Dom Odilo Pedro
Scherer, Arcebispo de São Paulo (SP)
No Domingo de Cristo Rei, 24 de novembro, o papa Francisco brindou a Igreja com uma bela Exortação Apostólica sobre a evangelização, chamada: Evangelii gaudium – “A Alegria do Evangelho”. É um presente feito à Igreja no encerramento do Ano da Fé, ao longo do qual ela procurou, em todas as suas comunidades, recobrar o fervor da fé.
A Exortação Apostólica traz as contribuições e
impulsos da assembléia do Sínodo dos Bispos de outubro de 2012, sobre o tema da
“nova evangelização para a transmissão da fé cristã”. Mas também representa uma
palavra pessoal do Papa Francisco e retrata sua experiência pessoal de “nova
evangelização” na América Latina, especialmente, aquela do Documento de
Aparecida.
O Evangelho de Jesus, acolhido com fé verdadeira,
traz alegria incontida e precisa ser partilhado com outras pessoas. Quem
encontrou Jesus, o Salvador e Senhor, fica de tal modo marcado e fascinado, que
não pode segurar só para si essa boa experiência da fé; como os pastores da
noite do nascimento de Jesus, em Belém (cf Lc 2,8-20), ou como os apóstolos, no
início da pregação do Evangelho (cf At 4,20), também a Igreja sente-se
impulsionada a comunicar também aos outros “o que viu e ouviu”.
Assim aconteceu no tempo de Jesus e dos Apóstolos e
continuou a acontecer, ao longo da História, em tantas ocasiões e com uma
multidão de pessoas. E acontece ainda hoje que homens e mulheres que acolhem
com fé e alegria o Evangelho de Cristo, orientando suas vidas para Ele. Muitas
pessoas batizadas fazem a experiência de sentir-se amadas por Deus e despertam
para um generoso compromisso missionário e evangelizador.
O Evangelho é boa notícia para o nosso mundo e
assim deve ser anunciado. A alegria da fé, nascida do Evangelho, continua
a levar a Igreja a anunciar e a compartilhar com outros o dom recebido, mesmo a
custo de muitos sacrifícios e cruzes.
No encerramento do Ano da Fé, somos todos novamente
enviados em missão, como “discípulos do Reino de Deus”. Anunciar o Evangelho e
testemunhar a força e a eficácia de sua ação transformadora não deveria ser uma
obrigação pesada, mas uma necessidade que brota do coração agradecido de quem encontrou
as razões para crer: “ai de mim, se eu não pregar o Evangelho!” (1Cor, 9,16).
No Brasil, a solenidade de Cristo Rei e, neste ano,
o encerramento do Ano da Fé, coincidiram com o início da Campanha Nacional para
a Evangelização. Durante três semanas, somos convidados a refletir sobre a
realidade da evangelização no Brasil, a rezar e a nos empenhar para que ela
aconteça em todos os cantos de nosso País; no terceiro Domingo do Advento,
faz-se a coleta em favor da evangelização, como gesto concreto de apoio a esta
obra prioritária da Igreja.
Nada mais justo e acertado: o encontro renovado com
Cristo Senhor aprofunda os laços da nossa fé; e esta leva-nos a anunciar a
alegria do Evangelho, para ajudar outras pessoas a também se aproximarem de
Deus. A evangelização é missão deve envolver a todos os batizados; todos eles
têm parte na missão de anunciar o Evangelho, de muitas maneiras. A transmissão
da fé e a iniciação à vida cristã são desafios urgentes, que todos os membros
da Igreja precisam assumir de forma renovada.
A Exortação Apostólica Evangelii Gaudium – “A
Alegria do Evangelho” – vem em boa hora para estimular e orientar a todos!
Fonte: WWW.cnbb.com.br
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