Total de visualizações de página

Seguidores

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A PARTICIPAÇÃO DE CARMELITAS EM SEIS REVOLUÇÕES NO BRASIL


A PARTICIPAÇÃO DE CARMELITAS EM SEIS REVOLUÇÕES NO BRASIL
Dom Frei Wilmar Santin, O.Carm.
 
1) REVOLTA  DO  ESTANCO (1684)
 
            O “ESTANCO” foi uma Companhia de Comércio criada no estado do Maranhão, que tinha o monopólio de importação e exportação de drogas e fazendas, além do comércio de escravos negros.
            O motim contra a Companhia do Estanco foi iniciado no dia 25 de fevereiro de 1684 e envolveu também a expulsão dos jesuítas do Maranhão. O levante foi logo sufocado. Os dois principais líderes, Manuel Beckmann e Jorge Sampaio, foram enforcados. Apesar do fracasso da revolta, o Estanco não voltou a funcionar. Carmelitas, franciscanos e mercedários tiveram participação ativa nesta revolta.
 
FREI INÁCIO DA ASSUNÇÃO
 
            O carmelita Frei Inácio da Assunção, que havia sido provincial e era conhecido como frei Ventoso, teve uma participação destacada na revolta. O historiador dom Felipe Condurú Pacheco afirma: “... os carmelitas sob a chefia de Frei Ignácio da Assumpção - conselheiro-mór dos levantados - em particular e até do púlpito, conclamavam o povo que arregimentavam, chegando a andar com distintivos e armas militares”[1]. Serafim Leite dá alguns detalhes ao informar que carmelitas, mercedários e alguns clérigos “andavam com barretinas de soldados, escudos, espadas e mosquetes, arregimentando gente”[2].Após o fim da revolta Frei Inácio foi condenado à reclusão em seu próprio convento.
 
Serafim Leite menciona os nomes dos carmelitas Fr. António e Fr. Paulo, sem citar o sobrenome, também faziam parte dos amotinados[3].
 
 
2) GUERRA  DOS  MASCATES (1710)
  
            No senado de Olinda só os nobres tinham voto. Recife estava sob o domínio de Olinda. Os mascates, pequenos comerciantes, do Recife lutavam para que sua cidade se tornasse vila, o que conseguiram no dia 19/11/1703. O pelourinho foi erguido dia 03/03/1710. Os olindenses protestaram e destruíram o pelourinho dia 09/11/1710. A guerra estava consumada. A maior parte do clero apoiou os nobres de Olinda, inclusive os carmelitas.
No Arquivo do convento do Carmo de Recife encontram-se dois testemunhos interessantes, escritos em italiano, afirmando que os carmelitas de Olinda só trabalharam pela paz na Guerra dos Mascates. O Cabido de Olinda elogia os carmelitas dizendo: “anche ne consta, che non s´intrometterano nelle sollevazione di Popolo, má ancora procurano la pace fra questi; e nell´occasione, in quale per l´illustrissimo Vescovo nostro Prelato furono chiamate le Religione per andare alla Villa di Reciffi alcuni Religiosi a trattare la pace, andarono molti de sopradetti Religiosi del Carmine prontamente ... “[4] O Senado de Olinda também faz seus elogios na mesma linha: “... ancora certificamo, che nella perturbazione di questi Popoli non s´intrometterono, e per meglio dire loro furono quelli che piu lavoranono in ordine alla pace, e quiete andando per varie volte alcuni Religiosi alla Piazza del Reciffe a questo fine e non sappiamo avesse il minore lamento di detti Religiosi in quello che toca al servizio di Dio ...”[5]
 
FREI MANOEL DE SANTA CATARINA
 
            Professou no Convento do Carmo de Olinda e tinha a fama de ser grande teólogo e pregador. Na Guerra dos Mascates esteve do lado dos nobres de Olinda. O Pe. Martins atesta que: “pregou com muita unção e eloquencia em todos os dias da memoravel novena de N. S. do Ó, imagem que o clero, Nobreza, e povo de Olinda mudárão de S. João para a Sé, e festejárão afim de que a Senhora abrandasse os corações dos empedernidos Mascates”[6]. Foi acusado e perseguido, mas não chegaou a ser preso.
            Dom Duarte Leopoldo afirma que ele tornou-se bispo de Angola em 1720[7]. Mas parece haver uma confusão entre dois carmelitas com o mesmo nome. Tudo indica que o bispo de Angola foi um Frei Manuel de Santa Catarina nascido em Lisboa e que chegou em Pernambuco em 1715[8].
 
FREI NICOLAU DE JESUS MARIA E JOSÉ
 
            O cônego Nicolau Paes Sarmento, futuro frei Nicolau de Jesus Maria e José, na época da da Guerra dos Mascates ainda não era carmelita.
            Estudou em Coimbra, foi Vigário Geral e Visitador do bispado, Deão da Sé de Olinda e coronel do batalhão da guarda do bispo-governador. Como orador fogoso tornou-se uma espécie de “flagelo infatigável de mascates e europeus”. É o autor das “Memórias da guerra dos mascates”.
            Conta uma tradição, recolhida pelo Pe. Dias Martins, que após a guerra ele até o fim da vida se levantava de madrugada, acendia duas velas e do alto da colina de Olinda amaldiçoava os mascates e a vila de Recife.
            Dez anos antes de sua morte se recolheu no convento dos carmelitas de Olinda e adotou o nome de frei Nicolau de Jesus Maria e José. Faleceu em 1734.
 
