“Com o
Papa Francisco, a Igreja é desafiada a promover uma 'comunicação encarnada',
que passa justamente pela 'via da atração', ou seja, pelo testemunho, que não
depende de grandes discursos dogmáticos ou teológicos, mas exige concretude e
coerência: fazer o que se diz e dizer o que se faz. (...) Uma comunicação
católica deve se explicitar tanto na sua abrangência (uma comunicação
'universal', que dialoga realmente com todos e todas) quanto na sua unidade
(não uniformidade) de pensamento e prática em questões religiosas ou não.”
O Master
em Evangelização do Instituto Teológico Franciscano (ITF), de Petrópolis,
recebeu o jornalista Moisés Sbardelotto, que lecionou a disciplina “Comunicação
e Linguagem”. Moisés é graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e também é doutor e mestre
em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(Unisinos), na linha de pesquisa Midiatização e Processos Sociais.
Nesta
entrevista ele nos conta sobre a comunicação na Igreja, a sua opinião sobre os
padres midiáticos, e a influência das mídias na relação interpessoal. A
reportagem é de Neuci Lopes e Igor Fernandes, publicada no sítio do ITF,
14-09-2017.
Eis a entrevista.
Deus dialoga com a humanidade desde a sua
criação. Se o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, qual seria,
então, a causa da dificuldade de diálogo entre as pessoas?
Creio que
a causa é justamente o fato de sermos humanos, e não deuses. Trazemos a “imagem
e semelhança” de Deus no nosso DNA, de um Deus que sai ao encontro do “outro”,
de um Deus que se “faz Palavra”, que se comunica. O Diretório de Comunicação da
Igreja no Brasil (Doc. 99 da CNBB) afirma: “Criado à imagem e semelhança de
Deus, o ser humano se comunica não por uma exigência, mas por um dom natural;
não por uma ordem, mas por uma vocação. No ato da criação, Deus o constitui
comunicador, dotando-o de imaginação, talento, inteligência e criatividade
artística” (n. 36).
Mas, ao
mesmo tempo, por sermos humanos, e não deuses, somos seres limitados, inclusive
em nossas capacidades de comunicação. E o “ruído” (aquilo que dificulta o
diálogo) faz parte de todo e qualquer processo de comunicação humana. Antes de
tentar eliminá-lo, o importante é reconhecê-lo como algo que constitui o
próprio ato da comunicação, e esse reconhecimento nos leva a agir com mais
consciência dos limites e das possibilidades de todo diálogo.
Por outro
lado, é paradoxal: a dificuldade de diálogo, muitas vezes, se deve justamente
ao fato de acharmos que somos “semideuses”, seres autossuficientes, autônomos,
independentes. E o “outro” acaba sendo visto apenas como um “apêndice”, como um
“objeto” inerte e passivo da minha comunicação. Contudo, dessa forma, agimos
“diabolicamente” (dia-bolos, aquilo que divide, que separa), ignorando e
negando o “tu” que deveria nos interpelar na sua diferença radical. Um
verdadeiro diálogo demanda o reconhecimento desse “outro”, desse “tu”, que não
sou eu, não pensa como eu (é outro “logos”), não tem as mesmas experiências e
vivências que eu e, portanto, tem também suas verdades próprias. Há uma frase
do Papa Francisco que sintetiza muito bem essa ideia: “Dialogar não significa
renunciar às próprias ideias e tradições, mas à pretensão de que sejam únicas e
absolutas”.
As redes sociais têm sido benéficas para a
comunicação interpessoal? Elas aproximam ou afastam os indivíduos?
Aquilo
que costumamos chamar de “redes sociais” não são nem boas, nem más, mas também
não são neutras. Facebook, Twitter, Instagram e outras plataformas são sistemas
muito complexos, que envolvem aspectos sociais (o modo como os brasileiros
interagem, por exemplo, é diferente do modo como outros povos interagem nessas
plataformas, além de algumas plataformas terem um uso muito mais disseminado em
alguns países e não em outros etc.), aspectos tecnológicos (o Facebook
apresenta uma determinada interface e determinados protocolos de interação que
são diferentes do Twitter, e uma coisa é usar essas plataformas no computador
fixo, outra é usá-las no celular etc.) e ainda aspectos simbólicos (como as
temáticas que mais gostamos, as páginas e contas que “curtimos”, o tipo de
postagens que publicamos etc.), entre outros.
