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quinta-feira, 15 de setembro de 2016
50 ANOS DE AGRADECIMENTO: Aniversário do Frei-01.
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quarta-feira, 14 de setembro de 2016
Caso de mãe que matou 4 filhos e se suicidou evidencia drama de milhões de miseráveis na China rural.
Vivendo
com praticamente nenhum dinheiro, a chinesa Yang Gailan, de 28 anos, decidiu
matar os quatro filhos e, em seguida, se suicidou. A decisão radical de Gailan
levantou um debate nas redes sociais da China, onde ao menos 80 milhões de
pessoas vivem na mais absoluta miséria.
Gailan
vivia sozinha com os filhos - três garotas e um menino -, todos menores de sete
anos, na aldeia rural de Agu Shan, no noroeste chinês. O pai das crianças, Li
Keying, havia migrado para a cidade em busca de trabalho e dinheiro. Ele
mandava parte do pouco que ganhava para a família.
A mãe
matou os filhos com golpes de facão e, em seguida, ingeriu pesticida. Alguns
dias depois, quando o pai chegou e soube da tragédia, também tirou a própria
vida.
"Nunca
conheci uma família que vivesse em situação de miséria pior que a deles",
disse um primo de Li Keying à imprensa chinesa.
Depois
da tragédia no povoado Agu Shan, muitas perguntas surgiram na sociedade
chinesa, questionando, principalmente, a desigualdade econômica e social do
país.
O que
levou a mãe a matar os filhos? Por que a família não recebia ajuda estatal?
Como as dificuldades que essa família enfrentou refletem a realidade de milhões
de chineses que vivem nas zonas rurais? O crescimento econômico do gigante
asiático é apenas uma fantasia para milhares de pessoas?
Três vacas e três ovelhas
A
família de Gailan Yang não se classificou para receber subsídios do governo
porque, apesar de viver na miséria, estava acima da linha de pobreza, segundo
critérios definidos pelas autoridades chinesas em 2011 - que usa como base a
renda de US$ 1 por dia para definir as famílias elegíveis a auxílios estatais.
Já o
Banco Mundial usa como referência a quantia de US$ 1,90 por dia. Se esse critério
fosse adotado, o número oficial de pobres na China se multiplicaria. Por isso,
autoridades locais criaram um cálculo próprio da linha de pobreza.
Funcionários
do governo chinês visitaram a família de Yang Gailan antes da tragédia.
Decidiram que ela não teria direito aos auxílios estatais porque possuía três
vacas e três ovelhas.
Se os
animais fossem vendidos, alegaram os oficiais chineses, a renda da família
seria superior a US$ 350 no ano, valor que o governo considera acima da linha
de pobreza nas zonas rurais.
Esse
critério motivou debates nas redes sociais.
"A
linha de pobreza de um dólar por dia é muito radical. A situação de cada
família é diferente", disse um acadêmico em debate no Weibo, a versão
chinesa do Twitter.
Desespero
Outros
preferiram especular sobre a razão que teria levado Yang Gailan a matar seus
filhos. Alguns dos relatos abordam o grau de desespero da mãe e questionam a
saúde mental dela.
"Note-se,
por exemplo, que outros vizinhos foram capazes de reformar suas casas ou
construir uma nova, com auxílio estatal. Yang Gailan não conseguia fazer isso
por seus filhos", disse Yuwen Wu, editor do serviço chinês da BBC.
"Ela não tinha dinheiro para comprar roupas para vestir as crianças e
mandá-las à escola."
Se a
mãe sofria de algum tipo de problema mental, ela não recebeu qualquer ajuda.
O caso
de Yang Gailan é considerado complexo. Além das questões individuais que a
fizeram tomar uma atitude extrema e que alimentam o debate sobre políticas
sociais chinesas, o episódio traz à tona dificuldades enfrentadas por moradores
das zonas rurais.
A
pobreza extrema nas áreas rurais da China pode ser considerada um problema
nacional.
País dividido
A
China, um país de 1,3 bilhão de habitantes, já tirou em números absolutos mais
pessoas da miséria do que qualquer outra nação do mundo.
O Banco
Mundial estima que desde o início das reformas no mercado de trabalho, em 1978,
mais de 800 milhões de pessoas tenham sido beneficiadas naquele país.
Contudo,
esse desenvolvimento veio acompanhado de divisões profundas. A costa leste, com
suas grandes cidades, é onde as pessoas se beneficiaram mais do crescimento
econômico. No resto do território, muitos vivem como se ainda estivessem na
década de 1980.
Milhões de pobres nas zonas rurais
Estima-se
que a China tenha 120 milhões de pobres, conforme os critérios do próprio país
de contabilizar miséria. Deste total, aproximadamente 82 milhões de pessoas
vivem nas zonas rurais.
São em
sua maioria crianças e idosos, já que os jovens adultos migram para as cidades
em busca de trabalho e melhores condições de vida.
"A
pobreza ainda é um grande problema na China", declarou Zheng Wenkai,
vice-ministro do departamento responsável pela redução da pobreza no país, ao
jornal estatal "China Daily". Aproximadamente 200 milhões de
chineses, o equivalente a 15% da população, seriam considerados pobres se o
país seguisse os padrões internacionais de mensurar pobreza, de acordo com o
próprio Zheng.
Em colapso
No
últimos anos, a China tem assistido a uma intensa migração das áreas rurais às
mais urbanizadas. Estima-se que pelo menos 200 milhões de trabalhadores tenham
ido para os grandes centros em busca de trabalho, para ganhar, em média, US$
200 mensais.
Com o
fluxo migratório, 53% da população da China vive em centros urbanos, contra 40%
uma década atrás.
Isso
significa que ainda há mais de 600 milhões de pessoas em áreas rurais. E muitos
vivem em comunidades miseráveis.
Muitos
pais, avós e netos vivem separados por enormes distâncias pela falta de
trabalho e dinheiro. "Basicamente, a sociedade rural está em estado de
colapso. Os moradores se reúnem somente para (celebrar) o Ano-Novo", disse
Zhang Ming, historiador da Universidade de Renmin em Pequim, à imprensa
britânica. "As aldeias tornaram-se conchas vazias", completou.
Yuwen
Wu, da BBC, define como "sombria" a situação da maioria das aldeias
rurais. Segundo ele, nas redes sociais é possível ver imagens angustiantes de
crianças que caminham horas para ir à escola e de crianças desacompanhadas que
cuidam de seus irmãos porque seus pais estão nas cidades trabalhando.
Muitos
suicídios e homicídios
Num
discurso no ano passado, o presidente da China, Xi Jinping, disse que o governo
acabaria com a pobreza nos cinco anos seguintes. A promessa era tirar 70
milhões de pessoas da pobreza até 2020. O presidente chinês, contudo, não
especificou o que considera "pobre".
Após a
morte de Yang Gailan e sua família, passaram a circular nas redes sociais
relatos de que funcionários do governo estariam desviando recursos destinados a
pessoas carentes.
Além de
fiscalizar como o dinheiro estatal está sendo gasto, observa Yuwen Wu, também é
essencial que o governo garanta programas de apoio aos que vivem nas aldeias.
"Houve muitos suicídios, homicídios; é preciso de algum tipo de serviço de
assistência para a saúde mental dessas pessoas".
As
mortes, segundo ele, não se devem apenas à pobreza, mas à falta de esperança e
perspectiva dessas pessoas.
"Se
você não vê uma saída e se sua saúde mental é afetada por essa pressão, de uma
forma ou de outra, medidas extremas são tomadas", afirma Wu.
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NOSSA SENHORA DA PIEDADE: Ilha da Gipóia.
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terça-feira, 13 de setembro de 2016
TERESA DE CALCUTÁ: Um olhar de Caridade.
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TERESA DE CALCUTÁ: Missa de Ação de Graças-02.
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TERESA DE CALCUTÁ: Missa de Ação de Graças-02.
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TERESA DE CALCUTÁ: Missa de Ação de Graças-01.
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ELEIÇÕES-2016: Perguntar não ofende-36.
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LEVANTAR COM DOIS PROFETAS: Elias e Tito Brandsma.
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FICA COMIGO JESUS: Beato Frei Tito Brandsma.
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sexta-feira, 9 de setembro de 2016
OLHAR SOBRE O CARMELO: Surgimento e evolução da Segunda e Terceira Ordem.
Quando falamos aqui de ‘Terceira Ordem’
referimo-nos a pessoas que vivem o carisma carmelitano exatamente na sua
condição de leigo ou leiga. Globalmente podemos distinguir três fases
evolutivas. Antes de descrevê-las convém dizer que o assunto é um tanto
complexo, pelo fato de serem as datas às vezes confusas, imprecisas e
localmente situadas. Corremos, assim, o risco de introduzir generalizações que,
na realidade, se referem a fatos de um determinado tempo ou área geográfica
específica.
Já nos inícios da história carmelitana,
encontramos os chamados oblatos, leigos que, de uma ou outra forma, fazem parte
da família do Carmo. Em certos casos chegam a fazer uma verdadeira profissão
religiosa, ‘doando-se’ — se et sua (a si
mesmo com seus bens) — à Ordem, representada pelo seu legítimo superior. Em
tese podem ser tanto homens quanto mulheres, mas, na realidade, predominam
largamente as leigas. Normalmente vivem
em casas separadas e vestem um hábito semelhante a dos frades, daí a
denominação manteladas. Outros nomes dizem respeito a casos mais ou menos
idênticos: oblatas, conversas, beatas, pinzocheras, beguínas, terciárias. Todas
dependiam de um determinado convento e não formam grupos homogêneas.
