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sábado, 6 de dezembro de 2014

NOVENA A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. (8º Dia)

Tema: O Olhar de Maria. 

8º Dia. Sábado, 6 de dezembro.
Subtema: Nos olhos de Maria, encontramos a amorosidade.

1º - Olhar para os olhos de Maria.
2º- Um texto bíblico para leitura e meditação sobre o carinho de Maria por Jesus e pela comunidade  (JO 2, 1-11).
3º- Uma prece pedindo a Deus a sensibilidade.
4º- Rezar 3 Ave Maria.
5º- Oração Final
"Lembrai-vos"-Oração de S. Bernardo a Nossa Senhora.
Lembrai-Vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado.
 Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. 
Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amém. 
6º - Benção Final

Texto para Meditação:
A Presença amorosa de Maria na vida de Jesus e na comunidade.
Dom Frei Vital Wilderink, O. Carm. In Memoriam

O evangelho de João apresenta o grupo na festa de um casamento em Caná da Galiléia:  “Aí estava a mãe de Jesus. Também Jesus e seus discípulos foram convidados para o casamento” (Jo 2,1-2). O evangelista tem uma clara intenção em relatar os acontecimentos  nas bodas de Caná: salientar a presença de Maria na festa do casamento. Já no livros do Antigo Testamento o casamento é um símbolo frequente do amor de Deus por Jerusalém (Is 62,5). No Novo Testamento torna-se símbolo da união do Messias com a Igreja (Ef 5, 21-33). Nas bodas de Caná esse casamento de Jesus com a Igreja em vista da humanidade inteira ainda não aconteceu: “Mulher, que desejas de mim? A minha hora ainda não chegou”. Maria está presente ao primeiro milagre, que revela a glória de Jesus. A expressão “chegou a hora” aparece repetidas vezes no evangelho de João, apontando principalmente para a paixão e glorificação de Jesus: “Pai, chegou a hora, glorifica teu Filho para que teu Filho te glorifique” (Jo 17,1). Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. Maria está novamente presente, junto à cruz: “Mulher, eis o teu filho! E depois se dirigindo ao discípulo: “Eis a tua mãe” (Jo 19,26-27).
           O evangelho de Lucas, já nos primeiros dois capítulos do seu evangelho, nos deixa permanecer longamente na presença de Maria de Nazaré, acompanhando as suas reações na anunciação do anjo, a sua visita a Isabel, sua viagem a Belém junto com José, o nascimento de seu Filho em condições precárias, sua silenciosa meditação diante dos pastores que acorreram para ver o menino recém-nascido, a apresentação de Jesus no templo onde o velho Simeão lhe predisse que o Filho dela seria uma bandeira disputada que haveria de mostrar os pensamentos de todos, ou contra ou a favor. O que seria como uma espada que atravessaria a ela mesma. Para Maria foi uma caminhada de fé nesse mistério do seu próprio Filho. Caminhada feita no dia a dia na casa de Nazaré, na viagem de retorno a Jerusalém onde, depois de uma procura angustiada de três dias,  reencontrou o menino no templo. Maria e José não entenderam a justificativa que Jesus deu do seu comportamento: “Não sabíeis que eu tenho de estar na casa do meu Pai?”. E de novo, Maria guardava tudo isso em seu íntimo.
Maria aos poucos vai descobrindo que o silêncio de Deus não é ausência de resposta. Durante toda a sua vida ela repetiu: “Que tudo aconteça segundo a sua palavra”. Palavra de Deus que ela mesma deu à luz por intervenção do Espírito Santo. Uma palavra é autêntica, realmente nova, quando sai do silêncio. Deus por ser o Totalmente Outro é sempre silêncio, em comparação com a música que já conhecemos.  É por assim uma lei que rege a espiritualidade. No processo da espiritualidade as nossas palavras, as nossas atividades, as nossas alegrias e tristezas, enfim a nossa vida devem tornar-se grávidas do silêncio do mistério de Deus.
            No Evangelho de João, Maria aparece no início da vida pública de seu Filho. Ao que parece é uma convidada importante. Ela tem suficiente autoridade para colocar os empregados da casa a serviço de Jesus: “Fazei o que ele vos disser”. Percebeu que estava faltando vinho para o casamento. É algo trágico num casamento. Dirige-se a Jesus: “Eles não têm mais vinho”. A reação de Jesus é de uma aparente indiferença. De fato, não cabe a ela definir os tempos nem as ações de Jesus. Mas, como primeira criatura humana atingida pelo projeto do Pai, e envolvida como primeira beneficiada na revelação histórica desse projeto redentor, Maria seguiu os passos de Jesus pois Ele é “o caminho, a verdade e a vida”.
            Olhando para o nosso mundo, percebemos que nele falta o vinho: o vinho da vida, o vinho da esperança, o vinho da espiritualidade. Faz pensar num texto de Isaías: “Já não se bebe vinho ao som do cântico, e a bebida forte tem um sabor amargo para quem o bebe” (Is 24,9). “Eles não têm mais vinho”, disse Maria a Jesus no casamento em Caná. Pelo Espírito que Jesus prometeu enviar a água pode transformar-se em vinho. Peçamos  à Mãe de Jesus que interceda por nós. Ela o fará contanto que sigamos o que ela nos propõe a partir da sua própria experiência: “Fazei tudo o que ele vos disser”.

*Congresso Mariano Mariológico - Recife 11/07/2001.

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