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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Jacques de Vitry e os Monges Carmelitas: Um olhar de Dom Vital.

*Dom Frei Vital Wilderink, O. Carm. In Memoriam.
           Às vezes gostaríamos de saber mais detalhadamente o que movia aquela turma de leigos que se estabeleceram no Monte Carmelo e pediram ao Patriarca de Jerusalém, Alberto de Avogrado, que lhes escrevesse uma fórmula de vida de acordo com o projeto que caracterizava a vida deles. Jacques de Vitry que visitou os eremitas, escreve na sua Historia Orientalis: “Eles viviam seguindo e imitando o exemplo do grande solitário, o profeta Elias, como eremitas na serra situada acima da cidade de Porfírio e Haifa, junto à fonte que é chamada fonte de Elias, não longe do mosteiro da beata Margarida... Eles viviam na solidão, cada um por si em pequenas celas, como em colmeias, nas quais como abelhas juntavam o mel de Deus de doçura espiritual”.  As expressões do autor podem cheirar para nós certa devoção sentimental que choca com o nosso pretendido ‘realismo”. O teológico nunca existe sem o antropológico, que, nos dias de hoje,  nutre pouca simpatia por símbolos e parábolas.
Se os carmelitas queriam viver seguindo os passos de Jesus Cristo, isto implicava que eles acolhiam e assumiam a compreensão da realidade que teve Jesus Cristo. Pode ser que isto nos dê às vezes a impressão de que somos estranhos no ninho. Mas o religioso, se não for a dimensão em profundidade da própria realidade, ele não será outra coisa que uma superestrutura acrescentada àquilo que é e nada mais. Quem sabe, poderá ser uma instituição que eventualmente pode ajudar-me, ou então será uma coisa que me perturba ou me chateia.

*Reflexões apresentadas na Assembleia Extraordinária da Província Carmelitana de Santo Elias. Ribeirão das Neves, 24 de fevereiro-2011.

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