Em maio de 1452, reuniu-se, na cidade de
Colônia, o Capítulo Provincial da Alemanha Inferior, sob a presidência do Geral
da Ordem, Frei João Soreth (1451-1471). Poucos meses antes, o Legado do Papa
para a Alemanha e regiões vizinhas, Nicolau Krebs ou Nicolau de Cusa
(1401-1564), apaixonado defensor da unidade da Igreja, exatamente numa época de
muitas divisões, decorrentes do Cisma Ocidental (1378-1417), decretara que
comunidades de mulheres consagradas, não dotadas de uma Regra aprovada pela
Santa Sé, deveriam obtê-la ou unir-se a alguma Ordem Religiosa já existente.
Caso não obedecessem seriam extintas!
Nesse contexto devemos situar o pedido
das beguinas de Geldre, na Diocese de Colônia, apresentado no mencionado
Capítulo Provincial. Na realidade, essas mulheres piedosas já mantinham
contatos com os Freis Carmelitas desde que chegaram à freguesia onde se
localizava a sua casa, em princípios do século XIV. Certo é que estavam sob a
direção dos Carmelitas a partir de 1360, sem que seguissem uma Regra
específica.
A solicitação das beguínas foi acolhida
favoravelmente pelo Prior geral (10-5-1452), que encarregou o superior do
convento de Geldre para efetuar a incorporação do grupo com a profissão
religiosa, a fim de que vivessem regulariter como verdadeiras Carmelitas.
Na realidade, o ato de Soreth precedeu a
Bula Cum Nulla (7-10-1452), de Nicolau V, com cinco meses! Numa carta às
ex-beguínas de Geldre (14-10-1453), agora ‘monjas carmelitas’, o Geral
ratificou sua decisão de maio do ano anterior, apoiando-se na Bula mencionada,
transcrevendo, inclusive, o próprio texto daquele documento pontifício.
Foi o mesmo Prior geral que, após ter
aceito as beguínas de Geldre, providenciou a incorporação de outras comunidades
de ‘mulheres devotas’, como as de Nieukerk (Holanda), Dinant (Bélgica) e,
provavelmente, ainda outras.
Nessa mesma época houve na Itália também
aproximações de algumas comunidades de
pinzocheras à Ordem do Carmo. O caso de Florença é típico e daria origem ao
célebre mosteiro de Santa Maria dos Anjos, onde viveu Santa Madalena de Pazzi
(1566-1607), dotada com extraordinárias experiências místicas.
Os estudiosos não estão concordes quanto
à origem da Bula Cum Nulla. A final de contas quem é que a pediu ao Papa? Há os
que defendem a tese que a iniciativa partiu das ‘agregadas’ italianas,
particularmente as de Florença. Muitas delas viviam nas suas próprias
residências ‘como se fossem carmelitas’! Por volta de 1450 surgiu em Florença à
ideia de acolher essas mulheres piedosas numa casa ‘de vida em comum’. O
projeto da construção desse convento ficou pronto em 1452. É nessas alturas que
teriam enviado a Roma uma representação para ‘garantir’ seus direitos como
religiosas, o que resultaria na Bula Cum Nulla.
A questão continua em aberto. Frei Vital
Wilderink, na sua tese de doutorado, aborda essa temática e chega às conclusões
que resumimos em seguida.
Deixando de lado aspetos mais
diretamente jurídicas e organizativas, é indiscutível que os conventos
femininos fundados por Soreth se distinguem notoriamente dos cenóbios
encontrados na Itália e na Espanha. Efetivamente, as fundações localizadas na
Alemanha, nos Países Baixos (Holanda e Bélgica de hoje) e na França,
constituíam uma unidade, formando uma verdadeira Família com uma mesma
orientação e idêntico programa de vida.
Sabemos que, desde que sua eleição como
Geral, João Soreth se empenhara na obra de reforma da sua Ordem, toda ela
centrada na ‘observância regular’. A criação de conventos femininos está nesta
mesma linha de ação. É bem possível que o caso das beguínas de Geldre ofereceu
a Soreth a oportunidade para ampliar sua
visão no sentido de dar início a um verdadeiro ‘ramo feminino’ da Ordem do
Carmo. É fato comprovado que o Geral colocou essas iniciativas sob sua direta
jurisdição ou as confiou a Carmelitas ‘já reformados’. Os mosteiros de ‘monjas
carmelitas’ tornaram-se logo centros de irradiação espiritual e laboratórios da
reforma desejada por Soreth. A vida em comum, o Ofício coral, a estrita
observância com a clausura rígida dão prova disso. Podemos até dizer que as
‘carmelitas de Soreth’ anteciparam em um século as reformas introduzidas pelo
Concílio de Trento (1545-1563) e suas aplicações concretas no pontificado de
São Pio V (1566-1572).
Frei João Soreth — afirma Dom Vital
Wilderink (23) — pode ser reconhecido como o ‘fundador’ das Carmelitas na
medida em que tenha sido o ‘reformador’ da Ordem do Carmo. O fato de sua obra
reformadora ter tido pouca penetração nas regiões ao sul dos Alpes d e dos
Pireneus, fez com que se dedicasse inteiramente às fundações nórdicas. Graças a
seu empenho e santa teimosia, o ramo feminino do Carmo — a ‘Segunda Ordem’ —
pode nascer e consolidar-se, pois foi ele que o concebeu, inspirou e organizou,
inclusive com o indispensável embasamento jurídico que, mais tarde, seria
adotado também em outras regiões antes avessas à sua reforma.
O Prior-geral Soreth gostava de dizer
que a primeira preocupação das monjas carmelitas é honrar fielmente a Mãe de
Deus, considerando-se como verdadeiras ‘Filhas de Nossa Senhora’ a quem têm por
Prioresa de seus mosteiros. Maria é vista como guia de perfeição mística e
modelo de pureza. Na vida espiritual é ela que conduz a monja ao seu divino
Filho e à própria Santíssima Trindade (ver os ensinamentos de Santa Maria
Madalena de Pazzi).
Enquanto lentamente se vai afirmando o
que constituirá a “Segunda Ordem” ou Sancti Moniales (monjas de estrita
clausura), as pinzocheras ‘de profissão solene’ continuaram a ser bastante
numerosas na Itália e na Espanha sem, no entanto, levarem uma vida comum.
Ocupam, de fato, o terceiro lugar na hierarquia da Ordem, após os religiosos e
as monjas. Por este motivo foram chamadas, em alguns lugares, de terciárias
mas, na realidade, eram ‘verdadeiras religiosas’, agregadas — pelos seus ‘votos
solenes’ — a um convento masculino ou mosteiro feminino da Ordem. Pio V,
querendo clarificar certas confusões reinantes, declarou que a Igreja doravante
negaria o ‘caráter solene’ aos votos de pinzocheras que não vivessem em
clausura. Acontece que, segundo as leis em vigor naquele tempo, só as
terciárias ‘continentes’, portanto com voto de virgindade — o que excluía
expressamente os laços matrimoniais — possuíam plenamente os privilégios da
Ordem terceira. As não-continentes (as casadas) foram relegadas a um plano inferior,
semelhante a das coirmãs da Ordem, ou seja aquelas que não tinham feita
profissão religiosa e, por isso, consideradas ‘seculares’, não obstante certos
compromissos espirituais as ligassem à Ordem. Essas últimas tornaram-se a
variante feminina dos confrades ‘de capa branca’ com regras próprias que, na
Espanha, ao que tudo indica, eram conhecidos também por “terceiros’.
Em suma, “quanto à origem da Ordem
Terceira, podemos aceitar como um fato histórico, que a Ordem Terceira do
Carmo. No seu sentido geral como é conhecida hoje, não existia antes de 1476.
Os Carmelitas, embora tivessem a direção espiritual de numerosos grupos de
pessoas desejosas de uma vida mais perfeita, não possuíam o direto de agregar
tais grupos à Ordem.
A Bula Cum Nulla, de 1452, conferiu
apenas a licença de unir à Ordem mulheres que vivessem em castidade. Não se
tratava, pois, de uma permissão de fundar Ordens Terceiras em geral, que
incluíssem homens e mulheres casados. Essa faculdade só veio na Bula Dum
Attenta (1476), quando a licença de agregação foi estendida a quaisquer grupos
de pessoas, casadas ou não, homens ou mulheres. Esta Bula significa
verdadeiramente o início da Ordem Terceira Carmelita, ao menos em teoria. Pois,
há em tudo isto a considerar uma circunstância particular: as outras Ordens
Terceiras foram confirmadas depois de já existirem. A Ordem Terceira do Carmo,
porém, teve a sua licença jurídica antes de ser organizada! Na prática, ela
continuou durante mais de cem anos restrita a mulheres com o voto expresso de castidade
perfeita.” (24)
Em fins do século XVI, constatamos na
Ordem a existência de quatro grupos distintos: os frades, as monjas, mulheres
continentes com voto explícito de castidade (impropriamente chamadas de
‘terceiras’), coirmãs e confrades da Ordem, a quem pode ser conferida, com
razão, a qualificação de ‘terceiros’. Além desses grupos havia, desde o século
XIV, um outro tipo de agregação: as ‘Confrarias da Madonna’. Algumas se limitam
a viver na sombra das igrejas dos Carmelitas, outras assumem o escapulário como
distintivo da Ordem, particularmente após as supostas visões de São Simão Stock
de que falaremos em seguida.
