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sexta-feira, 20 de junho de 2014
A PALAVRA... Nº 614. Tomar água ou tomar dinheiro?
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quinta-feira, 19 de junho de 2014
Corpus Christi Desfigurado.
Frei Petrônio de Miranda, Padre e Jornalista Carmelita.
Convento
do Carmo, Lapa, Rio de Janeiro. 19 de junho-2014.
O
Corpo de Cristo nasceu no relento e passou frio.
Ele
clama aos céus pela alma dos 271 Moradores
De
Rua assassinados em 2012 e mais 113 neste ano.
O
Corpo de Cristo foi esquecido pelos Apóstolos.
Ele
sangra no corpo dos Meninos de Rua assassinados
Ele
é abandonado nos abrigos de idosos e nas aldeias.
Na
zona rural, nos hospitais, nos morros e nas favelas.
O
Corpo de Cristo teve sede no alto da cruz.
Ele
sofre com as vítimas da seca no Nordeste
E
com o abandono dos favelados nas grandes metrópoles
O
Corpo de Cristo foi coroado com espinhos.
Ele
é ferido todos os dias pelos espinhos do consumo
Dos
políticos corruptos e dos fanáticos religiosos.
Ele
sofre diante da morte de mais de 500 índios desde 2003
E
grita contra o preconceito racial, étnico e sexual.
O
Corpo de Cristo derramou lágrimas de sangue.
Ele
chora com a morte das 38 mulheres assassinadas
Este
ano na Paraíba, e as 92 mil entre anos 1980 e 2010.
O
Corpo de Cristo sentiu dor e foi chicoteado.
Ele
sofre diante do assassinato dos 336 homossexuais em 2012
E lamenta as 11 vítimas do preconceito neste ano em Pernambuco.
O
Corpo de Cristo foi pregado na cruz e morto
Ele
clama pelos 121 jornalistas assassinados no mundo
Em
2012 e os 36 trabalhadores rurais no Brasil em 2013.
O
Corpo de Cristo foi ferido na cruz por uma espada de dor.
Ele
se compadece com as dores das prostitutas e dos drogados.
O
Corpo de Cristo carregou a cruz dos ladrões e assassinos
Ele
alivia a cruz dos aidéticos, das viúvas e das mães solteiras
Ele
chora a morte de 35 mil jovens negros no Brasil entre 2002 e 2010.
O
Corpo de Cristo foi tirado da cruz e acolhido nos braços de sua mãe.
Ele
abençoa os corpos solitários, depressivos e corrompidos.
O
Corpo de Cristo foi sepultado, enfaixado e fechado no túmulo da morte.
Ele
chora o aniquilamento dos índios, dos mendigos e dos presos.
O
Corpo de Cristo passou três dias na escuridão e no esquecimento
Ele
protege os esquecidos da mídia e as vítimas da liberdade de expressão
O
Corpo de Cristo venceu a morte, ressuscitou e subiu aos céus... Céus?
Bem...
Ele sofre, chora, rir e ressuscita todos os dias nos corpos desfigurados.
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Corpus Christi despedaçado.
Por
Frei Petrônio de Miranda, Padre e Jornalista Carmelita. Convento do Carmo, São
Paulo. 06 de maio-2012. Atualização: Convento do Carmo, Lapa, Rio de Janeiro. 19 de
junho-2014. Festa de Corpus Christi. Ouça o áudio. Clique aqui: http://mais.uol.com.br/view/77gsd7cnudte/poema-corpus-christi-despedacado-completo-04020D9A3570C8B91326?types=A& Veja o vídeo. Clique aqui:
Ó Jesus no ventre materno
Em Maria a gerar.
Olha para as mães grávidas
Sem família e sem um lar.
Junta todos os pedaços,
De sangue, suor e dor.
Ó meu Jesus Eucarístico,
Vem mostrar o teu amor!
Em Maria a gerar.
Olha para as mães grávidas
Sem família e sem um lar.
Junta todos os pedaços,
De sangue, suor e dor.
Ó meu Jesus Eucarístico,
Vem mostrar o teu amor!
Pão da vida salutar.
Os sem teto chorando
Seu suor a derramar.
Ó meu Jesus Eucarístico,
Este povo a clamar
Junta todos os pedaços,
Vem logo os ajudar!
Com os Mártires da terra,
Nós queremos te adorar.
Ó meu Jesus Eucarístico,
Este sangue a derramar,
Estas vidas em pedaços,
Este povo a caminhar.
Com os jovens sofredores
Nós iremos te louvar!
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A todos saber amar.
Estas vidas em pedaços
Este povo a caminhar.
Ó meu Jesus Eucarístico,
Vem logo nos ajudar,
Abraça as mães solteiras,
E as viúvas a chorar!
Estas crianças sofridas,
Estes jovens a lutar.
Destrói do nosso país,
A droga a maltratar.
Ó meu Jesus Eucarístico,
Vem logo nos confortar,
Estas vidas em pedaços,
Sem terra e sem um lar!
Os presos do nosso país,
Vivendo sempre a chorar,
Suas vidas em pedaços,
Com as famílias a gritar.
Ó meu Jesus Eucarístico,
Este povo a suplicar.
Quebra toda corrente,
Que possa aprisionar!
A violência da mídia,
Entrando em nosso lar.
Até a nossa irmã Morte,
Sempre a nos visitar.
Ó meu Jesus Eucarístico,
Vem sempre nos acalmar,
Estas vidas em pedaços,
Precisam se libertar!
Este país que vale ouro,
A mentira a corroer.
A Aids levando vidas,
A corrupção a vencer.
Ó meu Jesus Eucarístico,
Vem logo nos socorrer
Estas vidas em pedaços,
Contigo vamos vencer!
Se depender de oração,
Este povo vai se salvar.
Com as novenas e rezas,
Todo o povo a suplicar.
Mas as vidas em pedaços
Quem poderá ajuntar?
Ó meu Jesus Eucarístico,
Venha nos conscientizar!
Neste ano decisivo,
Onde o voto tem valor,
Às vidas despedaçadas,
Sem socorro e sem amor,
Ó meu Jesus Eucarístico,
Vem logo nos levantar,
Livra-nos da corrupção,
E dos políticos a enganar!
Em cada cidade clamamos,
Meu Jesus libertador.
Olha por estas famílias,
Com carinho e com amor.
Ó meu Jesus Eucarístico,
Do álcool vem libertar,
A estas vidas em pedaços,
A tua paz vem nos dar!
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 613. Entrevista.
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quarta-feira, 18 de junho de 2014
O CAMINHO DE DOM VITAL-02: Reportagem do Olhar
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DOM VITAL: Local do acidente-02.
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DOM VITAL: Local do acidente-02.
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A PALAVRA... Nº 611. Homenagem a Dom Vital.
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DOM VITAL: Local do acidente-02.
