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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

“Amamentem seus filhos na igreja”. Papa Francisco.

Capela Sistina, sede do Conclave, sob os afrescos de Michelangelo. Às 09:30 da manhã de domingo o Papa Francisco lança um olhar improvisadamente e se fala às mulheres: “Vocês mães – falou – deem aos vossos filhos o leite – mesmo agora. Se choram de fome, amamente-os, tranquilas”. Algumas, de forma tímida, tiram para fora as mamadeiras. A reportagem é de Marco Ansaldo, publicada pelo jornal La Repubblica, 12-01-2015. A tradução é de Ivan Pedro Lazzarotto.
Consciente ou não de abrir um novo – o enésimo de sua parte – assunto para debate, Jorge Bergoglio celebrou a missa em um local solene como a magnificência “Michelangeloniana” da Capela Sistina, dando pela primeira vez as costas aos fiéis, como era feito nos rituais antigos. Não havia sido colocado, de fato, um altar móvel que permitiria fazer a missa olhando para o povo, como normalmente era feito depois do Concílio Vaticano II.
Mas frente aos choramingos de 33 recém-nascidos (20 meninas e 13 meninos), filhos de dependentes do vaticano a serem batizados, o Pontífice argentino encorajou as mães de não ignorar o choro dos seus filhos.
Com uma simples frase pronunciada frente a uma exigência humana, o aleitamento materno dos bebês, o Papa rompeu outro tabu, fazendo assim justiça para os limites impostos recentemente em alguns locais públicos. Locais não sagrados: como HOTÉIS, museus, aeronaves. O caso que mais alarmou aconteceu a pouco mais de um mês, em Londres, quando uma mãe na sala de chá do HOTEL 5 estrelas Claridgés iniciou a amamentar sua filha de 12 semanas e um funcionário a ordenou que se cobrisse com uma grande toalha de mesa. O gesto causou indignação, fazendo com que outras mulheres organizassem um aleitamento coletivo na frente do hotel. Mas em 2007 o protesto foi mais incisivo na Espanha, por uma mãe que foi posta pra fora do Museu do Prado em Madrid.
Não é a primeira vez que o Papa Francisco afronta essa questão. Já havia feito logo após o episódio londrino, durante sua visita à paróquia romana de São José, em Aurélio. “As crianças choram, fazem barulho – disse às famílias no último ano – vão de um lado para outro... e me irrita quando uma criança chora e as outras pessoas querem que sejam levadas pra fora. Não! É a melhor oração! O choro de uma criança é a voz de Deus!. Nunca, jamais os coloquem pra fora da igreja!”. No domingo, Bergoglio, em um local mais augusto, aumentou a dose: “Demos graças ao Senhor pelo dom do leite – continuou durante a homilia – e rezemos por essas mães – infelizmente tantas – que não tem condições de dar de comer aos seus filhos. Rezemos e procuremos ajudar estas mães”.
Durante o Angelus pediu para que os fiéis rezem pela sua nova viagem. No final da tarde de hoje o Papa partirá para sua sétima visita apostólica, volta à Ásia depois da última feita no último mês de agosto à Coréia do Sul. Amanhã pela manhã chegará ao Sri Lanka, e então será a vez das Filipinas. Sete dias de uma viagem complexa, em terras atingidas por catástrofes e violência. A guerra civil ensanguentou o Sri Lanka entre 1983 e 2009, e o país teve a apenas dois dias novas eleições presidenciais com uma mudança no vértice do Estado. O povo filipino pagou um preço altíssimo com terremotos, tufões e conflitos armados como aquele ocorrido na Ilha de Mindanao.

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