No decorrer do tempo esvaem-se
características específicas entre os vários grupos, gerando não poucas
confusões. O Prior-geral Teodoro Straccio (1632-1642) procurou resolver a
questão com uma dupla intervenção: agregou, em 1637, à Ordem terceira todos os
confrades e coirmãs com votos de obediência e de castidade ‘segundo o próprio
estado’, colocando, em 1540, todos os outros na Confraria do Escapulário.
Finalmente, no decurso do século XVIII,
surge uma nova modalidade de agregação: Irmãs Terceiras, reunidas em
verdadeiras Congregações de Terceiras Regulares de vida apostólica e
missionária. Estas famílias religiosas tiveram grande florescimento, unindo
formas específicas de serviço eclesial ao carisma e à espiritualidade do Carmo.
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quarta-feira, 7 de setembro de 2016
22º GRITO DOS EXCLUÍDOS: Rio de Janeiro-07.
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ELIALDO ALVES: Entrevista-02.
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ELIALDO ALVES: Entrevista-02.
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terça-feira, 6 de setembro de 2016
A carta de Lula ao Papa Francisco.
Lula, ex-presidente da República,
escreve ao Papa: "é um golpe político para apossar-se do patrimônio
nacional – como já começa a acontecer com as reservas petrolíferas em águas
profundas – e desmontar a rede de proteção aos trabalhadores e aos pobres que
foi ampliada e consolidada nos últimos treze anos". A íntegra da carta, em
português, foi também enviada com a tradução espanhola.
Eis
a carta.
Vossa Santidade
Papa Francisco
São Paulo, 30 de
agosto de 2016.
Santíssimo Padre,
Dirijo-me a Vossa Santidade para
informá-lo da gravíssima situação política e institucional que vive o Brasil,
país que tive a honra de presidir de 2003 a 2010.
Tomo a liberdade de escrever-lhe
considerando o respeito e a amizade que Vossa Santidade tem pelo Brasil, pelos
quais somos todos imensamente gratos.
Orgulho-me de ter conseguido, apesar da
complexidade inerente às grandes democracias e dos problemas crônicos do
Brasil, unir o meu país em torno de um projeto de desenvolvimento econômico com
inclusão social, que nos fez dar um verdadeiro salto histórico em termos de
crescimento produtivo, geração de empregos, distribuição de renda, combate à
pobreza e ampliação das oportunidades educacionais.
Por meios pacíficos e democráticos, fomos
capazes de tirar o Brasil do mapa da fome no mundo elaborado pela ONU,
libertamos da miséria mais de 35 milhões de pessoas, que viviam em condições
desumanas, e elevamos outras 40 milhões a patamares médios de renda e consumo,
no maior processo de mobilidade social da nossa história.
Em 2010, como se sabe, fui sucedido pela
Presidenta Dilma Rousseff, também do Partido dos Trabalhadores, que havia
dedicado sua vida à luta contra a ditadura militar, pela democracia e pelos
direitos da população pobre do nosso país.
Mesmo enfrentando um cenário econômico
internacional adverso, a Presidenta Dilma conseguiu manter o país no rumo do
desenvolvimento e consolidar os programas sociais emancipadores, prosseguindo
na redução das enormes desigualdades materiais e culturais ainda existentes na
sociedade brasileira.
Em 2014, a Presidenta Dilma foi reeleita
com 54 milhões de votos, derrotando uma poderosa coalizão de partidos, empresas
e meios de comunicação que pregava o retrocesso histórico do país, com a
redução de importantes programas de inclusão social, a supressão de direitos
básicos das classes populares e a alienação do patrimônio público construído
com o sacrifício de inúmeras gerações de brasileiros.
A coalizão adversária, vencida nas urnas
em 2002, 2006, 2010 e 2014, não se conformou com a derrota e desde a
proclamação do resultado procurou impugná-lo por todos os meios legais, sem
alcançar nenhum êxito.
Esgotados os recursos legais, no
entanto, em vez de acatar a decisão soberana do eleitorado, retomando o seu legítimo
trabalho de oposição e preparando-se para disputar o próximo pleito
presidencial – como o PT sempre fez nas eleições que perdeu –, os partidos
derrotados e os grandes grupos de mídia insurgiram-se contra as próprias regras
do regime democrático, passando a sabotar o governo e a conspirar para
apossar-se do poder por meios ilegítimos.
Ao longo de todo o ano de 2015,
torpedearam de modo sistemático os esforços do governo para redefinir a
política econômica no sentido de resistir ao crescente impacto da crise
internacional e recuperar o crescimento sustentável. Criaram um clima
artificial de impasse político e institucional, com efeitos profundamente
danosos sobre a vida do país, contaminando o ambiente de negócios, deixando
inseguros produtores e consumidores, constrangendo as decisões de investimento.
No afã de inviabilizar o governo, apostaram contra o país, chegando até mesmo a
aprovar no parlamento um conjunto de medidas perdulárias e irresponsáveis
destinadas a comprometer a estabilidade fiscal.
E, finalmente, não hesitaram em
deflagrar um processo de impeachment inconstitucional e completamente
arbitrário contra a Presidenta da República.
Dilma Rousseff é uma mulher íntegra,
cuja honestidade pessoal e pública é reconhecida até pelos seus adversários
mais ferrenhos. Nunca foi nem está sendo acusada de nenhum ato de corrupção.
Nada em sua ação governamental pode justificar, sequer remotamente, um processo
de cassação do mandato que o povo brasileiro livremente lhe conferiu.
A Constituição brasileira é categórica a
esse respeito: sem a existência de crime de responsabilidade, não pode haver
impeachment. E não há nenhum – absolutamente nenhum – ato da Presidenta Dilma
que possa ser caracterizado como crime de responsabilidade. Os procedimentos
contábeis utilizados como pretexto para a destituição da Presidenta são
idênticos aos adotados por todos os governos anteriores e pelo próprio
vice-presidente Michel Temer nas ocasiões em que este substituiu a Presidenta
por razão de viagem. E nunca foram motivo de punição aos governantes, muito
menos justificativa para derrubá-los. Trata-se, portanto, de um processo
estritamente político, o que fere frontalmente a Constituição e as regras do
sistema presidencialista, no qual é o povo que escolhe diretamente o Chefe de
Estado e de Governo a cada quatro anos.
As forças conservadoras querem obter por
meios escusos aquilo que não conseguiram democraticamente: impedir a
continuidade e o avanço do projeto de desenvolvimento e inclusão social
liderado pelo PT, impondo ao país o programa político e econômico derrotado nas
urnas.
Querem a todo custo comandar o Estado
para apossar-se do patrimônio nacional – como já começa a acontecer com as
reservas petrolíferas em águas profundas – e desmontar a rede de proteção aos
trabalhadores e aos pobres que foi ampliada e consolidada nos últimos treze
anos.
As mesmas forças que tentam
arbitrariamente derrubar a Presidenta Dilma, e implantar a sua agenda
antipopular, querem também criminalizar os movimentos sociais e, sobretudo, um
dos maiores partidos de esquerda democrática da América Latina, que é o PT. E
não se trata de mera retórica autoritária: o PSDB, principal partido de
oposição, já apresentou formalmente uma proposta de cancelamento do registro do
PT, com vistas a proibi-lo de existir. Temem que, em 2018, em eleições livres,
o povo brasileiro volte a me eleger Presidente da República, para resgatar o
projeto democrático e popular.
A luta contra a corrupção, que é uma
mazela secular do Brasil e de tantos outros países, e deve ser combatida de
modo permanente por todos os governos, foi distorcida e transformada em uma
implacável perseguição midiática e política ao PT. Denuncias contra líderes de
partidos conservadores são sistematicamente abafadas e arquivadas enquanto
acusações semelhantes a qualquer personalidade do PT tornam-se de imediato, à
revelia do devido processo legal, condenação irrevogável na maior parte dos
meios de comunicação.
A verdade é que o combate à corrupção no
Brasil passou a ser muito mais vigoroso e eficaz a partir dos governos do PT,
com o respeito, que antes não existia, à plena autonomia do Ministério Público
e da Polícia Federal no exercício de suas atribuições; a ampliação do
orçamento, do quadro de funcionários e a modernização tecnológica dessas
instituições e dos demais órgãos de controle; a nova lei de acesso à informação
e a divulgação das contas públicas na internet; os acordos de cooperação
internacional no enfrentamento da corrupção; e o estabelecimento de punições
muito mais rigorosas para corruptos e membros de organizações criminosas.
Todos nós, democratas, interessados no
aperfeiçoamento institucional do país, apoiamos o combate à corrupção. As
pessoas que comprovadamente tiverem cometido crimes, devem pagar por eles,
dentro da lei. Mas os juízes, promotores e policiais também estão obrigados a
cumprir a lei e não podem abusar do seu poder contra os direitos dos cidadãos.