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O CAMINHO DE DOM VITAL-01: Reportagem do Olhar
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terça-feira, 17 de junho de 2014
“Jesus não quer príncipes, mas servidores”, diz Papa Francisco em entrevista
O
Papa Francisco não acredita que seja um iluminado, mas cativou o mundo sem
deixar ninguém indiferente, quer seja católico ou não. É o que demonstra na
entrevista que deu a Henrique Cymerman e que no domingo foi veiculada pela
Cuatro, a primeira para uma televisão espanhola. Fonte: http://bit.ly/1kYJMTE
Israel
e Palestina, ponto de partida na qual Bergoglio aborda muitos assuntos, alguns
fundamentais para a Igreja. Questões como a via soberanista na Catalunha. Além
de grandes reflexões, também fala da Copa do Mundo.
A
reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 16-06-2014. A
tradução é de André Langer.
O
Papa, sobre seu encontro com os líderes da Palestina e Israel: “Não era um ato
político”
“Não
era um ato político, mas religioso. A oração também é um ato político com
maiúscula. Alguém dizia que com a oração se faz pouco, mas sem a oração se faz
menos. Na reunião presidimos todos, até o homem que tocava o violino”.
O
Papa Francisco: “Não sei se sou revolucionário”
“Para
mim, a grande revolução é ir às raízes, reconhecê-las e ver o que essas raízes
querem dizer nos dias de hoje. Não sei se sou revolucionário, mas gosto de ir
às nossas raízes da identidade cristã, judaica... e a partir daí dialogar com
os desafios que vão se apresentando. Não há contradição entre ser
revolucionário e ir às raízes. A maneira de fazer verdadeiras mudanças é a
partir da própria identidade.”
Sobre a perseguição católica atual: “Há mais
cristãos mártires do que naquela época”
“Estou
convencido de que a perseguição contra os cristãos, hoje, é mais forte que nos
primeiros séculos da Igreja. Hoje, há mais cristãos mártires do que naquela
época.”
“Não
vou saudar um povo e dizer-lhe que o quero bem dentro de uma lata de sardinhas”
“Sei
que pode me acontecer alguma coisa, mas isso está nas mãos de Deus. Recordo que
no Brasil haviam preparado um papamóvel fechado, com vidros, mas eu não posso
saudar um povo e dizer-lhe que gosto muito dele dentro de uma lata de
sardinhas, mesmo que seja de vidro. Para mim, isso é um muro. É verdade que
algo pode me acontecer, mas sejamos realistas: na minha idade, não tenho muito
a perder.”
O pontífice, sobre as riquezas da Igreja:
“Não se pode entender o Evangelho sem a pobreza”
“Não
se pode entender o Evangelho sem a pobreza. O Povo de Deus perdoa um pastor, um
padre, que tenha tido um deslize afetivo. Perdoa-o. Que tenha tomado um
pouquinho a mais de vinho. Perdoa-o. Mas nunca vai lhe perdoar que esteja atrás
do dinheiro ou que maltrate as pessoas. Curioso como o povo tem o olfato do que
Deus pede a um pastor. Jesus não quer que sejamos príncipes, mas servidores.”
Sobre as mudanças: “Estou apenas cumprindo o
que os cardeais refletiram”
“Quero
deixar claro que não tenho nenhuma iluminação, que não tenho nenhum projeto
pessoal, porque nunca pensei que ficaria aqui. O que estou fazendo é cumprir o
que os cardeais refletiram nas Congregações Gerais antes do conclave. Ali nos
reunimos todos os dias para discutir os problemas da Igreja. Daí sai uma série
de reflexões e conselhos para o próximo papa. Eu os estou cumprindo.”
“Às vezes, pela religião chegamos a
contradições muito sérias”, declarou Francisco
“É
uma contradição. É como se me dissessem: ‘Este homem é um bom filho, bate
apenas três vezes por dia na mãe’. Em perspectiva histórica, os cristãos, às
vezes, praticaram a violência em nome de Deus. Chegamos, às vezes, pela
religião, a contradições muito sérias, muito graves.”
Após
o abraço em frente ao Muro das Lamentações: “É possível a amizade entre as três
religiões”
“Tomei
uma decisão e Skorka sabia. Quis ir também com um bom amigo islâmico. Um homem
que conhece muito bem o Islã. Como os amigos não se fazem com fotocópias cada
um é diferente. Quero-os aos dois um montão e um não têm nada a ver com o
outro. Disse: ‘Aqui estamos as três religiões e é possível a amizade para dar
testemunho’. Conseguimos. Foi um grito de vitória porque tínhamos a esperança
de poder fazer isso”.
“Há pessoas que negam o Holocausto”, disse
sobre o antissemitismo
“Não
saberia explicar porque existe, mas creio que está muito unido, em geral, à
direita. O antissemitismo costuma aninhar-se melhor nas correntes políticas de
direita que de esquerda, não? E continua até hoje. Há, inclusive, quem negue o
holocausto, uma loucura.”
Assim recorda a Segunda Guerra Mundial
“Dá-me
um pouco de urticária existencial quando vejo que todos atacam a Igreja e Pio
XII... E as grandes potências? As grandes potências conheciam perfeitamente a
rede ferroviária dos nazistas que levavam os judeus aos campos de concentração.
Tinham fotos. Mas não bombardearam esses trilhos. Falemos de tudo um pouquinho.
Creio que é preciso ser muito justo neste tema.”
Dos políticos: “Os políticos jovens falam dos
mesmos problemas, mas com uma música diferente”
“Os
políticos jovens talvez falem dos mesmos problemas, mas com uma música
diferente, e gosto disso. Isso me dá esperança, porque a política é uma das
formas mais elevadas do amor, da caridade, porque leva ao bem comum. Uma pessoa
que, podendo fazê-lo, não se envolve com o bem comum, é egoísta; ou que usa a
política para o bem próprio, é corrupção.”
O que acha do conflito com a Catalunha?
“Qualquer
divisão me preocupa. Há independência por emancipação e há independência por
secessão. A independência por secessão é um desmembramento e, às vezes, é muito
óbvia. Há povos com culturas tão diversas que nem com cola pegam. Eu me
pergunto se é tão claro em outros casos, em outros povos que até agora
estiveram juntos. É preciso estudar caso a caso. Haverá casos que são justos e
casos que não são justos, mas a secessão de um país sem um antecedente de
unidade forçada é preciso tomá-lo com muitas pinças e analisá-lo caso a caso.”
Sobre a Copa do Mundo: “Espero poder ver
algum jogo”
“Os
brasileiros me pediram neutralidade e cumpro com minha palavra, porque o Brasil
e a Argentina sempre são rivais. Espero poder ver algum jogo. Fiz um vídeo para
a abertura porque se deve aproveitar um acontecimento lúdico para criar a
cultura do encontro, da fraternidade.”.
O Pontífice gostaria de ser recordado como
“um cara bom”
“Não
pensei nisso, mas gosto quando alguém, recordando outra pessoa, diz: ‘Era um
cara bom, fez o que pôde, não foi tão ruim’. Com isso me conformo.”
