol II  p.164  4ª edição brasileira  Livraria ITATIAIA Editora Ltda.  Belo Horizonte 1981
    [31]. As Aldeias ou  Missões ficavam ao redor das vilas ou cidades. Nomes em itálico são de J.Capistrano de Abreu em Capítulos de História Colonial  1500-1800  4ª edição  Sociedade Capistrano de Abreu   Livraria Briguiet  1954  p.280-281; cf. o Mapa entre as p.282-283. Ver ainda Annaes da Bibliotheca Nacional  v.XXVIII  p.419-421 em Informação Geral da CAPITANIA de PERNAMBUCO  p.117-496. Segundo o Relatório de 1799 do Arcebispo da Bahia, D.Fr.Antônio Correia (1779-1802) Massarandupió era dos Descalços; cf. Annaes da BN.  v.XXXVI  p.160.
    [32].     Veja nota 40 abaixo.
    [33]. Serafim Leite  o.c.  p.344, 346 e sua nota 3.
    [34]. Hélio Abranches Viotti  o.c.  p.197-200; a citação é da p.197.
    [35]. Serafim Leite o.c.  p.322
    [36]. Ibid  p.317-318 nota 1ª e Pe. Viotti o.c. p.196 e 199
    [37]. Hélio Abranches Viotti  o.c.  p.187-203; é a respeito da Carta Régia de 3 de março de 1755, que "restitui" a Aldeia do Javari dos jesuítas aos carmelitas, a quem foram impostas condições ao sabor da perfídia dos tiranos. Ver p.199-200.
    [38]. Serafim Leite o.c.  v.7º  p. 347-348  nota 3
    [39]. Serafim Leite  o.c.  v. VII  p.326  nota 1ª.
    [40]. Viotti o.c.  p.195-200
    [41]. Viotti Ibid  p.200 e Serafim Leite o.c.  p.341-342
    [42]. Serafim Leite o.c.  p.311-315
    [43]. cf. Pe. Carlos  Borromeu  CSSP em  Os frades  carmelitas na Amazônia  Mensageiro do Carmelo   ano XXX   1941-42  p.14-15. Cita Baena Ensaio 385. E até nos é explicado que o nome Anavilhanas vem do Rio Anauanené, que desemboca diante delas. Cf. também Revista Geográfica Universal  Bloch Editores  n.245  1995  p.10.
    [44]. Ver acima nota 35.
    [45]. Heliodoro Pires  Temas de História Eclesiástica do Brasil  São Paulo Editora S/A  1946  São Paulo  p.177-179
    [46]. Pe. Heliodoro Pires A paisagem Espiritual do Brasil no século XVIII  Editora São Paulo  1937  São Paulo  p.82 citado por Manuel Maria Wermers
    [47].  Anch.  Cartas  313-314  Apud Serafim Leite em História da Companhia de Jesus no Brasil  Tomo II   1938  Livraria Potugália  Lisboa/Civilização Brasileira  Rio de Janeiro  p. 505-506; 507-508. Os franceses estiveram no Rio de 1555 a 1560, e foram expulsos.
    [48]. Pe. Heliodoro Pires em Temas de História Eclesiástica do Brasil São Paulo  1946  p. 180.
    [49]. Serafim Leite  o.c.  v. VII  p.150  nota 1ª. Nos  Gerais havia sete classes: Escola (Gramática), Classe 3ª (rudimentos da língua latina), 2ª (sintaxe e sílabas), 1ª (construção e retórica latinas), Filosofia, Teologia, Matemática; ver  Ibid  p.152 e 155.
    [50]. Ibid nota 2
    [51].     Frei Pedro Sinzig em A Música Sacra no Brasil  Revista de Música Sacra  Ano VI   1946  p.107. Cita Frei André Prat em Notas Históricas sobre as Missões Carmelitas no Extremo Norte do Brasil (Séculos XVII-XVIII)   Recife  1941  p.177-178 e 87
    [52].     O carmelita do parágrafo anterior.
    [53]. Do  livro  Tesouro Descoberto no máximo Rio Amazonas  do Padre João Daniel SJ  (6 partes) apud Anais da Biblioteca Nacional - n. 95  tomo I e II  1975  Tomo II p.69 e 208-214.   
    [54].     Frei Pedro Sinzig OFM em A Música Sacra no Brasil  VII (1600-1700) na revista Música Sacra  ano 7º  1947  Editora Vozes  p.53. São citados Renato Almeida em História da Música Brasileira   p.292 e Manuel Raimundo Quirino em Artistas Baianos  1911  p.164-165.
    [55].     M. de Sampayo Ribeiro em A Música no Brasil  Revista Música Sacra Ano XI  1951  Vozes de Petrópolis  p.142.
    [56].     Vicente Salles em Resenha Histórica da Música Sacra no Pará  Revista de Música Sacra  Ano XVIII  1958  Vozes de Petrópolis  p.18, 20 e 21.
    [57].     Pe.José Geraldo de Sousa  SDB em História da Composição SAcro-Musical no Brasil  na Revista de Música Sacra  ano XVII  1957  Editora Vozes  p.145.
    [58].     Ibid  p.149.
    [59].     Cf. Mons.Camargo em A Igreja na História de São Paulo  v.4º  p.197.