As pessoas não podem ser publicamente condenadas (e terem a sua reputação
destruída) antes da conclusão do devido processo legal, e menos ainda por meio
do vazamento deliberado de informações praticado pelas próprias autoridades com
fins políticos. Uma justiça discriminatória e partidarizada será fatalmente uma
justiça injusta.
Eu, pessoalmente, não temo nenhuma
investigação. Desde que iniciei a minha trajetória política e, particularmente
nos últimos dois anos, tive toda a minha vida pública e familiar devassada –
viagens, telefonemas, sigilo fiscal e bancário –, fui alvo de todo o tipo de
insinuações, mentiras e ataques publicados como verdade absoluta pela grande
mídia, sem que tenha sido encontrado qualquer desvio na minha conduta ou prova
de envolvimento em qualquer ato irregular. Se a justiça for imparcial, as
acusações contra mim jamais prosperarão. O que não posso aceitar são os atos de
flagrante ilegalidade e parcialidade praticados contra mim e meus familiares
por autoridades policiais e judiciárias.
É inadmissível a divulgação na tv de
conversas telefônicas sem nenhum conteúdo político, a coação de presos para
fazerem denúncias mentirosas contra mim em troca da liberdade, ou a condução
forçada, completamente ilegal, ocorrida em março último, para prestar
depoimento do qual eu sequer tinha sido notificado.
Por isso, meus advogados entraram com
uma representação no Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, relatando os
abusos cometidos por algumas autoridades judiciais que querem a todo custo me
eliminar da vida política do país.
A minha trajetória de mais de 40 anos de
militância democrática, que começou na resistência sindical durante os anos
sombrios da ditadura, prosseguiu no esforço cotidiano de conscientizar e
organizar a sociedade brasileira pela base, até ser eleito como o primeiro
Presidente da República de origem operária, é o meu maior patrimônio e a ele
ninguém me fará renunciar. Os vínculos de fraternidade que construí com os
brasileiros e brasileiras na cidade e no campo, nas favelas e nas fábricas, nas
igrejas, nas escolas e universidades, e che levaram a maioria do nosso povo a
apoiar o vitorioso projeto de inclusão social e promoção da dignidade humana,
não serão cancelados por nenhum tipo de arbitrariedade. Da mesma forma, nada me
fará abrir mão, como sabem as lideranças de todo o mundo com as quais trabalhei
em harmonia e estreita cooperação -
antes, durante e depois dos meus mandatos presidenciais - do compromisso de
vida com a construção de um mundo sem guerras, sem fome, com mais prosperidade
e justiça para todos.
Agradeço desde já a generosa atenção que
Vossa Santidade dedicou a esta mensagem e coloco-me à disposição, como sempre
estive, para qualquer esclarecimento ou reflexão de interesse comum.
Reiterando o meu respeito e
consideração, despeço-me fraternalmente.
Luiz Inácio Lula da Silva. Fonte: http://ihu.unisinos.br
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*ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Vida de oração.
36 - Os leigos Carmelitas seguem uma
intensa vida de oração, centrada no diálogo pessoal, com o Senhor, verdadeiro
amigo da humanidade. Como diz Sta. Teresa de Jesus: “A oração nada mais é do
que uma relação íntima de amizade...com Aquele que nos ama”. A oração pessoal e
comunitária, litúrgica e informal constituiu o tecido da relação pessoal com
Deus-Trindade, que anima inteiramente a existência do leigo Carmelita. Na oração
“o essencial não consiste tanto no muito pensar, mas antes no muito amar”; e
então, mais do que um exercício, trata-se de uma postura, que implica o
reconhecimento da mão de Deus, a disponibilidade de acolher o amor gratuito
como dom, não só habitual mas atual , implica uma consciência sempre mais
profunda da ação de Deus que permeia toda a existência humana, como testemunha
Santa Teresa do Menino Jesus. “A oração é vida e não um oásis no deserto da
vida”, dizia o B. Tito Brandsma. João
Paulo II confirma dizendo que, no Carmelo “a oração se toma vida e a vida
floresce em oração”.
37 - A vida sacramental centrada na
Eucaristia constituiu a fonte da vida espiritual. O leigos Carmelitas são chamados a uma
intensa frequência aos sacramentos: segundo as possibilidades, aproximem-se
diariamente do sacrifício do altar e do banquete da vida, no qual a Igreja
encontra a sua inteira riqueza, “ou seja o próprio Cristo, nossa Páscoa e Pão
vivo” recebam regularmente o perdão dos pecados e a graça para continuar o caminho;
se casados, vivam com intensidade e novidade cristã a própria vocação à
santidade matrimonial.
38 - A Liturgia das Horas constitui o
apelo diário à graça que brota da Eucaristia e alimenta o autêntico encontro
com Deus. Os leigos Carmelitas podem, segundo as suas condições, celebrar pelo
menos Laudes, Vésperas e Completas. Lugares e circunstâncias concretas poderão
indicar outras eventuais formas de oração litúrgica. Inspirados por Maria, os
leigos Carmelitas desejam tomar atual a obra salvífica de Jesus no espaço e no
tempo, também através da celebração dos mistérios divinos. Maria convida-nos a celebrar a liturgia com
disposições e posturas iguais às suas: pôr em prática a Palavra de Deus e
meditá-la com amor, louvar a Deus com entusiasmo e agradecer-lhe com alegria,
servir a Ele e aos irmãos com generosidade ao ponto de dar a própria vida por
eles, orar ao Senhor com fé e perseverança, esperar vigilantes a Sua vinda.
39-. A vida espiritual não se esgota
apenas na liturgia. Muito embora chamado à oração comunitária, o cristão deve
sempre entrar em seu quarto para rezar ao Pai em segredo; aliás, segundo o
ensinamento de Cristo reforçado pelo Apóstolo, deve orar incessantemente. Os
leigos Carmelitas, segundo a permanente tradição do Carmelo cultivam em grau
máximo a oração em suas várias formas.
Devem conceder uma especial atenção à escuta orante e obediente da
Palavra de Deus: a “Lectio divina” envolve e transforma toda a existência do
homem de fé. Também tiveram sempre um grande espaço na tradição Carmelita, a
oração mental, o exercício da presença de Deus, a oração aspirativa, a oração
silenciosa e outras eventuais práticas devocionais.
40 - Os leigos Carmelitas trazem com
grande veneração o Santo Escapulário, símbolo da caridade maternal de Maria,
que, tomando a iniciativa, guarda os irmãos e irmãs Carmelitas no coração e
desperta neles o desejo de imitar as suas virtudes: caridade universal, amor à
oração, humildade, pureza, modéstia. Quem usa o Escapulário é chamado a
revestir-se interiormente de Cristo, para manifestar em sua vida a presença
salvífica em favor da Igreja e da humanidade. O Escapulário, além de recordar a
proteção que Maria nos concede ao longo de toda a existência, e também no
trânsito definitivo até a plenitude na glória, recorda-nos que a devoção
Mariana, mais do que um conjunto de práticas piedosas, é um verdadeiro “hábito,
ou seja, uma orientação permanente da própria conduta cristã”.
41 - Reunidos por Maria, como os
discípulos no Cenáculo, os leigos Carmelitas encontram-se também para louvar a
Deus nos mistérios da vida do Senhor e da própria Virgem Maria: a prática
piedosa do Santo Rosário, pode tornar-se uma fonte inexaurível de verdadeira
espiritualidade para alimento da vida quotidiana.
*Da
Regra da Ordem Terceira do Carmo.
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*ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Vida fraterna.
54 - A Ordem Terceira do Carmo se
divide em comunidades, comumente chamadas Fraternidades ou Sodalícios, os quais
são dirigidos pelos seus próprios membros segundo as normas contidas nesta
Regra e nos Estatutos de cada Sodalício, sob a mais alta direção do Superior da
Ordem ou dos seus delegados.
55 - Alguns membros da Ordem
Terceira do Carmo, segundo uma antiga tradição, são chamados a viver em
comunidades de vida reguladas pelos estatutos particulares.
56 - As comunidades são erigidas
canonicamente pelo Prior Geral da Ordem com o consenso de seu Conselho, com o
prévio consentimento do Prior Provincial e do Bispo diocesano; para a ereção de
uma casa da Ordem vale também para a ereção de um Sodalício da Ordem Terceira,
junto à mesma casa ou à Igreja anexa.
*Da
Regra da Ordem Terceira do Carmo.
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*ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Participação na missão de Jesus
24 - Pelo Batismo os leigos
Carmelitas tornam-se participantes da missão de Jesus Cristo, dando-lhe
continuidade na Igreja, tomando-se assim como que “uma humanidade de acréscimo”,
que se transforma em “louvor da sua glória”. Aos seculares é reconhecida
“uma participação própria e absolutamente necessária nesta missão.
25 - Em virtude do sacerdócio
batismal e dos carismas recebidos, os Seculares Carmelitas são chamados à edificação
da comunidade eclesial participando “consciente, ativa e fecundamente”, na vida
litúrgica da comunidade e empenhando-se para que a celebração se prolongue na
vida concreta. Significa dizer que os frutos de seu encontro com Deus se
manifestam em todas as suas atividades, orações e iniciativas apostólicas, no
repouso espiritual e corporal e até mesmo nas próprias privações da vida,
quando suportadas com paciência e - como nos ensinam os santos Carmelitas -
acolhidas de coração aberto.
