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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Caso de mãe que matou 4 filhos e se suicidou evidencia drama de milhões de miseráveis na China rural.

Vivendo com praticamente nenhum dinheiro, a chinesa Yang Gailan, de 28 anos, decidiu matar os quatro filhos e, em seguida, se suicidou. A decisão radical de Gailan levantou um debate nas redes sociais da China, onde ao menos 80 milhões de pessoas vivem na mais absoluta miséria.
Gailan vivia sozinha com os filhos - três garotas e um menino -, todos menores de sete anos, na aldeia rural de Agu Shan, no noroeste chinês. O pai das crianças, Li Keying, havia migrado para a cidade em busca de trabalho e dinheiro. Ele mandava parte do pouco que ganhava para a família.
A mãe matou os filhos com golpes de facão e, em seguida, ingeriu pesticida. Alguns dias depois, quando o pai chegou e soube da tragédia, também tirou a própria vida.
"Nunca conheci uma família que vivesse em situação de miséria pior que a deles", disse um primo de Li Keying à imprensa chinesa.
Depois da tragédia no povoado Agu Shan, muitas perguntas surgiram na sociedade chinesa, questionando, principalmente, a desigualdade econômica e social do país.
O que levou a mãe a matar os filhos? Por que a família não recebia ajuda estatal? Como as dificuldades que essa família enfrentou refletem a realidade de milhões de chineses que vivem nas zonas rurais? O crescimento econômico do gigante asiático é apenas uma fantasia para milhares de pessoas?

Três vacas e três ovelhas
A família de Gailan Yang não se classificou para receber subsídios do governo porque, apesar de viver na miséria, estava acima da linha de pobreza, segundo critérios definidos pelas autoridades chinesas em 2011 - que usa como base a renda de US$ 1 por dia para definir as famílias elegíveis a auxílios estatais.
Já o Banco Mundial usa como referência a quantia de US$ 1,90 por dia. Se esse critério fosse adotado, o número oficial de pobres na China se multiplicaria. Por isso, autoridades locais criaram um cálculo próprio da linha de pobreza.
Funcionários do governo chinês visitaram a família de Yang Gailan antes da tragédia. Decidiram que ela não teria direito aos auxílios estatais porque possuía três vacas e três ovelhas.
Se os animais fossem vendidos, alegaram os oficiais chineses, a renda da família seria superior a US$ 350 no ano, valor que o governo considera acima da linha de pobreza nas zonas rurais.
Esse critério motivou debates nas redes sociais.
"A linha de pobreza de um dólar por dia é muito radical. A situação de cada família é diferente", disse um acadêmico em debate no Weibo, a versão chinesa do Twitter.

Desespero
Outros preferiram especular sobre a razão que teria levado Yang Gailan a matar seus filhos. Alguns dos relatos abordam o grau de desespero da mãe e questionam a saúde mental dela.
"Note-se, por exemplo, que outros vizinhos foram capazes de reformar suas casas ou construir uma nova, com auxílio estatal. Yang Gailan não conseguia fazer isso por seus filhos", disse Yuwen Wu, editor do serviço chinês da BBC. "Ela não tinha dinheiro para comprar roupas para vestir as crianças e mandá-las à escola."
Se a mãe sofria de algum tipo de problema mental, ela não recebeu qualquer ajuda.
O caso de Yang Gailan é considerado complexo. Além das questões individuais que a fizeram tomar uma atitude extrema e que alimentam o debate sobre políticas sociais chinesas, o episódio traz à tona dificuldades enfrentadas por moradores das zonas rurais.
A pobreza extrema nas áreas rurais da China pode ser considerada um problema nacional.

País dividido
A China, um país de 1,3 bilhão de habitantes, já tirou em números absolutos mais pessoas da miséria do que qualquer outra nação do mundo.
O Banco Mundial estima que desde o início das reformas no mercado de trabalho, em 1978, mais de 800 milhões de pessoas tenham sido beneficiadas naquele país.
Contudo, esse desenvolvimento veio acompanhado de divisões profundas. A costa leste, com suas grandes cidades, é onde as pessoas se beneficiaram mais do crescimento econômico. No resto do território, muitos vivem como se ainda estivessem na década de 1980.

Milhões de pobres nas zonas rurais
Estima-se que a China tenha 120 milhões de pobres, conforme os critérios do próprio país de contabilizar miséria. Deste total, aproximadamente 82 milhões de pessoas vivem nas zonas rurais.
São em sua maioria crianças e idosos, já que os jovens adultos migram para as cidades em busca de trabalho e melhores condições de vida.
"A pobreza ainda é um grande problema na China", declarou Zheng Wenkai, vice-ministro do departamento responsável pela redução da pobreza no país, ao jornal estatal "China Daily". Aproximadamente 200 milhões de chineses, o equivalente a 15% da população, seriam considerados pobres se o país seguisse os padrões internacionais de mensurar pobreza, de acordo com o próprio Zheng.

Em colapso
No últimos anos, a China tem assistido a uma intensa migração das áreas rurais às mais urbanizadas. Estima-se que pelo menos 200 milhões de trabalhadores tenham ido para os grandes centros em busca de trabalho, para ganhar, em média, US$ 200 mensais.
Com o fluxo migratório, 53% da população da China vive em centros urbanos, contra 40% uma década atrás.
Isso significa que ainda há mais de 600 milhões de pessoas em áreas rurais. E muitos vivem em comunidades miseráveis.
Muitos pais, avós e netos vivem separados por enormes distâncias pela falta de trabalho e dinheiro. "Basicamente, a sociedade rural está em estado de colapso. Os moradores se reúnem somente para (celebrar) o Ano-Novo", disse Zhang Ming, historiador da Universidade de Renmin em Pequim, à imprensa britânica. "As aldeias tornaram-se conchas vazias", completou.
Yuwen Wu, da BBC, define como "sombria" a situação da maioria das aldeias rurais. Segundo ele, nas redes sociais é possível ver imagens angustiantes de crianças que caminham horas para ir à escola e de crianças desacompanhadas que cuidam de seus irmãos porque seus pais estão nas cidades trabalhando.

Muitos suicídios e homicídios
Num discurso no ano passado, o presidente da China, Xi Jinping, disse que o governo acabaria com a pobreza nos cinco anos seguintes. A promessa era tirar 70 milhões de pessoas da pobreza até 2020. O presidente chinês, contudo, não especificou o que considera "pobre".
Após a morte de Yang Gailan e sua família, passaram a circular nas redes sociais relatos de que funcionários do governo estariam desviando recursos destinados a pessoas carentes.
Além de fiscalizar como o dinheiro estatal está sendo gasto, observa Yuwen Wu, também é essencial que o governo garanta programas de apoio aos que vivem nas aldeias. "Houve muitos suicídios, homicídios; é preciso de algum tipo de serviço de assistência para a saúde mental dessas pessoas".
As mortes, segundo ele, não se devem apenas à pobreza, mas à falta de esperança e perspectiva dessas pessoas.
"Se você não vê uma saída e se sua saúde mental é afetada por essa pressão, de uma forma ou de outra, medidas extremas são tomadas", afirma Wu.




NOSSA SENHORA DA PIEDADE: Ilha da Gipóia.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

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