 
3) GUERRA DOS EMBOABAS (1707-1709)
 
 
            A chamada Guerra dos Emboabas teve início com a rivalidade entre os paulistas e os emboabas[9] no final do século XVII e teminou com sangrentas batalhas no início do século seguinte. Como foi descoberto ouro em território mineiro, para lá se dirigiram paulistas, baianos, pernambucanos e portugueses. Na região não havia ordem, polícia, justiça e fisco, mas sobrava ambição. Os paulistas julgavam ter direitos na área por serem os descobridores. Os emboabas eram em maior número e receberam algumas concessões do governo. Os paulistas protestaram contra tais concessões e contra a nomeação de portugueses em alguns postos estratégicos. A rivalidade e os interesses particulares foram se acentuando até que em 1707 estourou a guerra. Entre os emboabas surgiu Manuel Nunes Viana como líder. Os combates foram sangrentos. Tudo se acalmou no dia 9 de novembro de 1709, quando o governo dividiu a capitania do Rio de Janeiro formando a Capitania de Minas do Ouro (Minas Gerais) e definindo a Capitania de São Paulo.
 
FREI MIGUEL RIBEIRO
 
            Segundo dom Duarte, “Frei Miguel Ribeiro foi um homem inteligente e digno, emissário dos forasteiros (emboabas) ao novo governador, Antonio de Albuquerque, a quem não pareceram descabidos os prudentes conselhos do religioso”[10]. Segundo Rocha Pombo, frei Miguel “expôs o que se havia passado, e a situação em que se encontram as Minas, e pediu a Albuquerque, em nome dos levantados, que fôssem por si mesmo conhecer a verdade[11]. O governador, acompanhado pelo frade carmelita, até Caeté, foi onde conversou com Nunes Viana. Este “fez a sua sumissão, com juramento de fidelidade aos delegados de El-Rei, presentes e futuros”[12].
 
 
FREI SIMÃO DE SANTA TERESA
 
            O Carmelita frei Simão de Santa Teresa foi secretário do líder emboaba Manuel Nunes Viana. Em Caeté era muito estimado tanto pela sua instrução como pelo fato de ter construído a primeira capela do arraial.
 
4) A REVOLUÇÃO DE PERNAMBUCO (1817)
 
            Há historiadores que chamam a Revolução Pernambucana de 1817 como a Revolução dos Padres, por causa da grande presença e profunda atuação do clero regional na mesma[13].
            Na época havia censura e deficiência na instrução pública. Para conseguir grau universitário era necessário ir para a Europa, mas as idéias iluministas francesas chegavam ao Brasil através dos livros. Em Pernambuco havia o Seminário de Olinda onde as idéias liberais fermantavam e eram assumidas abertamente. Oliveira Lima afirma: “o Seminário de Olinda era um ninho de idéias liberais, e idéias liberais eram idéias subversivas”[14]. Como todo o clero estudava ali, a consequência lógica foi que as idéias liberais foram assumidas pelo clero em geral. Daí a sua participação massiva na revolução.
            Os anseios de independência foram aumentando. A situação se agravou com a chegada da família real de Portugal ao Brasil em 1808. “A corte era fútil, indolente, inútil, além de perdulária, como aliás todas as cortes européias. E a de D. João precisava também de muito dinheiro para sustentar-se”[15]. Para manter todo o aparato da família real foram aumentados os impostos. H. Koster escreveu: “Paga-se em Pernambuco um imposto para a iluminação das ruas do Rio de Janeiro quando essas de Recife ficam em total escuridão”[16].
            No dia 6 de março de 1817 “há rumores de rebelião entre os brasileiros. O Conselho Militar do Governador português vota que se deve atrair os cabeças ao palácio e matá-los pelas armas ou por envenenamento. Vence o voto prudente, de simplesmente prender os cinco civis e os seis militares considerados mais perigoso, e de pedir ao povo paz e submissão. Entre os civis consta o nome do Padre João Ribeiro, como principal cabeça”[17]. Alguns são presos e a reação foi imediata: no dia seguinte ataca-se o forte do Brum e o governador capitula. A revolução tinha começado. A república foi proclamada. A revolução foi esmagada em um mês e meio.
            O comerciante francês L. F. Tollenare, que viveu em Recife entre 1816 e 1817, em seu livro “Notas Dominicais tomadas durante viagem em Portugal e no Brasil em 1816, 1817 e 1818” afirma que quase todos os frades carmelitas estavam abertamente envolvidos na Revolução de 1817[18]. Segundo Vilar, eram mais de 10.
 
 
FREI FRANCISCO DE SANTA ANA BRITO PESSOA
 
            Era virtuoso e respeitavel religioso do Carmo, conventual de Goianna, mas residente no Crato, no Ceará, como procurador e administrador das fazendas, que sua religião possuia n´aquele districto; n´este emprego se occupava com honra, sendo além d´isso, estimado capellão do povo de Barbalha, e amigo favorito do Capitão Mór Filgueiras”[19]. Como Frei Francisco era uma pessoa estimada e influente, os revulocionários encarregaram seus amigos Bernardo Luiz Ferreira Portugal e João Ribeiro Pessoa para conquistar sua adesão à Revolução. Abraçou a causa como um verdadeiro apostolado. Convenceu a todos seus amigos, inclusive o Capitão Mór, e conhecidos a jurarem apoio à Revolução. Com a derrota, foi preso e enviado aos cárceres da Bahia. Ali ficou preso até a anistia geral de 1821.
 
