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terça-feira, 8 de agosto de 2017
OLHAR VOCACIONAL: Frei Petrônio.
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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*REFLEXÕES TEOLÓGICAS SOBRE O PODER DE GOVERNAR NA ORDEM- Segundo o Concílio Ecumênico Vaticano II
IMAGEM
BÍBLICA - Fl 2,7-11
O itinerário de Jesus rumo à Soberania,
rumo à universal e suprema Autoridade recebida do Pai após ter aprendido a
obedi-ência "pelo que padeceu" (Hb 5,8-9), é a proposta pedagógica e
a iluminação sintética da Autoridade vista na sua relação a Deus (Teologia da
Autoridade).
Paulo, nesta passagem dos
Filipenses, apresenta conjunta-mente a todos os cristãos um modelo vivo e real
do caminho de crescimento do homem até à comunhão com Deus e com os irmãos (Fl
2,5).
Premissas
1.- Não sou especialista em
Eclesiologia nem sou professor. Procurei corresponder a uma emergência da Cúria
Generalícia.
2.- A própria palavra
"Autoridade" suscita espontaneamente, quase sempre, uma reação de
antipatia; espero, contudo, que das reflexões bíblicas de Carlos (Mesters) se
nos tenha atenuado este sentimento, visto que nos apresentou um conceito de
autoridade, que não é o que habitualmente temos em mente.
3.- O toque no tema da autoridade
situa-se na ótica de um triângulo ideal constituído pela Bíblia, pela Teologia
e pelo Direito Canônico (O Direito também é Teologia). Estou consciente de que
há em circulação muitas teologias sobre a Igreja: escolho por motivos práticos
a que me parece mais vizinha da concepção oficial, sem emitir juízos críticos.
1- Contexto sociocultural e Autoridade
"A
Autoridade como serviço e a obediência são valores que vão contra a cultura de
hoje, segundo constatou o recente Capítulo Geral. A relação tradicional
superior«súdito
é posta diante do visor do julgamento pela mentalidade caraterística da nossa
época, que se caracteriza pela forte acentuação que se põe sobre a liberdade da
pessoa e no desejo de reencontrar no indivíduo as últimas raízes do seu agir,
evitando qualquer formulismo. Por outra parte, cresceu no indivíduo a
consciência da sua interdependência com relação aos outros seres humanos, não
somente no pequeno mundo, onde estava acostumado a viver, mas também num mundo
mais amplo, "globalizado"; no diálogo entre as culturas, as classes
sociais, as nações, as economias. Todos estes valores exprimem algo
genuinamente humano e naturalmente cristão (cf. Vida Fraterna = VF 49). A
aspiração genuína do religioso de hoje, como a de qualquer homem, parece ser a
de querer dar vida a uma autêntica comunidade, numa exigência por meio da qual
o indivíduo possa realizar a sua identidade num relacionamento fraternal
compartilhado e num crescimento em comum juntamente com os outros (Cf. Constituições
19, 21,24 e, especi-almente, 33). Porém, uma acentuação exasperada da liberdade
de-sengajada de qualquer referência ao transcendente, ao menos no Ocidente, faz
com que se respire uma cultura de um individualismo permissivo, do qual não
podemos dizer que estejamos isentos (Cf. VF 4b).
2. O "Poder Sagrado" na Igreja,
mistério de comunhão
A
autoridade, como a própria Igreja, é um "mistério". Esta afirmação
preliminar tem função metodológica. Ao iniciar qualquer tratado teológico as
noções necessariamente humanas e extraídas da nossa experiência quotidiana
exigem uma purificação antes de se aplicarem a uma realidade, que vem de Deus -
pensemos, por exemplo, na noção de "persona" (pessoa) na Trindade.
Deus é "persona", não porém como o é o homem. Com maior razão devemos
preliminarmente recordar esta exigência, quando pensamos na Igreja sob o
aspecto de autoridade, hierarquia, poder. Encon-tramo-nos, na verdade, diante
de uma realidade, que nos parece muito conhecida, vizinha das nossas
experiências humanas, "pron-tas a reentrar com facilidade em nossas
categorias habituais, que neste caso são as do direito, são as mais
rígidas". O conceito habitual de "Autoridade" não é lá muito
aceito em nosso meio sem uma retificação preventiva.
A Autoridade ou "o poder de dar
uma ordem, de pretender que seja cumprida", na Igreja e, portanto, num
Instituto Religioso, tem uma componente "mística", que está
relacionada com o Mistério da Igreja e em última análise com o "Mistério
do Deus-Trindade".
2.1
O homem é a única criatura que Deus amou por si mesma (GS 24c),
criando-a à sua imagem e semelhança, e destinando-a a uma comunhão consigo
mesmo (GS 19). Deus pode pedir-lhe obediên-cia porque o criou, é o seu
"Autor" (uma das etimologias propos-tas de "autoridade").
Então, já que "Deus é Amor" (1Jo 4,16), toda relação entre Deus e o
homem se expressa em termos de amizade aceita ou rechaçada. Deus não se impõe
ao homem com a sua infinita superioridade, mas lhe propõe um "pacto de
amizade" ("se queres ser perfeito... realizar-te"), deixa-lhe a
liberdade de aceitar e a responsabilidade pela própria decisão, porque onde
"há imposição não há nem liberdade nem justiça".
O amor de Deus nnão diminui com a
infidelidade do homem, que é redimida pela Paixão, Morte e Ressurreição de
Cristo. Em Jesus Deus estabelece uma "Nova Aliança" com o "Povo
de Deus" e, por conseguinte, com todo batizado, que faz parte deste Povo.
Deus mantém uma relação pessoal de amor com todo batizado no compro-misso deste
de realizar-se no amor. Contudo, por causa da seme-lhança do batizado com
Deus-Amor, Deus não quer salvá-lo "individualmente e sem alguma ligação
com os outros" (cf. LG 9).
2.2 Jesus Cristo é a Nova Aliança:
constituído por Deus "Chefe e Salvador (At 2,21.38;5,31;10,42; Fl 2,11),
"comunicando o seu Espírito, constitui misticamente como seu Corpo os seus
irmãos chamados do meio de todas as gentes" (LG 7); deste Corpo Ele é a
Cabeça (Ib).
Como a natureza humana de Jesus é a
expressão visível da natureza divina do Verbo Encarnado, para ser constituída
órgão vivo de salvação, assim a natureza social da Igreja é a expressão visível
da sua natureza mistérica, para constituir-se órgão vivo de salvação para todos
os homens.
Cristo Jesus, Mediador único,
constituiu a Igreja sobre a terra "como organismo visível através do qual
difunde sobre todos os homens a verdade e a graça".
A "comunidade visível e a
espiritual", a Igreja "constituída de órgãos hierárquicos" e o
Corpo Místico de Cristo constituem uma única realidade complexa (LG 7-8).
2.3 A Igreja, "sacramento da íntima união
com Deus e da unidade do gênero humano" (LG 1), é na terra, por isso,
"o germe e o início do Reino" (LG 5), quer dizer, "da plena e
gratuita par-ticipação dos homens na inexaurível vida de amor e de liberdade, de
alegria e de unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo". A Igreja é
essencialmente mistério de comunhão, "Povo unido pela unidade do Pai e do
Filho e do Espírito Santo.
A igreja, pois, está ordenada para o
bem de toda a humanidade e toda a humanidade está misteriosamente ordenada a
fazer parte do Povo de Deus, Povo da Nova Aliança. A Igreja está instituída
para tornar verdadeira, real, visível e concreta a santa "Koinonia"
da SS. Trindade na realidade humana.
Com esta finalidade a autoridade,
que Jesus recebeu do Pai, por Ele foi dada à Igreja através dos 12 e "por
sucessão apostó-lica" transmitida aos Bispos e ao Papa, sucessor de Pedro
(Jo 20,21;21,15ss;Mt 16,19;17,18;28,19;Mc 16,15).
A Igreja é totalmente possuída por
este "mistério" divino (cf. Ef 1,3ss) de salvação em favor do gênero
humano: por isso todas as instituições da sua organização têm a finalidade de
favorecer o bem espiritual dos fiéis, como a sua comunhão de Caridade com o
Deus-Trindade, para que possam cumprir a sua missão para o bem de toda a humanidade.
A Autoridade (Sacro Poder), porque é
proveniente de Deus por meio de Cristo, coloca-se entre estas instituições e
estes meios. A sua natureza está estreitamente conexa com a sua identidade
ontológica e o projeto divino, que a Igreja carrega consigo. A Autoridade é um
dos carismas dados para a edificação da comunidade cristã (cf.1Cor 12,28) e
para a realização externa e visível da 'comunhão".
A Autoridade, portanto, assim como a
Igreja, tem uma dimensão "mistérica" e outra visível: de um lado o
dom de Deus, a sua paternidade-autoridade participada, "a graça ou carisma
de gover-no", e de outro lado, a sua expressão visível, mutável nas suas
funções e exercício e manifestando os sinais da fragilidade huma-na (cf. 2Cor
4,7). A autêntica natureza da Autoridade na Igreja não pode ser assimilada por
quem se limitasse à sua missão social e à sua expressão visível, como também
não assimilaria a natureza da Igreja quem se limitasse procurá-la na sua
historicidade.
A Igreja, "Povo que vive em
comunhão" (Hamer), caminha na História junto com todo o gênero humano,
entre as obscuridades e ciladas do "mysterium iniquitatis", mas como
sinal profético e instrumento eficaz desta divina comunhão. O poder de governo,
o mesmo que autoridade, que une fortemente o Corpo da Igreja e produz a adesão
a ela, tem a razão de meio e não de fim; toda expressão de Autoridade na Igreja
se traduz, fundamentalmente, em uma oferta de serviço, para resguardar um
compromisso de fidelidade-amizade que a Igreja, no seu todo, em benefício de
todos os homens, contraiu com Deus em Cristo Salvador e único Mediador.