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Religião
O perfil do diabo, o inimigo da sociedade, segundo Francisco.
Artigo de Agostino Paravicini Bagliani
Se
a tradição cristã que atribui ao demônio um papel de absoluto perigo para a
sociedade é antiquíssima, o modo com que o Papa Francisco fala do demônio é
moderno. O demônio não é mais um inimigo genérico da sociedade.
A
análise é do historiador italiano Agostino Paravicini Bagliani, professor da
Università Vita-Salute San Raffaele, de Milão, ex-scriptor da Biblioteca
Apostólica Vaticana e ex-professor da Escola Vaticana de Paleografia,
Diplomática e Arquivística. O artigo foi publicado no jornal La Repubblica,
13-06-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Há
poucos dias, no dia 1º de junho, no seu discurso no Stadio Olimpico, em Roma, o
Papa Francisco disse que o diabo "não quer a família, eis por que ele
tenta destruí-la". Alguns meses antes (1º de abril), durante a homilia
matinal em Santa Marta, o papa se referira ao diabo para reafirmar a sua
existência: "O diabo existe. O diabo existe. Mesmo no século XXI".
Já
na sua primeira homilia na Capela Sistina, no dia seguinte à sua eleição (13 de
março de 2013), diante dos cardeais que o elegeram, Francisco, falando de
improviso, lembrou o diabo, afirmando que "quando não se confessa Jesus
Cristo se confessa a mundanidade do demônio".
Essa
frequentíssima referência ao demônio poderia, à primeira vista, surpreender,
não fosse o caso de que todos os papas dessas últimas décadas falaram do
demônio. Paulo VI escolheu até o dia 29 junho de 1972, festa de São Pedro, para
defender com gravidade que "de alguma fissura parece que entrou a fumaça de
Satanás no templo de Deus".
João
Paulo II teria até celebrado duas vezes o rito de exorcismo na sua capela
privada. Também para o Papa Wojtyla, a existência do demônio era real. Ele o
disse no dia 24 maio de 1987, em Monte Sant'Angelo, no lugar em que nasceu o
culto do Arcanjo Miguel: "O demônio ainda está vivo e operante no
mundo". O mal não é apenas a consequência do pecado original, mas também
"o efeito da ação infestadora e obscura de Satanás".
Bento
XVI advertiu um dia (26 de agosto de 2012) os fiéis que acorreram a Castel
Gandolfo para o Ângelus que a "culpa mais grave de Judas foi a falsidade,
que é a marca do diabo".
Leão
XIII (1878-1903) formulou até uma oração a São Miguel Arcanjo, para que
protegesse os cristãos "nesta ardente batalha contra todas as potências
das trevas e a sua malícia espiritual".
Em
relação aos seus antecessores, o Papa Francisco, no entanto, usa um estilo
diferente para falar do demônio, mais moderno, menos retórico, direto e
simples. Poucas palavras bastam. "O diabo existe. O diabo existe. Mesmo no
século XXI".
Se
a linguagem do Papa Francisco é tão simples, a substância está em perfeita
sintonia com a tradição. Para Francisco também, o demônio é uma realidade,
aquela "realidade terrível, misteriosa e assustadora", de que falava
Paulo VI.
Também
para Francisco, o demônio é o principal inimigo da sociedade, a ponto de poder
também destruir seus fundamentos, como por exemplo a família. Nesse sentido, a
continuidade atravessa os séculos. Já para os primeiros escritores cristãos, o
demônio é, por exemplo, o instigador dos sentidos, a tal ponto que se
considerava que o demônio fazia com que se perdesse o controle da razão através
do riso.
Para
descrever os primeiros casos de heresias medievais, o monge Rodolfo Glaber,
"o historiador do ano mil", atribui ao demônio um papel de
protagonista, graças também ao seu poder de se transformar. A
"loucura" do camponês Leutardo de Vertus, que "se livrou da
mulher" e quis justificar o divórcio "alegando as prescrições do
Evangelho" começou quando "um enorme enxame de abelhas" –
metáfora do demônio – entrou no seu corpo.
O
culto Vilgardo de Ravenna, que havia lido com paixão os autores clássicos,
tornou-se "cada vez mais insensato" por causa de "certos diabos
que assumiram o aspecto dos poetas Virgílio, Horácio e Juvenal". Nos
grandes momentos de transformação da sociedade medieval, o demônio sempre
aparece como o principal inimigo da sociedade.
Ao
redor de 1430, quando, na Itália (Roma, Todi) e no norte dos Alpes, aparecem as
primeiras caças às bruxas, à frente da suposta seita do "Sabbath" é
posto o demônio, a quem bruxas e bruxos rendem homenagem realizando orgias e
similares. O trágico fantasma do "Sabbath" das bruxas precisou do
demônio para existir e assim funcionou por mais de três séculos na Europa
cristã, católica e protestante.
Se
a tradição cristã que atribui ao demônio um papel de absoluto perigo para a
sociedade é antiquíssima, o modo com que o Papa Francisco fala do demônio é
moderno. O demônio não é mais um inimigo genérico da sociedade.
Os
temas são aqueles que falam às pessoas, à família, ao dinheiro. Além disso, o
papa o faz usando palavras simples, claras e diretas. Com mais eficácia do que
os seus antecessores, mas não se separando deles na substância.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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sábado, 14 de junho de 2014
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 610. Santíssima Trindade.
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CONVENTO DO CARMO: Retiro com Frei Petrônio-03
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CONVENTO DO CARMO: Retiro com Frei Petrônio-02
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CONVENTO DO CARMO: Retiro com Frei Petrônio-01
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Dom Hélder Câmara poderá virar santo
Zenit conversou com D. Antônio Fernando Saburido (OSB), arcebispo
metropolitano de Olinda e Recife, sobre o processo de beatificação e a vida de
dom Hélder. A reportagem é de Lilian da Paz, publicada pelo portal Zenit,
06-06-2014.
No fim de maio, a arquidiocese de Olinda
e Recife enviou à Congregação para Causa dos Santos, no Vaticano, o pedido de
abertura para o processo de beatificação de dom Hélder Câmara. O anúncio foi
feito por dom Antônio Fernando Saburino (OSB), arcebispo metropolitano da
Igreja local, onde viveu e faleceu dom Hélder.
Na ocasião, dom Antônio apresentou a
carta enviada ao Vaticano com o pedido de beatificação e canonização. O parecer
dos bispos do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
foi positivo e unânime. Uma vez aberto o processo, frei Jociel Gomes se torna
vice-postulador da causa.
Um
pouco da história de dom Hélder
Conhecido como “Dom da Paz”, Hélder
Câmara nasceu no dia 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza, Ceará. Mas foi no
Rio de Janeiro e em Pernambuco que ganhou destaque com o exercício frutuoso do
ministério episcopal voltado para os pobres.