Dentro
desse panorama complexo, é difícil dar uma resposta “sim” ou “não”, pois não é
apenas o uso pessoal que vai determinar o benefício ou malefício das “redes
sociais”, pois há outros aspectos em jogo, que não controlamos. Sendo redes,
são as interconexões, as inter-relações, as interações entre as diversas
pessoas e os diversos elementos tecnológicos e simbólicos que vão dar um
sentido positivo ou negativo ao que circula nesses ambientes. Por isso, prefiro
falar em “redes comunicacionais”, porque elas só existem e se mantêm a partir
de um esforço comunicacional ativo e constante por parte das pessoas – e é esse
processo, na sua indeterminação, que vai ordenando (ou desordenando…) os
sentidos em jogo.
Em poucas
palavras, as plataformas que conhecemos, sem dúvida, facilitam a aproximação
entre as pessoas, conhecidas ou desconhecidas, encurtando distâncias e
reduzindo tempos. Mas é só no momento específico e concreto da interação entre
essas pessoas que podemos perceber se esse ambiente que chamamos de “rede
social” está sendo benéfico ou não para essa relação. É todo o processo de
comunicação que vai indicar isso, e não apenas o “local” onde ele ocorre.
Podemos afirmar que Jesus foi um grande
comunicador? Por quê?
Sem
dúvida. Deixo a palavra ao Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, que é
muito rico a esse respeito:
“A imagem
de Jesus é a imagem viva do amor de Deus e de seu desejo de relacionar-se com o
ser humano, expresso nos gestos, nas emoções e nos comportamentos que
caracterizam Jesus: o amor misericordioso e primoroso para com os rejeitados,
os pobres, os marginalizados, os sofredores, o que não é uma mera representação
do amor de Deus, mas sua atualização. Revelando-nos a perfeição do amor, Jesus
põe-se também como perfeito comunicador” (nn. 41-43).
Em sua
comunicação, Jesus não recorria aos mais elevados padrões da estilística
retórica nem às mais aprimoradas técnicas de expressão da época, mas falava a
linguagem do povo, com o gênero discursivo mais simples, as parábolas, usando
como referência elementos do cotidiano daquelas pessoas, como as próprias
relações humanas, as festas, as ovelhas, o campo, a pérola, o fermento, a
moeda, a videira, a figueira… E não só “discursava”, mas comunicava com a
própria vida, com gestos, com lágrimas, suor, saliva (ou, melhor, “cuspe”, cf.
Jo 9, 6), barro, sangue, vinho, pães, peixes… Não era uma comunicação
“desencarnada”, mas, ao contrário, muito encarnada nos costumes e na cultura do
seu povo, com grande riqueza de sabores, cheiros, cores.
Jesus
também foi um comunicador paradoxal: seu único “texto” escrito de próprio punho
perdeu-se com o vento, por ter sido escrito na areia… (cf. Jo 8, 6). Assim, não
temos nenhum vestígio ou registro direto de Jesus, apenas o relato oral e
escrito daqueles e daquelas que o conheceram pessoalmente e o comunicaram. A
Igreja e a experiência de fé dos cristãos são fruto dessa comunicação, que
surge a partir do amor de um Deus que se comunica. Trata-se de um “fluxo
comunicacional” que só foi possível porque uma menina, Maria, soube inserir-se
nele, ouvindo e tendo a audácia de dialogar com o anjo Gabriel; e que, por sua
vez, só continuou depois da crucificação de Jesus porque outra mulher,
Madalena, teve a coragem de anunciar a “loucura” da ressurreição, sendo
reconhecida hoje como “apóstola dos apóstolos”.
