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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Quando pulei de alegria.

*Dom frei Vital Wilderink, O. Carm. In Memoriam.

Foi em 21 de junho de 1963 na Praça de São Pedro. Não eram apenas o entusiasmo contagiante da multidão ali presente nem a minha idade ainda juvenil que me fizeram pular de alegria quando o Cardeal Ottaviani anunciou o gaudium magnum  do   “habemos Papam ...  Johannem Baptistam Montini... “
            Durante os anos que passei em Roma, não faltaram encontros com Paulo VI em audiências gerais e outras mais restritas. A realização do Concílio Vaticano II, ainda em curso naquela época, fazia-nos mais atentos às palavras e aos gestos do Santo Padre. O seu encontro com o Patriarca Atenágoras, fixado em fotografia, permanece até hoje um ícone do ecumenismo que o atual Pontífice João Paulo II reproduz e multiplica com novas e esperançosas tonalidades.
            Mas, a lembrança mais viva que guardo de Paulo VI refere-se à sua visita à  Colômbia, em agosto de 1968,  por ocasião da abertura da Conferência de Medellín. Era a época em que os países da América Latina, já atingidos por tantas situações de injustiça, estavam sendo invadidos por regimes ditatoriais. A presença física do Papa entre nós parecia abrir um espaço momentâneo para o grito do povo sofrido. E Paulo VI assumiu esse grito. As manchetes dos jornais reproduziam as suas palavras e chamavam-no “advogado dos pobres”.  É claro que nos comentários jornalísticos não faltavam determinadas opções ideológicas. Lembro-me de uma pequena publicação que apresentava na folha de rosto uma foto do Papa, ladeada pelos retratos de Che Guevara e Camilo Torres. Naqueles anos havia, mesmo em ambientes cristãos, acaloradas discussões sobre a legitimidade da violência em certas circunstâncias. Recorria-se a antigos teólogos que tinham tratado do atentado contra tiranos, e à doutrina moral que falava da autodefesa. Haveria possibilidade de resolver o problema essencial da América Latina sem  o recurso à violência? Paulo VI respondia: “Con la misma lealtad con la qual reconecemos que tales teorias y prácticas encuentram frecuentemente su última motivación en nobles impulsos de justicia y de solidaridad, debemos decir y reafirmar que la violência no es evangélica ni cristiana”.
            O documento de Paulo VI que talvez me tenha marcado mais profundamente não só na ação pastoral mas também no caminho da vida espiritual, foi o Evangelii Nuntiandi sobre a evangelização no mundo contemporâneo. Aproveitando todo o material de reflexão pastoral e teológica acumulado na preparação e realização do Sínodo dos Bispos de 1974, Paulo VI, apelando ao seu múnus de sucessor de Pedro, assume a tarefa de confirmar e reconfortar os seus irmãos para que, animados pela esperança, se empenhem em anunciar o Evangelho em tempos de incertezas. Já no primeiro parágrafo o documento revela que seu próprio autor compartilha com seus irmãos o medo e a angústia - expressões da existência humana -, diante do desafio da missão evangelizadora num contexto de desorientação. A fé de Paulo VI não deixava de ser uma busca feita às apalpadelas para encontrar uma síntese entre a fidelidade à única verdade da Revelação e a problemática da sua transmissão. Devemos muito a Paulo VI, peregrino na fé!
            Faço parte do número dos últimos bispos nomeados por Paulo VI. A minha ordenação episcopal aconteceu uma semana depois da sua morte. Na minha primeira visita ad limina apostolorum rezei e meditei junto aos túmulos de Pedro e de Paulo VI. O túmulo do Papa Montini corresponde bem ao último adendo que escreveu no seu testamento, testemunho singelo da fé de um humilde cristão: “Não desejo nem túmulo especial, nem qualquer monumento. Alguns sufrágios”.
*Dom Frei Vital Wilderink, O Carm, foi vítima de um acidente de automóvel quando retornava para o Eremitério, “Fonte de Elias”, no alto do Rio das Pedras, nas montanhas de Lídice, distrito do município de Rio Claro, no estado do Rio de Janeiro. O acidente ocorreu no dia 11 de junho de 2014. O sepultamento foi na cidade de Itaguaí/RJ, no dia 12, na Catedral de São Francisco Xavier, Diocese esta onde ele foi o primeiro Bispo.                                                                                          

BATE PAPO CARMELITANO: Frei Miro, O. Carm. (3ª Parte)

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 695. Herodes e Jesus.

ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Retiro Provincial-10

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

VIVER O CARMELO: VOCAÇÃO À SANTIDADE( Comentário da Regra do Carmelita secular)

*Dom frei Vital Wilderink, O. Carm. In Memoriam.
(Eremitério Fonte de Elias, 13.01.2006).

Recentemente recebi carta de uma pessoa amiga. Fiquei matutando sobre uma frase que nela estava escrita: “Descobri que eu não tenho vocação para ser santo”. Se tivesse dito: “Sinto que não tenho vocação para o ministério sacerdotal ou para a vida religiosa”, eu até poderia concordar porque se trata de vocações especiais a serviço da santidade da Igreja. Mas a vocação à santidade é universal, como o Concílio Vaticano II nos ensina com muita insistência, dedicando um capítulo inteiro a essa temática no documento sobre a Igreja (Lumen gentium). Além disso, parece que o nosso amigo tem uma ideia, não digo completamente errada, mas pelo menos insuficiente, do que a vem a ser santidade. Aliás, é uma idéia bastante difundida entre os cristãos que veem a santidade como conquista nossa, fruto extraordinário de esforços humanos, até heroicos, impossíveis para a maioria dos cristãos. É verdade que o exercício heroico das virtudes, é sinal de santidade e por isso é um ponto obrigatório nos processos de beatificação e canonização que a Igreja exige para declarar que uma pessoa cristã já falecida pode ser considerada e invocada como santa.
É importante que a Igreja nos apresente oficialmente modelos de santidade de várias origens, raças, culturas, estados de vida e contextos históricos para conscientizar-nos da nossa própria vocação à santidade. Neste sentido santa Teresinha se manifesta uma mestra. No seu terceiro manuscrito autobiográfico, a jovem carmelita escreve que sempre desejou ser santa, mas que, comparando-se com os grandes santos, constatou que lhe era impossível chegar a tais alturas. Mas não desanimou, dizendo a si mesma: “Deus não poderia inspirar desejos irrealizáveis, portanto posso, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade”. Daí, lembrando-se do elevador elétrico, invenção nova na época dela, Teresinha faz uma comparação: “Eu também quisera encontrar um elevador para me elevar até Jesus, pois sou demasiado pequena para subir a íngreme escada da perfeição”. Na Bíblia (Is 66,12) ela encontra uma passagem que justifica a comparação: Sereis levados ao colo, sobre os joelhos sereis acariciados. Assim ela chega a formar a sua maneira de ser santa: “O elevador que deve me elevar até o céu, são vossos braços, ó Jesus! Para isso, eu não preciso crescer, pelo contrário, preciso que eu fique pequena, que eu me torne pequena cada vez mais”. A linguagem da Teresinha, a gosto do ambiente religioso da sua época, talvez não agrade à nossa mentalidade moderna, mas não deixa de colocar o segredo da sua pequena via numa perspectiva teológica muito sólida e profunda: Deus mesmo é a fonte da nossa vocação à santidade.