Aos 27 anos, já como sacerdote, foi para
a arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde, em 1952, se tornou
bispo auxiliar. Lá, fundou a Cruzada São Sebastião, em prol das famílias
carentes que sonhavam com uma moradia digna, e o Banco Providência, voltado para
a redução da desigualdade social e desenvolvimento humano nas comunidades mais
pobres. Ainda no Rio, articulou a realização do 36º Congresso Eucarístico
Internacional, em 1955.
Em 1964 recebeu a missão de dirigir a
arquidiocese de Olinda e Recife como arcebispo metropolitano. Neste ínterim,
criou a Comissão de Justiça e Paz, que defendeu presos políticos e perseguidos
da ditadura militar, assim como protegeu os excluídos sociais.
Dom Hélder também ajudou na criação da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na qual exerceu o cargo de
secretário geral, e o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), do qual foi
vice-presidente.
Incansável, o Dom da Paz lutou contra a
fome e a miséria no Brasil. Em 1990 lançou a campanha Ano 2000 sem
Miséria. Com uma vida toda dedicada aos
pobres, dom Hélder chegou a ser indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz.
Eis
a entrevista.
Como
e quando surgiu a iniciativa de dar entrada no processo de canonização de dom
Hélder? Já existem relatos de milagres?
Desde minha chegada a Recife em 2009,
como arcebispo, as pessoas me pedem para iniciar o processo visando a
canonização de dom Hélder Pessoa Câmara. Por enquanto, não tenho conhecimento
de milagres alcançados através da intercessão de dom Hélder. Isso somente será
exigido bem mais adiante. Uma vez iniciado o processo, acredito que as pessoas
vão começar a nos procurar para relatar fatos dessa natureza.
Quando
haverá resposta do Vaticano sobre o início de processo de beatificação?
Não existe tempo determinado para a
resposta da Congregação para a Causa dos Santos, a quem cabe autorizar o início
do processo.
O
senhor conheceu dom Hélder? Como era o relacionamento dele com o povo?
Conheci sim, porém, como monge
beneditino vivia no Mosteiro de São Bento de Olinda e não tinha muito contato
com dom Hélder. Foi ele, porém, quem me ordenou presbítero. Sempre nutri grande
admiração por sua pessoa, sobretudo, quando tive oportunidade de ler suas
cartas circulares, escritas durante o Concílio Ecumênico Vaticano II -
redigidas durante as vigílias diárias que costumava fazer no silêncio da
madrugada para rezar e escrever.
O “Dom”, como o chamavam, era franzino e
baixinho, porém um gigante quando fazia uso da palavra e tomava determinadas
atitudes. Contraditoriamente, era um contemplativo, uma inteligência além da
média, e de uma sensibilidade surpreendente para com as pessoas mais pobres e
excluídas.
O
que significou para dom Hélder o encontro com o Papa, em Recife, em 1980?
Eu estava presente no meio da multidão
quando o Papa João Paulo II o abraçou carinhosamente e na homilia o saudou
dizendo: “Irmão dos pobres e meu irmão”. Acredito que aquele abraço e saudação
marcou muito sua pessoa.
Qual
era a intenção de dom Hélder com a criação da CNBB e do Celam?
Certamente, a intenção de Dom Hélder ao
criar a CNBB e CELAM foi promover o diálogo e a cooperação mútua entre os
bispos do Brasil e de toda a América Latina. Essas importantes instituições vêm
crescendo e se consolidando a cada dia.
Em 1970, Dom Hélder denunciou a prática
da tortura a presos políticos no Brasil. No período da ditadura militar, quais
foram as principais ações de dom Hélder?
Dom Hélder foi vítima da ditadura
militar no brasil, sobretudo pelo apoio que sempre deu aos presos e perseguidos
políticos. Pagou alto preço com a impossibilidade de falar através dos meios de
comunicação social em todo o país e, sobretudo, com o brutal assassinato do
jovem padre Antônio Henrique Pereira, seu assessor para a Pastoral da
Juventude, falecido após três anos de ministério sacerdotal.
Qual
era a concepção de dom Hélder a respeito da Teologia da Libertação?
Dom Hélder entendia que a prática do
Evangelho liberta de todas as amarras. N’Ele encontrava forças para enfrentar
os desafios seguindo a linha da “opção preferencial pelos pobres”.
Como é para o senhor, dom Antônio
Fernando, estar à frente de uma arquidiocese que foi dirigida por um santo em
potencial?
Para mim é grande honra e
responsabilidade estar à frente desta querida arquidiocese de Olinda e Recife
com uma história tão bonita e por onde passaram grandes bispos, como Dom Frei
Vital Maria Gonçalves de Oliveira (1871 – 1878) - cujo processo de canonização
já se encontra na fase romana -, Dom Hélder Pessoa Câmara (1964 – 1985) e
tantos outros que aqui deixaram seu legado. Peço que rezem por mim para que
seja sempre um bom pastor, tendo por modelo o Pastor dos pastores.
Fonte:
http://www.ihu.unisinos.br
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Dom Vital Wilderink: Sepultamento -08
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 610. Santíssima Trindade.
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sexta-feira, 13 de junho de 2014
DOM VITAL, EREMITA: 1ª Parte
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Dom Vital Wilderink: Sepultamento -04
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Dom Vital Wilderink: Sepultamento -02
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 608. Viva Santo Antônio.
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quinta-feira, 12 de junho de 2014
Dom Vital Wilderink: Sepultamento -01
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quarta-feira, 11 de junho de 2014
Papa: Que essa Copa seja a festa da solidariedade entre os povos
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Dom Vital Wilderink, eremita Carmelita da Ordem do Carmo: Breve histórico.
No ano de 1951, em Mogi das Cruzes, ingressou para o noviciado, no fim do qual
fez sua primeira profissão religiosa. Fez os estudos de Filosofia em São Paulo.
Foi enviado para o curso de Teologia em Roma no Colégio Internacional dos
Carmelitas. Terminado o curso de Teologia, foi ordenado sacerdote, junto com
Frei Carlos Mesters seu amigo e companheiro desde o seminário menor, no dia
sete de julho de 1957 em Roma por um bispo carmelita irlandês, missionário na
África.
Permaneceu em Roma para continuar seus estudos de
Teologia, na Universidade Santo Thomás de Aquino, em que se doutorou na área de
espiritualidade. A fim de redigir sua tese de doutorado fez prolongadas
pesquisas na França.
Lecionou no Colégio Internacional dos Carmelitas em
Roma nos anos 63 e 64. Em janeiro de 1967, apesar do desejo do superior Geral,
de que ele permanecesse em Roma, como professor preferiu voltar para o Brasil.
Retornando para o Brasil em 1967, estabeleceu-se em Minas Gerais, onde por algum tempo foi professor no Instituto de Teologia de Belo Horizonte. Neste mesmo ano trabalhou como operário em uma pedreira e numa fábrica de tecidos, para conhecer melhor o mundo do trabalho dos pobres.
