Em
petição, mulheres apaixonadas por padres pedem ao papa fim da proibição a
relacionamentos amorosos.
Estima-se
que, nos últimos 50 anos, 10 mil homens abandonaram o sacerdócio para se casar
no Reino Unido.
ELISABETTA POVOLEDO
DO "NEW YORK TIMES", EM ROMA
Eles não planejavam se apaixonar. Não
queriam ser alvo de fofocas maldosas. Não haviam imaginado manter encontros
secretos, mas foi assim que aconteceu desde que uma mulher e um padre
desafiaram um tabu da Igreja Católica e se envolveram.
"Algumas pessoas me veem como o
diabo", disse a mulher, que, em companhia do padre com o qual está
envolvida, concordou em falar sobre sua situação.
Os dois pediram anonimato temendo
agravar a desaprovação dos pais, que sabem da situação, e o desdém de amigos e
paroquianos, que suspeitam de que a amizade seja mais do que platônica.
"Corro o risco de perder tudo se
isso se tornar público", disse o padre. Eles aceitaram falar, diz sua
parceira, porque "sofrer nos leva a tentar mudar essa injustiça".
Uma busca online com o termo
"apaixonada por um padre" leva a uma sucessão de blogs de amantes
contestados pela igreja.
No Facebook, um grupo de 26 mulheres chegou
a fazer uma petição ao papa Francisco pela mudança do celibato obrigatório para
os sacerdotes católicos, o que aliviaria seu sofrimento.
"É realmente difícil explicar essa
relação a alguém que não tenha passado por isso", disse uma das
signatárias, que também está envolvida com um padre. "Queríamos informar
ao papa que esse sofrimento é generalizado."
Ela voltou a escrever ao papa em
setembro, pouco antes do Sínodo Episcopal, uma reunião de cerca de 200
religiosos convocados ao Vaticano para discutir questões que as famílias
enfrentam nas sociedades contemporâneas.
Foi o sínodo acompanhado com mais
atenção em décadas, e alguns vaticanistas traçaram paralelos com outro
convocado pelo papa Paulo 6º em 1971, no qual o celibato obrigatório dos padres
foi a questão central.
Naquele momento, após uma discussão
acalorada, o sínodo reconfirmou o celibato obrigatório, e não houve revisão
oficial dessa posição em 40 anos. Aqueles que esperavam que a questão fosse
retomada no sínodo de outubro sofreram nova decepção.
Mas cada vez mais organizações de padres
nos EUA, Austrália, Irlanda e outros países continuam a pressionar por
mudanças.
Aqueles que contestam o celibato
clerical apontam para a escassez mundial de padres e para estudos que
demonstram que o celibato desencoraja jovens que desejam se tornar sacerdotes.
As estatísticas recolhidas pela
Congregação para o Clero não especificam os motivos para que padres
"desertem", mas os críticos sugerem que o celibato clerical seja em
parte a razão.
Embora não haja números específicos, o
Advent, grupo de apoio a padres que deixaram a vida sacerdotal no Reino Unido,
estima que cerca de 10 mil homens tenham abandonado o sacerdócio católico para
se casar nos últimos 50 anos, e isso apenas na Inglaterra e País de Gales.
A escassez exerceu impacto significativo
sobre várias paróquias, diz Alex Walker, líder da Advent, que deixou o
sacerdócio para se casar.
"Os bispos podem continuar orando
por mais jovens com vocação para o sacerdócio, ou podem estudar o que fazer a
respeito", completou.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br
OBS: Veja o site sobre o assunto. Clique aqui:http://www.padrescasados.org/
OBS: Veja o site sobre o assunto. Clique aqui:http://www.padrescasados.org/
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