Santidade não é mérito, mas é dom.
Em última análise, só Deus é santo. É uma afirmação paradoxal para quem quer refletir sobre a nossa vocação à santidade. Mas é isto mesmo que a liturgia da missa na aclamação ao final do prefácio insiste em dizer: Santo, Santo, Santo, Deus do universo! Como dizer uma palavra sensata sobre a santidade de Deus, se Ele “habita em luz inacessível” como reza o prefácio da oração eucarística IV? Todos os nossos conceitos e categorias para definir uma realidade são humanos, forjados pela nossa inteligência a partir das nossas experiências sempre fragmentadas no tempo e no espaço. O conhecimento adquirido pela razão pode ser profundo e abrangente, mas nunca é exaustivo, não consegue penetrar até o fundo daquilo que existe e é. Como criaturas estamos sempre em caminho, inclusive na procura e no crescimento da nossa identidade mais profunda. Balbuciando uma possível descrição da santidade de Deus, podemos dizer que Deus é santo porque, em todo o seu ser e fazer, é perfeitamente idêntico a si mesmo, à sua majestade, à sua justiça e à sua bondade.
Se não temos acesso a Deus e à santidade dele, como podemos nos dirigir a Ele chamando-o de Pai que estais no céu?  Subir até a sua glória nas alturas, nem pensar! E como, Ele mesmo viria até nós sem descer? Não há nenhuma maneira de representar-se um relacionamento entre Deus e o ser humano que seja tão paradoxal e fora do alcance da nossa razão, que a Encarnação. No entanto, também não há maneira mais concreta de pensar essa descida impossível. Toda a liturgia do tempo de Natal fala deste admirável intercâmbio entre o céu e a terra pelo qual o Criador da humanidade, feito homem, nos doou sua própria divindade. Podemos agora falar de Deus-Trindade falando da história, e falar da história falando da Trindade. São Paulo fala disto na sua carta a Tito, cristão convertido do paganismo e companheiro dele:  “Quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor pela humanidade, ele nos salvou, não por causa dos atos de justiça que tivéssemos praticado, mas por sua misericórdia, mediante o banho da regeneração e renovação do Espírito Santo. Este Espírito, ele o derramou copiosamente sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador” (Tt 3, 4-6).
                       
Creio na Igreja santa católica
                        Deus convocou por meio de seu Filho, feito carne e história humana, um novo povo. A santidade da Igreja não tem sua origem na própria Igreja, mas nessa iniciativa de Deus: “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de santificar pela palavra aquela que ele purifica pelo banho da água” (Ef 5,25-26). Por isto, a santidade da Igreja também não é fruto da santidade dos seus membros. A pergunta que se faz aos catecúmenos: você quer ser batizado? equivale a: você quer fazer-se santo?  Isto faz entender melhor por que Paulo ao escrever uma carta à comunidade dos cristãos em Corinto, se dirige “aos que foram santificados no Cristo Jesus, chamados a ser santos” (1Cr 1,2).
                     A santidade da Igreja não é um toque de espiritualidade ou um enfeite, mas é uma dinâmica que lhe é intrínseca e qualificativa. Por isto  a Igreja não seria ela mesma se não fizesse da vocação universal à santidade uma urgência da sua pastoral permanente. Na sua carta programática para o terceiro milênio, o Papa João Paulo II escreve: “Em primeiro lugar, não hesito em dizer que o horizonte para que deve tender todo o caminho pastoral é a santidade”.
                     Mas, também é bom reconhecer que a história da Igreja, inserida na história dos homens, não é sempre, sob muitos aspectos, uma narração gloriosa. Já no século III falava-se da Igreja como um corpo misturado de santos e pecadores. São Cipriano, bispo e mártir, dizia que para a Igreja a santidade é um dom, para seus membros uma tarefa. Por isso a santidade doada por Cristo à sua Igreja, não é anulada, embora não deixe de ser turvada pela infidelidade à vocação à santidade por parte de seus membros