No ano de 1968, foi nomeado diretor do departamento de formação da CRB nacional. Exerceu essa função por dois anos, durante esse período participou como representante da CRB, da segunda Conferencia Episcopal Latino América, em Medellín. Em 1970 a pedido de quatro congregações, foi para diocese de Itabira-MG- para acompanhar às irmãs em um novo estilo de vida inserida no meio de povo, no continuo esforço de responder as diretrizes da conferência e tornou-se coordenador pastoral da mesma diocese até 1974.
Retornando para o Brasil em 1967, estabeleceu-se em Minas Gerais, onde por algum tempo foi professor no Instituto de Teologia de Belo Horizonte. Neste mesmo ano trabalhou como operário em uma pedreira e numa fábrica de tecidos, para conhecer melhor o mundo do trabalho dos pobres.
No ano de 1968, foi nomeado diretor do departamento de formação da CRB nacional. Exerceu essa função por dois anos, durante esse período participou como representante da CRB, da segunda Conferencia Episcopal Latino América, em Medellín. Em 1970 a pedido de quatro congregações, foi para diocese de Itabira-MG- para acompanhar às irmãs em um novo estilo de vida inserida no meio de povo, no continuo esforço de responder as diretrizes da conferência e tornou-se coordenador pastoral da mesma diocese até 1974.
Neste ano retirou-se em ano sabático, para
Colômbia, fazendo um curso no Instituto de Pastoral do CELAM, até outubro do
mesmo.
Retornando ao Brasil, foi transferido para Angra dos Reis, a pedido de Dom Valdir, por quem foi nomeado vigário episcopal da região litorânea da diocese de Volta Redonda, onde era previsto, devido a sua extensão, a criação de uma nova diocese.
Retornando ao Brasil, foi transferido para Angra dos Reis, a pedido de Dom Valdir, por quem foi nomeado vigário episcopal da região litorânea da diocese de Volta Redonda, onde era previsto, devido a sua extensão, a criação de uma nova diocese.
Em 1977 frei Vital começou a assumir, em fins de
semana, as celebrações desta paróquia de Lídice e da comunidade da Estação,
devido a transferência do seu confrade frei Paulo. Neste tempo fez um
prolongado retiro no Alto do Rio das Pedras, onde foi acolhido pela família dos
Moreira.
Neste mesmo ano num encontro casual com Dom Raimundo, aconteceu a partilha de um sonho comum, viver uma vida de estilo mais contemplativo. Marcaram um encontro em Angra dos Reis, para verem a possibilidade de realizarem junto esse sonho. Foram ver um pequeno terreno num bosque. Era o dia 18 de novembro de 1977, no entanto no dia seguinte um telefonema de Brasília convocando o frei Vital, a comparecer na Anunciatura Apostólica desfez todo o seu projeto. Fora nomeado pelo Papa Paulo VI bispo auxiliar da diocese de Volta Redonda, com a tarefa de preparar a nova diocese Sul Litoral. Sendo sagrado bispo por Dom Valdir, no dia 13 de agosto de 1978, na Igreja do Conforto de Volta Redonda. Sendo seu lema: Testemunhar o Evangelho da Graça de Deus. Foram dois anos 78 e79 de trabalho com o povo desta região em conjunto com irmãs de varias congregações, chamadas por ele mesmo, para marcar presença na pastoral. Em abril de 1980 foi criada a nova diocese, pelo Papa João Paulo II, tendo Itaguaí como sede. E nomeou dom Vital com seu primeiro bispo.
Neste mesmo ano num encontro casual com Dom Raimundo, aconteceu a partilha de um sonho comum, viver uma vida de estilo mais contemplativo. Marcaram um encontro em Angra dos Reis, para verem a possibilidade de realizarem junto esse sonho. Foram ver um pequeno terreno num bosque. Era o dia 18 de novembro de 1977, no entanto no dia seguinte um telefonema de Brasília convocando o frei Vital, a comparecer na Anunciatura Apostólica desfez todo o seu projeto. Fora nomeado pelo Papa Paulo VI bispo auxiliar da diocese de Volta Redonda, com a tarefa de preparar a nova diocese Sul Litoral. Sendo sagrado bispo por Dom Valdir, no dia 13 de agosto de 1978, na Igreja do Conforto de Volta Redonda. Sendo seu lema: Testemunhar o Evangelho da Graça de Deus. Foram dois anos 78 e79 de trabalho com o povo desta região em conjunto com irmãs de varias congregações, chamadas por ele mesmo, para marcar presença na pastoral. Em abril de 1980 foi criada a nova diocese, pelo Papa João Paulo II, tendo Itaguaí como sede. E nomeou dom Vital com seu primeiro bispo.
Como seu carisma de unidade e no desejo de ter uma
igreja feita por todos, Igreja Povo de Deus, convocou o Sínodo diocesano, que
teve duração de cinco anos.
Incentivou a pastoral catequética na diocese e a
pastoral social, tendo especial atenção a duas pastorais operaria e CPT da qual
participou da reunião de fundação em Goiânia e fundador da mesma no Estado do
Rio de Janeiro.
A vida consagrada sempre mereceu seu especial carinho, tanto a nível local e nacional. Ordenou os primeiros padres brasileiros da diocese. Com sua sensibilidade e opção preferencial pelos pobres, criou o projeto de acolhida a meninos e meninas de rua, construindo uma casa, a qual os meninos chamaram Nossa Casa. A diocese tinha um rosto multiforme, onde todos se sentiam acolhidos, expressão de uma preocupação sua, que o fazia dizer: "Na diocese o meu primeiro desejo é que as pessoas que vêm prestar um serviço sintam-se primeiramente acolhidas no seu ser e não pelo que podem fazer. Isso vem depois."
A vida consagrada sempre mereceu seu especial carinho, tanto a nível local e nacional. Ordenou os primeiros padres brasileiros da diocese. Com sua sensibilidade e opção preferencial pelos pobres, criou o projeto de acolhida a meninos e meninas de rua, construindo uma casa, a qual os meninos chamaram Nossa Casa. A diocese tinha um rosto multiforme, onde todos se sentiam acolhidos, expressão de uma preocupação sua, que o fazia dizer: "Na diocese o meu primeiro desejo é que as pessoas que vêm prestar um serviço sintam-se primeiramente acolhidas no seu ser e não pelo que podem fazer. Isso vem depois."
Por doze anos participou da CNBB, atuou
especialmente como responsável na dimensão Bíblico-Catequética e fez parte da
comissão catequética do CELAM.
Participou da quarta Conferencia Episcopal Latino
Americana de Santo Domingos e de dois Sínodos em Roma.
