Entrevista com um pároco no Nordeste de Brasil
Por Thácio Siqueira
RECIFE, terça-feira, 25 de setembro de 2012- Uma nova proposta de paróquia missionária, à luz de Aparecida, é que o Pe. Héctor Ruiz, missionário mexicano no Brasil, propõem numa entrevista a ZENIT.
Pe. Héctor, em anterior entrevista a ZENIT falou sobre o seu trabalho contra a miséria e a fome das crianças brasileiras.
ZENIT: Pe. Héctor, o senhor é pároco desta paróquia pernambucana em São Lourenço da Mata há 12 anos. Sabemos que o senhor faz missões com o seu povo, mas poderíamos dizer que a sua paróquia é missionária simplesmente por isso?
PE HÉCTOR: Certamente o CELAM em Aparecida não nos pediu simplesmente fazer missões. Mas fazer paróquias missionárias que é algo muito maior. Não posso dizer que a minha paróquia seja cem por cento missionária. Mas temos conseguido muito nesse sentido.
ZENIT: O que é que tem e o que é o que falta?
PE HÉCTOR: O que temos é um ideal claro e um esforço perseverante. Nessa linha temos conseguido bastante. O que nos falta é uma resposta mais generosa e decidida por parte de alguns paroquianos.
ZENIT: Como assim?
PE HÉCTOR: Em nosso intuito para que a paróquia seja missionária necessitam-se três elementos fundamentais: Espiritualidade, estruturação e técnica na ação. Em quanto à espiritualidade temos insistido ao povo de Deus, aos grupos, para que a sua religiosidade termine na pergunta: “Que posso fazer por Deus e pelos meus irmãos?” Temos rezado e meditado bastante com eles sobre esse fato de sermos todos missionários.
ZENIT: E em quanto à estrutura?
PE HÉCOTOR: Temos dois grupos na base: a “Juventude Missionária” e “a família missionária” que tem como objetivo primário alimentar a espiritualidade missionária na paróquia; e como objetivo secundário coordenar todas as atividades missionárias dos movimentos na paróquia, como: Legião de Maria, Encontro de Irmãos, RCC... ou outros grupos missionários que vem de fora. Estes dois grupos formam o COMIPA (Comissão missionária paroquial) e coordenam a Pastoral missionária. São eles, também, que, depois de uma missão, distribuem as fichas às pastorais correspondentes.
ZENIT: Como assim? Quais fichas?
PE HÉCTOR: As fichas são um elemento importantíssimo para nós na área da técnica da ação: Optamos para que em cada casa visitada, se faça um levantamento sobre a situação sacramental dos moradores: Se estão casados, se receberam o batismo, a crisma... e se tem desejos de receber estes sacramentos. Deste modo, quando termina uma missão, uma quantidade grande de fichas fica com a Pastoral missionária. Esta as distribui entre as pastorais correspondentes. De tal modo, que cada pastoral se coloca em ação para ir “re-visitar “ às famílias interessadas.
ZENIT: Então uma missão termina empurrando todas as pastorais da paróquia?
PE HÉCTOR: Com certeza. Uma missão simples, termina movimentando toda a paróquia. Por isso a paróquia termina sendo uma paróquia missionária e não simplesmente uma paróquia que faz missões. A missão dá o pontapé inicial dessa grande partida missionária.
ZENIT: Me poderia dizer brevemente alguns dos frutos desta pastoral missionária concebida deste modo?
PE HÉCTOR: Fazemos, pelo menos, oito missões por ano, conseguindo muita conscientização sobre a Igreja e sobre a fé católica em inúmeras pessoas afastadas; O número de sacramentos recebidos tem tido um aumento considerável... E a cada ano são mais os leigos que se dispõem a participar da missão paroquial, que celebramos no dia mundial das missões. Nesse dia se convida a todo o povo de Deus a dedicar esse dia para “missionar”. O ano passado conseguimos mandar às ruas da cidade 875 missionários e o ano anterior 640. Neste município que tem ao redor de 45,000 habitantes na sua cabeça, acredito que está bem. Uma semana antes damos aos diferentes grupos a formação técnica. Deus nos tem abençoado neste campo missionário!
Fonte: www.zenit.org
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