26 - Com a participação no múnus
profético de Cristo e da Igreja o terceiro empenha-se, nas diversas profissões
e atividades seculares, por assimilar o Evangelho na fé, anunciando-o por meio
de suas obras. O seu empenho chega ao ponto de denunciar o mal com coragem é
sem vacilar. Além disso, é chamado a participar seja no sentido da
fé sobrenatural da Igreja, que não pode errar em matéria de fé, seja na graça
da Palavra.
27 - Pela sua pertença a Cristo,
Senhor e Rei do universo, o terceiro participa de seu múnus real pelo qual é
chamado ao serviço do Reino de Deus e a sua expansão na história. A realeza de
Cristo implica, antes de tudo, um combate espiritual a vencer em nós mesmos a
tirania do pecado. Mediante a doação de nós mesmos, empenhamo-nos em servir, na
justiça e na caridade, ao próprio Jesus presente em todos os irmãos e irmãs, e
sobretudo nos pequeninos e marginalizados. Isto significa dar à criação todo o
seu valor originário. Ao conduzir as criaturas ao verdadeiro bem da humanidade
com uma atividade fruto da vida de graça, o terceiro participa no exercício do
poder com o qual Jesus Ressuscitado atrai a si todas as coisas.
*Da
Regra da Ordem Terceira do Carmo.
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segunda-feira, 5 de setembro de 2016
SE A CANOA NÃO VIRAR: O Voto Para Vereador
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sábado, 3 de setembro de 2016
ELIALDO ALVES: Entrevista-01.
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sexta-feira, 2 de setembro de 2016
Reportagem da Al Jazeera desmascara participação da Globo no golpe
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SANTO ELIAS EM ITU: Convite.
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A PROCURA DA DONA ÉTICA-05: Frei Petrônio.
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VIOLÊNCIA POLICIAL EM SÃO PAULO: Frei Petrônio.
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quarta-feira, 31 de agosto de 2016
LIMEIRA: Despedida de Elias
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LIMEIRA: Despedida de Elias
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A PROCURA DA DONA ÉTICA-03: Frei Petrônio.
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terça-feira, 30 de agosto de 2016
A PROCURA DA DONA ÉTICA-02: Frei Petrônio.
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SANTO ELIAS PEREGRINO EM LIMEIRA: Convite.
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PROFETA PEREGRINO: Cidade de Limeira.
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sábado, 27 de agosto de 2016
SE A CANOA NÃO VIRAR-02: Roubo, violência e morte.
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sexta-feira, 26 de agosto de 2016
NA CONTRAMÃO DE FRANCISCO-05: Frei Petrônio.
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quinta-feira, 25 de agosto de 2016
NA CONTRAMÃO DE FRANCISCO-04: Frei Petrônio.
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quarta-feira, 24 de agosto de 2016
SE A CANOA NÃO VIRAR... Roubo, violência e morte.
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NA CONTRAMÃO DE FRANCISCO-03: Frei Petrônio.
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FINAL DO ANO ELIANO: Convite.
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terça-feira, 23 de agosto de 2016
NA CONTRAMÃO DE FRANCISCO-02: Frei Petrônio.
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segunda-feira, 22 de agosto de 2016
NA CONTRAMÃO DE FRANCISCO-01: Frei Petrônio.
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sábado, 20 de agosto de 2016
A ORAÇÃO DOS FRACOS: Frei Petrônio
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A ORAÇÃO DOS FRACOS: Frei Petrônio
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sexta-feira, 19 de agosto de 2016
PADRE... Apenas Padre: Frei Petrônio
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quinta-feira, 18 de agosto de 2016
EU VOU COMPRAR O SEU VOTO! Frei Petrônio de Miranda.
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A Igreja e a Política – Eleições 2016
Dom Sérgio Aparecido Colombo, Bispo de
Bragança Paulista
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Fé e Política,
Fé e vida,
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quarta-feira, 17 de agosto de 2016
CRISTÃOS DO PASSADO: Frei Petrônio.
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terça-feira, 16 de agosto de 2016
CRISTÃOS DO SOFÁ: Frei Petrônio.
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segunda-feira, 15 de agosto de 2016
ROMA x RIO DE JANEIRO: Frei Petrônio.
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NOVO BISPO CARMELITA: Dom Frei Francisco Sales, O. Carm.
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domingo, 14 de agosto de 2016
A GRADE DE FERRO E O PAI: Frei Petrônio.
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O FOGO DE JESUS: 20: Domingo do Tempo Comum.
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sábado, 13 de agosto de 2016
RETROSPECTIVA DA SEMANA: Um dia de luta e moradores de Rua.
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sexta-feira, 12 de agosto de 2016
A FÉ QUE MOVE AS CIDADES
No país, 334 municípios recebem 18 milhões de
turistas religiosos, mas desenvolvimento local deixa a desejar.
PALMELO,
ABADIÂNIA, JUAZEIRO DO NORTE E TRINDADE - É com a convicção de que a fé não
costuma falhar que milhões de pessoas arrumam as malas todos os anos e visitam
as várias cidades, de todas as fés, espalhadas pelo país. Dados do Ministério
do Turismo mostram que existem pelo menos 18 milhões de turistas religiosos
domésticos no Brasil, três vezes o volume de cerca de 6 milhões de pessoas que
passam por ano pela Capela Sistina, no Vaticano. Só de estrangeiros, pelo menos
30 mil pessoas vêm ao país para este fim. São pelo menos 334 municípios em todo
o território nacional que atraem esse tipo de movimento ao menos em uma época
do ano. Em muitos, a população chega a dobrar em um único fim de semana.
A fé
que move curiosos e peregrinos move também muitos municípios e sustenta
famílias inteiras. Em cidades como Aparecida, em São Paulo, símbolo maior desse
tipo de turismo no país, o Ministério do Turismo estima que os dez milhões de
visitantes deixam, a cada ida à cidade, cerca de R$ 1.200, o equivalente a R$ 12
bilhões por ano. Não à toa, a economia dessas cidades se expandiu, nos últimos
anos, a níveis muito superiores ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
nacional. Entre 2000 e 2013 (último dado disponível) o PIB de Juazeiro do
Norte, no Ceará, por exemplo, avançou 579,5% (a preços correntes). Nesse mesmo
período, a economia brasileira cresceu 329%. Mesmo assim, a falta de um
programa estruturado para aproveitar o alto fluxo de pessoas ainda impede que
muitas dessas cidades, de fato, se desenvolvam economicamente.
O GLOBO
percorreu cinco municípios que respiram fé e têm a religião como principal — e
em alguns casos, exclusivo — motor da economia: a gigante Aparecida, em São
Paulo; a Juazeiro do Norte de Padre Cícero, no Ceará; e as cidades goianas de
Trindade, da festa do Divino Pai Eterno; Abadiânia, onde o médium João de Deus
atrai 240 mil brasileiros e, sobretudo, estrangeiros por ano; e Palmelo, que
com 2,4 mil habitantes se declara um município espírita. Juntos, esses locais
atraem quase 16 milhões de pessoas por ano.
Segundo
o Ministério do Turismo, há mais de 18 milhões de turistas religiosos
domésticos no Brasil: três vezes mais do que os cerca de 6 milhões de visitantes
que passam pela Capela Sistina, no Vaticano, por ano.
UNIFORME BRANCO E GRINGOS EM CASAS ESPÍRITAS
PALMELO
E ABADIÂNIA (GO) - “Por que você acha que os hospitais estão sempre tão cheios?
Nem todas as doenças são do corpo, tem doenças que vêm da alma, do espírito”. A
frase é de Maria Nazaré de Jesus, de 60 anos, mas a crença é a mesma que move
milhares de brasileiros a visitar médiuns ao redor do país em busca de cura
para problemas físicos, emocionais e espirituais. Cravadas no interior de
Goiás, as cidades de Palmelo e Abadiânia atraem, mensalmente, cerca de 22 mil
pessoas. Para abarcar o fluxo de turistas, os municípios investiram em
estrutura e hoje têm números comparáveis às grandes cidades do estado. Invadida
por estrangeiros todas as semanas, Abadiânia, por exemplo, tem, com apenas 16
mil habitantes, 80 pousadas e 66 licenças de táxi.
Para se
ter ideia, o Produto Interno Bruto (PIB) de Abadiânia cresceu 773% entre 2000 e
2013. Em Palmelo, a economia saltou 247,3%. No mesmo período, a capital Goiânia
teve um incremento de 411% nesse indicador. Os turistas – nacionais e
estrangeiros -, que lotam pequenas cidades como essas Brasil afora, querem
conforto para as angústias, uma carta de quem já se foi e, sobretudo, a cura do
que já desacreditaram os médicos convencionais. Focados em realizar as chamadas
cirurgias espirituais, eles se instalam por vários dias. Alguns chegam a se
mudar temporariamente.
Nazaré,
a autora da frase que inicia essa matéria, e a irmã Maria Madalena da Costa
Soares, 55 anos, por exemplo, montaram suas próprias pousadas em Palmelo, de
olho no fluxo crescente de pessoas que descobrem a pequena cidade que se
autointitula um município espírita. De fato, mais de 60% dos 2.400 moradores
são seguidores da religião, segundo a prefeitura. No local, os médiuns são
contados às centenas: o presidente do centro espírita Luz da Verdade,
Barsanulfo Zaruh, calcula que hoje existam 350.