FREI FRANCISCO DE SANTA MARIANA PESSOA
 
            Frei Francisco de Santa Mariana, “carmelita professo do convento do Recife, residente em Goiana. Era maçon militante e sócio efetivo das academias do Cabo e Paraíso”[20]. O Pe. Joaquim Martins afirma que ele se achava bem preparado pelas duas academias para participar da revolução[21]. Participou do ato de prisão do juiz de fora de Goiana e do assalto à fortaleza de Itamaracá. Era conhecido pelo apelido de frei Pescoço. Foi anistiado em 1821.
 
FREI FRANCISCO DE SÃO PEDRO
 
            Frei Francisco de São Pedro, carmelita, professo do convento do Recife, foi dos guerrilheiros contra as forças do general Congominho. Faleceu nos cárceres da Bahia, a 1º de setembro de 1817”[22]. Segundo Vilar ele ainda “era subdiácono e portou-se valentemente na batalha de Pindoba. Faleceu por causa de maus tratos nas prisões da Bahia”[23]. Para o Pe. Joaquim Dias Martins ele morreu “ou por força dos tormentos, ou por mágoa da nova escravidão da sua pátria”[24].
 
FREI JOÃO DE SANTA TERESA
 
            Frei João de Santa Tereza, religioso, professo da Ordem Carmelita, parochiava a freguesia de Brejo da Areia na Paraíba, quando se deram os movimentos políticos de 1817; e, sendo accusado de haver tomado parte nesses movimentos. Escreveu: “Exposição dos sucessos no Brejo d´Areia” por ocasião da revolução de 1817 em Pernambuco. O autógrafo de 64 folhas pertence à Bibliotheca do Instituto Histórico Brasileiro”[25].
 
FREI JOAQUIM DO AMOR DIVINO  -  FREI CANECA
 
            Frei Caneca brilhou mesmo na revolução de 1824, a chamada Confederação do Equador. Na revolução de 1817 foi combatente e guerrilheiro contra as forças do general Cogominho e um dos assaltantes da fortaleza do Brum. Foi capturado e enviado para a prisão na Bahia, sendo anistiado em 1821.
 
FREI JOSÉ DE SANTA ROSA (Pe. Roma)
 
            Pe. Roma: “Era carmelita professo do convento de Goiana, onde se chamou frei José de Santa Rosa, bacharel em teologia pela Universidade de Coimbra, condecorado com o hábito de Cristo e orador reputado. Secularizado em 1807”[26]. Seu nome era José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima. Foi arcabuzado, no Campo da Pólvora.
"O Padre Roma foi um dos mais ardentes revolucionários”[27]. Após o sucesso de sua missão em Alagoas, seguiu para a Bahia, para tentar a adesão dêsse Estado. Foi prêso, julgado por uma comissão militar, organizada apressadamente pelo Conde dos Arcos, e condenado à morte. Foi fuzilado no Campo da Pólvora, a 29 de março de 1817.
            Até no momento de sua morte foi valente e destemido. É o que conta Caio Porfírio Carneiro:
            "O Padre Roma, por sua vez, assim se portou ante o pelotão de fuzilamento:
             Camaradas! Eu vos perdôo a minha morte. Lembrai-vos na pontaria - pôs a mão no coração - que aqui é a fonte da vida.. e atirai."[28]
           
FREI JOSÉ MARIA DO SACRAMENTO BREYNER
 
            Frei José Maria do Sacramento Breyner - natural do Recife, carmelita professo da mesma cidade, foi mestre de história pátria e prior do convento de Nossa Senhora da Guia, na Paraíba. O Padre Martins, definindo-o, diz: “seu gênio atilado e caráter nacional o fizera mais propenso para as virtudes patrióticas, do que para as impertinências e minúcias religiosas”, e acrescenta: “o grande Breyner, sem nunca trair o grande segredo, desposou-se com o dia 6 de março de 1817 com tanto entusiasmo, que, preferindo o título de patriota ao nome religioso, não receiou fazer-se apóstolo da Liberdade, pregando-a, e inculcando-a por todos os modos, e em todas as circunstâncias possíveis”[29].
            Preso a 26 de maio, como guerrilheiro da revolução, nas lutas da Independência reaparece o frade carmelita, à frente de um batalhão de couraceiros contra os portugueses entrincheirados na Bahia”[30].
            O historiador José Honório Rodrigues ao escrever sobre a participação do clero na luta pela independência brasileira relata sobre Frei José Maria do Sacramento Breyner o seguinte: “era um religioso carmelita, natural de Pernambuco, muito patriota, que se envolvera na revolução de 1817, fora preso, permanecera nas cadeias da Bahia até sua libertação em fevereiro de 1821. Quando se iniciou a guerra na Bahia, patriota exaltado, alistou-se nas fileiras dos combatentes e organizou à sua custa uma companhia de homens vestidos de couro, e à sua frente marchou em direção ao exército brasileiro, apresentou-se ao general Labatut e combateu durante toda a guerra até a vitória final. O padre dos couros, como era chamado, organizou um corpo guerrilheiro voluntário, composto de 40 pessoas, 21 pardos, sete brancos e dois cabras, mais tarde aumentou para cem combatentes. “O prêmio dos nossos trabalhos, depois da causa finada, será o descanso em nossas casa”. Atingiu o posto de capitão de primeira linha, foi condecorado com a Ordem do Cruzeiro, retirou-se para a vida religiosa, foi vigário da freguesia do S. Sacramento em 1834, vivendo até 1850. Sua biografia não foi escrita. Era um homem resoluto, prestou grandes serviços na guerra, no correio e nos transportes, e sua tropa constituía uma das partes do exército de Labatut”[31].
 