    [60].     Apud Hélio Vianna em  São Paulo no Arquivo de Mateus  Divisão de Publicações e Divulgação (da Biblioteca Nacional)   Rio de Janeiro  1969  p.74; 81-82; 112 (respectivamente).
    [61].     Frei Antônio Faggiano em Os anos que se seguiram à Reforma  Mensageiro do Carmelo  1946  ano XXXIV  n.2  p.40 e 56.
    [62].     Antônio Faggiano em O Carmo de São Paulo nos anos após a Independência  Mensageiro do Carmelo  1946  n. XXXIV  p.56. Sobre a Bernarda de Francisco Ignacio ver EDI; Adolfo Varnhagen em História da Independência do Brasil - Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro  v. 173  2ª ed.  1916  p. 183 e Dom Duarte Leopoldo e Silva em O Clero e a Independência  Ed. Paulinas   1972  p.135 (parece-me que é uma 2ª edição).
    [63].     Obras Científicas, políticas e sociais de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca coligidas por Edgard de Cerqueira Falcão 3v. 1964  v. II  p. 235 (9) e 236 (10) e Mons. Camargo  o.c.  v. 6º  p.6 e 40.
    [64].     É chamado "Padre Mestre" e "Procurador Geral da Ordem de Nossa Senhora do Carmo da Província do Rio de Janeiro" no Inventário dos Documentos relativos ao Brasil existentes no Arquivo da Marinha e Ultramar de Lisboa  n.5712-5714 em Anais da Biblioteca Nacional  v. XXXIX   1917  p.492.
    [65].     Em Brasiliana da Coleção Barbosa Machado  apud  Anais da biblioteca Nacional  v.83  1963  p.92 e v.92  tomo 4º p.20 vêm outros títulos: "Doutor em a sagrada Theologia, Diffinidor perpetuo desta Provincia da Bahia, & actualmente Missionario da aldea de Japaratuba em o Certaõ do Rio de Saõ Francisco da Praya".
    [66].     Em Brasiliana da Coleção Barbosa Machado  apud  Anais da biblioteca Nacional  v.83   1963  p.84-85, 94 e 121-122; v.92, tomo 3º p.245; tomo 4º p.60; tomo 5º p.207. Nesta obra aparecem outros títulos do autor: "Procurador geral da sua Religiaõ nesta Corte", "Vigario Provincial do Carmo", "Padre Mestre" e "Doutor jubilado na Sagrada Theologia".
    [67].     Em Brasiliana da Coleção Barbosa Machado (Catálogo organizado pela bibliotecária Rosemarie Erika Horch) em Anais da Biblioteca Nacional  v.83  1963  p.139-140, 170 e 174 e v. 92  tomo 7º  p.11 e 15.
    [68].     Ibid  p.133 e v.92  tomo 6º  p.37.
    [69].     Estudos de Humanidades na Companhia: Retórica, Humanidades, 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª classes de Gramática. Serafim Leite o.c.  v. VII  p.152.
    [70].     Ibid  p.128; v.92; tomo 5º p.249.
    [71].     Serafim Leite, o.c. v. 8º  p.360-361; conta-nos ele que em 1669 El Rei Dom Pedro II de Portugal quis nomeá-lo Pregador Real em Lisboa, mas os Superiores apresentaram razões para que não o fosse.
    [72].     Dr.Manuel Duarte Moreira de Azevedo (1832-1899) em Mosaico Brasileiro ou Coleção de Ditos, Respostas, Pensamentos, Epigramas, Poesias, Anedotas, Curiosidades e Fatos Históricos de Brasileiros Ilustres  Rio de Janeiro   B.L.Garnier  1870? (antes de 1877: tem uma data de 1866 e é citado pelo autor num livro seu de 1877 intitulado O Rio de Janeiro - sua história, monumentos, homens notáveis, usos e curiosidades  2v.  Rio de Janeiro   B.L. Garnier  1877).
    [73].     Frei Pedro Sinzig OFM em A Música Sacra no Brasil  VII (1600-1700) na revista Música Sacra  ano 7º  1947  Editora Vozes  p.53. São citados Renato Almeida em História da Música Brasileira   p.292 e Manuel Raimundo Quirino em Artistas Baianos  1911  p.164-165.
    [74].     Ibid  p.138-139 e 170; v.92  tomo 6º  p.95 e tomo 7º  p.11.
    [75].  Manuel Duarte Moreira de Azevedo em O Rio de Janeiro, sua história, monumentos, homens notáveis, usos e curiosidades  2v. Rio de Janeiro - B.L.Garnier  1877  v.1º  p.85-86.
    [76].     Foi Núncio junto à Corte Portuguesa desde 1802, e veio para o Brasil junto com D.João VI em 1808 e faleceu no Rio de Janeiro a 10 de janeiro de 1817. apud História da Igreja na América Latina  Editora Vozes  1980  p.79.
    [77].     Cfr. Moreira de Azevedo (1832-1899) em Mosaico Brasileiro ou Coleção de Ditos, Respostas,pensamentos, epigramas, poesias, anedotas, curiosidades e fatos históricos de Brasileiros Ilustres Rio de Janeiro - B.L.Garnier (depois de 1866 e antes de 1877) pg.64
    [78].     Ibid  p.63
    [79].     Frei Antônio Faggiano em Os anos que se seguiram à reforma  Mensageiro do Carmelo  1946  ano XXXIV  n.2  p.40 e 56.