Os vinte anos passados no exercício do ministério
episcopal não apagaram o sonho de uma vida de estilo mais contemplativo. Os
laços criados com a família Moreira, durante o retiro que realizou em 1977 no
Alto do Rio das Pedras, tornou possível a concretização desse sonho, quando seu
Zé Moreira em ocasião das bodas de ouro de casamento, escreveu uma cartinha a Dom
Vital, convidando-o a celebrar a missa para o casal e que também lhe reservavam
uma supressa. A supressa consistia numa na doação de um pequeno terreno, onde
construiu uma casa e uma capela, para viver sua vida num estilo mais
contemplativo.
Com a permissão do Papa João Paulo II renunciou o governo da diocese e desde 1998 vive como eremita no Alto do Rio das Pedras, em Lídece-RJ. Não demorou muito para as pessoas amigas e conhecidas começarem a subir o Alto, para fazer retiros e desfrutar da sabedoria da pessoa de dom Vital na orientação espiritual.
Com a permissão do Papa João Paulo II renunciou o governo da diocese e desde 1998 vive como eremita no Alto do Rio das Pedras, em Lídece-RJ. Não demorou muito para as pessoas amigas e conhecidas começarem a subir o Alto, para fazer retiros e desfrutar da sabedoria da pessoa de dom Vital na orientação espiritual.
Ele que soube deixar Deus ter a primazia em sua
vida, possa continuar na sua simplicidade, ternura, acolhida e solidariedade
criativa, conduzir-nos para que Deus seja na nossa vida e na realidade de hoje
o osso Único Essencial.
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A PALAVRA... Nº 606. Terror em São Paulo.
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO- 600: Divulgação.
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terça-feira, 10 de junho de 2014
A PALAVRA... Nº 605. Outro olhar sobre as músicas religiosas
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domingo, 8 de junho de 2014
Alocução do Papa no Encontro de oração pela paz com Presidentes de Israel e Palestina.
Vaticano, 08 de junho de 2014. Domingo
de Pentecostes.
Senhores
Presidentes,
Com grande alegria vos saúdo e desejo
oferecer, a vós e às ilustres Delegações que vos acompanham, a mesma recepção
calorosa que me reservastes na minha peregrinação há pouco concluída à Terra
Santa. Agradeço-vos do fundo do coração por terdes aceite o meu convite para
vir aqui a fim de, juntos, implorarmos de Deus o dom da paz. Espero que este
encontro seja o início de um caminho novo à procura do que une para superar
aquilo que divide. E agradeço a Vossa Santidade, venerado Irmão Bartolomeu, por
estar aqui comigo a acolher estes hóspedes ilustres. A sua participação é um
grande dom, um apoio precioso, e é testemunho do caminho que estamos a fazer,
como cristãos, rumo à plena unidade.
A vossa presença, Senhores Presidentes,
é um grande sinal de fraternidade, que realizais como filhos de Abraão, e
expressão concreta de confiança em Deus, Senhor da história, que hoje nos
contempla como irmãos um do outro e deseja conduzir-nos pelos seus caminhos.
Este nosso encontro de imploração da paz para a Terra Santa, o Médio Oriente e
o mundo inteiro é acompanhado pela oração de muitíssimas pessoas, pertencentes
a diferentes culturas, pátrias, línguas e religiões: pessoas que rezaram por
este encontro e agora estão unidas connosco na mesma imploração. É um encontro
que responde ao ardente desejo de quantos anelam pela paz e sonham um mundo
onde os homens e as mulheres possam viver como irmãos e não como adversários ou
como inimigos.
Senhores Presidentes, o mundo é uma
herança que recebemos dos nossos antepassados, mas é também um empréstimo dos
nossos filhos: filhos que estão cansados e desfalecidos pelos conflitos e
desejosos de alcançar a aurora da paz; filhos que nos pedem para derrubar os
muros da inimizade e percorrer a estrada do diálogo e da paz a fim de que
triunfem o amor e a amizade. Muitos, demasiados destes filhos caíram vítimas
inocentes da guerra e da violência, plantas arrancadas em pleno vigor. É nosso
dever fazer com que o seu sacrifício não seja em vão. A sua memória infunda em
nós a coragem da paz, a força de perseverar no diálogo a todo o custo, a
paciência de tecer dia após dia a trama cada vez mais robusta de uma
convivência respeitosa e pacífica, para a glória de Deus e o bem de todos. Para
fazer a paz é preciso coragem, muita mais do que para fazer a guerra. É preciso
coragem para dizer sim ao encontro e não à briga; sim ao diálogo e não à
violência; sim às negociações e não às hostilidades; sim ao respeito dos pactos
e não às provocações; sim à sinceridade e não à duplicidade. Para tudo isto, é
preciso coragem, grande força de ânimo.
A história ensina-nos que as nossas
meras forças não bastam. Já mais de uma vez estivemos perto da paz, mas o
maligno, com diversos meios, conseguiu impedi-la. Por isso estamos aqui, porque
sabemos e acreditamos que necessitamos da ajuda de Deus. Não renunciamos às
nossas responsabilidades, mas invocamos a Deus como acto de suprema
responsabilidade perante as nossas consciências e diante dos nossos povos.
Ouvimos uma chamada e devemos responder: a chamada a romper a espiral do ódio e
da violência, a rompê-la com uma única palavra: «irmão». Mas, para dizer esta
palavra, devemos todos levantar os olhos ao Céu e reconhecer-nos filhos de um
único Pai. A Ele, no Espírito de Jesus Cristo, me dirijo, pedindo a intercessão
da Virgem Maria, filha da Terra Santa e Mãe nossa:
Senhor Deus de Paz, escutai a nossa
súplica! Tentámos tantas vezes e durante tantos anos resolver os nossos
conflitos com as nossas forças e também com as nossas armas; tantos momentos de
hostilidade e escuridão; tanto sangue derramado; tantas vidas despedaçadas;
tantas esperanças sepultadas... Mas os nossos esforços foram em vão. Agora,
Senhor, ajudai-nos Vós! Dai-nos Vós a paz, ensinai-nos Vós a paz, guiai-nos Vós
para a paz. Abri os nossos olhos e os nossos corações e dai-nos a coragem de
dizer: «nunca mais a guerra»; «com a guerra, tudo fica destruído»! Infundi em
nós a coragem de realizar gestos concretos para construir a paz. Senhor, Deus
de Abraão e dos Profetas, Deus Amor que nos criastes e chamais a viver como
irmãos, dai-nos a força para sermos cada dia artesãos da paz; dai-nos a
capacidade de olhar com benevolência todos os irmãos que encontramos no nosso
caminho. Tornai-nos disponíveis para ouvir o grito dos nossos cidadãos que nos
pedem para transformar as nossas armas em instrumentos de paz, os nossos medos
em confiança e as nossas tensões em perdão. Mantende acesa em nós a chama da
esperança para efectuar, com paciente perseverança, opções de diálogo e
reconciliação, para que vença finalmente a paz. E que do coração de todo o
homem sejam banidas estas palavras: divisão, ódio, guerra! Senhor, desarmai a
língua e as mãos, renovai os corações e as mentes, para que a palavra que nos
faz encontrar seja sempre «irmão», e o estilo da nossa vida se torne: shalom, paz,
salam! Amém.