FREI MANUEL DO CORAÇÃO DE JESUS (Dr. Manuel de Arruda Câmara)
 
            Dr. Manuel de Arruda Câmara foi “frade leigo carmelita, professo no convento de Goiana, sob o nome de Frei Manuel do Coração de Jesus, posteriormente secularizado por um breve pontifício”[32]. Foi um grande sábio naturalista e partidário exaltado das idéias liberais. Fundou a Academia de Itambé, chamada Areópago. Sobre a ação desta Academia escreve Carlos Razzini: “Foi o Areópago a nossa primeira colméia autonomista, e suas abelhas as primeiras a empreender um vôo continental em favor da independência comum. Nesse desiderato chegaram a sonhar com a América livre, e ainda sob o pálio da democracia”[33].
            Tudo indica que Arruda Câmara sonhava com uma América unida. Ele escrevia a João Ribeiro: “Remete logo a minha circular aos amigos da América Inglesa e Espanhola. Sejam unidos com esses nossos amigos americanos, porque tempo virá de sermos todos um; e quando não for, assim sustentem uns aos outros”[34].
 
FREI MIGUEL DE SÃO BONIFÁCIO  (Pe. Miguelinho)
 
            Uma figura chave da Revolução foi Miguel Joaquim de Almeida e Castro, ou simplesmente Pe. Miguelinho, como era conhecido. Ele foi carmelita no Recife com o nome de Frei Miguel de São Bonifácio. Iniciou seus estudos no convento do Recife e depois foi para Lisboa. Voltou secularizado e com a fama de teólogo, filósofo e hábil político.
            Foi professor no Seminário de Olinda, onde difundiu suas idéias e atraiu muitos estudantes e futuros padres para a sua causa.
            Tão logo foi iniciada a revolução, “foi constituído o nôvo governo republicano. É quando aparece, integrando-o, o Padre Miguelinho. Fôra nomeado Ministro do Interior. Tentou, como primeira medida, contemporizar as coisas, apesar das suas idéias republicanas e de nacionalista extremado.
            O Padre Miguel era de nascimento rio-grandense-do-norte, porém residia em Recife desde os dezesseis anos de idade. Estudou no Colégio do Carmo, no convento de Recife. Homem de grande talento, inteligência e cultura, desde mocinho deixou-se empolgar pelas idéias democráticas. Tomou parte ativa em várias sociedades secretas das muitas que existiam na cidade. E dedicou-se sempre, com convicção extremada, à propaganda revolucionária. Ao mesmo tempo era um pacifista, contrário a qualquer violência que qualquer revolução fatalmente produziria"[35].
Como secretário, elaborou todos os decretos, proclamações, ordens, ofícios e mais trabalhos do gabinete”[36].
No dia 12 de junho Padre Miguelinho junto com alguns companheiros foi inapelavemente executado pelo pelotão de fuzilamento. "Seguindo naquele dia para o lugar do suplício, que havia de ser no Campo da Pólvora, onde foi arcabuzado com Martins e o dr. José Luiz de Mendonça, começou êste a declarar contra a iníquia sentença, ao que, pondo-lho os olhos enternecidos, lhe falou o Padre Miguelinho generoso e intrépido: "Querido amigo, façamos e digamos ùnicamente aquilo que temos tempo". E dizendo, ajoelhou diante do crucifixo, repetindo, debulhado em lágrimas e alternando com Mendonça, até serem fuzilados, o salmo "Miserere mei Deus secundum magnam misericordiam tuam...[37] “Morria assim o Padre Miguel Joaquim de Almeida e Castro. Fuzilado apenas cinco anos antes do Grito da Independência, e justamente porque por ela lutara.
            Sua morte, como a de seus companheiros, não foi em vão. Pois foi justamente o movimento revolucionário pernambucano de 1817 que influiu, decisivamente, para a nossa emancipação política apenas um lustro depois. Como bem observou Franklin Távora, essa revolta foi "a montanha que cresceu entre Portugal e o Brasil, e os separou definitivamente." E completa Basílio de Magalhães: foi o início de uma "floração, cada vez maior, dos ideais de liberdade, quer na própria terra pernambucana (1824), quer no extremo-sul (Guerra dos Farrapos, 1835-1840), tornados definitiva realidade pela radiosa aurora de 15 de novembro de 1889” [38].                       Caio Porfírio Carneiro em seu belo artigo assim conclui sobre Pe. Miguelinho: "condenado à morte por infâmia", para ressuscitar imaculado e engrandecido na História” [39].
 