Além
disso, para os que creem, Jesus não apenas “foi” um grande comunicador, mas
continua se comunicando com a humanidade no hoje da história. Jesus segue
“fazendo-se carne” nas realidades mais humanas que existem. Tudo o que é humano
nos revela Jesus, e é aí que temos que buscá-Lo. E Jesus nos revela o que há de
divino no humano, e é isso que devemos encontrar nas pessoas com quem nos
comunicamos.
A Igreja católica, hoje, estabelece uma
comunicação atraente e efetiva?
Para uma
resposta mais precisa, seria necessário especificar sobre que nível da Igreja
Católica estamos falando. De um modo geral, a Igreja só se manteve e se mantém
viva ao longo da história porque se comunica com as diversas culturas e
sociedades, entre acertos e erros, entre gestos de grande “atração e
efetividade” (mesmo que realizados com muita singeleza e pobreza, como em grande
parte da ação missionária da Igreja), e gestos menos edificantes e até mesmo
pouco cristãos.
Com o
Papa Francisco, a Igreja é desafiada a promover uma “comunicação encarnada”,
que passa justamente pela “via da atração”, ou seja, pelo testemunho, que não
depende de grandes discursos dogmáticos ou teológicos, mas exige concretude e
coerência: fazer o que se diz e dizer o que se faz.
As TVs católicas, no Brasil, atingem o
objetivo de “chegar” aos fiéis?
Como
meios de comunicação massivos, certamente elas chegam a muitos milhões de
fiéis. E essa é uma grande riqueza e, ao mesmo tempo, um grande limitador.
Riqueza porque é um alcance impressionante, com um poder simbólico gigantesco.
Mas é também um limitador porque, para poder falar numa linguagem que um público
grande e diverso como esse possa entender, é preciso simplificar e “padronizar”
a fé cristã em uma “média”, que possa ser recebida por um “cristão médio”.
“Dilui-se” a mensagem cristã para atender ao grande público. Isso pode
empobrecer a ação evangelizadora desses canais, que, muitas vezes, acabam
oferecendo aos telespectadores apenas “leite” e não “alimento sólido” sobre a
fé (cf. Hb 5, 11-14). Ou, então, certos modelos pastorais e litúrgicos ou
estilos de “ser católico” podem passam a se constituir como norma, o que pode
levar ao esquecimento ou até ao menosprezo de outros modelos e estilos que
enriquecem a diversidade característica do catolicismo, especialmente em um
país como o Brasil.
Mas as
aspas da sua pergunta apontam para outro “chegar”, que vai além do aspecto
numérico da quantidade de telespectadores. E aqui eu acho que ainda estamos
engatinhando, como Igreja. Alguns canais já alcançaram um excelente nível
técnico nas suas produções, sem dúvida. Mas isso não basta. Assim como não
basta um “bom conteúdo” de um programa específico se a grade de programação do
canal como um todo denuncia uma ênfase em aspectos que se distanciam da fé
cristã. Insere-se aí a presença de “intervalos” excessivamente voltados ao puro
negócio, à venda não mais de “indulgências”, mas de “acessórios cristãos”, de
“penduricalhos da fé”, quando não de produtos que beiram até mesmo o engodo
(cintas de emagrecimento, gotas para parar de beber que podem ser misturadas na
própria bebida alcoólica, cremes rejuvenescedores etc.). É claro, manter um
canal em TV aberta não é barato. Mas até que ponto vale a pena investir milhões
de reais obtidos mediante parcerias publicitárias com certas empresas e
produtos que desmentem a simplicidade e a veracidade daquele Galileu a quem seguimos?
Para que e, mais importante, para quem busca-se manter um canal de TV católico
no ar?
Às vezes,
também é perceptível um certo proselitismo na linguagem televisiva católica,
que só sabe falar “catoliquês”. Isso, no fundo, desrespeita a própria Constituição,
que, no seu artigo 221, determina que a produção e a programação das emissoras
de televisão devem atender também a finalidades educativas, artísticas,
culturais e informativas, promovendo especialmente a cultura regional. Uma
programação 100% religiosa e centrada no eixo Rio-São Paulo desrespeita esses
princípios, além de ir contra aquilo que Bento XVI já afirmava: “A Igreja não
faz proselitismo. Ela cresce muito mais por ‘atração’”.