Restaurar todas as coisas em Cristo
                        A santidade encontra sua origem em Deus: “Só vós sois o santo” como  diz hino de louvor no início da missa dominical. Deus revelou a sua santidade no Filho que assumiu a nossa humanidade. A nossa santidade consiste na nossa união com Cristo. É um dom que nos foi feito através do batismo. Mas, o dom gera, por sua vez, uma tarefa, um dever: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4,3). A união com Cristo em que consiste a santidade incide no nosso ser para transformá-lo. É muito significativo o gesto do sacerdote na hora do ofertório quando derrama um pouco de água no cálice com vinho enquanto reza baixinho: “Pelo mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade” A transformação do nosso ser deve envolver também o nosso agir, isto é a santidade deve atingir a dimensão moral da nossa vida. É o terreno em que atuam a nossa consciência e a nossa liberdade. Neste campo da moral não podemos dizer-nos: a minha união com Deus ou seja a minha vocação à santidade vai até certo ponto. É na vida de cada dia que a santidade vai se apropriando, num dinamismo contínuo, do nosso agir com todas as características pessoais de cada um. A união com Cristo não acontece em pessoas que vivem numa redoma, num espaço esterilizado, mas em pessoas reais inseridas em histórias concretas. Em última análise, na sua vocação à santidade elas refletem o movimento mesmo da encarnação.
                        Isto nos faz entender que a vocação à santidade é um chamado para “ajudar” Deus a restaurar todas as coisas em Cristo. A obra da redenção não visa apenas cada pessoa como indivíduo, “O que esperamos, de acordo com sua promessa, são novos céus e uma nova terra”. (2 Pd 3,13). A santidade tem tudo a ver com isto. A vocação à santidade não passa por cima dos problemas, múltiplos e intrincados, que afligem o mundo de hoje, repercutindo fortemente na sociedade, nas famílias e na vida de cada pessoa.  São Paulo diria: “Toda a criação espera ansiosamente a revelação dos filhos de Deus ... e não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito” (Rm 8,19.23). Não existe nenhuma fórmula mágica para solucionar os problemas que envolvem a humanidade.. Aliás, formulas mágicas (apresentadas também por  certas ideologias) jamais podem revelar ao ser humano quem ele é. Não será uma fórmula a salvar-nos, mas Alguém que nos infunde uma certeza: Eu estarei convosco!

O Carmelo e a vocação à santidade
A Ordem do Carmo nasceu de um grupo de homens, provavelmente leigos na sua maioria, que queriam “viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-lo fielmente com coração puro e reta consciência”. É assim que se encaixavam na Igreja cuja missão é refletir a luz de Cristo. Para realizar esse imperativo da sua vocação, foram estabelecer-se na Terra Santa no Monte Carmelo. Mas para viver em obséquio de Jesus Cristo era preciso que se tornassem contemplativos do seu rosto, a fim de que a luz desse rosto pudesse refletir na vida deles. A Regra de Alberto, patriarca de Jerusalém, ofereceu-lhes orientações básicas para realizar o objetivo que tinham em mente. A Regra apresenta  uma pedagogia de santidade em que a oração ocupa um lugar de destaque. Esta tradição carmelitana, como carisma suscitado pelo Espírito Santo, é uma das expressões da santidade da Igreja. Através dos tempos houve sempre pessoas e grupos de pessoas, freqüentemente reunidas em forma de instituições, que descobriram na tradição do Carmelo um espaço acolhedor para a sua aspiração a um encontro com Deus, experimentando que a Graça dele nos precede para realizar a vocação à santidade. Também o carmelita secular deve ser alguém que busca a Deus, pisando com os dois pés neste mundo de criaturas humanas, vulneráveis e vulneradas, com as quais vive e celebra, movido a partir de dentro pela Misericórdia com que Deus o envolve.

*Dom Frei Vital Wilderink, O Carm, foi vítima de um acidente de automóvel quando retornava para o Eremitério, “Fonte de Elias”, no alto do Rio das Pedras, nas montanhas de Lídice, distrito do município de Rio Claro, no estado do Rio de Janeiro. O acidente ocorreu no dia 11 de junho de 2014. O sepultamento foi na cidade de Itaguaí/RJ, no dia 12, na Catedral de São Francisco Xavier, Diocese esta onde ele foi o primeiro Bispo.

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 694. Padres Encapotados.

domingo, 21 de setembro de 2014

As Provações da vida.

*Dom Frei Vital Wilderink O.Carm. In Memoriam.

