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sábado, 1 de junho de 2013

Reflexão para o IX Domingo do Tempo Comum

Pe. César Augusto dos Santos SJ

Cidade do Vaticano (RV) -   O tema da liturgia deste domingo enfoca o carinho de Deus por todos os homens, sejam seguidores da revelação judaico-cristã ou não. O importante é ter fé no Deus Vivo e Verdadeiro.

Na primeira leitura, extraída de 1Rs 8, 41-43, fica bem claro que o Povo de Israel tinha consciência de ser o povo escolhido, mas isso não era motivo para que somente suas súplicas fossem acolhidas, no Templo, pelo Senhor. Salomão faz uma bela oração naquele lugar sagrado e diz: “Senhor, escuta então do céu onde moras e atende todos os pedidos desse estrangeiro.”

No Evangelho de Lucas, no capítulo 7, versículos 7 a 10, Jesus age exatamente mostrando a misericórdia de Deus. Não importa se o pedido vem de um israelita ou de um estrangeiro, o que importa é que um ser humano suplica ao Senhor a cura de seu empregado. Mais ainda, esse estrangeiro mostra uma fé extraordinária no poder de Deus a ponto de dispensar a ida de Jesus à sua casa, pois sabe que para Deus basta querer para que alguém recupere a saúde ou algo seja mudado ou transformado, afinal, Deus é Deus! Essa atitude do estrangeiro foi louvada por Jesus exatamente por isso, por dar um salto qualitativo na fé. Se antes, na oração de Salomão aparecia a oração feita no Templo, agora fica claro que basta a fé no poder de Deus. A oração não só não precisa ser feita por um pertencente ao Povo de Israel, mas nem precisa ser feita no Templo de Jerusalém. Basta a fé no Deus Vivo e Verdadeiro.

Mas podemos tirar desse fato relatado por Lucas, outra lição. Deus dá maior importância à fé de quem suplica e não tanto à adequação de sua vida aos preceitos religiosos. O suplicante, um oficial romano, era um pagão. Apesar de ser um homem honesto e respeitoso para com os israelitas – até havia construído uma sinagoga para eles –, não havia se convertido, não havia feito a circuncisão e nem seguia os mandamentos de Moisés. Contudo, esse militar demonstra uma confiança radical em Jesus, no poder de Deus, que não se importa de modo público professar sua fé: “Senhor, ordena com tua palavra, e o meu empregado ficará curado”. Demonstra grande humildade: “Senhor, não sou digno de que entres em minha casa”. Mais ainda, nem se sentiu digno de ir ao encontro do Cristo, enviou alguns mensageiros para que, em seu nome, fizessem o pedido.

Qual a lição que levamos para o nosso dia a dia?

Deus quer que vivamos de acordo com seus mandamentos, de acordo com os preceitos que aprendemos quando fomos catequizados. Em uma ocasião Jesus disse que não veio abolir a Lei e nem mudar uma letra sequer. Mas só isso não basta, não faz levantar voo. O jovem rico cumpria todos os mandamentos, mas não foi capaz de largar tudo para seguir Jesus; o fariseu no Templo orava e agradecia a Deus por ele ser certo, honesto, correto com os preceitos religiosos, mas sua oração não foi ouvida porque ele atribuía tudo isso a si mesmo e se sentia orgulhoso por isso e desprezava o pecador publicano, que estava lá no fundo do Templo.

Devemos, antes de tudo, ter grande fé em Deus e sermos misericordiosos. Isso é o “plus”, o mais que o Senhor deseja de nós.
Neste Ano da Fé - proposto pelo Papa Bento XVI para o amadurecimento de nossa confiança em Deus, de nossa entrega total, radical ao Senhor -, a consciência de que Deus é Onipotente, que tudo pode; de que é Onisciente, que sabe tudo; e de que é Onipresente, que está em todo lugar; deverá atravessar nossa vida e nossas orações. Mas uma coisa nos falta ainda, é sabermos da radicalidade de Seu Amor por nós, de Sua Misericórdia, da grandeza de Seu Coração.
Somos chamados a sermos testemunhas vivas da fé no Amor de Deus para com todos os homens, sejam pecadores ou não, sejam cristãos ou não.

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