Nos
meses de férias, a população da cidade quase dobra com a circulação de turistas
que procuram na fé a cura ou o conforto: cerca de mil pessoas passam, por mês,
pela cidade. Elas não vêm para um único dia. Ficam dez. Esse é o mínimo para
quem busca as cirurgias. Sem quartos suficientes para atender a demanda nos
períodos de pico, Nazaré e Madalena tiveram que ampliar seus estabelecimentos e
contam que as pousadas da região seguiram o mesmo caminho.
– A
cidade é movida pelo centro — afirma Madalena.
BUSCA POR TRATAMENTO E INFORMAÇÃO
Em uma
proporção muito maior, a cidade de Alexânia movimenta 20 mil pessoas todo mês.
O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, colocou o pequeno município de
16 mil habitantes no interior de Goiás no mapa mundial. Na mística rua onde
fica a casa Dom Inácio de Loyola, escutar inglês, espanhol ou francês é quase
tão comum quanto o português. O movimento é tanto que há tradutores para as
principais línguas durante os atendimentos na casa e os cardápios e letreiros
pelas ruas são bilíngues ou completamente em inglês. A fama do médium rodou o
mundo e trouxe à cidade grandes nomes como a apresentadora Oprah Winfrey e a
modelo Naomi Campbel.
Entre as
celebridades nacionais, a lista inclui além de personalidades como Xuxa e
Giovanna Antonelli, uma extensa relação de políticos. O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, por exemplo, é rosto conhecido na
cidadela. O movimento, sempre às quartas, quintas e sextas-feiras, faz girar a
economia da Abadiânia. A estreita rua que dá acesso à casa, ladeada de pousadas
e hotéis, fica lotada de táxis, vans, sotaques e línguas.
— Não
tem loja aqui que não seja movida pela casa espírita — complementa Leonor Rosa,
de 45 anos, dona de uma livraria espírita.
Nas
estantes de Leonor há nichos separados para publicações em inglês, espanhol,
alemão, francês e até russo. Ela diz que as obras básicas do espiritismo são as
mais procuradas. Uma vez ajudados, eles querem conhecer mais sobre a religião
ou são movidos apenas pela curiosidade que desperta a aura da cidade em que
todos andam de branco.
A
americana Heather Cumming, 65 anos, é figura conhecida na cidade. Ela fez
inúmeras vezes a viagem de Nova York até Abadiânia. Ao visitar a casa pela
primeira vez, há 16 anos, ela diz ter recebido uma missão do mundo espiritual,
via João de Deus: deveria voltar outras vezes e trazer com ela mais
estrangeiros que precisassem ser ajudados. Por anos, Heather levou à cidade
excursões inteiras. Após muitas idas e vindas, ela se rendeu: arrumou as malas
e se mudou definitivamente para a cidade. Hoje, ela tem uma pousada em
Abadiânia e trabalha como tradutora do centro:
— Eu
buscava amor incondicional e aqui senti isso. A verdade é que desde que cheguei
aqui, nunca mais quis sair.
A
recomendação para que as pessoas vistam branco ou cores claras é das entidades.
Assim são chamados os espíritos que realizam os atendimentos e são incorporados
pelo médium. Aos desavisados resta comprar uma das centenas de opções de
blusas, calças, shorts e vestidos da coloração recomendada. Na loja de Rafaela
Lôbo, de 34 anos, uma única arara colorida contrasta com uma loja repleta de
peças brancas. Lá, uma camiseta simples custa em torno de R$ 35. Os vestidos
variam entre R$ 80 e R$ 100.
Agradecidas
pelo tratamento, não é incomum que vários dos turistas retornem com frequência
às cidades. Márcia Araújo Alencar, de 39 anos, por exemplo, é de Imperatriz, no
Maranhão, e frequenta Palmelo há 18 anos. Diagnosticada com um câncer avançado
na mama, ela recusou o tratamento de quimioterapia e radioterapia. Portando
apenas os remédios alopáticos e muita fé, ela se mudou temporariamente para
Palmelo em 2009. Curada, Márcia voltou ao Maranhão, mas faz questão de retornar
à cidade goiana sempre que pode para ajudar nos trabalhos do centro.
– Fiz e
refaço os exames com frequência: o nódulo agora é benigno.
Em
ambas as cidades visitadas pelo GLOBO, não há cobrança pelos tratamentos.
Basicamente, as duas casas se sustentam com doações e trabalhos voluntários.
Algumas das medicações recomendadas por João de Deus são pagas, mas os
voluntários da casa explicam que, para quem não tem condições, a entidade encaminha
o remédio gratuitamente. Em Abadiânia, a casa Dom Inácio tem ainda algumas
fontes de renda alternativas, que vêm da lanchonete construída dentro do
terreno e de uma lojinha que vende desde livros, imagens e travesseiros até o
banho de cristal. Este último consiste em uma sala silenciosa em que a pessoa
pode se deitar e tem, acima dela, cristais coloridos posicionados sobre os
chacras (centros de energia no corpo).
Esperança
de cura com cirurgia espiritual
ABADIÂNIA E PALMELO (GO) - Ao subir no pequeno palco em frente a centenas de
pessoas, Lúcia Beatriz Schveid caiu no choro. Após 20 anos de devoção ao médium
João Teixeira de Faria, o João de Deus, e dois casos de câncer - um nas cordas
vocais e outro no pulmão -, ela se diz curada. A solução, diz, demorou a vir.
— Eu te
deixei na escuridão, deixei você achar que ia morrer, não foi? — diz o médium,
já incorporado pela entidade, em meio a olhares algo curiosos, algo vidrados
dos visitantes, na primeira aparição de João de Deus numa quinta-feira do mês
passado.
A cura,
por meio de cirurgias espirituais, é um dos principais motivos que levam
milhares de pessoas ao ano a buscar médiuns mais ou menos famosos ao redor do
país. Os tratamentos espirituais nem sempre são instantâneos. Muitas vezes, são
feitos ao longo de meses ou anos.
Lúcia
conta que chegou à casa Dom Inácio de Loyola antes da doença, levada pelo pai.
Em 2006, quando descobriu o câncer nas cordas vocais, levou os tratamentos
espiritual e médico paralelamente. Nos centros espíritas visitados pelo GLOBO,
em Palmelo e em Abadiânia, a recomendação é de não abandonar o tratamento
“terreno”. Cirurgicamente, Lúcia retirou as cordas vocais e fez um enxerto.
— Não
deveria falar, mas falo perfeitamente. O médico dizia que nunca tinha visto uma
recuperação como aquela — diz.
Em
2014, descobriu um novo tumor, no pulmão. Após a cirurgia, ela conta que o
tumor, inicialmente de 8 centímetros, foi diminuindo de tamanho de acordo com o
tratamento.
— Hoje
existe apenas uma cicatriz no local.
Segundo
os voluntários da casa Dom Inácio, em Abadiânia, a forma como o procedimento
cirúrgico é feito - com ou sem corte ou uso de instrumentos - varia de acordo
com a entidade incorporada. Algumas recebem o tratamento sem qualquer toque.
Outras passam, sob o olhar angustiado e surpreso de quem assiste, por cortes
visíveis, intervenções com uma enorme tesoura nariz acima. Mesmo nesses
momentos, não há grito de dor no local.
Em
Palmelo, os médiuns não costumam realizar cortes. O GLOBO acompanhou uma das
cirurgias. A paciente, a goiana Edne José Militão, de 64 anos, foi
diagnosticada em uma espécie de raio-x feito no centro, em que os espíritos
apontam, por meio dos médiuns, os pontos a serem tratados. Segundo o exame,
Edne deveria cuidar de vários problemas: nas articulações, na bexiga, nos rins
e nos nervos dos braços.
O
processo é rápido - dura cerca de 5 minutos - e consiste em uma espécie de
passe sobre a pessoa deitada. Os médiuns garantem que, internamente, a cirurgia
é real, o que exige de quem se submete ao tratamento, repouso e dietas
específicas. Em Palmelo, todas as cirurgias são feitas nas hospedarias ou nos
locais de estadia gratuita oferecidos pelo centro a quem não pode pagar. O
grupo de médiuns designados para os procedimentos peregrinam pelas pousadas,
sempre após as reuniões do próprio centro onde, com as palestras e os passes,
eles se energizam. Já em Abadiânia, há mais estrutura na casa espírita para que
as cirurgias sejam realizadas no próprio local.
Em Aparecida, negócios guiados pela peregrinação.
PA
14/06/2016 - PIB da Fé . Na cidade de Aparecida do Norte, a Basílica Nossa
Senhora de Aparecida com números de 12 milhões de visitante por ano. NA cidade
tem ha 2 anos um bondinho que liga o morro do cruzeiro ao pé da basílica.
APARECIDA -
Principal centro de peregrinação católica do país, a cidade de Aparecida, a 170
quilômetros de São Paulo, atraiu no ano passado 12 milhões de visitantes. Em
outros centros de visitação católica, como Fátima, em Portugal, ou Lourdes, na
França, o número de fiéis não ultrapassa os 6 milhões anualmente. Até mesmo a
Torre Eiffel, em Paris, contabilizou 6,9 milhões de visitantes em 2015. A fé
que leva tantos romeiros a Aparecida é o motor econômico da cidade.