E, por
fim, dentro desse proselitismo, muitas vezes, há também um certo “sectarismo
católico”, em que se fala “sempre o mesmo para os mesmos”. Cada movimento, cada
congregação, cada diocese deseja “traduzir” o catolicismo à sua maneira,
segundo o seu linguajar, gerando uma dispersão (senão até uma divergência) que
pode ser contraproducente. Por exemplo, sobre questões-chave no contexto
nacional, como a situação política, a Amazônia, os desempregados e
empobrecidos, expressa-se uma sintonia entre os canais católicos, em termos de
posicionamento editorial? Segue-se o magistério do Papa Francisco e da CNBB,
quando esta toma uma posição como colégio episcopal?
Em suma,
uma comunicação católica deve se explicitar tanto na sua abrangência (uma
comunicação “universal”, que dialoga realmente com todos e todas) quanto na sua
unidade (não uniformidade) de pensamento e prática em questões religiosas ou
não.
Qual a sua opinião sobre os “padres
midiáticos”?
Muito do
que eu falei na resposta anterior pode ser dito aqui. Os “padres midiáticos”
cumprem um papel na cultura católica brasileira (em outros países, esse
“sujeito social” seria inconcebível). Eles ajudam a anunciar a fé católica e a
traduzi-la para o grande público de uma forma mais próxima da vida comum do
cidadão médio, alguém que “fala e canta aos corações”, como se costuma dizer.
O
problema, novamente, é quando um certo estilo de “ser padre” começa a se impor
como norma em toda a Igreja, tornando quase obrigatório que os demais
sacerdotes assumam esse estilo, ou ainda obstaculizando que outros estilos
sejam bem aceitos nas comunidades locais. Essa padronização é extremamente
empobrecedora para a Igreja.
Há ainda
o problema da fama e do clericalismo. Porque o fato de “aparecer na TV” – que,
para o senso comum, já indica uma certa “aura” de extraordinariedade – reforça
o imaginário popular do padre como “autoridade” em si mesmo, para além de suas
verdadeiras qualidades pessoais. O “padre-estrela” também é constantemente
cercado pela tentação do exibicionismo. O risco é anunciar apenas a si mesmo
(os gostos pessoais e a própria imagem, roupas, cortes de cabelo…), em uma
“eu-vangelização” pouco cristã. Evangelizar é outra coisa, porque é inserir-se
na ação comunicacional de um Outro, que nos precede e nos supera.
A relação
padre-fiel – na mídia e fora dela – não deveria ser de “fanatismo”, “idolatria”
ou “veneração”, pois é uma relação de fraternidade, de um “caminhar juntos”
entre irmãos na fé, compartilhando o mesmo batismo e a mesma vocação de
discípulos-missionários, na expressão do Documento de Aparecida. Somos todos
“servos inúteis”.
Que qualidade do diálogo está mais em falta,
atualmente: clareza, mansidão, confiança ou prudência?
Estamos
vivendo tempos de extrema polarização. Por isso, embora as quatro qualidades
sejam essenciais, parece-me que a prudência e a mansidão são mais do que nunca
fundamentais. Prudência para não “sair falando o que der na telha” – inclusive
porque as nossas próprias “telhas”, muitas vezes, são de vidro… e de um vidro
muito frágil. E mansidão para saber falar apenas o necessário e quando
necessário. E que seja um falar manso, pacífico, sem o peso excessivo dos
preconceitos, dos apriorismos, das generalizações, da agressividade. Como diz a
canção, “aprende-se mais ouvindo”. O silêncio é sempre mais comunicativo e
significativo do que qualquer palavra vã.
A mídia exerce grande poder sobre a
sociedade. O senhor acredita que ela tenha influência na “migração” de fiéis
para outras denominações religiosas?
Primeiramente,
é preciso ponderar esse “grande poder”. Sem dúvida, a “grande mídia” tem um
poder de disseminar informações em larga escala, “pautando” o dia a dia
sociedade. Mas, no caso específico da TV, cada telespectador também tem um
“grande poder” sobre a TV, seja trocando de canal, desligando o televisor ou
ainda “vendo” aquilo que não é mostrado, isto é, indo além do conteúdo que é
exibido e tentando ler os interesses que estão em jogo no modo como a notícia é
construída.