5) A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR  (1824)
 
            Pode-se dizer que a revolução de 1824 (Confederação do Equador) foi uma continuidade da de 1817, pelo menos sob vários aspectos. Na verdade nada havia mudado. Os prisioneiros, ao chegarem em seus lares, puderam ver que tudo estava absolutamente na mesma, no tocante às exigências sobre a administração, probidade, impostos, honestidade, perseguições e injustiças para com os nativos. ... Em Pernambuco, entretanto, a vontade de ser livre tinha aumentado pela sensação da inutilidade de tanto sangue derramado e pelo ódio à repressão. Os castigos sofridos não quebraram os ânimos, mas pelo contrário tinham-se transformado em mágoa e em mais idealismo”[40].
            Em 7 de setembro de 1822 foi proclamada a independência do Brasil pelo príncipe regente dom Pedro, o qual no dia 1º de dezembro do mesmo ano foi coroado imperador do Brasil e recebeu o título de dom Pedro I. Uma Assembléia Constituinte foi instalada, mas como havia disputa entre os poderes e as coisas não estavam saindo do jeito que o imperador queria, este dissolveu a assembléia com o apoio dos militares. Vários deputados foram presos. No dia 25 de março de 1824 a Constituição foi promulgada. Assim a primeira Constituição brasileira foi “imposta pelo imperador ao “povo”, embora devamos entender por “povo” a minoria de brancos e mestiços que votava e que de algum modo tinha participado na vida política”[41]. O grande contingente de escravos ficou totalmente alijado da Constituição.
            Houve descontentamento geral com a promulgação da imposta Constituição. Em Pernambuco a nomeação de um governador não-desejado abriu as portas para uma revolta. Assim “seu chefe ostensivo, Manuel de Carvalho, proclamou a Confederação do Equador, a 2 de julho de 1824. ...
            A Confederação do Equador deveria reunir sob forma federativa e republicana, além de Pernambuco, as províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e, possivelmente, o Piauí e o Pará. O levante teve conteúdo acentuadamente urbano e popular, diferenciando-se da ampla frente regional, com a liderança de proprietários rurais e alguns comerciantes, que caracterizara a Revolução de 1817.
            ...
            A Confederação do Equador não teve condições de se enraizar e de resistir militarmente às tropas do governo, sendo derrotada nas várias províncias do Nordeste, até terminar por completo em novembro de 1824. A punição dos revolucionários foi além das expectativas. Um tribunal manipulado pelo imperador condenou à morte, entre outros, Frei Caneca, Ratcliff, e o major de pretos Agostinho Bezerra Cavalcanti. Os próprios adversários, entre eles comerciantes portugueses, enviaram ao rei pedidos de clemência em favor do último, que evitara excessos e mortes. Mas não foram ouvidos. Levado à forca, Frei Caneca acabou sendo fuzilado diante da recusa do carrasco em realizar o enforcamento”[42].
 
FREI CANECA
           
            Se teve nas suas fileiras dezenas de clérigos, centenas de militares, milhares de civis, a Confederação do Equador pode ser entretanto considerada a revolução de um padre: Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca”[43].
            Frei Caneca inicialmente, apesar de ser republicano, aceitava um regime monárquico, contanto que constitucional. Seus primeiros desentendimentos foram com José Bonifácio e o seu Ministério que, a seu ver, exerciam uma influência maléfica sobre D. Pedro e o levaram a atitudes extremadas e exageradamente conservadoras no tocante a três importantes pontos, a saber 1) a unidade do território nacional, 2) a consolidação da Independência e 3) a defesa do poder monárquico. Como conservador e de formação européia-portuguesa, José Bonifácio era um defensor da Casa de Bragança. Frei Caneca lutava em primeiro lugar por um regime constitucional, não importando se fosse monarquista ou republicano. José Bonifácio visava o fortalecimento do poder do monarca. Frei Caneca preocupava-se em por limites neste poder, diante do povo. “Sabe-se hoje que José Bonifácio não queria um governo constitucional e só se decidiu pela Independência quando os famosos decretos 124 e 125, das Cortes de Lisboa, os mesmos que levaram D. Pedro à proclamação de 7 de setembro, pretendiam prendê-lo e processá-lo” [44].
            Em 12 de novembro de 1823 o imperador dissolveu a Constituinte. Isto fez com que Frei Caneca se decidisse, definitivamente, contra o Imperador: é a segunda fase de sua luta.
            Como naquele mesmo ano Portugal havia retornado ao regime absolutista, a atitude de D. Pedro foi interpretada como tentativa de se tornar o senhor absoluto do Brasil. A idéia de que D. Pedro e seus sequazes tramavam a recolonização do Brasil tomou corpo. O raciocínio era lógico: absolutismo em Portugal, dissolução da Assembléia Constituinte brasileira, absolutismo também no Brasil. Era o caminho para que se “conservassem os dois reinos unidos para a dinastia de Bragança” [45].
            Frei Caneca procurou conscientizar e doutrinar o seu povo de todas as formas. Mas o fez sobretudo através do Typhis Pernambucano, jornal por ele fundado[46]. Mostrava de onde vem o poder, quais os limites do poder de um soberano, que o ato de escolher um governo, passando por cima do povo, mesmo se se tratasse de um imperador, era uma traição a todos os ideais pelos quais tinham lutado e derramado seu sangue na Revolução de 1817.
            O professor João Alfredo de Sousa afirma: “importante sublinhar em Caneca o espírito de justiça imanente a uma linha de comportamento autêntico e de realização integral do homem, dentro da prática religiosa, ou talvez melhor dizendo, prática da fé. (...) Então ele supera o dualismo espírito-matéria, corpo-alma, natural-sobrenatural, vendo o homem como um todo, permeado em todos os momentos de sua vida, em todas as áreas de seu comportamento, por profunda moralidade que o faz cônscio de obrigações para com Deus, para com a sociedade, para com o próximo, para com a nação, numa unidade indissolúvel”[47].
            Após as derrotas iniciais, os revolucionários pernambucanos se retiraram em direção ao Ceará. Frei Caneca acompanhou a marcha confederada pelo sertão. A derrota era eminente e a viagem pelo sertão, muito sofrida. Porém, o ideal de liberdade e de luta por princípios se mantinha vivo. “Foi essa jornada de sacrifícios e heroísmo, só por si capaz de salvar para a história a causa daqueles homens”[48]. A condição para se renderem era de que se instalasse uma nova Assembléia Constituinte.
            Frei Caneca foi preso pelo major Lamenha. Este era um desertor das forças da “Confederação”. Ele prometia, entre outras coisas, que seria um irmão dos confederados e que o imperador, como um pai, os receberia. Nenhuma das promessas foram cumpridas.
            Frei Caneca foi levado para o Recife onde, num julgamento com irregularidades e falhas[49], foi condenado à morte na forca. No dia da execução, conforme exigência da lei canônica da época, foi degradado das Ordens Sacras. Até neste ato o frade carmelita foi injustiçado, visto que não houve processo canônico para tal e quem assinou a ordem de degradação foi o bispo do Rio de Janeiro e não o de Olinda, diocese à qual pertencia.
            Na hora da execução nenhum carrasco quis enforcá-lo. Por fim sua pena foi arbitrariamente transformada em morte por fuzilamento pelo comandante militar e não pelo tribunal - mais uma irregularidade. Assim, aos 51 anos de idade, Frei Caneca foi morto no dia 13 de janeiro de 1823. Max Fleiuss atesta: “Teve morte heróica; não quis que lhe vendassem os olhos e ele próprio deu voz de comando aos soldados do pelotão executor, recomendando-lhes, de braços abertos, que atirassem sobre o seu coração, como centro da vida” [50].
            Após o fuzilamento seu corpo foi deixado em frente ao Convento do Carmo de Recife. O provincial o sepultou dentro do convento. “Não se sabe exatamente em que local. Não há lápide, não há velas, não aparecem romeiros. Em algum lugar ele jaz, esquecido pelo povo e pela pátria que tanto amou e que pomposamente reverencia e ergue monumentos caríssimos ao Imperador que tantas vezes a traiu”[51].
 