— Sem a
devoção à Nossa Senhora Aparecida ainda seria um distrito de Guaratinguetá,
como no passado — diz Márcio Siqueira, prefeito da cidade que, em alguns finais
de semana, vê sua população, de 37,5 mil habitantes, quintuplicar.
Nas
contas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia de
Aparecida movimenta quase R$ 600 milhões, ou cinco vezes mais que o orçamento
da prefeitura previsto para este ano, de R$ 120 milhões. Mas é consenso que há
uma riqueza subterrânea que não é captada pelas estatísticas oficiais.
— Há
muita informalidade. Por exemplo, temos 2,6 mil ambulantes que todo fim de
semana montam suas barracas próximo à Basílica. Embora tenham licença da
prefeitura, não sabemos quanto movimentam porque não são formalizados. Temos
ainda umas 350 fabriquetas de fundo de quintal que fazem lembrancinhas e vendem
a R$ 1 ou R$ 2 — explica Ângelo Reginaldo Leite, presidente da Associação
Comercial e Industrial de Aparecida.
Segundo
a Associação Comercial, o gasto médio do turista com diária de hotel fica em R$
120, incluindo café, almoço e jantar. Com lembrancinhas, calcula-se que cada um
gaste R$ 60, em média.
A
modelo Paula Tomie Nagai, de 34 anos, moradora da cidade de Mogi das Cruzes, no
interior paulista, planejava passar cinco dias na cidade. Foi pedir uma graça à
padroeira do Brasil para que cessem as dores no pé esquerdo, que torceu há
alguns meses. Segundo ela, os médicos não conseguiram curá-la com a
fisioterapia. Além de gastos com hotel e presentes, ela comprou uma vela em
formato de pé para deixar na Sala das Promessas, uma forma de mostrar sua
devoção e a fé de que seu pedido será atendido.
— Vim
pedir para que Nossa Senhora cure meu pé e abençoe minha família — disse ela,
estimando ter gasto ao menos R$ 1 mil na viagem.
Outro
tipo de turista é o que está de passagem pela Rodovia Presidente Dutra e faz
uma visita atraído pela grandiosidade da Basílica, a segunda maior do mundo,
atrás apenas da de São Pedro, em Roma. A família do motorista Osmi Nunes, de 34
anos, voltava de férias no Rio e parou para visitar o Santuário e admirar a
imagem de Nossa Senhora. Em pouco mais de uma hora, seu gasto chegou a R$ 120,
com almoço e estacionamento.
A
Basílica está deixando de ser a única construção que chama a atenção de quem passa
por Aparecida. A própria igreja católica inaugurou, em 2012, o Hotel Rainha do
Brasil, uma torre de 15 andares com 330 apartamentos e capacidade para quase
mil pessoas, com investimento estimado em R$ 60 milhões.
— Temos
200 hotéis e pousadas legalizados, com CNPJ. Mas há outros 140 ilegais, que
abrem entre sexta e domingo apenas para receber os romeiros — conta Ernesto
Elache, presidente do Sindicato dos Hotéis e Restaurantes da cidade.
Para
2017, ano em que se completam 300 anos da descoberta da imagem da santa por
três pescadores no Rio Paraíba do Sul, a cidade deve bater seu recorde de
visitantes. Estima-se que 14 milhões de fiéis irão a Aparecida ao longo do ano.
Ate lá, diz Elache, a oferta de leitos deve subir dos atuais 36 mil para 40
mil, mas ele estima que esse número seja insuficiente para atender a todos os
visitantes.
Aparecida
prepara-se para ganhar seu primeiro shopping, no trevo de entrada da cidade.
Trata-se de investimento privado num terreno de 170 mil metros quadrados cedido
pela igreja. Calcula-se que serão gastos R$ 400 milhões na construção, que
inclui cinco hotéis, além de uma roda gigante semelhante à London Eye, de
Londres. A ideia é que uma passarela ligue o complexo ao Santuário, e 80% das
obras devem estar concluídas até julho de 2017.
Círio de Nazaré: 2 milhões de fiéis por ano
BRASÍLIA -
Uma das maiores festas religiosas do país, o Círio de Nazaré reúne, todos os
anos, até 2 milhões de pessoas em um trajeto de 3,6 quilômetros em Belém, no
Pará. A festa em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré é iniciada no segundo
domingo de outubro, quando a procissão sai da Catedral de Belém e segue até a
Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem da Virgem fica exposta durante 15
dias. A estimativa da Secretaria de Turismo de Belém é de que 85 mil turistas
participaram do festejo no ano passado e movimentaram o equivalente a US$ 30,4
milhões, ou cerca de R$ 1.400 por pessoa.
Além de
Belém, a procissão se estende a outras cidades do interior do estado. Por isso,
muitos dos vendedores ambulantes seguem um extenso calendário e percorrem
várias cidades vendendo produtos religiosos em diferentes círios. A cidade de
Bragança, por exemplo, recebe milhares de turistas durante o ano não só pela
festa em devoção à Virgem, mas também pela Marujada, em devoção a São Benedito.
Nessa época, o município de 124 mil habitantes chega a receber 80 mil pessoas.
Nova Trento, reduto da primeira santa
brasileira.
BRASÍLIA -
Reduto da primeira santa brasileira, Santa Paulina, Nova Trento, no interior do
estado de Santa Catarina, recebe, todos os anos, cerca de 840 mil turistas
religiosos. A cidade de apenas 13 mil habitantes localizada a 80 quilômetros da
capital Florianópolis fica inchada de pessoas que querem pedir e agradecer as
graças concedidas pela santa canonizada em 2002 e que viveu uma vida de ajuda a
ex-escravos, órfãos e índigenas.
– Em
alguns fins de semana recebemos de 15 mil a 18 mil pessoas na região dos
santuários. É uma cidade inteira dentro de um único bairro de Nova Trento,
explica o secretário de turismo da cidade, Eluísio Voltoni.
Ele
conta que a maior parte dos turistas vem da própria região e dos estados
vizinhos. Por isso, geralmente, o visitante de Nova Trento não costuma se
hospedar na cidade e volta no mesmo dia para o município de origem. Mesmo
assim, o local conta com uma estrutura de 550 leitos que está em ascensão,
garante Voltoni. Além disso, uma rede de quase 20 restaurantes e 1000 empregos
diretos e indiretos supre os turistas durante o passeio.
A
estimativa da prefeitura é de que cada um deixe por dia na cidade cerca de R$
40, o equivalente a R$ 33,6 milhões todos os anos. Nova Trento fica em uma
região conhecida pelo forte apelo religioso. Tanto que, em um raio de 40
quilômetros é possível visitar quatro santuários. Além dos dois construídos na
cidade, há outros dois templos nas cidades vizinhas, Angelina e Brusque.
O
secretário de turismo de Nova Trento explica que, além do apelo religioso, os
turistas aproveitam para curtir a gastronomia e o vinho local.
– As
pessoas visitam o santuário, pedem, agradecem, pagam suas promessas e depois
aproveitam o polo gastronômico da cidade. Isso atrai muitas pessoas não só da
região, mas turistas que estão nas praias da região.
PIB de municípios cresce mais do que o do
Brasil
APARECIDA (SP), JUAZEIRO DO NORTE (CE),
TRINDADE (GO) - Para receber os turistas da fé, vários
municípios brasileiros desenvolveram suas economias e têm hoje uma elaborada
rede de serviços. Um levantamento do GLOBO com dados do IBGE mostra que as
grandes cidades do turismo religioso no Brasil tiveram avanço econômico muito
superior ao do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Entre 2000 e 2013 (último
dado disponível) o PIB de Aparecida, no interior de São Paulo, avançou 368,7%,
e o de Juazeiro do Norte, no Ceará, 579,5% (a preços correntes). Nesse período,
a economia brasileira cresceu 329%.
Em
Abadiânia, a cidade goiana que abriga o médium João Teixeira de Faria, o João
de Deus, o PIB cresceu mais do que o dobro da economia brasileira, 773%. O
diretor de Estudos Econômicos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José
Francisco, explica que o turismo religioso tem decolado, nos últimos anos, na
medida em que o avanço da classe média incorporou novos indivíduos ao turismo
doméstico:
— A
tendência é que ele cresça. Temos festas muito grandiosas. Na Semana Santa, por
exemplo, há muito fluxo para essas cidades.
O
turismo católico ainda é o que mais movimenta pessoas no país, acompanhando o
perfil nacional. Hoje, 64,6% da população são seguidores da religião do Vaticano,
segundo o último Censo. Com a predominância católica, o Brasil tem romarias
enormes, que movimentam milhões de pessoas por todo o território. Para
alimentar e hospedar tanta gente, essas cidades têm redes extensas de hotelaria
e comércio. Todos os anos, elas se preparam para receber os turistas, que
chegam dispostos a gastar. Em Aparecida, símbolo maior do turismo religioso no
país, cada turista deixa, em média, R$ 1.200 por visita, segundo o Ministério
do Turismo. Isso equivale a uma injeção de cerca de R$ 12 bilhões todos os
anos.