Fonte:
http://www.news.va/pt/news
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PENTECOSTES: Vai Espírito Santo (4ª Versão).
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sábado, 7 de junho de 2014
VAI ESPÍRITO SANTO...
*Frei Petrônio de Miranda, Padre e Jornalista
Carmelita.
Vai Espírito Santo!
Converte
os políticos corruptos do Brasil
E
renovas o nosso país sob o domínio do mal.
Abre
os nossos olhos nas próximas eleições,
E
concede-nos uma sociedade politizada.
Acaba
com a violência em nossas cidades,
E
fortifica-nos na luta pela justiça e pela paz.
Vai Espírito Santo!
Derruba
as paredes da indiferença religiosa,
E
mostra-nos o caminho do ecumenismo.
Destrói
os muros da separação política e econômica,
E
ensina-nos a valorizar a amizade e respeitar o próximo.
Arranca
o espírito de competição, destruição e poder,
E
enche o nosso coração de alegria e compromisso social.
Vai Espírito Santo!
Liberta
os jovens do tráfico de drogas,
E
fortifica-nos na defesa da vida.
Conforta
os aidéticos e deprimidos,
E
livra-nos da angústia da discriminação.
Desce
nas penitenciárias e converte os presos,
Libertando-os
do roubo e do mundo do crime.
Vai Espírito Santo!
Entra
no Palácio da Alvorada,
E
lembra à Presidenta Dilma do seu passado.
Visita
o Congresso Nacional e a Câmera dos Deputados,
E
leva o grito de fome e dor do povo brasileiro.
Ilumina
o Supremo Tribunal Federal,
E
concede aos nossos juízes os 7 dons.
Vai Espírito Santo!
Passeia
pelos corredores do Poder Legislativo,
E
ensina os vereadores a ficar do lado do povo.
Clareia
os corredores do Poder Executivo,
E
mostra o verdadeiro sentido do poder.
Olha
para a Ordem dos Advogados do Brasil,
E
ensina-os a advogar com justiça e equidade.
Vai Espírito Santo!
Ampara
o menor de rua, o órfão e a viúva,
E
enxuga as lágrimas de suor e dor.
Acompanha
os sem terra e sem casa,
E
transforma as suas utopias em realidade.
Visita
às comunidades quilombolas e as aldeias,
E
fortalece-os na luta pela dignidade.
Vai Espírito Santo!
Liberta-nos
da intolerância, da raiva e da vingança,
E
dá-nos um coração novo sem ódio e rancor.
Destrói
a nossa indiferença pelo sagrado,
E
ensina-nos a respeitar Deus em nosso próximo.
Toca
em nosso coração de pedra,
E
torna-nos mais humanos e solidários.
Vai Espírito Santo!
Desce
nas favelas, nos cortiços e nos morros,
E
protege os corações despedaçados e ensanguentados.
Vem
com o teu fogo abrasador aquecendo-nos contra o mal,
E
converte os difamadores, arrogantes e sanguinários.
Inspira-nos
confiança na classe política e na justiça,
E
não nos deixe desanimar diante dos fatos e acontecimentos.
Vai Espírito Santo!
Destrói
em nossa vida todo pensamento de perseguição,
E
mostra-nos a leveza da tua presença confiante e serena.
Olha
para os trabalhadores rurais
E
conforta-os em sua labuta diária.
Concede
força aos profissionais da comunicação,
E
concedei-lhes a esperança do novo dia.
Vai Espírito Santo.... Vai... !!!
*O Frei Petrônio
de Miranda, da Ordem do Carmo, reside no Convento do Carmo da Lapa, Rio de
Janeiro. E-mail: missaodomgabriel@bol.com.br.
Facebook: www.facebook.com/olharjornalistico ou, www.facebook.com/freipetronio2 Twitter: www.twitter.com/freipetronio. Site: www.olharjornalistico.com.br
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 603. Vai Espírito Santo!
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 602. O Dom de Fortaleza.
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Pentecostes. O perdão para recriar o mundo
O Pentecostes é uma festa pascal; ela é
o desenvolvimento do mistério da Páscoa. Não é uma festa independente do
Espírito Santo; é a festa do Senhor ressuscitado que dá aos discípulos o seu
Espírito, que é o Espírito de Deus Pai. É por isso que esta festa se situa, ao
mesmo tempo, na noite da Páscoa no evangelho de São João, e 50 dias depois da
Páscoa no livro dos Atos dos Apóstolos, inclusive na cruz da Sexta-Feira Santa
em todos os evangelistas.
A reflexão é de Raymond Gravel, padre da
Diocese de Joliette, Canadá, e publicada no sítio Réflexions de Raymond Gravel,
comentando as leituras do Domingo de Pentecostes – Ciclo A do Ano Litúrgico (08
de junho de 2014). A tradução é de André Langer.
Referências
bíblicas:
Primeira
leitura: At 2,1-11
Segunda
leitura: 1 Cor 12,3b-7.12-13
Evangelho:
Jo 20,19-23
Eis
o texto.
O Pentecostes é uma festa pascal; ela é
o desenvolvimento do mistério da Páscoa. Não é uma festa independente do
Espírito Santo; é a festa do Senhor ressuscitado que dá aos discípulos o seu
Espírito, que é o Espírito de Deus Pai. É por isso que esta festa se situa, ao
mesmo tempo, na noite da Páscoa no evangelho de São João, e 50 dias depois da
Páscoa no livro dos Atos dos Apóstolos, inclusive na cruz da Sexta-Feira Santa
em todos os evangelistas, em particular em João: “Tudo está realizado. E
inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Jo 19,30).
No mistério pascal, todos os elementos
desse mistério – a Morte, a Ressurreição, a Ascensão e o Pentecostes – são tão
importantes que os primeiros cristãos fizeram deles acontecimentos distintos
separados no tempo: três dias para a Ressurreição, 40 dias para a Ascensão e 50
dias para o Pentecostes. Mas, na realidade, trata-se de um mesmo e único
acontecimento teológico que nos fala simultaneamente de Deus, do homem, de
Cristo e da Igreja. Não há, portanto, contradições entre os escritos e seus
autores; encontramos simplesmente maneiras diferentes de descrever a riqueza do
mistério cristão.
Desde o início do tempo pascal, nós
lemos os relatos da Páscoa e da Ascensão. Hoje, celebramos o Pentecostes, a
festa do Espírito de Cristo, o Espírito de Deus, a festa da Igreja. O que nos
dizem os textos bíblicos que a Igreja nos propõe hoje?
1.