Sem passar por provações não vamos descobrir quem nós somos na verdade. Enquanto não passarmos pelo fogo da provação, sabemos muito pouco de nós mesmos, e também de Deus. Por isto, Jesus não tem medo das provações pelas quais seus discípulos hão de passar. No texto do capítulo 6, anterior ao evangelho de hoje, Jesus se apresentou como o Pão que desceu do céu.  Esta fala dele escandalizou muitos dos seus ouvintes, principalmente quando acrescentou que eles não teriam vida neles se não comessem a carne do Filho do Homem e não bebessem o seu sangue. Mas, Jesus não pretende poupar a ninguém com esse realidade "chocante". Até, sem ser violento, parece aumentar a dose, provocando uma reação nos seus discípulos: "Esta palavra é dura. Quem consegue escuta-la?" Jesus perguntou: Isto vos escandaliza? E quando virem o Filho do Homem subindo para onde estava antes?".
É importante, até necessário, que a crise exploda que ela se apresente como de fato é: incompreensível e absurdo, sem sentido. Assim cada um é obrigado a descer no profundo para descobrir o que Deus lhe pede, e o que não pede. Esta tomada de consciência pode ser muito dolorosa, mas não há jeito de evitá-la. Não adiante girar em torno dela. Jesus não vai impedir a ninguém. Não vai violentar nenhuma liberdade. Pelo contrário, ele solta seus discípulos de toda ligação inútil e infrutífera que os prende a ele. Até dirige-se aos doze apóstolos: "Vocês também querem ir embora?" Não é uma pergunta tática. Jesus não vai impedir se alguém quer ir embora. Para Jesus os discípulos são livres. Mas para eles é um momento precioso e decisivo porque agora pode aparecer o amor verdadeiro e livre.  Tal liberdade parece dar-nos vertigens e às vezes fugimos antes de tomar consciência dela.  No entanto, é esta liberdade que nos torna pessoas autônomas, capazes de reconhecer amor e de responder a ele.
Não se exclui que Pedro também ficou murmurando diante dos ensinamentos de Jesus. Mas, de repente ele tem a impressão de que Jesus pretende deixá-lo. Pedro se você quiser, você também pode ir embora. Mas é precisamente esse respeito de Jesus à liberdade dele que faz com que Pedro volte sobre seus passos: "A que iremos Senhor, Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus".  No ponto mais profundo da crise sobra uma saída só: reconhecer que Jesus está presente e que toda a minha vida depende dele, do sim ou do não que sai dos seus lábios, da palavra de amor que só ele pode pronunciar. Todo o resto é fogo de palha. Só aí a alegria pode aparecer no nosso jeito de ser, graças a este amor em que, na verdade, nunca tínhamos chegado a acreditar. É num momento assim que podemos fazer uma opção livre. Só Jesus permanece: A que iremos Senhor? Nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus".
Sem a provação, Pedro não teria podido fazer um discernimento.É o Espírito que dá vida, a carne, isto é, o ser humano entregue a si mesmo não está em condições de saborear as coisas de Deus. Pedro descobriu isto: Senhor, tu tens palavras de vida eterna. É nisto que está o significado de cada provação: ela permite que a vida verdadeira apareça na superfície.
No mais profundo da cada provação, no ponto mais baixo de cada fragilidade, mesmo no pecado, quando tudo fica escuro e faz desaparecer o horizonte, ressoa a Palavra de Jesus. Não é a carne que a revela. Como tantos outros discípulos no evangelho estamos inclinados a tomar os nossos caminhos deixando de seguir o Senhor. Felizes somos nós que temos acesso a Ele porque este dom nos é concedido a cada momento pelo Pai.

*Dom Frei Vital Wilderink, O Carm, foi vítima de um acidente de automóvel quando retornava para o Eremitério, “Fonte de Elias”, no alto do Rio das Pedras, nas montanhas de Lídice, distrito do município de Rio Claro, no estado do Rio de Janeiro. O acidente ocorreu no dia 11 de junho de 2014. O sepultamento foi na cidade de Itaguaí/RJ, no dia 12, na Catedral de São Francisco Xavier, Diocese esta onde ele foi o primeiro Bispo.

ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Retiro Provincial-07

ORDEM TERCEIRA DE DIAMANTINA/MG: Retiro-03

ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Retiro Provincial-06

ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Retiro Provincial-05