Frei Carlos Mesters, Mercedes Lopes e
Francisco Orofino.
SITUANDO
Chegamos
ao quinto Sermão da Nova Lei. Cada um dos quatro Sermões anteriores iluminou um
determinado aspecto do Reino. O primeiro: a justiça do Reino e as condições de
entrada (Mt 5 a 7). O segundo: a missão dos cidadãos do Reino (Mt 10). O
terceiro: a presença misteriosa do Reino na vida do povo (Mt 13). O quarto:
viver o Reino em comunidade (Mt 18). O quinto Sermão trata da vigilância em
vista da chegada definitiva do Reino. Mateus segue o esquema de Marcos, mas
acrescenta algumas parábolas que falam da necessidade da vigilância e do
serviço, da solidariedade e do julgamento.
No
fim do século I, as comunidades viviam na expectativa da vinda imediata de
Jesus. Elas diziam: "Quando Jesus passar eu quero estar no meu
lugar!" E se perguntavam: "Quando Jesus vier, será que vou ser tomada
ou vou ser deixada?" Havia um clima
semelhante ao de hoje, em que muitos dizem: "O fim do mundo vai chegar
logo!" E se perguntam: "O que fazer para não ser pego de surpresa?"
A resposta a estas indagações e preocupações encontramos no Sermão da
Vigilância.
COMENTANDO
Mateus 24,37-41: Como nos dias de Noé -
um será tomado, outro será deixado
Quem
determina a hora da chegada do fim é Deus. Mas o tempo de Deus não se mede pelo nosso relógio ou calendário. Para
Deus, um dia pode ser igual a mil anos, e mil anos igual a um dia (Sl 90,4; 2Pd
3,8). O tempo de Deus corre
independentemente de nós. Nós não podemos interferir nele, mas devemos estar
preparados para o momento em que a hora de Deus se fizer presente dentro do
nosso tempo. Pode ser hoje, pode ser daqui a mil anos. O que dá segurança não é
saber a hora do fim do mundo, mas sim a Palavra de Jesus presente na vida. O
mundo passará, mas a palavra dele jamais passará (cf. Is 40,7-8).
Mateus 24,42-44: Vigilância - Jesus vem
numa hora em que a gente menos espera
Deus
vem quando a gente menos espera. Pode até acontecer que Ele vem e a gente não
percebe a hora da sua chegada. Jesus pede duas coisas: uma vigilância sempre atenta
e, ao mesmo tempo, uma entrega tranquila de quem está em paz. Tal atitude é
sinal de muita maturidade, em que se misturam preocupação vigilante e
tranquilidade serena e em que se consegue combinar a seriedade do momento com a
consciência da relatividade de tudo.
ALARGANDO
Quando será o fim do mundo?
Quando
dizemos "FIM DO MUNDO", de que mundo estamos falando? O fim do mundo
de que Jesus fala é o fim deste mundo, onde reina o poder do mal que esmaga e
oprime a vida. Este mundo de injustiça terá um fim. Ninguém sabe quando nem
como será o fim deste mundo (Mt 24,36), pois ninguém pode imaginar o que Deus
preparou para aqueles que o amam (1Cor 2,9). O novo mundo da vida sem morte
ultrapassa tudo, como a árvore ultrapassa a sua semente (1Cor 15,35-38). Os
primeiros cristãos estavam ansiosos para que este fim chegasse logo (2Ts 2,2).
Ficavam olhando para o céu, esperando a chegada de Cristo (At 1,11). Alguns nem
trabalhavam mais (2Ts 3,11). Mas "não compete a vocês conhecer os tempos e
os momentos que o Pai fixou com a sua própria autoridade" (At 1,7). A única
maneira de contribuir para que chegue o fim e "venham da face de Deus os
tempos do refrigério" (At 3,20) é dar testemunho do evangelho em todo
canto, até os confins da terra (At 1,8).
Fonte: http://www.cebi.org.br
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