Atos dos Apóstolos 2,1-11
Neste texto de Lucas, sobre o dom do
Espírito Santo dado aos apóstolos reunidos, o autor não procura descrever um
acontecimento material e histórico que aconteceu num dado momento da história
da Igreja nascente. O fato de que Lucas tenha escolhido compor seu relato por
meio de uma série de alusões ao Antigo Testamento, pode desviar a nossa atenção
para uma leitura de tipo histórico, que procurasse determinar como as coisas se
passaram. Devemos, ao contrário, compreender as mensagens que Lucas quer dar à
sua comunidade sobre o papel e a força do Espírito:
1) O Pentecostes judaico celebrava o dom
da Lei ao Povo de Israel, o povo da antiga Aliança. O Pentecostes cristão
celebra o dom do Espírito ao novo Povo de Deus, a Igreja, o povo da nova
Aliança.
2) Assim como Moisés subiu ao Sinai para
dar ao povo a Lei de Deus, Cristo subiu ao céu para derramar o Espírito de
Deus, o Espírito da nova Aliança.
3) Assim como para Moisés o barulho do
trovão e o fogo das luzes acompanham o dom da Lei de Deus, aqui o barulho, o
vento e o fogo acompanham a vinda do Espírito Santo.
4) No Sinai, de acordo com tradições
judaicas, Deus propôs os mandamentos nas diversas línguas do mundo, mas apenas
Israel os aceitou. No livro dos Atos dos Apóstolos, Deus repara esse fracasso:
todas as nações compreendem a linguagem do Espírito: “Cheios de espanto e de
admiração, diziam: ‘Esses homens que estão falando não são todos galileus? Como
é que nós os escutamos na nossa própria língua?’” (At 2,7-8)
5) No Antigo Testamento, as 12 tribos de
Israel estão reunidas para ouvir Moisés. Aqui, os 12 povos são chamados para
ouvir os 12 apóstolos investidos pelo Espírito do Cristo, proclamar as
maravilhas de Deus: “todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na
nossa própria língua!” (At 2,11b)
Em suma, este relato de Lucas é o
inverso de Babel, é a abertura à universalidade e o sopro do Espírito da nova
Aliança que abole as fronteiras; não há mais exclusão nem rejeição.
2.
1 Cor 12,3b-7.12-13
Os coríntios acreditavam que o dom do
Espírito Santo estava reservado a uma elite. Eles só reconheciam sua presença
no sensacional, nos cristãos que tinham o dom de falar em línguas e,
particularmente, naqueles que eram eloquentes na animação das assembleias.
Paulo quer, aqui, restabelecer a realidade do Espírito Santo:
1) Todo fiel que proclamar que “Jesus é
o Senhor” (1 Cor 12,3), é habitado pelo Espírito Santo. Portanto, o mais
humilde e o menor dos batizados também recebeu o Espírito Santo.
2) O Espírito, o Senhor e Deus são
inseparáveis. Sem mesmo chamá-lo pelo nome, Paulo nos fala da Trindade que se
dispensa em carismas: dons da graça, mas o Espírito é o mesmo (v. 4), dons dos
serviços na Igreja, mas o Senhor é o mesmo (v. 5) e dons das atividades, mas é
o mesmo Deus que as realiza (v. 6). O Espírito põe, portanto, todos os fiéis a
agir, cada um segundo seus carismas, em vista do bem de todos (v. 7).
3) Esta unidade na diversidade Paulo a
exprime através de uma fábula, conhecida na sua época, sobre o corpo e seus
membros, para significar que todos os cristãos, em sua diversidade, pertencem
ao mesmo corpo, o Corpo do Cristo ressuscitado. Esta pertença transcende as
clivagens étnicas: “De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres,
fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós
bebemos de um único Espírito” (1 Cor 12,13).
3.
João 20,19-23
Para João, é na noite da Páscoa que o
Espírito Santo é dado aos discípulos reunidos. Que mensagens podemos tirar
dessa passagem bíblica?
1) O medo: os discípulos têm medo, eles
são fracos, eles se sentem abandonados. As portas estão trancadas. Apesar
disso, Jesus se apresenta a eles (v. 19). É, portanto, na humanidade dos
discípulos que Cristo se faz presente.
2) A Paz: duas vezes Cristo oferece a
sua paz (vv. 19.21). Mas, por que esta insistência? O sentido bíblico da
palavra paz não é a ausência de guerra ou de conflitos; é a plenitude de vida
que lembra a presença do Ressuscitado (cf. TOB, Lc 1,79 nota J). É, portanto, a
sua Vida de Ressuscitado que Cristo dá aos seus discípulos. É uma promessa de
Ressurreição também para eles.
3) A Alegria: João sublinha que o
Ressuscitado da Páscoa é o Crucificado da Sexta-Feira Santa: “mostrou-lhes as
mãos e o lado” (Jo 20,20a). O evangelista não quer dizer que se trata do
cadáver de Jesus reanimado; o Ressuscitado se apresenta como aquele que fica
para sempre marcado por sua humanidade, aquele que, pela cruz, testemunhou o
Amor infinito de Deus. Do seu lado aberto nasceu a Igreja, ápice do sangue da
Vida nova e da água viva do Espírito. Esta é a Alegria pascal experimentada
pelos discípulos reunidos na noite da Páscoa.
4) O perdão: o sopro do Cristo sobre os
seus discípulos nos remete ao sopro de Deus no Gênesis, sopro que dá a vida ao
ser humano. Aqui, o sopro de Cristo significa a Vida nova dada aos discípulos,
pelo dom do Espírito Santo, para que advenha um mundo novo. Entretanto, uma
coisa é essencial para que nasça esse mundo novo: é o perdão. Deus deve, em
primeiro lugar, apagar a nossa história passada, derramando sobre nós o sopro
do perdão dos pecados: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão
perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos” (Jo 20,23). Cabe
a nós, portanto, fazer nascer esse mundo novo e é com toda a liberdade que nós
podemos fazê-lo ou recusá-lo. Que responsabilidade!
Para terminar, é uma missão que nos é
confiada: nós temos a responsabilidade de fazer nascer o mundo novo desejado
pelo Cristo da Páscoa. Esta missão é confiada a todos os cristãos em geral e,
em particular, aos padres no ministério do perdão. É, portanto, pela nossa
abertura ao outro, pela nossa acolhida da sua diferença que nós testemunhamos o
Cristo ressuscitado e que nós trabalhamos para fazer nascer esse mundo novo. O
Espírito que nos habita não é um Espírito de medo que recusaria a novidade; é
um Espírito que nos torna capazes de inventar, criar, decifrar, abrir novos
caminhos, a fim de permitir às mulheres e aos homens de hoje encontrar e
reconhecer o Cristo sempre vivo através dos seus discípulos. O perdão é
fundamental para a recriação do mundo, e o Espírito nos dá a possibilidade de
dá-lo ao outro e de recebê-lo do outro, a fim de que nasça esse mundo novo
desejado pelo Cristo da Páscoa.
Bom Pentecostes!
Fonte:
http://www.ihu.unisinos.br
Postado por
Artigos do Frei Petrônio de Miranda
às
05:21
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