 
6) REVOLTA DE ABRIL DE 1832 EM MANAUS
 
 
            Em 1832 aconteceu em Manaus (AM), na época ainda chamava-se Barra do Rio Negro, um revolta armada para emancipar a então Comarca do Alto Amazonas. Até esta época toda a Amazônia pertencia à Província do Grão-Pará, cuja capital era Belém. “Neste movimento torna-se especialmente notória a influência e a direção espiritual dos frades Ignácio Guilherme da Costa, mercedário maranhense, Joaquim de Santa Luzia e José dos Santos Inocentes, ambos carmelitas paraenses”[52]. A rebelião fracassou, mas não aconteceram as punições usuais para estes casos por causa da linha liberal do novo presidente da Província José Joaquim Machado de Oliveira. A emancipação do Amazonas como Província aconteceu em 1850.
 
FREI JOAQUIM DE SANTA LUZIA
 
            Frei André Prat informa que Frei Joaquim de Santa Luzia foi em 1818 vigário de Moura e Carvoeiro no rio Negro.[53]
            Segundo alguns, ele era entendido em balística, por isso foi encarregado, ou encarregou-se, da defesa da cidade de Manaus[54]. De acordo com o historiador Arthur Reis, ele conseguiu fazer sérias avariações em alguns navios adversários - sobretudo na barca Independência, que esteve a ponto de afundar, mas não conseguiu evitar a derrota[55]. Prat afirma que “os revolucionários levantaram uma especie de fortificação nas Lages, foz do Rio Negro, cujo commando entregaram ao citado religioso (Frei Joaquim de Santa Luzia), que dirigiu alguns tiros contra a barca de guerra Independencia, conduzindo a força que foi suffocar a rebellião, em Manaus”[56].
 