2.4
A Autoridade ou "sacra potestas" da Igreja é participação nas
três principais funções (tria munera) exercidas por Jesus Cristo: profética
(ensinar), sacerdotal (santificar), régia (go-vernar). Jesus Cristo faz a
Igreja participante destas funções e comunica o poder que Lhe foi dado pelo
Pai, enquanto é necessário para desenvolver e continuar a sua missão salvífica.
A Autoridade não "substitui" a Cristo, que permanece sempre o único
Senhor. Fundamentalmente é o próprio Cristo quem continua a governar a sua
Igreja por meio dos dons do Espírito Santo; a Autoridade também é um daqueles
"canais da graça", é "sacramento" de Cristo-Cabeça. À
Autoridade foi conferido o seu mandato de reunir os filhos de Deus dispersos,
de mantê-los na sua palavra, no amor mútuo entre todos.
Numa Igreja "ministerial"
este poder-serviço se difunde e é participado organicamente graças ao
sacramento do Batismo: radicalmente cada cristão o possui ou dele, "por
mandato" da Igreja, pode receber uma parte.
3. A Autoridade ou poder de governo de um
Superior Religioso é "poder" de natureza eclesial.
3.1
A vida religiosa é um modo particular de participação da natureza sacramental
do "Povo de Deus", por conseguinte, da sua função de "sinal e
instrumento da íntima união com Deus e da uni-dade de todo o Gênero
Humano" (Mutuæ Relationes, 10; LG 1,46).
Dentro de todo Instituto de Vida
Religiosa, e em conformidade com o "carisma" de cada um, a autoridade
de superior religi-oso procede do Espírito do Senhor em união com a sagrada
hierar-quia, que erigiu canonicamente o Instituto e autenticamente aprovou a
sua missão específica" (MR 13).
Devido à condição profética,
sacerdotal e régia, comum a todo o Povo de Deus (cf.1Pd 2,9-10 e LG 9. 10. 34.
35. 36) é le-gítimo - prossegue Mutuæ Relationes - comparar por analogia a
competência da autoridade religiosa - dos Superiores Maiores em primeiro lugar
- com a tríplice função do ministério pastoral de ensinar, santificar e
governar, enquanto lhe foi confiado também, como aos Pastores da Igreja, o
dever de apascentar esta porção do Povo de Deus, que são os religiosos. Isto
especialmente quanto aos Superiores Maiores, pois são Ordinários conforme o
Direito Canônico (cân.134 §1).
A tríplice função de Cristo explica
o conteúdo e a finalidade da Autoridade do Prior Provincial e, naturalmente, do
Prior Geral.
a.
A função profética. Dela decorre a sua competência primária na Formação
Espiritual quanto ao projeto evangélico da Ordem. O seu primeiro dever é de
"animação espiritual, comunitária e apostólica" (MR 13a; VF 51a). Mas
daqui nasce também um grave dever de vigilância sobre a doutrina. A missão do
Superior Religioso é de natureza pastoral-espiritual (câns. 618 e 619).
O zelo pela boa doutrina (1Tm 4,6;
cf.cân.833.8) é serviço pastoral primário: o Superior deve por primeiro estar
aberto ao ensinamento teológico do Magistério. Sentire cum Ecclesia, mas também
com a sua Ordem (MR 33 e VC 46).
b.
O ofício de santificar comporta "uma competência especial e uma
responsabilidade de aperfeiçoar em tudo o que diz respeito ao progresso da vida
de caridade", à fidelidade comunitária e pessoal na prática dos conselhos
evangélicos segundo a Regra. É a responsabilidade da Formação dos religiosos,
não somente da ini-cial, mas também da permanente ou contínua (MR 13b).
A Autoridade na Vida Religiosa está
"ao serviço do progresso espiritual de cada um em particular e da
edificação da vida fraterna na Comunidade". É uma autoridade espiritual
(VF49 e 51a; IL10), que deve favorecer e sustentar nos religiosos, antes de
tudo, a total dedicação ao "serviço de Deus".
c.
O ofício de governar traz consigo a exigência de competência e responsabilidade
dos superiores de organizar os membros da Ordem, de fazer convergir as suas
ações e dons para o projeto comum de vida espiritual e de missão, a serviço da
Igreja pelo Reino. É um ofício de Unidade, de comunhão, mesmo no sentido da
visibilidade e da real eficiência, seja embora a nível dos indivíduos, da
comunidade, mas também da Província ou da Ordem, como um corpo orgânico (MR
13c), ainda que seja verdade que a eficiência no sentido religioso-espiritual
não se mede segundo os mesmos parâmetros da eficiência pragmática de outras
instituições sociais.
O Superior se esforça para que
"a casa religiosa não seja simplesmente um lugar de moradia, um aglomerado
de sujeitos, onde cada um vive uma história individual, mas seja uma comunidade
fraternal em Cristo", "na qual se busque e se ame a Deus acima de
toda outra coisa" (VF 50a-b; cf.Instrumentum Laboris n.10).
4. A Autoridade no Carmelo
4.1
O grupo de eremitas, "moradores do Monte Carmelo junto à Fonte",
apresenta-se logo sob o signo da Autoridade-Obediência: estão sob a obediência
de Brocardo e desejam exprimir a sua voluntária e total "obediência"
a Cristo Jesus, reconhecendo-Lhe a "Soberania" universal (Regra 1 e
2), sacramentalmente manifestada na sua Igreja e nos seus Pastores. Desde os
inícios procuram a aprovação da Igreja.
"Alberto,
por graça de Deus chamado a ser Patriarca da Igreja de Jerusalém, aos amados
filhos Brocardo e outros eremitas, que vivem debaixo da sua obediência junto à
Fonte, no Monte Carmelo, saúde no Senhor e bênção do Espírito Santo"
(Regra 1).
A
Autoridade - um conceito tão irritante e dissonante para a nossa mentalidade -
qualificada como "graça de Deus e vocação" desde as primeiras linhas
da nossa Regra. O poder de governar é "graça" ou Charis em grego,
donde "carisma", "dom" de Deus. Concorre junto com os
outros múltiplos "carismas" para a edificação da sua Igreja (1Cor
12,4-11.28; Ef 4,7.11-16). Aprofunda as suas raízes na Ágape Divina; é
expressão de amor. A graça, por definição, é "participação e comunicação
da vida divina".
É
VOCAÇÃO, posto que ninguém se arroga a autoridade (na Igreja), como o
ministério sacerdotal, se para ele não for chamado por Deus. Dele vem toda a
paternidade no céu e na terra (Ef 3,15: Jo 19,10-11; Hb 5,1-10). Concretamente,
Alberto foi "chamado", isto é, eleito pelos que tinham voz no
Capítulo dos Cônegos Regulares do Santo Sepulcro de Jerusalém; mais
tecnicamente: o "postula-ram", porquanto não teria tido voz passiva
naquela Igreja.
Mas
Vocação, por último, vem de Deus. Deus chama e dá a cada um "um Carisma ou
uma diaconia" (1Cor 12,4-11; Ef 4.7.11-16), inclusive, "o carisma do
governo" ou a "chamada" ao governo (1Cor 12,28), por meio da
Igreja e a favor do Povo de Deus. Esta é a fonte primeira da legitimidade da
Autoridade de Alberto, mas não seria suficiente se os eremitas não estivessem
eles próprios "em Cristo",
isto é, batizados e membros da Igreja, ou melhor, mem-bros desta Igreja
particular, a Igreja de Jerusalém. Na saudação-bênção vem expressa a finalidade
da Autoridade, a salvação (ou saúde) no Senhor, os dons do Espírito Santo para
o "homem novo".
A
Tradição dos Padres da Igreja e da vida monástica mencionada logo em seguida e
também ao falar da Oração Litúrgica (2.11) completa esta visão das relações
intra-eclesiais, que são parte da experiência fundacional do Carmelo.
A
Ordem do Carmo, apresentando a Regra, segundo a qual promete viver na
obediência a Cristo, e explicitando de vários modos o seu serviço ou carisma
peculiar conforme ao qual se compromete com a Igreja, subscreveu com a Igreja
um Pacto público; por isto recebe da Igreja a Autoridade para o exercício fiel
do seu caris-ma. Na ótica do Pacto bíblico que, em união com as promessas de
Deus, provê a um "capitulado" (confirmado em "capitulares")
da Aliança, a Torah, este "Pacto" também significa a assunção de
deveres nos relacionamentos com toda a Igreja. Será sancionado a nível
universal nas várias intervenções dos Papas a favor da Ordem e garantido com a
observância das suas leis fundamentais. Cada irmão, que com a Profissão
religiosa se compromete perante a Igreja e com a Ordem, entra na ótica desta
Aliança.
4.2 Alberto, Patriarca de Jerusalém, laureado
"in utroque jure", na nossa Regra une em um triângulo ideal, com
sábio equilíbrio, Bíblia, Teologia (a Eclesiologia recebida dos Santos Padres
da Igreja) e o Direito, como código e instrumento de comunhão; não apenas nesta
saudação inicial, mas, aqui e ali, em toda a sua "Forma vitæ".
Evocada
a fonte da sua Autoridade em relação aos eremitas de junto à Fonte,
"estabelece", quer dizer, ordena com Autoridade o que segundo a
tradição da igreja é necessário para viver "con-cretamente" em
obediência a Cristo. Com evidente ênfase no latim, quer uma Autoridade, um
Prior, "um eleito entre eles": "illud in primis
statuimus...", porque se queres viver realmente "debaixo da Soberania
de Cristo", no seu "obséquio", deves começar por reconhecer,
"acima de ti, alguém que o representa", que Lhe faz as vezes (Regra
4.23: cf. Rm 13,1), para que inicies o caminho ao inverso daquele de Adão
(Regra 4). A Autoridade do Prior é meio, não é fim: o Prior não visa impor a
sua vontade, mas "guiá-los à obediência a Cristo" (Const. n.48).
Nós
não temos de ter medo de falar de potestade-poder ou de Auto-ridade quando
sabemos que autoridade "entre nós" não é igual à que "de
fato" exercitam os "poderosos" do "mundo" (Regra 22 -
cf.Mt 20, 25-26), mas está revestida das qualidades do serviço evangélico.
Ninguém
trate de impor um Prior à Comunidade (Gregório IX), por que entre a Autoridade
e aqueles sobre os quais preside se con-trai um pacto bilateral: os irmãos
elegem: eles também exercem desta maneira um poder, uma Autoridade; a pessoa
"eleita" aceita e de qualquer maneira exerce um direito, um poder; só
então, pelo mútuo consentimento confirmado pela Autoridade Superior, se esta-belece
a aliança entre a pessoa que foi chamada a se revestir da Autoridade e os
irmãos que prometeram obediência. Os teólogos-juristas do tempo enxergavam a
eleição para um cargo por parte de uma comunidade, e não apenas a do Bispo na
sua Igreja Diocesana, como um "pacto esponsal", uma relação,
portanto, ditada pela Caridade, pelo Amor.
4.3
A Autoridade "vém de Deus", "os Superiores fazem as vezes de
Deus", são um "serviço" e um "ministério" (PC14: câns
618,619). Estas são afirmações válidas até o dia de hoje e que aprofundam as
suas raízes na concepção teológica e antropológica da Bíblia, recebida da
Patrística e da Tradição da Vida Monástica. Pressu-põe-se, naturalmente, a fé,
que leva à esperança e ao amor. Para a teologia cristã isto inclusive é válido
para a autoridade ci-vil: o homem é o fim e a medida de todas as instituições
huma- manas e divinas.
Na
Ordem do Carmo, como em outros Institutos Religiosos, a Auto-ridade está
orientada para o bem e o serviço da própria Igreja e, mais diretamente, para o "serviço"
daqueles fiéis-súditos que com a profissão religiosa abraçam a vida e a
santidade da Igreja na "Forma de Vida" carmelita, aprovada
canonicamente pela própria Igreja. A profissão entra na ótica daquela Aliança
Esponsal da Igreja, pacto de amizade e de plena identificação com o seu
mistério" (1Tm 5,9-15). A Regra e as Constituições são o
"capitulado" desta Aliança, o "Código de Comunhão". Vivido
e interpretado no interior das ordenações da Igreja. Não quer dizer que se trancam
os espaços para a "liberdade de consciência", que permanece sempre a
última instância, ou da liberdade "profética" autenticamente tal.
5. Homem da Unidade e do Carisma da Ordem
Santo
Inácio da Antioquia na sua Carta aos Cristãos de Filadélfia chamava o
responsável por uma Comunidade pelo nome de "Homem determinado à
Unidade", governado pela preocupação com a unidade. Homem da unidade, seja
das pessoas, seja das várias instâncias e funções da comunidade - no nosso
caso, da comunidade provincial. Funções de todos os tempos, mas hoje tornadas
particularmente complicadas e difíceis por causa de um complexo de fatores,
sobre os quais temos falado acima (n.1).
Não
quero repetir aqui todos os aspectos, para os quais deve atender uma
"Autoridade operadora de unidade": estes aspectos foram apresentados
por extenso no Instrumentum Laboris, repetiti-vamente (nn.9.10.12.14).
Aqui
chamo a atenção para um único ponto: pertence às principais funções da
Autoridade na Ordem, em qualquer nível, a promoção de uma concorde colaboração
para o bem do Instituto e da Igreja; uma Autoridade que suscite sem dúvida a
contribuição de todos para a causa de todos.
O
"bem da Ordem", que é a primeira e indispensável contribuição para a
missão da Igreja, é o "carisma carmelitano" vivido e testemunhado. O
carisma é um componente fundamental da unidade da Ordem, das Províncias e das
comunidades (VF 45).
"Viver
em comunidade é, na verdade, viverem todos juntos a von-tade de Deus, seguindo
a orientação do dom do Carisma, que o Fundador recebeu de Deus e transmitiu aos
seus discípulos e continuadores" (VF 45). É em torno do Carisma que o
Superior deve construir "unidade e comunhão" (Ib). A aprofundada
compreensão do Carisma leva a uma visão clara da própria identidade, em volta
da qual é mais fácil criar unidade e comunhão, o que permite, além disto, uma
adaptação criativa às novas situações e oferece positivas perspectivas para o
futuro do Instituto" (VF 45. MR 11-12 e VC 92-93).
O
primeiro Superior que tem esta função é o Capítulo Geral (Auto-ridade
colegial), "principal sinal de unidade da Ordem na carida-de", ao
qual "compete, sobretudo, tutelar o patrimônio do Insti-tuto...e promover
uma renovação adequada que se harmonize com ele" (Const. 255 e cân.631). E
isto "autoritativamente", como intérprete oficial. É claro que a vida
dos irmãos vivida na fide-lidade ao Carisma, as pesquisas científicas, a
resposta aos si-nais dos tempos podem abrir novas perspectivas, mas o ponto de
referência autoritativo é o Capítulo Geral, que deve fazer as suas escolhas e
deve ela também saber tomar decisões e chamar toda autoridade inferior a
assumir a responsabilidade pela execu-ção das decisões tomadas.
Porém
é principalmente na animação continuada, paciente, mas persistente e
inteligente de cada autoridade "pessoal", de qualquer nível, que se
torna efetiva a "comunhão" na Ordem. As nossas Constituições falam a
respeito.
A
Autoridade consolida a unidade da Ordem, "baseada sobre a caridade e a
cooperação harmoniosa na luta pelo ideal, que nos propusemos"; anima-nos a
prefixar-nos metas cada vez mais altas e a traduzir na prática as normas que
venham da Autoridade da Igreja e aquelas que tenhamos predeterminado
colegialmente com o consentimento dos irmãos (n.206). É válido tudo quanto se
falou em PC14 e câns. 617-619. O Superior não é o guardião do "status
quo", que procura não incomodar os "irmãos que estão dormindo"
ou que se limita a atender eventuais iniciativas de cada um em particular.
"O
Prior, consciente de que ao centro da comunidade está presente Cristo com o seu
Evangelho, coloca-se ao serviço da vontade de Deus e dos irmãos, guiando-os à
obediência a Cristo por meio do diálogo e oportuno discernimento, embora
deixando firme a sua autoridade de decidir e ordenar o que se deve fazer. O
Prior é na Comunidade estímulo a viver o nosso Carisma e é sinal e estímulo de
união" (Const.48; IL14)
A
obediência a Deus compromete-nos, seja individualmente, seja comunitariamente.
De fato a comunidade é "o lugar onde juntos se procura a vontade de Deus.
Nela procura-se sejamos discípulos, uns dos outros, e corresponsáveis pelo
Carisma" (Const.47).
A
Autoridade desenvolve também uma tarefa de promoção da unidade ou
unificação-integração dos componentes do Carisma: esforça-se para que se
respeitem as prioridades, os dinamismos e o justo equilíbrio dos componentes da
identidade carismática, por atos e não só no papel, no projeto comunitário, nas
estruturas da Província (Const.14-24) e na proposta simbólica dos modelos
inspiradores (Const.25-27).
"Equilíbrio
entre oração e trabalho, entre apostolado e formação, entre compromissos e
descanso" (VF 50b), entre as exigências dos irmãos com exigências da
comunidade e a missão na Igreja. As nos-sas Constituições também se preocupam
com este equilíbrio (n.34 §1).
Os
documentos da Igreja e os da Ordem, especialmente nos últimos tempos, fazem
lembrar a exigência de uma decisão final por parte de Autoridade e o dever de
fazer com que se cumpra o que foi decidido (Const. 48; VF 50c e VC 43). Uma vez
tomada uma decisão de acordo com as determinações do direito próprio, exigem-se
constância e fortaleza para que tudo o que foi decidido não fique unicamente
sobre o papel" (VF 50c). É o problema que surgiu no Capítulo Geral de
2001: «Por que os nossos lindos documentos "ficam unicamente sobre o
papel?"» Carismas mais "encartados" do que
"encarnados". "Quem exerce a autoridade não pode abdicar dos
seus deveres de responsável primeiro pela comunidade" (VC 43). É um cargo
pastoral: obriga em consciência.
O
apelo a decidir e a fazer cumprir não cancela o estilo de participação,
diálogo, respeito, busca de "uma voluntária submis-são", mas pretende
evitar a infidelidade de uma paralisia, que não leva a nada e lembrar "o
dever de consolidar a comunhão fraterna e não tornar vã a obediência, que se
professou" (VC 43).
Nem
sequer os superiores estão dispensados do voto de obediência às Autoridades
superiores e, sobretudo, à vontade de Deus, a quem diz o Concílio, - usando
expressões que soam com o timbre de outros tempos - "deverão prestar
contas das almas, que lhes foram confiadas" (PC14). Não nos esqueçamos de
que também somos responsáveis pelo dever de correção fraterna (Regra 15). Não
se pode forçar a amar, e em vista disto o poder coercitivo não obtém por
Autoridade este fim, a não ser que sirva para fazer o interessado refletir; mas
a intenção de defender a comunhão dentro da vida religiosa, a fidelidade ao
Carisma, os compromissos com terceiros (os fiéis, etc.), em casos extremos
justifica tal recurso, se não por outra causa que a de dizer aos fiéis que
confiam em nós: "Este irmão não está mais em comunhão conosco; não está
autori-zado a representar-nos. Mas isto é teologia moral: o direito quer ser um
instrumento de defesa.
6. Estilo
de exercício da Autoridade
O
que acabamos de dizer agora mesmo não é, graças a Deus, o nor-mal. A teologia
da Autoridade tem as suas conseqüências quanto ao estilo de exercício: é o
estilo de Deus, manifestado em Cristo Jesus.
"Fazer
as vezes de Deus", ser dóceis à sua vontade, expressar o amor paternal de
Deus defronte aos religiosos confiados aos nossos cuidados pessoais, isto é um
compromisso ascético-místico de conformação com a caridade de Deus Pai, que
trata como a "filhos", no seu modo de respeitar a dignidade e a
liberdade do homem (PC 14; câns. 617-619). Pode-se mësmo pensar numa
"Espiri-tualidade da Autoridade".
CONCLUSÕES
Na
"Rubrica prima" das Constituições que chegaram até nós na redação do
Capítulo Geral de 1281, (que, porém, provavelmente, retrocede ao ano de 1247 na
sua primeira redação), encontramos em primeiro lugar a preocupação de que
"os mais jovens em nossa Or- dem não saibam responder a quem lhes
perguntar: "Por quem fostes fundados? Como tivestes origem?" E se apressam
em lhes fornecer "uma fórmula de resposta por escrito". Nos Capítulos
sucessivos esta fórmula foi crescendo, acrescentava novos elementos, sinal de
que se ia adaptando a novas objeções e perguntas que chegavam de fora. Hoje
diremos que se preocupavam com "novos desafios" e de modo colegial
procuravam-se respostas convincentes. Sabemos que reviravoltas no tempo tivemos
de enfrentar desde o Concílio Ecumênico Vaticano II em diante. Participei dos
Capítulos Gerais, desde aquele especial de 1968 até o último; sou testemunha da
caminhada, que levou a Ordem a reformular a sua tradição. Apesar de manter
unidas as várias sensibilidades culturais. O trabalho "literário"
parece ter chegado a um resultado satisfatório, nunca, porém, definitivo...
Assim pensam muitos jovens na Ordem, por exemplo, os Formadores... Qual será o
próximo passo?
Procuremos
juntos os meios para que este dom escrito no papel es-teja em condições de se
inscrever no coração. O "Carisma da Auto-ridade" foi-nos dado com
esta missão.
Perguntas para reflexão.
1.
Que lugar o Carisma da Ordem ocupa no exercício efetivo da minha autoridade?
2.
Qual a minha atitude diante da formulação oficial do Carisma (Vida Espiritual e
Missão) como encontro nos documentos oficiais? Constituições, Ratio (RIVC)... ?
3.
Que estratégias são necessárias para que as palavras do Carisma transformem
"as estruturas de consciência" de cada irmão?
*XVº CONSELHO DAS PROVÍNCIAS. (REFLEXÕES
TEOLÓGICAS SOBRE O PODER DE GOVERNO NA ORDEM DO CARMO)
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segunda-feira, 7 de agosto de 2017
DIOCESE DE CAICÓ: NOTA DE ESCLARECIMENTO
No último dia 30 de julho do corrente ano,
em razão da homilia por mim proferida no encerramento da Festa de Sant’Ana,
padroeira de nossa Diocese de Caicó, muitas contestações se levantaram a partir
da referência que fiz, sobre o tema da homoafetividade.
Como “cada ponto de vista é a vista de um
ponto”, gostaria de esclarecer a partir de que ponto eu estava falando.
Encontro-me no sertão no Seridó há três anos e a cada dia tenho aprendido a
amar este povo forte e sofrido. Uma das dores desta região que corta o meu
coração de pastor é o alto índice de suicídio (só na cidade de Caicó, nos dez
primeiros meses do ano passado, tivemos dezenove casos). Com frequência tenho
abordado este tema e, por isso, muitas
pessoas têm me procurado para partilhar experiências, o que me fez entender que
vários casos estavam associados a conflitos de ordem afetiva.
O Evangelho do domingo era Mt 13,44-52, e
nos apresentava o Reino de Deus como um comprador de pedras preciosas que ao
encontrar uma de grande valor, vai vende tudo o que tem e compra aquela
pérola. Também Jesus nos dizia que quem
se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu
tesouro coisas novas e velhas. Com esta imagem, convidei a assembleia a
refletir sobre a pérola que o Evangelho estava nos dando na festa Santana.
Dentro do contexto, abordei o tema dos
irmãos e irmãs com orientação homoafetiva, procurando enxergá-los de uma forma
evangélica, por isso me dirigi aos que sofrem por causa dessa condição. Em
geral, a orientação homossexual não é uma opção, pois em determinado momento da
vida a pessoa se descobre com esta ou aquela tendência. Opção é a forma como a
pessoa viverá essa orientação. a minha preocupação ao abordar tema tão
delicado, é de caráter eminentemente pastoral e busca acolher, no contexto de
nossa Igreja Particular, as orientações da Igreja sobre esta questão,
desenvolvidas e aprofundadas nos últimos decênios. O Catecismo da Igreja
Católica já nos ensina a respeito do cuidado necessário para com as pessoas
homoafetivas: "Um número considerável de homens e de mulheres apresenta
tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente
desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser
acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles,
qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar
na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz
do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição" (CIC,
2358).
Tenho total convicção que não agi de má fé
nem quis induzir ninguém ao erro. Mas, como o Papa Francisco já nos pediu
bastante vezes, as pessoas já sabem de cor a doutrina da Igreja sobre o aborto,
o divórcio e atos homossexuais. Ele pede de nós que não fiquemos obcecados em
sempre insistir no pecado aumentando a ferida cada vez mais dessas pessoas, mas
insistamos que a igreja está de portas abertas para acolher, instruir,
discernir, amar a fim de levar a salvação a todos sem exceção (L'Osservatore
Romano, edição semanal em português, Ano XLIV, n. 39, Domingo, 29 de setembro
de 2013).
Com minha reflexão, em clima de oração,
enquanto pastor que se comove diante das fragilidades do seu rebanho, sem
querer minimizar as dimensões doutrinal e moral que a matéria em questão
envolve, minha intenção é de salvar vidas, contribuindo para que possamos
superar os preconceitos que matam e entrar na dinâmica da misericórdia de Deus
que respeita, resgata e salva as pessoas. Humildemente confesso que este é um
sentimento de um pastor que procura assimilar, no exercício concreto do seu ministério,
a mesma compaixão do Bom Pastor que busca "ter o cheiro das ovelhas"
e que como Pai preocupa-se pela salvação e pela dignidade da vida dos seus
filhos.
Quero confirmar que sou filho da Igreja,
amo a minha Igreja, professo e aceito toda a doutrina e, em razão da minha
prometida fidelidade ao Sucessor de Pedro, o Papa Francisco, estou procurando
colocar em prática os ensinamentos do seu magistério e suas orientações
pastorais sobre o tema em questão. Simplesmente busquei ser fiel ao meu lema
episcopal: "Olharão para Aquele que transpassaram" (Jo 19,37), tendo
os olhos fixos no Transpassado quis contemplá-lo nos transpassados da história.
Finalizo com o desejo de que as sábias palavras de Santo Agostinho nos inspirem
e nos guie diante de nossas perplexidades: "Na essência a unidade, na
dúvida a liberdade, em tudo a caridade". Rezemos uns pelos outros.
De peito aberto...
Caicó, RN, 6 de
agosto de 2017
Festa da
Transfiguração do Senhor
Festa do Senhor
Bom Jesus
+ Antônio Carlos
Cruz Santos, msc
Bispo Diocesano de
Caicó/RN
Fonte:
www.diocesedecaico.com.br
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ORDEM DO CARMO: Visita Canônica.
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sábado, 5 de agosto de 2017
TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR: Frei Carlos Mesters.
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OLHAR VOCACIONAL-04.
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segunda-feira, 24 de julho de 2017
RETIRO DOS CARMELITAS-2017: A Janela do Frei
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RETIRO DOS CARMELITAS-2017: A Casa.
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sábado, 22 de julho de 2017
AO VIVO-O JOIO E O TRIGO: 22 de julho
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quarta-feira, 19 de julho de 2017
TRÍDUO DE SANTO ELIAS-2º DIA: Homilia
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TRÍDUO DE SANTO ELIAS-2º DIA: Homilia
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segunda-feira, 17 de julho de 2017
VAI ELIAS! Canto final.
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domingo, 16 de julho de 2017
NOSSA SENHORA DO CARMO: Frei Petrônio.
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NOSSA SENHORA DO CARMO: Frei Donizetti.
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sábado, 15 de julho de 2017
NOSSA SENHORA DO CARMO: Consagração da Casa.
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FESTA DO CARMO-2017: E agora?...
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FESTA DO CARMO-2017: Frei Donizetti.
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sexta-feira, 14 de julho de 2017
FESTA DO CARMO-2017: Convite.
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OLHAR DEVOCIONAL: Novena do Carmo.
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quinta-feira, 13 de julho de 2017
OS CARMELITAS E NOSSA SENHORA DO CARMO: Frei Evaldo.
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OS CARMELITAS E NOSSA SENHORA DO CARMO: Frei Evaldo.
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RIO: Assalto no Túnel Rebouças.
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quarta-feira, 12 de julho de 2017
NOVENA DO CARMO-2017: 3º Dia.
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domingo, 9 de julho de 2017
14º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Mansidão e humildade.
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sábado, 8 de julho de 2017
NOSSA SENHORA DO CARMO: Frei Raul Maravi.
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NOSSA SENHORA DO CARMO: 2º Dia da Novena.
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segunda-feira, 3 de julho de 2017
O QUE RESTA DO PADRE?
Padre Armando Matteo, padre da diocese de Catanzaro-Squillace, Itália, é docente
de Teologia Fundamental na Pontifícia
Universidade Urbaniana.
“Será que isso que estamos vivendo ainda é
um tempo para nós? Para nós, que abraçamos a vocação sacerdotal? Não são, na
verdade, muitos os sinais indicativos de que nesta época em que temos que viver
lentamente, mas com bastante seriedade, esteja como que perdendo valor e
significado o ministério sacerdotal ao qual decidimos dedicar nossas vidas?
Será que isso que estamos vivendo ainda é um tempo para nós? Para nós, que
abraçamos a vocação sacerdotal? Não são, na verdade, muitos os sinais
indicativos de que nesta época em que temos que viver lentamente, mas com
bastante seriedade, esteja como que perdendo valor e significado o ministério
sacerdotal ao qual decidimos dedicar nossas “vidas?”, pergunta Armando Matteo,
padre da diocese de Catanzaro-Squillace, é docente de Teologia Fundamental na
Pontifícia Universidade Urbaniana. De 2005 a 2011 foi assistente nacional da
Federação Universitária Católica Italiana (FUCI), em artigo publicado na
revista Presbyteri, e reproduzida por Settimana News, nos dias 04, 10 e 13 de
junho de 2017. A tradução é de Ramiro Mincato.
Eis
o artigo.
Premissa
Será que isso que estamos vivendo ainda é
um tempo para nós? Para nós, que abraçamos a vocação sacerdotal? Não são, na
verdade, muitos os sinais indicativos de que nesta época em que temos que viver
lentamente, mas com bastante seriedade, esteja como que perdendo valor e
significado o ministério sacerdotal ao qual decidimos dedicar nossas vidas?
Os dados estatísticos acerca das novas
vocações ao sacerdócio, ao menos no Ocidente desenvolvido, não requerem muitos
comentários: são cada vez menos os jovens que entram nas fileiras do clero, que
já é medianamente velho, e, para não poucos casos, muito velho. Será que ainda
teremos padres italianos, franceses e europeus, em geral, daqui a algumas
décadas? Difícil não perguntar-se.
Mesmo quando ainda não tomados pelos
cuidados de saúde do próprio corpo, que se enferma e envelhece, os padres
maduros parecem estar sempre preocupados, em reserva: literalmente, nunca têm
tempo, tantas as tarefas que lhes competem, incluindo sagradas e profanas, a
que dedicam seu tempo. Há quem nem consiga preparar a homilia como o Papa
Francisco recomenda.
Mais ainda: não é verdade também que
muitos padres não imprimem um mínimo de entusiasmo ao seu trabalho pastoral e
que, ao contrário, vivem o ministério num ciclo de produção ininterrupta, quase
insignificante para sua própria existência? O que sobrou dos anos de seminário,
do impulso da primeira hora, da prontidão com que deram seu sim ao Senhor
Jesus?
E o que dizer diante daqueles que pelas
razões mais desesperadas - mas que sempre tem a ver com sexo e dinheiro -
acabam nas páginas dos jornais, ou sob o holofote daquele tipo de jornalismo
popular que tanto ama entreter seu público com esses temas?
A maior provação, talvez, que enfrentamos
hoje, e que nos questiona profundamente sobre a nossa presença na sociedade,
tem a ver com um sentimento de mal-estar mais geral: o inconveniente de não
sermos capazes de nos comunicar com aquela parte vital da população que gravita
em torno das nossas paróquias e comunidades. Penso nos muitos jovens que estão
longe dos nossos locais; penso ainda nas mulheres jovens adultas ou adultas,
mães e trabalhadoras, que, terminado o caminho da catequese de iniciação de
seus filhos, parecem não ter mais tempo, nem interesse para o que nós padres
dizemos e celebramos; penso também nos homens e mulheres de cultura ou de
instituições públicas importantes, que, mesmo respeitando a realidade eclesial
e seus representantes, escondem, no fundo, a ideia de que nós e nosso trabalho
não passam de um pequeno souvenir de um mundo que já passou. Você pode
encontrá-los nalgum batizado, casamento ou funeral, e quase nenhum deles lembra
sequer quando é hora de levantar-se ou de sentar-se.
E o que pensar daqueles que ainda vem à
Igreja? Não se esconderia em algum lugar do nosso coração a pergunta: realmente
estão nos ouvindo? Seriam capazes de aceitar para suas vidas cotidianas os
parâmetros que vêm das belas mas exigentes palavras de Jesus que lhes pregamos
todos os domingos? Não parece, no entanto, também neste caso, que no final das
contas, o que de fato importa para essas pessoas, são elas mesmas que decidem:
qual e quanto Evangelho pôr em prática? E nós, então, para que servimos?
Restam, é claro, os pobres, que muitas
vezes vêm bater à nossa porta: a solidariedade está fora de questão, mas o fato
de eles voltarem tantas vezes, e com aqueles da primeira hora vão se juntando
outros continuamente, pois quase ninguém consegue sair desta imensa corrente
humana de pessoas que simplesmente lutam para colocar a mesa almoço e jantar.
Também isso é fator de tristeza. Quanta pobreza é gerada neste tempo.
Poder-se-á encontrar algum equilíbrio nesta estranha economia que governa o
mundo?
Talvez este seja o lugar onde encontramos,
nesta reflexão, um primeiro ponto de síntese: o tempo em que vivemos é para nós
padres, sobretudo, um momento de pobreza; sim, nós também lutamos para colocar
juntos as Laudes e as Completas, porque vivemos num momento histórico em que
perdemos as coordenadas culturais e sociais que deram, até dias não muito distantes
dos nossos, um contexto, um charme e uma fisionomia clara ao nosso ser padre. E
é daqui, talvez, que se deva partir para responder à pergunta: como continuar a
ser padre neste tempo?
O
que perdemos
Este, que vivemos, é um tempo de pobreza
para nós padres. Somos chamados ao ministério do anúncio do Evangelho e de
guias das comunidades a nós confiadas, sem poder contar com nenhum dos apoios
que foram de grande importância num passado recente: somos padres, mas não
dispomos mais daquela linguagem comum entre a experiência de viver e aquela de
crer, nem desfrutamos mais daquela credibilidade pessoal e grupal que inspirava
confiança em quem se aproximava, e sem poder apoiar nossa autoridade específica
em arquétipos e imaginários difusos, e, enfim, sem saber por quanto tempo ainda
os recursos econômicos até agora colocados à nossa disposição nos ajudarão a
manter de pé e “em boa forma” as tantas estruturas e iniciativas sobre as quais
fazemos girar a vida da comunidade. Tentemos, pois, ver alguns detalhes desse
novo cenário em que hoje se decide nosso empenho sacerdotal.
Todos sabemos e dizemos que a cristandade
acabou. Estamos, de fato, na época da chamada pós-modernidade, que não é
simplesmente uma época de mudança, mas uma verdadeira e própria mudança de
época. Tal evento não poupou a figura e o papel do padre, entendido aqui
sobretudo como anunciador do Evangelho. Quando se diz que a cristandade acabou,
trata-se de tomar consciência de que aquela unidade de cultura e aquela cultura
da unidade vigente no Ocidente até a revolução cultural de Sessenta e Oito, não
existe mais. Não só: trata-se então de compreender que não há mais referencia
ou osmose alguma entre as instruções para viver e aquelas para crer. Neste
sentido, a mudança de época que vivemos, e que anuncia o fim da cristandade,
faz com que haja muito mais distância no modo de entender o humano entre eu e
meu avô, do que entre o meu avô e qualquer um dos cidadãos da Idade Média.
Para melhor visualizar uma tal mudança,
tenha-se presente o fato de que nos tornamos humanos e cidadãos num determinado
tempo, assumindo como nossa a linguagem humana em geral, e mais especificamente
a linguagem daquele determinado contexto histórico e cultural, que traduz e
indica uma ordem das coisas do mundo e do mundo das coisas. A linguagem é o
lugar onde se sedimenta o imaginário comum, que determina a apreensão do real,
isto é, o que nós definimos como valores de fundo. Assim, nas últimas décadas, com
o impor-se da cultura pós-moderna, assistimos uma mutação de palavras e de sua
ordem, com o eclipse de umas e a emergência de outras. Até os anos Oitenta do
século passado as palavras decisivas na vida humana eram eternidade, paraíso,
verdade natureza, lei natural, fixidez, maturidade, idade adulta, espírito,
masculinidade, sobriedade, sacrifício, renúncia, autoridade, direito, tradição.
Hoje, ao centro da sensibilidade imediata de ser habitante deste tempo e espaço
cultural, encontramos as palavras finitude, alteridade, pluralismo, tolerância,
sentimento, técnica, saúde, mudança, atualização, corporeidade, mulher,
consumo, bem-estar, juventude, longevidade, singularidade, sexualidade,
democracia, convicção, comunicação, participação.
Exatamente isto provoca - e este é o ponto
– a ruptura da cristandade, isto é, da unidade entre cultura e fé, entre
existência e oração, entre cotidiano e santo, que, não sem nenhuma sombra como
é natural que seja, favoreceu muito o trabalho da Igreja e de nós padres: em casa,
na escola, pela estrada os códigos linguísticos – humano e de fé – passavam
facilmente de um lado ao outro. Isto não acontece mais. Assistimos, ao
contrário, a um cristianismo que se tornou estranho ao homem comum; em geral, a
própria questão de Deus não aparece mais como decisiva para uma vida humana bem
sucedida, e, enfim, quase ninguém de nós consegue encontrar o estilo certo e a
frequência certa para transmitir a fé às novas gerações.
Vivemos num tempo que nos despe daquela
aura de credibilidade derivante das nossas escolhas que sempre pareciam fortes
e contracorrentes em relação a vida ordinária das pessoas: a obediência, a
pobreza e a castidade. Mas foram tantos os escândalos que se abateram sobre a
inteira categoria nos últimos anos. Quantas feridas recebeu e continuamente
recebe a credibilidade da imagem do padre. Num tempo em que não se crê mais na
graça, na ação do Espírito Santo, na força da oração, e muito mais naturalmente
se inspira na potencia da psicologia, os padres arriscam cair sob suspeição
exatamente por essas escolhas fortes e rígidas, porque são os últimos que não
se renderam, ao menos como escolha de fundo, à invasividade do discurso do
sexo, do dinheiro e da autodeterminação. Que estranha parábola, pois, temos que
viver: de um tempo em que exatamente porque castos, pobres e obedientes
inspirávamos tanta confiança, para um tempo em que exatamente porque castos,
pobres e obedientes somos constantemente submetidos a um tipo permanente de
controle de qualidade que gera inevitavelmente desconfiança e ressentimento.
Ainda mais profundamente devemos
reconhecer que o que nos faz sofrer é o desaparecimento, na nossa cultura, do
“discurso do padre”, a perda de credibilidade da autoridade, a diminuição da
qualidade adulta do humano. Pais e educadores são, por assim dizer, invadidos
pela ânsia do cuidado, da preocupação, do controle, da manutenção indolor e
ascética da vida daqueles que lhes são confiados, resultando tão incapazes de
assimetria, de conflitos, de generatividade. Desaparece a ideia de que querer
bem a alguém, a nós confiado, significa sempre conjugar com querer o seu bem:
isto é, querer seu crescimento, sua emancipação da nossa órbita, sua capacidade
de estar com suas próprias pernas diante do mundo e da história, certo, graças
a nós, mas sobretudo, sem nós. Onde poderemos encontrar apoio, hoje, no
imaginário difuso, para sermos “o mais velho” (tradução literal de presbítero),
o mais sábio, o mais adulto, num tempo em que os adultos não querem mais ser
adultos, em que não estão mais dispostos a renunciar ao próprio ego para poder
assumir o encargo dos outros, sempre com a finalidade de deixa-los crescer em
autonomia e por isso sabendo dar espaço também ao lado “áspero”, que também faz
parte do gesto educativo? Não há o risco que também o padre se transforme, para
nossas crianças e jovens, como suas mães e pais, numa espécie de amigo, de
“falso jovem”, de pobre cretino caído sob a pressão do discurso do mercado? E
se, ao invés, assumir seriamente o papel de adulto, não terá o padre que encontrar
a coragem necessária para enfrentar os tantos “falsos jovens” com quem deve
partilhar a responsabilidade educativa das novas gerações? Percebe-se
claramente aqui que as tão amadas alianças casa-escola-oratório devem ser
completamente repensadas e reestruturadas.
Merece ainda um aceno a questão econômica.
Vimos de tempos de vacas gordas, e talvez ainda estejamos neste tempo, mas são
anunciadas sombras neste horizonte e provavelmente, entre a diminuição das
ofertas privadas e a redução dos financiamentos estatais, será necessário
repensar como realizar a gestão das estruturas, muitas vezes realmente enormes.
Em muitos países, no norte da Europa, já é questão do dia a dia a venda de
edifícios sacros por causa da falta de fundos para sua manutenção, além da
falta de pessoal eclesial a quem destiná-los. Como começar a repensar tudo
isso? O que será realmente essencial conservar e do que se poderia, ao
contrário, desfazer-se? Como evitar que o trabalho da procura de recursos
econômicos não absorva e contamine a liberdade do nosso ministério pastoral e a
força da nossa palavra profética?
E finalmente, como não enfrentar o aumento
da vida média das populações e, portanto, também a do clero? Conseguiremos, com
a aposentadoria, fazer frente às tantas novidades que a condição longeva da
humanidade põe diante de nós? Será realmente possível permanecer fiel à nossa
escolha de sermos padres por um período tão longo de anos?
O
que ainda não entendemos
Não seria completa a descrição do cenário
em que vivemos hoje nossa aventura sacerdotal, se não levarmos em conta as
tantas oportunidades que, exatamente este tempo, que tanto nos põe à prova, nos
oferece.
A primeira delas é certamente a coragem
que nos vem do recente magistério petrino. Penso aqui na centralidade do tema
da nova evangelização e da atenção aos jovens, em São João Paulo II, penso
ainda na centralidade da questão da fé, em Bento XVI e penso, enfim, ao apelo
do Papa Francisco ao tema da criatividade pastoral, mesmo com risco de alguma
queda ou algum acidente de percurso.
Gosto, assim, de sublinhar a palavra
criatividade que retorna diversas vezes na Evangelii Gaudium (11, 28, 134, 145,
156, 278), e é, no fundo, um convite a imaginar percursos diferentes e
propostas inovadoras. É alguma coisa da qual todos estamos convencidos, pois
sentimos na pele: muitos gestos de fé que propomos não funcionam mais tão bem
como gostaríamos. Basta pensar aos percursos da iniciação cristã ou ao empenho
pela pastoral juvenil. É exatamente por isso que o Papa Francisco nos convida a
não ter medo de mudar, dando vida também a um curioso neologismo: “Primeirear –
tomar a iniciativa”.
O nosso é, então, o tempo para a criação
de uma palavra nova, de uma nova imaginação evangelizadora, de uma nova estação
da vida paroquial. Faço eco a duas expressões bastante concretas do Papa
Francisco: a primeira, no n. 73 da Evangelii Gaudium, onde, lembrando as
grandes mudanças ocorridas na cidade, pede para “imaginar espaços de oração e
de comunhão com características inovadoras, mais atraentes e significativas
para as populações urbanas”; a segunda diz respeito a bela defesa da paróquia,
sempre na Evangelii Gaudium (n. 28), mas com a indicação que esta “requer a
docilidade e a criatividade missionária do pastor e da comunidade”: a paróquia é
dotada de “grande plasticidade” e “pode assumir formas muito diferentes”. E
quem deveria tomar a iniciativa em tudo isso se não exatamente nós, os padres?
A segunda oportunidade que este tempo nos
oferece é aquela de sermos quase os últimos guardiães e profetas daquele
humanismo do cuidado adulto das relações privadas e públicas, das quais se está
perdendo demasiado rapidamente os traços e a memória. Nossa condição de soleira
em relação ao jogo, até demasiadamente pegajoso das estratégias educativas, e em
relação as contorções individualistas e narcisistas do discurso sócio-político,
nos permite relançar o verdadeiro desafio da nossa sociedade: precisamos de
adultos, adultos verdadeiros, capazes de controlar as pulsões do próprio eu e
de colocar no centro da própria existência o cuidado dos outros, seja em termos
de emancipação dos filhos, seja em termos de sustentabilidade do seu direito de
simplesmente nos suceder, na cadeia das gerações humanas.
A terceira oportunidade dada por este
tempo que nos toca viver consiste no fato de que, por quanto esmagados e em
parte desmotivados, ao menos como categoria, podemos ainda fazer valer o
direito de Deus de ser Deus. Nada de humano, por mais que seus recursos estejam
voltados ao infinito, poderá substituir a Deus. Penso aqui à sexualidade, ao
trabalho exasperado, ao acumulo de dinheiro, às ilusões da bioengenharia, ao
poder exercitado até a própria morte. O que é terrestre, permanece terrestre,
mesmo que camuflado com paramentos divinos. E, talvez, exatamente por causa dos
tantos escândalos desencadeados por alguns dos nossos coirmãos, descobrimos
ainda mais que enquanto padres, nunca pretendemos ser outra coisa que simples
referências, links, mediadores, pequenos “pontífices”, literalmente,
construtores de pontes: de sermos simplesmente dedos que indicam a lua sem
nunca pensar que somos a lua. Assim, nossa tarefa é, e permanecerá sempre
aquela de recordar ainda a palavra última de toda autêntica salvação: é Deus
que nos absolve da necessidade e terrível ilusão de salvar a nós mesmos, os
outros e o mundo.
A quarta oportunidade dos dias de hoje,
para nós padres, é possivelmente aquela de fazer as contas com os nossos
investimentos econômicos, que talvez não sejam simplesmente econômicos. Nos
serve ainda uma Igreja como “instituição total” dentro de um quarteirão ou de
um pequeno centro da periferia; uma Igreja que se ocupa de tudo, do berço ao
cemitério? Precisamos ainda de tantas estruturas? E se, ao contrário, hoje nos
fosse pedido simplesmente de ensinar aos homens e às mulheres a antiga arte de
rezar e de relacionar-se com os outros com liberdade e confiança?
Para
concluir
A pergunta final não poderia ser esta: o
que resta do padre hoje? Qual o núcleo irrenunciável da sua presença e da sua
missão nesse nosso mundo, que parece sempre mais dispensar o Deus do Evangelho
e da Igreja? Parece-me que o que sobrou do padre seja a função de representar
algo que falta neste mecanismo quase absoluto de singularidades
autorreferenciais, mais ou menos infelizmente mantidas juntas pelo mecanismo de
produção e classificação das mercadorias. Em tal contexto, a missão parece ser
aquela de recordar a grande “utilidade” do sentimento de falta no interior da
estrutura humana: o vazio de cada existência humana entorno ao qual orbita
aquela precariedade originária com a qual todos fomos modelados.
O homem, de fato, não vive somente daquilo que
possui e que segura apertado com suas mãos, mas também daquilo que lhe falta,
daquilo que não tem. Eis, então, o que resta do padre hoje: ele é aquele que,
com o seu corpo e com suas escolhas ainda tão impopulares, com o seu estilo de
vida, recorda o que hoje corre o risco de faltar mais, e que talvez fizesse
todos mais humanos: a carência. Fonte:
http://www.franciscanossantacruz.org.br
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domingo, 25 de junho de 2017
UM DIA NA GALILEIA: Cantando com Frei Petrônio.
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sexta-feira, 23 de junho de 2017
AO VIVO NESTA SEXTA. TEMA: O MEU CORAÇÃO ESTÁ NA FRENTE? A Palavra do Fr...
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AO VIVO- BATE PAPA BÍBLICO COM FRANCISCO OROFINO
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segunda-feira, 19 de junho de 2017
Araldi, la dottrina segreta: “Correa incentiva la morte del Papa”
Un video
mostra monsignor João Clá, il dimissionario superiore dell’associazione laicale
su cui indaga il Vaticano, mentre dà credito a inquietanti teorie rivelate da
un presunto demonio. Esaltazione semi-divina del fondatore della TFP e di sua
madre
Plinio
Correa de Oliveira che dall’aldilà, assiso a fianco della Madonna, determina i
cambiamenti climatici e si dà da fare per far morire presto Papa Francesco.
Sono assurdità avvalorate dai capi degli Araldi del Vangelo. Che all’origine
della decisione vaticana di svolgere un’indagine approfondita sugli Araldi ci
fossero motivi più che solidi era evidente a molti, tranne a coloro che hanno
cercato immediatamente di depistare inquadrando la decisione della
Congregazione per i religiosi in un inesistente accanimento verso le realtà
ecclesiali più tradizionali e conservatrici. Il 12 giugno è stata resa pubblica
la lettera con la quale si è dimesso monsignor João Scognamiglio Clá Dias, 77
anni, fondatore e superiore generale della società clericale di vita apostolica
“Virgo Flos Carmeliˮ e presidente dell’associazione privata di fedeli “Arautos
do Evangelhoˮ (Araldi del Vangelo), la prima nata e approvata nel nuovo
millennio. Monsignor Clá non fa alcun riferimento all’approfondita inchiesta
che il dicastero vaticano guidato dal porporato brasiliano João Braz de Aviz ha
iniziato. Ma la coincidenza temporale è piuttosto eloquente.
Il
culto di Correa
Tra le
ragioni dell’indagine c’è quello che il sociologo Massimo Introvigne definisce
«una sorta di culto segreto e stravagante a una specie di trinità composta da
Plinio Correa de Oliveira, da sua madre Donna Lucilia, e dallo stesso monsignor
Clá Días». Il brasiliano Correa de Oliveira, chiamato “dottor Plinio”, morto
nel 1995, è stato un pensatore cattolico tradizionalista, di destra e
contro-rivoluzionario, ideatore e fondatore dell’associazione TFP (Tradizione,
Famiglia e Proprietà), la quale dopo la sua morte si è smembrata e da un suo
ramo sono nati gli Araldi del Vangelo. Di questo culto segreto, che secondo
alcuni sarebbe andato ben oltre il culto della personalità, avevano scritto
diversi fuoriusciti.
Il diavolo conferma la dottrina occulta
Ora a
complicare le cose sono alcuni video registrati di recente, dai quali si evince
non soltanto che il fondatore degli Araldi, Scognamiglio Clá Dias, e i suoi
sacerdoti, usano rituali esorcistici che si sono fabbricati da loro, ritenendo
inefficaci quelli della Chiesa cattolica approvati dalla Santa Sede. Ma emerge
anche la conferma dello stravagante culto per il “dottor Plinio” e sua madre
Lucilia, nonché il fatto che l’ormai ex superiore degli Araldi, convincendo i
suoi preti a fare altrettanto, dà credito a deliranti teorie. Chi è la fonte di
queste pseudo-rivelazioni: il diavolo stesso, durante uno dei frequenti
esorcismi che i preti Araldi del Vangelo celebrano usando formule che non hanno
l’approvazione ecclesiastica. A dimostrarlo è un video che qui è possibile
visionare. Nel filmato – certamente non “rubato”, data la stabilità
dell’immagine e il fatto che all’inizio ci sia una carrellata che mostra
l’intera stanza – si vede il fondatore degli Araldi Scognamiglio Clá Dias
mentre dialoga con una sessantina di suoi sacerdoti. Il video è girato durante
un recente viaggio papale ed è certamente posteriore al febbraio 2016, perché
uno degli intervenuti cita il pellegrinaggio di Francesco in Messico. Monsignor
Clá estrae un plico contenente la trascrizione delle domande e delle risposte e
lo consegna al padre Beccari che lo legge stando in piedi al suo fianco. Si
tratta del dialogo tra un sacerdote e il demonio durante un esorcismo. Il
contenuto di queste farneticazioni viene letto senza che né il superiore né i
presenti obiettino alcunché. Anzi, tutto è avvallato e si capisce anche, da una
domanda del prete al diavolo, che tutte le questioni vengono poste «per ordine
di monsignor Clá» e che servono «solo per confermare» ciò che gli Araldi già
credono.
Al “dottor Plinio” tutto il potere sul mondo
Il prete
pratica l’esorcismo sulla persona indemoniata, mai nominata, con la formula:
«La maledizione di monsignor João cada sulla tua testa!». Il demonio rivela che
«Nostra Signora sta operando perché i membri del gruppo (degli Araldi, ndr) si
impegnino a servire monsignor João, rinunciando alla loro volontà per fare
quella di Monsignore». Plinio Correa «sta seduto alla destra della Vergine,
anche lui assiso su un trono e ha tutto il potere. Donna Lucilia sta alla sua
sinistra, solo un po’ più in basso e collabora a tutto ciò che il figlio Plinio
costruisce». Plinio Correa detiene «il controllo sul mondo perché egli è
l’ordine dell’universo». Tutti i preti presenti commentano entusiasti:
«Fenomenale! Impressionante», mentre il monsignore fondatore annuisce
confermando. Inoltre il diavolo rivela che Donna Lucilia conversa abitualmente
dall’aldilà con monsignor João, che annuisce anche a questo.
Plinio Correa provoca il cambio
climatico
Durante
l’esorcismo il presunto demonio, solleticato dalla curiosità del prete che fa
domande per conto di monsignor João vengono fatte varie “rivelazioni”. Viene
detto che «Plinio sta rompendo i computer delle persone perché non entrino in
Internet». Inoltre Correa de Oliveira, dal suo trono assiso alla destra della
Vergine Maria, sta anche «cambiando il clima». Sarebbe dunque lui l’autore del
«cambio climatico, dell’aumento del calore. È Plinio che fa tutto» assicura il
demonio esorcizzato. Che avverte: «Un meteorite cadrà nel mare davanti agli
Stati Uniti, sull’Atlantico e l’America del Nord sparirà». Monsignor João
ascolta compiaciuto.
«Il Papa? Un mio servitore. Rodé il
successore»
Il
massimo dei consensi entusiasti di monsignor João e del suo affascinato
uditorio di sacerdoti arriva quando il presunto demonio parla del Papa attuale.
«Il Vaticano? È mio, è mio! (Il Papa, ndr) fa tutto quello che voglio, è uno
stupido!». Tutti ridono soddisfatti e annuiscono. «Mi obbedisce in tutto –
continua il demonio – è la mia gloria, è disposto a fare tutto per me. Lui mi
serve». Tanto per confermare l’autorevolezza della fonte e dunque delle
pseudo-rivelazioni, monsignor João commenta: «Questo è il demonio più capace
mai apparso tra di noi». Il divertimento dei preti Araldi del Vangelo continua
quando il demonio esorcizzato spiega che «il Papa morirà cadendo», ma in
Vaticano, non durante un viaggio, come sperano i presenti, dato che in quel
momento Francesco era impegnato in uno dei suoi pellegrinaggi. Il demonio
spiega che «il dottor Plinio sta incentivando la morte del Papa», cioè tenta di
accorciargli la vita. Viene anche detto che «il prossimo Papa sarà buono» e che
il diavolo si sta adoperando per «uccidere l’uomo che Dio chiama, il cardinale
Rodé, il prossimo Papa». Il porporato sloveno Franc Rodé, già Prefetto della
Congregazione per i religiosi, è considerato un amico dagli Araldi del Vangelo.
Infine, viene anche detto che il diavolo non ha potere sugli Araldi del Vangelo
perché sono consacrati a Plinio Correa de Oliveira: «I piani dipendono da Dio e
dal dottor Plinio».
Le parole di un esorcista vero
Non
servono commenti su quanto si vede e viene affermato nel video in questione.
Vale però la pena di ricordare le parole di un vero grande esorcista, padre
Gabriele Amorth, il quale a proposto delle “rivelazioni” durante i rituali: «Le
risposte del demonio vanno poi vagliate. Talvolta il Signore impone al demonio
di dire la verità, per dimostrare che Satana è stato sconfitto da Cristo ed è
anche costretto a ubbidire ai seguaci di Cristo che agiscono nel suo nome.
Spesso il maligno afferma espressamente di essere costretto a parlare, cosa che
fa di tutto per evitare. Guai però se l’esorcista si perdesse dietro a domande
curiose (che il Rituale espressamente vieta) o se si lasciasse guidare in una
discussione dal demonio! Proprio perché è maestro di menzogna».
Fonte: http://www.lastampa.it
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sábado, 17 de junho de 2017
ARQUIDIOCESE DE SALVADOR: Corpus Christi-04
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ARQUIDIOCESE DE SALVADOR: Corpus Christi-04
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ORATÓRIO DE SANTO ANTÔNIO: Carmo de Salvador-03
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ARQUIDIOCESE DE SALVADOR: Corpus Christi-02
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ARQUIDIOCESE DE SALVADOR: Corpus Christi-01
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ORATÓRIO DE SANTO ANTÔNIO: Produção-02
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SUCO DE NONI. Freis; Petrônio e Donizetti, Carmelitas.
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IGREJA DE SÃO FRANCISCO: Procissão-O3.
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quinta-feira, 15 de junho de 2017
MORADORES DE RUA DE SALVADOR: Entre vícios e dramas familiares, G1 mostra história de pessoas em situação de rua: 'Todos têm valor'
Cerca
de 17 mil pessoas vivem nas ruas de Salvador, de acordo com pesquisa divulgada
este ano pelo projeto Axé.
Por
Danutta Rodrigues, G1 BA
Fábio, Scarlet, Luís Ricardo e Andréa.
Quatro histórias que se cruzam no Largo dos Mares, na Cidade Baixa, em
Salvador. Como um universo paralelo, o espaço abriga e acolhe diariamente
dezenas de pessoas em situação de rua. O olhar desviado e o passo apressado de
quem circula na região escancara a invisibilização desses sujeitos que sofrem
com a violação de direitos, a discriminação social e racial.
Os quatro fazem parte de cerca de 17
mil pessoas que vivem em situação de rua em Salvador, de acordo com a
pesquisa "Cartografias dos Desejos e Direitos: Mapeamento e Contagem da
População em Situação de Rua na Cidade de Salvador, Bahia, Brasil".
O estudo foi realizado pelo projeto Axé,
em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Movimento Nacional
População de Rua e União dos Baleiros, com financiamento da Unesco, por meio do
prêmio Criança Esperança 30 anos. Em um seminário realizado no mês de abril
deste ano, a pesquisa foi apresentada.
'Cheguei
a me prostituir'
"Eu sou Scarlet. Não sou daqui da
Bahia, sou de Sergipe, e vivo hoje, atualmente, em situação de rua na cidade de
Salvador. Tenho 25 anos de idade. Eu vivo aqui na cidade, passo por vários
conflitos, preconceitos por causa da minha opção sexual. Mas também, assim,
tenho um pouco de felicidade, né, porque eu conheço pessoas novas e tudo
mais". A jovem, que é formada em Terapia Ocupacional, assumiu a orientação
sexual aos 14 anos, quando começou a ter conflitos familiares. Com 17, passou a
ser usuária de substâncias psicoativas como crack, cocaína e heroína.
"Eu cheguei até a me prostituir, a
fazer programa para sustentar meu vício porque quando eu começava a usar
drogas, eu tinha uma compulsão muito grande e eu queria usar, usar, usar e não
parava", revela.
Ela conta que morava com os pais em
Sergipe. Depois da separação deles e o uso abusivo de drogas, os conflitos
dentro de casa aumentaram e motivaram a ida para as ruas. "Hoje é uma das
coisas mais difíceis que eu estou tentando lidar é com a minha própria família,
por causa dos conflitos que foram gerados devido ao resultado do meu uso de
drogas. Eu perdi o controle e foi na época que eu fui viver em situação de rua
e eu acabei migrando para dentro de Salvador", conta.
Há 1 ano e 10 meses e 23 dias sem fazer
uso de substâncias psicoativas, Scarlet dorme em uma calçada na região da
Cidade Baixa, junto com outros colegas, e durante o dia atua como pesquisadora
do projeto 'Cartografias dos Desejos e Direitos', que faz o mapeamento das
pessoas em situação de rua. "É um trabalho em que eu vou ser remunerada
por isso. Eu passo o dia fazendo essa pesquisa, lá com a equipe. À noite estou
aqui, pelo menos atualmente, não sei daqui pra frente", conta.
Ainda sem contato com a família, Scarlet
tem o sonho de, um dia, trabalhar na área em que se formou. "Às vezes eu
fico até triste. Eu estudei tanto, passei quatro anos numa faculdade e hoje eu
não exerço a minha profissão por causa de barreiras que me impedem. Eu pretendo
exercer minha profissão, ter minha casa, minha família, melhorar o contato com
a minha família e ser feliz", planeja.
'Todos
têm valor'
Aos 32 anos, Luís Ricardo carrega um
sorriso expressivo e um olhar cansado de quem vive na rua desde os 12 anos de
idade. A saída de casa ocorreu após problemas com o padrasto. Além de deixar a
família, os estudos também ficaram para trás. "Oportunidade de estudo eu
tive muita. Tive a oportunidade de estudo para ser hoje em dia outra pessoa,
mas a mentalidade que eu tinha naquele tempo não era disso, era só de ficar na
rua. Cheguei até a 3ª série", lamenta.
Para Luís, a maior dificuldade das pessoas
em situação de rua é a discriminação. "Quando não é um que agride, é a
polícia que chega, bate. Chega outras pessoas também e humilha [sic] a gente,
porque acha que a gente é morador de rua e não tem valor. Mas todo morador de
rua, eu creio, que todos eles têm um valor. Nem todos que moram na rua é
ladrão, nem todos que moram na rua é vagabundo. Tem os que moram na rua porque
não têm casa, não têm família. Outros porque se revoltou [sic] com a família,
quer ir embora. Todo dia é uma luta, todo dia a gente mata um leão para
sobreviver”, define.
Ele conta que ainda faz uso de álcool e
cocaína, além de já ter sido usuário de crack, cola, maconha, entre outras
substâncias psicoativas. Luís atua como 'garoto propaganda' e passa o dia
andando pela cidade entregando panfletos, colando propagandas em postes. Ao ser
perguntado sobre a vontade de voltar a estudar, a resposta foi imediata:
"Oxe! Muita!".
Apesar de manter contato constante com a
família, ele diz que não tem contato com o filho de 4 anos há mais de um ano.
"A mãe do garoto não quer que eu veja. Mas às vezes passo por onde ele
mora e só em ver ele já é uma alegria", disse. Com todos os revezes de
viver em situação de rua, Luís Ricardo não perde o sorriso no rosto. "Não
é porque a vida é difícil que a gente pode ficar triste, cabisbaixo. A gente
tem sempre que ficar pra cima, sempre tem que ser uma pessoa coração aberto,
alegre, sempre assim".
'Se
era ruim em casa, pior é na rua'
“Aqui
é assim, ó, você tem que andar sozinho, não se envolver com ninguém. Qualquer
passo em falso é motivo de faca, é motivo de morte, é motivo de tocar fogo. Eu
nunca fui presa, nunca levei uma tapa, nenhum traficante nunca me chamou
atenção”. O relato é de Andréa Barbosa, de 32 anos. Há 17, ela vive nas ruas de
Salvador. A saída de casa foi motivada pelo uso do crack, aos 15 anos. Desde
então, Andréa circulava no "Pela Porco", na Sete Portas, e há oito
meses vive na região do Largo dos Mares.
“Eu levanto 11h, tomo café, porque eu não
gosto de tomar banho. Depois eu vou orar. Aí almoço, rezo de novo, e umas 17h,
19h, fico por aqui [pelo Largo dos Mares]. Depois pego o sopão, um mingau, e
vou ficando por aqui”. O local onde dorme é em frente a um supermercado do
bairro. O banho, a cada dois dias, é em um chuveiro que tem em uma praia
próxima. Com ajuda de um projeto do governo do estado, ela tem reduzido o
consumo de substâncias psicoativas e se arrepende de um dia ter abandonado a
família.
"Sonho em voltar para casa, mas minha
família já não acredita mais em mim, tem a visão de que usuário de crack não é
confiável, e ainda mais quando é ‘maloqueiro'. Se era ruim em casa, pior é na
rua", conta. Andréa tem um filho de 18 anos e já nem lembra a última vez
que o encontrou. Soropositiva, ela toma o coquetel de remédios há 12 anos.
Sobre o futuro, o desejo de voltar de onde acredita que nunca deveria ter
saído. "Paz, prosperidade, saúde... e sair da rua”, diz.
'Fui
na porta do inferno e voltei'
Com andar debilitado por problemas físicos
decorrentes de uma queda, Fábio mantém o olhar desconfiado e atento. Nascido e
criado em Camaçari, região metropolitana de Salvador, foi para as ruas de
Salvador após a separação dos pais e do uso de substâncias psicoativas, aos 14
anos.
"Eu fui na porta do inferno e voltei,
né. Aí o cara pega mais a visão e fica mais de quebrada. Muitas coisas que o
cara fazia antes, o cara vê bicho, o cara tem medo, o bagulho é louco. Para o
que eu estava, a onda agora é só diminuir a droga, é só eu controlar, tirar o
crack que eu fico de boa, fico de quebrada. O crack quebra a imunidade legal. O
crack e a cachaça", revela.
À época da entrevista, Fábio dormia em uma
casa alugada no bairro da Massaranduba, que fica na Cidade Baixa. Mas, devido
ao custo alto, ele voltou a dormir em uma calçada próxima ao Largo dos Mares,
onde fica durante o dia e também à noite. O 'corre', que é trabalho do dia a
dia, se divide em guardar e lavar carros e motos na região. Ele também recebe
um benefício do governo federal por causa da deficiência que adquiriu após a
queda.
Fábio tem um filho, que não foi registrado
por ele e com quem perdeu contato. Ainda assim, ele conta com a atenção da mãe
e com a visita esporádica do irmão. A relação não incita o desejo de voltar
para casa. "Eu vou voltar pra a família para quê? Todo mundo com seus
'bagulhos', seus ‘corres’, seus empregos, suas paradas, e ainda tem aquela
situação já da ‘ovelha negra’ da família. Aí minha família que eu vejo assim,
às vezes dá um apoio quando eu tô precisando de alguma parada, porque mãe é
mãe", disse.
Para ele, a rua é uma escola.
"Estudar pra quê? A pista aí ensinando...A sociedade hoje sempre tem
aquela onda, aquele preconceito, aquela viagem. Não é pessoa, não é ser humano,
e ninguém pode confiar. A sociedade vê assim, eu vejo que a sociedade vê assim.
Eu não tenho um futuro muito próspero não. Como eu disse a você, é o fim de
carreira. Quase fim de carreira. Só Jesus para mudar o quadro, mas a teimosia
do homem é a derrota dele”, conclui.
Acompanhamento
Scarlet, Fábio, André e Luís Ricardo são
acompanhados pela equipe do Corra pro Abraço, ação da Secrataria de Justiça,
Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). "A gente não faz um
trabalho de conscientização. Eu acredito que ninguém conscientiza ninguém. A
gente vem para cá para promover uma série de trabalhos e atividades, e através
dessas atividades, as pessoas fazem uma compreensão no que se refere a
cidadania, política, e muitas vezes a gente aprende muito com eles",
relata Daniele Rebouças, que é assistente social, advogada e supervisora de
campo do Corra pro Abraço.
De acordo com Daniele, o programa trabalha
na perspectiva da redução de danos. "A gente não acredita na lógica da
abstinência porque a gente sabe que isso não resolve. A gente tenta trabalhar
com relação ao uso, tentando compreender como é que ele se vê nesse uso, se ele
entende que esse uso está trazendo para ele consequências prejudiciais, então a
gente respeita muito isso", conta Daniele. Segundo ela, se há o desejo de
diminuir o uso de substâncias psicoativas, ou de tentar usar de uma outra
forma, há uma orientação no sentido da redução de danos.
"A gente também sabe que não existe
um modelo pronto para todo mundo, cada um é um indivíduo, cada um é diferente,
a gente respeita o desejo e através disso a gente dialoga com ele, para saber
qual é o melhor para ela, qual é o melhor caminho a ser seguido, para cada
sujeito", destaca a assistente social. Para ela, a potência do trabalho do
Corra pro Abraço está no vínculo. "A gente consegue através de uma escuta
qualificada, sensível, respeitando esse sujeito, respeitando seus desejos, é
que a gente consegue produzir o vínculo e através do vínculo a gente consegue
fazer o nosso trabalho, que seria, no caso, encaminhar para os serviços,
articular a efetivação de alguma demanda, e é através do vínculo mesmo. Eu acho
que a potência do nosso trabalho está aí. Eu acho que o diferencial da gente é
esse", conclui. Fonte: http://g1.globo.com
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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