Para
suprir as necessidades do turista, os comerciantes estocam centenas de quilos
de comida e bebida. Eles vão além da alimentação e da hospedagem. O comércio de
imagens, terços, água fluidificada, livros espíritas, cristais energizados faz
girar a economia desses municípios. Afinal, não há quem passe pela experiência
transcendental sem levar para casa uma lembrança do padre, do santo ou do
médium.
MUITO TURISMO, POUCO EFEITO NA ARRECADAÇÃO
Manuseando
contas das mais diferentes cores e materiais, o fabricante de terços Wallison
Fernandes, 20 anos, diz, da salinha de poucos metros quadrados no meio de uma
das principais praças de Juazeiro, que chega a vender mil terços em uma boa
romaria. Os objetos custam entre R$ 1 e R$ 5, mas muitos só são vendidos por
atacado, acima de uma dúzia.
Com a
economia baseada no turismo, essas cidades têm boa parte do PIB sustentada pelo
setor de serviços. Em Aparecida, esse segmento representa quase 68% da
economia. Em Juazeiro, 59%; em Abadiânia, 42%; e em Trindade, 37%. Em Palmelo,
o prefeito Antônio Rezende explica que, por conta do código tributário defasado
da cidade, as pousadas não pagam os impostos necessários, ou seja, o turismo
não se traduz em arrecadação para a prefeitura local. Com grande parte do
comércio e do setor hoteleiro informais, o segmento de serviços representa 30%
do PIB local. Mesmo assim, não há qualquer projeto municipal em andamento para
regularizar a situação.
O
enorme fluxo de pessoas, no entanto, gera, além do bônus do incremento no
caixa, um ônus para essas cidades. O prefeito de Abadiânia, Wilmar Arantes,
explica que a prefeitura tem de dar atenção especial à rua em que está
localizada a casa espírita Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus atende cerca
de 5 mil pessoas por semana:
— Temos
um acordo com a casa de fornecer segurança, viaturas todos os dias. Temos que
ficar de olho ainda na qualidade do asfalto e na acessibilidade, porque o
número de cadeirantes que vem à cidade é muito maior do que a média de outras
cidades deste tamanho.
Romarias de pedidos e agradecimentos
JUAZEIRO DO NORTE (CE) E TRINDADE (GO) - Todos os anos, Iolanda Alves, de 50 anos, prepara o
restaurante em frente à principal igreja de Juazeiro do Norte, no Ceará, para
receber os romeiros que chegam à cidade. Anualmente, o município recebe o
equivalente a oito vezes a população local, de 300 mil habitantes. Cerca de 2,5
milhões de pessoas invadem a cidade para pedir e agradecer os milagres
atendidos por Padre Cícero Romão, o que equivale a quase 7.000 pessoas por dia.
A maior parte do fluxo é concentrada nas épocas de romaria: ao todo, são quatro
ocasiões no ano em que Juazeiro para por cerca de cinco dias. A prefeitura
estima que essas pessoas deixem, só no comércio, R$ 375 milhões por ano, ou R$
150 por visita.
Iolanda
inicia o estoque semanas antes: para uma romaria de cinco dias, chega a
encomendar 500 quilos de inhame, cem quilos de aipim e um bode inteiro. O
faturamento é alto. Ela calcula que, durante a festa, consegue tirar entre R$
4.000 e R$ 5.000 por dia, 900% a mais que os R$ 500 faturados na baixa
temporada. Além dos comerciantes locais, muitos vendedores chegam de outras
partes do Nordeste para tentar faturar no período das romarias. A prefeitura
calcula que 3.000 ambulantes circulem pela cidade nesses dias.
A
movimentação de peregrinos e turistas observada em Juazeiro se repete em
centenas de outras cidades. O Brasil é um país de católicos: quase sete em cada
dez brasileiros dizem ser seguidores da religião. No estado de Goiás, Trindade
ganhou fama pela devoção ao Divino Pai Eterno. A prefeitura calcula que a
cidade receba cerca de 3 milhões de pessoas por ano, 25 vezes a população
local, de 120 mil habitantes.
— Nos
dias de festa, em junho, recebemos milhões, mas todas as semanas temos uma
população flutuante de 30 mil a 40 mil turistas — conta o prefeito Jânio
Darrot, que estima que existam hoje na cidade 150 hotéis e uma centena de
restaurantes.
PROFUSÃO DE SANTOS EM NOMES DE RUAS E
POUSADAS
Trinta
dias antes da festa do Divino Pai Eterno, os comerciantes estocam bebida e
comida. Dono de um restaurante, Cléber Paulo calcula que, só no domingo de
romaria, fature 500% mais do que em todo um fim de semana fora de temporada,
cerca de R$ 5 mil. Ele conta que, para suportar a demanda, contrata seis
funcionários a mais.
— A
festa é o décimo terceiro salário do comerciante — conta Cléber.
Tanto
Trindade quanto Juazeiro respiram catolicismo. Para nomear as ruas e pousadas,
não há santos suficientes. Santo André, Santa Helena, Santa Maria, São José:
todos eles emprestam seus nomes para hospedarias. A prefeitura calcula que
existem 3 mil leitos.
—
Juazeiro se alegra com os romeiros: as pousadas ficam cheias, os comerciantes
se espalham pelas ruas — diz Lis Pinheiro, dona da pousada Santo André, o
Apóstolo.
Lis
conta que nem mesmo havia terminado a obra da pousada, em outubro de 2014, e já
estava com todos os 17 quartos alugados para a romaria de Finados. Nessa época,
ela explica que cobra R$ 150 por quarto individual. Ou seja, com todas as
unidades ocupadas, o hotel fatura mais de R$ 10 mil reais em cinco dias de
festejo.
De
origem simples, os romeiros têm a fé como último recurso a que podem recorrer.
Eles pedem chuva, cura ou agradecem alguma graça concedida. Em Juazeiro do
Norte, mais de nove salas guardam, nas paredes, esculturas de mãos, pés e
bustos de pessoas que tiveram pedidos atendidos. No local, há todo tipo de
objeto que remeta à graça concedida: diplomas, vestidos de noiva, fotos e
roupas de recém-nascidos.
A PÉ, DE AVIÃO OU CARRO DE BOI
Para
chegar às cidades católicas, os devotos usam todos os meios de transporte: vão
de avião, ônibus, carro, a pé e até de carro de boi. Para chegar a Trindade,
por exemplo, milhares percorrem andando os cerca de 20 quilômetros que separam
a capital, Goiânia, da cidade. O governo do estado chegou a construir, nesse
trecho, uma via só para pedestres. Muitos, no entanto, fazem sacrifícios ainda
maiores e viajam vários dias ou semanas para chegarem ao município. Aos 63
anos, Dinoraci da Silva já contabiliza 27 anos de romarias a Trindade. Ela
percorre a pé os 130 quilômetros que separam a cidade do Divino Pai Eterno do
município onde vive, Edéia, também no interior de Goiás. São quatro dias de
viagem. Os primeiros sete anos de romarias, conta, foram para pagar uma
promessa: a filha, que tinha um linfoma na cabeça, foi curada.
Mantendo
a tradição, vários fazendeiros da região fazem uma peregrinação inusitada.
Todos os anos, cerca de 300 carros de bois chegam a Trindade. Um dos maiores
grupos, localizado na cidade de Orizona, a 160 quilômetros de Trindade, já
chegou a participar com 20 carros. Em respeito ao limite físico dos animais —
até 12 por veículo —, a viagem é feita em 13 dias. Os romeiros andam ao lado
dos bois, pagando a promessa, e se abrigam em fazendas pelo caminho.
Inspirados
pela fé, o comércio de imagens e terços vende como nunca. Em Juazeiro, não há
quem vá embora sem uma imagem do Padre Cícero. A cidade tem dezenas de artesãos
que fazem surgir, da madeira, a silhueta do Santo do Povo. Adalberto da Silva
conta que passa até três dias fazendo uma escultura de 50 centímetros. Ele não
sabe quantas peças vende em uma época de romaria, mas é categórico: tudo que
faz, sai. A determinação de levar uma lembrança para a estante de casa permite
que o comércio local sempre fature, conta a comerciante Iolanda:
— O
romeiro diz que quem vem para Juazeiro não pode voltar com nenhum centavo. Eles
querem fazer prosperar a terra do “Padim Ciço”.
PADRE CÍCERO: PERDÃO DA IGREJA
No fim
do ano passado, a Igreja Católica perdoou e reabilitou o Padre Cícero. Ele foi
afastado após um episódio, em 1889, conhecido como “milagre da hóstia”. Na
ocasião, a hóstia dada à beata Maria de Araújo virou sangue na boca da devota.
“Em 1889 houve a primeira romaria. De lá pra cá, nunca mais parou de chegar
gente”, explica a secretária de turismo e romaria de Juazeiro do Norte, Marli Bezerra.
Como a Igreja não conseguiu comprovar o milagre, o padre foi proibido de
confessar e realizar sacramentos. Mais à frente, já aos 90 anos, ele foi
definitivamente expulso. A veneração por “Padim Ciço” não esmoreceu apesar da
decisão da Igreja. Padre Cícero ficou conhecido como o Santo do Povo, ou o
Santo do Nordeste. “O nordestino diz que quem tem que ser perdoada é a Igreja e
não o padre”, diz Marli. Fonte: http://oglobo.globo.com
Postado por
Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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06:02
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