FREI JOSÉ DOS SANTOS INOCENTES
 
            Parece que sua figura é um pouco controvertida. Araújo diz que ele “associa ao trabalho missionário entre os índios e de vigário em vilas do interior o gosto e a determinação pela ação política radical”[57]. Já o naturalista inglês Alfred Russel Wallace o descreve como preguiçoso, contador de piadas, dinheirista e conquistador de mulheres (chega a afirmar: “Don Juan”, comparado a Frei José, era um inocente. Ele dizia, entretanto, que sempre teve grande respeito pela sua batina, e nunca fez nada para desrespeitá-la, “durante o dia”[58]). Ao descrevê-lo assim, parece que Wallace queria desmoralizá-lo por causa de sua participação na defesa dos interesses brasileiros em questões de fronteiras entre Brasil e Guiana Inglesa, como veremos abaixo. Aurélio Pinheiro diz que ele era “sacerdote, guerrilheiro e político”[59]. Prat informa que “até 1832 Fr. José dos Santos Innocentes, que tomou parte em todos os acontecimentos políticos do seu tempo e tinha grande influência na Comarca do Alto Amazonas, era Vigário de Vila Nova da Rainha, hoje cidade de Parintins.
Foi um dos factores do argumento da povoação de Pirara, na região cuja posse era contestada pela Inglaterra e o Brasil (Valle do Rio Branco) e da qual aquella nação ficou de posse, em virtude do laudo arbitral do rei da Italia.
Este religioso erigiu ali uma capella; Congregou os indios dispersos, ensinou-lhes a religião e os primeiros rudimentos da agricultura”[60].
            Na revolução de 1832 recebeu a missão de, como procurador do povo, ir ao Rio de Janeiro, capital do Brasil na época, para defender os interesses amazonenses junto às autoridades imperiais. O trajeto lógico seria descer o rio Amazonas, chegar até o oceano Atlântico e depois seguir até ao Rio. Mas ele não podia fazer este caminho porque envolveria uma passagem por Belém e consequentemente seria preso e impedido de seguir a viagem. Por isso optou por ir pelo centro do Brasil. Subiu o rio Madeira, depois seguiu por outros rios e trilhas. Passou por Cáceres e conseguiu chegar até Cuiabá, capital do Mato Grosso. Ali havia uma pequena revolta nativista, em vez de ficar quieto e seguir sua viagem, resolveu tomar partido em favor de um dos lados e foi o lado que perdeu. Foi preso e enviado de volta para o Amazonas. Ao chegar à sua querida Manaus, foi preso e condenado a ser missionário no alto do rio Branco, na divisa com a Guiana Inglesa.
            Em 1839 os ingleses, que contestavam as fronteiras, invadiram o território brasileiro. O frade carmelita frei José dos Santos Inocentes, de acordo com seu espírito guerreiro, organizou o povo e defendeu as fronteiras brasileiras em Pirara, no alto Rio Branco.
            Em 1852, já doente, retornou a Manaus onde morreu. Na capital amazonense há uma rua com o nome Frei José dos Santos Inocentes, que por ironia do destino é (ou era) umas das principais ruas de prostituição da cidade.

BIBLIOGRAFIA
 
AZZI, Riolando, A Crise da Cristandade e o Projeto Liberal, Ed. Paulinas, São Paulo, 1991.
 
ARAÚJO MOREIRA NETO, Carlos, Igreja e Cabanagem (1932-1849), in História da Igreja na Amazônia, CEHILA, Vozes, Petrópolis, 1992.
 
BARBOSA LIMA, Discurso no Instituto Histórico, em 6-3-1917.
 
CARNEIRO, Caio Porfírio, Padre Miguelinho, in Revista do Arquivo Municipal, 182, CLXXXII, Prefeitura do Município de São Paulo, 1971.
 
CONDURÚ PACHECO, Felipe, História Eclesiástica do Maranhão, S.E.N.E.C. - Departamento de Cultura, Maranhão, 1969.
 
 COSTA, Pereira da, Dicionário Bibliográfico de Pernambucanos Célebres.
 
FAUSTO, Boris, História do Brasil, 4. ed., Editora da Universidade de São Paulo: Fundação para o Desenvolvimento da Educação, São Paulo, 1996.
 
FLEIUSS, Max, Apostilas de História do Brasil, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1933.
 
GALVÃO, Sebastião de Vasconcelos, Diccionario Chorographico Historico e Estatistico de Pernambuco, 3º volume.
 
HANDELMANN, H., História do Brasil, Tomo II, Co-edição Ed. Itatiaia (Belo Horizonte) e Ed. da Universidade de São Paulo, 1982.
 
HAUCK, João Fagundes, A Igreja na emancipação (1808-1840), in CEHILA, História Geral da Igreja na América Latina, História da Igreja no Brasil, Tomo II/2, Vozes-Paulinas, Petrópolis-São Paulo, 3ª ed.,1992.
 
LEITE, Serafim, História da Companhia de Jesus no Brasil, Livraria Portugalia e Civilização Brasileira, Lisboa-Rio de Janeiro, tomo IV, Lisboa, 1943.
 
LEOPOLDO E SILVA, Dom Duarte, O clero e a independência, Ed. Paulinas, SP, 1972.
 
MARTINS, Padre Joaquim Dias, Os Martires Pernambucanos, Victimas das Duas Revoluções Ensaiadas em 1710 E 1817, Pernambuco, Typ. de F. C. Lemos e Silva, 1853. Edição fac-similar da Ass. Legislativa do Estado de Pernambuco, s/d.
 
PINHEIRO, Aurélio, À margem do Amazonas, São Paulo, 1937.
 
PRAT, Frei André, Notas Históricas sobre a Missões Carmelitas no Extremo Norte do Brasil - Séculos XVII - XVIII, Recife, 1941.
 
RAZZINI, Carlos, Hipólito da Costa e o Correio Brasiliense, São Paulo, Ed. Nacional, 1957.
 
REIS, Arthur Cézar Ferreira, História do Amazonas, Ed. Itatiaia, Belo Horizonte, 1989.
 
ROCHA POMBO, José Francisco da, História do Brasil, IV, Ed. Jackson, Rio de Janeiro, 1942.
 
RODRIGUES, José Honório, O Clero e a Indepenência, in Revista Eclesiástica Brasileira (REB), Ed. Vozes, Petrópolis,  32/126 (1972).
 
SOUSA, João Alfredo de, O Liberalismo Radical de Frei Caneca, Rio de Janeiro, Ed. Tempo Brasileiro, 1978.
 