Porque
toda informação passa por uma “fôrma” que “dá forma” à notícia. Mudando de
fôrma, a notícia já não é mais a mesma. Por isso, para além daquilo que a TV
“in-forma”, o telespectador – que não é passivo – pode “re-formar” a
informação. E aqui é preciso lembrar o papel pedagógico da Igreja, mediante
seus vários ministros e pastorais, de formar os fiéis para que saibam “ler”
criticamente o que a mídia faz e produz, a partir das “lentes” oferecidas pela
tradição cristã.
Quanto à
“migração” de fiéis, é importante perceber que ela tem inúmeras influências,
seja no âmbito das Igrejas ou religiões que “perdem” fiéis (pois esse não é um
fenômeno que ocorre apenas na Igreja Católica), seja no âmbito das denominações
que os acolhem. E aqui está um detalhe importante: a acolhida feita por essas
denominações. Ninguém troca o certo pelo duvidoso. Há algo de bom que o fiel
encontra nessas denominações, algo que realmente preenche o vazio ou que
satisfaz alguma necessidade. Na outra denominação, há uma capacidade positiva
que nós abandonamos, ou menosprezamos, ou ainda não desenvolvemos o suficiente,
mas que foi eficaz na atração desse fiel. É claro que há também abusos e
distorções em todo trânsito religioso, mas certamente há uma busca real de
“algo mais” por parte desses fiéis, que não é encontrado nas Igrejas de origem.
Por isso,
antes de qualquer crítica a essa “substituição”, é necessário fazer um mea
culpa sincero como Igreja, reconhecendo “onde foi que erramos” ou onde fomos
indiferentes na relação com esse fiel, a ponto de fazê-lo optar por outra
denominação. É importante não alienar o problema, isto é, não jogar a culpa
dessa migração sobre o outro (o fiel ou a nova denominação).
A mídia
entra nesse “pacote”. Embora algumas denominações religiosas apostem muito na
ação midiática, aprimorando o uso das diversas linguagens, desde o púlpito até
as redes, creio que o aspecto midiático não tem um papel fundamental nem
acessório, não é causa nem consequência. A questão em jogo é toda a rede
comunicacional (para além das mídias) envolvida nessa “migração”. E essa rede
começa antes do abandono da Igreja de origem, quando esta já não dá mais conta
de reconhecer e de responder às necessidades do fiel nos seus vários processos
de comunicação (por exemplo, promovendo celebrações meramente formais e pouco
abertas ao Mistério, com ministros distantes, indisponíveis ou com discurso
maçante, conteúdos alheios à realidade de vida das pessoas, comunidades “frias”
ou preconceituosas, locais de culto desleixados ou “pirotécnicos” demais etc.).
Essa rede
comunicacional se estende e se complexifica, depois, na atração do fiel pela
nova denominação, mediante uma boa comunicação realmente “em rede”, chegando ao
fiel pelas mais diversas mídias, desde um simples panfleto até um moderno
aplicativo de celular, mas que também passa pela boa acolhida no templo, por
ministros dispostos, acessíveis e com boa retórica, locais de culto bem
cuidados, celebrações envolventes, comunidades vivas e festivas etc. Tudo isso
é comunicação, para além de uma mídia propriamente dita.
A Igreja,
nesse sentido, é em si mesma uma “mídia” complexa, pois tudo o que ela faz (ou
deixa de fazer) é comunicação, seja no âmbito midiático ou fora dele. De nada
adianta uma paróquia ter um meio de comunicação excelente (rádio, TV, jornal,
site), se, na primeira visita de um fiel, este não recebe nem um “bom dia” do
pároco ou dos agentes de pastoral. Esse “furo” na rede comunicacional pode ser
sintomático de um tecido paroquial prestes a romper – o que, muito
provavelmente, levará esse fiel a buscar “outra comunicação”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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