VILAR DE CARVALHO, Gilberto, A liderança do clero nas Revoluções Republicanas - 1817 a 1824, Vozes, Petrópolis, 1980.
 



[1] CONDURÚ, História Eclesiástica do Maranhão, 17.
 
[2] Serafim LEITE, História da Companhia de Jesus no Brasil, tomo IV, p. 75.
 
[3] Serafim LEITE, História da Companhia de Jesus no Brasil, tomo IV, p. 75.
 
[4] Simile testimonium Capituli Olinden. Num. 3, de 26/08/1713. Copiado do original impresso existente no Arquivo do Carmo, Recife por Frei Sebastião Boerkamp no volume II, pág. C-426. Este volume está na Biblioteca Carmelitana do Convento do Carmo de São Paulo.
 
[5]  Simile testimonium Senatus Olinden. Num. 13, de 08/07/1713. Copiado do original impresso existente no Arquivo do Carmo, Recife por Frei Sebastião Boerkamp no volume II, pág. C-426. Este volume está na Biblioteca Carmelitana do Convento do Carmo de São Paulo.
 
[6] MARTINS, Os Martires Pernambucanos, 130 e 131.
 
[7] LEOPOLDO, O clero e a independência, 25.
 
[8] PRAT, Notas Históricas, 295-296.
 
[9] Palavra de origem indígena que significa “estrangeiro”. No caso designava todos os não paulistas, ou seja portugueses, baianos, pernambucanos, etc. que se dedicavam à descoberta e exploração de ouro e pedras preciosas em Minas Gerais.
 
[10] LEOPOLDO, O clero e a independência, 45.
 
[11] ROCHA POMBO, História do Brasil, 225.
 
[12] ROCHA POMBO, História do Brasil, 226.
 
[13] VILAR DE CARVALHO, A liderança do clero, 15ss.
 
[14] Citado por LEOPOLDO, O clero e a independência, 66, nota 21.
 
[15] VILAR, A liderança do clero, 23.
 
[16] Citado por VILAR, A liderança do clero, 23.
 
[17] VILAR, A liderança do clero, 31.
 
[18] VILAR, A liderança do clero, 63.
 
[19] MARTINS, Os Martires Pernambucanos, 313 e 314.
 
[20] LEOPOLDO, O clero e a independência, 74, nota 42.
 
[21] MARTINS, Os Martires Pernambucanos, 256.
 
[22] LEOPOLDO, O clero e a independência, 67.
 
[23] VILAR, A liderança do clero, 85.
 
[24] MARTINS, Os Martires Pernambucanos, 309.
 
[25] GALVÃO, Diccionario Chorographico Historico, 3º volume.
 
[26] LEOPOLDO, O clero e a independência, 82.
 
[27] CARNEIRO, Padre Miguelinho, 104.
 
[28] CARNEIRO, Padre Miguelinho, 106.
 
[29] MARTINS, Os Martires Pernambucanos, 98.
 
[30] LEOPOLDO, O clero e a independência, 101.
 
[31] RODRIGUES, O Clero e a Indepenência, 323-324.
 
[32] LEOPOLDO, O clero e a independência, 69.
 
[33] RAZZINI, Hipólito da Costa e o Correio Brasiliense, p. 94.
 
[34] COSTA, Pereira da, Dicionário Bibliográfico de Pernambucanos Célebres, p. 640. Citado por AZZI em A Crise da Cristandade e o Projeto Liberal, p. 29.
 
[35] CARNEIRO, Padre Miguelinho, 103.
 
[36] LEOPOLDO, O clero e a independência, 94.
 
[37] BARBOSA LIMA - citado por CARNEIRO, Padre Miguelinho, 107.
 
[38] CARNEIRO, Padre Miguelinho, 107.
 
[39] CARNEIRO, Padre Miguelinho, 108.
 
[40] VILAR, A liderança do clero, 37.
 
[41] FAUSTO, História do Brasil, 149.
 
[42] FAUSTO, História do Brasil, 153 e 154.
 
[43] VILAR, A liderança do clero, 95.
 
[44] VILAR, A liderança do clero, 50.
 
[45] ROCHA POMBO, História do Brasil, 187.
 
[46] Iniciado em 25 de dezembro de 1823.  O último número foi editado em 29 de julho de 1824.
 
[47] SOUSA, O Liberalismo Radical de Frei Caneca, 181.
 
[48] Rocha Pombo, História do Brasil, 204.
 
[49] Cf. VILAR, A liderança do clero, 205-206.
 
[50] FLEIUSS, Apostilas de História do Brasil, 322.
 
[51] VILAR, A liderança do clero, 210.
 
[52] ARAÚJO, Igreja e Cabanagem (1932-1849), 263.
 
[53] PRAT, Notas Históricas, 291.
 
[54] Cf. PRAT, Notas Históricas, 291; ARAÚJO, Igreja e Cabanagem (1932-1849), 263.
 
[55] REIS, História do Amazonas, 165.
 
[56] PRAT, Notas Históricas, 291.
 
[57] ARAÚJO, Igreja e Cabanagem (1932-1849), 264.
 
[58] Citado por ARAÚJO, Igreja e Cabanagem (1932-1849), 265.
 
[59] PINHEIRO, À margem do Amazonas, 32.
 
[60] PRAT, Notas Históricas, 289-290.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário