A PARTICIPAÇÃO DE
CARMELITAS EM SEIS REVOLUÇÕES NO BRASIL
Dom Frei Wilmar Santin, O.Carm.
1) REVOLTA DO
ESTANCO (1684)
O
“ESTANCO” foi uma Companhia de Comércio criada no estado do Maranhão, que tinha
o monopólio de importação e exportação de drogas e fazendas, além do comércio
de escravos negros.
O
motim contra a Companhia do Estanco foi iniciado no dia 25 de fevereiro de 1684
e envolveu também a expulsão dos jesuítas do Maranhão. O levante foi logo
sufocado. Os dois principais líderes, Manuel Beckmann e Jorge Sampaio, foram
enforcados. Apesar do fracasso da revolta, o Estanco não voltou a funcionar.
Carmelitas, franciscanos e mercedários tiveram participação ativa nesta
revolta.
FREI INÁCIO DA ASSUNÇÃO
O
carmelita Frei Inácio da Assunção, que havia sido provincial e era conhecido
como frei Ventoso, teve uma participação destacada na revolta. O historiador
dom Felipe Condurú Pacheco afirma: “...
os carmelitas sob a chefia de Frei Ignácio da Assumpção - conselheiro-mór dos
levantados - em particular e até do púlpito, conclamavam o povo que
arregimentavam, chegando a andar com distintivos e armas militares”[1].
Serafim Leite dá alguns detalhes ao informar que carmelitas, mercedários e
alguns clérigos “andavam com barretinas
de soldados, escudos, espadas e mosquetes, arregimentando gente”[2].Após
o fim da revolta Frei Inácio foi condenado à reclusão em seu próprio convento.
Serafim Leite menciona os nomes dos carmelitas Fr.
António e Fr. Paulo, sem citar o sobrenome, também faziam parte dos amotinados[3].
2) GUERRA
DOS MASCATES (1710)
No
senado de Olinda só os nobres tinham voto. Recife estava sob o domínio de
Olinda. Os mascates, pequenos comerciantes, do Recife lutavam para que sua
cidade se tornasse vila, o que conseguiram no dia 19/11/1703. O pelourinho foi
erguido dia 03/03/1710. Os olindenses protestaram e destruíram o pelourinho dia
09/11/1710. A guerra estava consumada. A maior parte do clero apoiou os nobres
de Olinda, inclusive os carmelitas.
No Arquivo do convento do Carmo de Recife encontram-se
dois testemunhos interessantes, escritos em italiano, afirmando que os
carmelitas de Olinda só trabalharam pela paz na Guerra dos Mascates. O Cabido
de Olinda elogia os carmelitas dizendo: “anche
ne consta, che non s´intrometterano nelle sollevazione di Popolo, má ancora
procurano la pace fra questi; e nell´occasione, in quale per l´illustrissimo
Vescovo nostro Prelato furono chiamate le Religione per andare alla Villa di
Reciffi alcuni Religiosi a trattare la pace, andarono molti de sopradetti
Religiosi del Carmine prontamente ... “[4]
O Senado de Olinda também faz seus elogios na mesma linha: “... ancora certificamo, che nella perturbazione
di questi Popoli non s´intrometterono, e per meglio dire loro furono quelli che
piu lavoranono in ordine alla pace, e quiete andando per varie volte alcuni
Religiosi alla Piazza del Reciffe a questo fine e non sappiamo avesse il minore
lamento di detti Religiosi in quello che toca al servizio di Dio ...”[5]
FREI MANOEL DE SANTA CATARINA
Professou
no Convento do Carmo de Olinda e tinha a fama de ser grande teólogo e pregador.
Na Guerra dos Mascates esteve do lado dos nobres de Olinda. O Pe. Martins
atesta que: “pregou com muita unção e
eloquencia em todos os dias da memoravel novena de N. S. do Ó, imagem que o
clero, Nobreza, e povo de Olinda mudárão de S. João para a Sé, e festejárão
afim de que a Senhora abrandasse os corações dos empedernidos Mascates”[6].
Foi acusado e perseguido, mas não chegaou a ser preso.
Dom
Duarte Leopoldo afirma que ele tornou-se bispo de Angola em 1720[7].
Mas parece haver uma confusão entre dois carmelitas com o mesmo nome. Tudo
indica que o bispo de Angola foi um Frei Manuel de Santa Catarina nascido em
Lisboa e que chegou em Pernambuco em 1715[8].
FREI NICOLAU DE JESUS MARIA E
JOSÉ
O
cônego Nicolau Paes Sarmento, futuro frei Nicolau de Jesus Maria e José, na
época da da Guerra dos Mascates ainda não era carmelita.
Estudou
em Coimbra, foi Vigário Geral e Visitador do bispado, Deão da Sé de Olinda e
coronel do batalhão da guarda do bispo-governador. Como orador fogoso tornou-se
uma espécie de “flagelo infatigável de mascates e europeus”. É o autor das
“Memórias da guerra dos mascates”.
Conta
uma tradição, recolhida pelo Pe. Dias Martins, que após a guerra ele até o fim
da vida se levantava de madrugada, acendia duas velas e do alto da colina de
Olinda amaldiçoava os mascates e a vila de Recife.
Dez
anos antes de sua morte se recolheu no convento dos carmelitas de Olinda e
adotou o nome de frei Nicolau de Jesus Maria e José. Faleceu em 1734.
3) GUERRA DOS EMBOABAS (1707-1709)
A
chamada Guerra dos Emboabas teve início com a rivalidade entre os paulistas e
os emboabas[9]
no final do século XVII e teminou com sangrentas batalhas no início do século
seguinte. Como foi descoberto ouro em território mineiro, para lá se dirigiram
paulistas, baianos, pernambucanos e portugueses. Na região não havia ordem,
polícia, justiça e fisco, mas sobrava ambição. Os paulistas julgavam ter
direitos na área por serem os descobridores. Os emboabas eram em maior número e
receberam algumas concessões do governo. Os paulistas protestaram contra tais
concessões e contra a nomeação de portugueses em alguns postos estratégicos. A
rivalidade e os interesses particulares foram se acentuando até que em 1707
estourou a guerra. Entre os emboabas surgiu Manuel Nunes Viana como líder. Os
combates foram sangrentos. Tudo se acalmou no dia 9 de novembro de 1709, quando
o governo dividiu a capitania do Rio de Janeiro formando a Capitania de Minas
do Ouro (Minas Gerais) e definindo a Capitania de São Paulo.
FREI MIGUEL RIBEIRO
Segundo
dom Duarte, “Frei Miguel Ribeiro foi um
homem inteligente e digno, emissário dos forasteiros (emboabas) ao novo
governador, Antonio de Albuquerque, a quem não pareceram descabidos os
prudentes conselhos do religioso”[10].
Segundo Rocha Pombo, frei Miguel “expôs o
que se havia passado, e a situação em que se encontram as Minas, e pediu a
Albuquerque, em nome dos levantados, que fôssem por si mesmo conhecer a verdade[11]”. O governador, acompanhado pelo frade
carmelita, até Caeté, foi onde conversou com Nunes Viana. Este “fez a sua sumissão, com juramento de
fidelidade aos delegados de El-Rei, presentes e futuros”[12].
FREI SIMÃO DE SANTA TERESA
O
Carmelita frei Simão de Santa Teresa foi secretário do líder emboaba Manuel
Nunes Viana. Em Caeté era muito estimado tanto pela sua instrução como pelo
fato de ter construído a primeira capela do arraial.
4) A REVOLUÇÃO DE
PERNAMBUCO (1817)
Há
historiadores que chamam a Revolução Pernambucana de 1817 como a Revolução dos Padres, por causa
da grande presença e profunda atuação do clero regional na mesma[13].
Na
época havia censura e deficiência na instrução pública. Para conseguir grau
universitário era necessário ir para a Europa, mas as idéias iluministas
francesas chegavam ao Brasil através dos livros. Em Pernambuco havia o
Seminário de Olinda onde as idéias liberais fermantavam e eram assumidas
abertamente. Oliveira Lima afirma: “o
Seminário de Olinda era um ninho de idéias liberais, e idéias liberais eram
idéias subversivas”[14].
Como todo o clero estudava ali, a consequência lógica foi que as idéias
liberais foram assumidas pelo clero em geral. Daí a sua participação massiva na
revolução.
Os
anseios de independência foram aumentando. A situação se agravou com a chegada
da família real de Portugal ao Brasil em 1808. “A corte era fútil, indolente, inútil, além de perdulária, como aliás
todas as cortes européias. E a de D. João precisava também de muito dinheiro
para sustentar-se”[15].
Para manter todo o aparato da família real foram aumentados os impostos. H.
Koster escreveu: “Paga-se em Pernambuco
um imposto para a iluminação das ruas do Rio de Janeiro quando essas de Recife
ficam em total escuridão”[16].
No
dia 6 de março de 1817 “há rumores de
rebelião entre os brasileiros. O Conselho Militar do Governador português vota
que se deve atrair os cabeças ao palácio e matá-los pelas armas ou por
envenenamento. Vence o voto prudente, de simplesmente prender os cinco civis e
os seis militares considerados mais perigoso, e de pedir ao povo paz e
submissão. Entre os civis consta o nome do Padre João Ribeiro, como principal
cabeça”[17].
Alguns são presos e a reação foi imediata: no dia seguinte ataca-se o forte do
Brum e o governador capitula. A revolução tinha começado. A república foi proclamada.
A revolução foi esmagada em um mês e meio.
O
comerciante francês L. F. Tollenare, que viveu em Recife entre 1816 e 1817, em
seu livro “Notas Dominicais tomadas
durante viagem em Portugal e no Brasil em 1816, 1817 e 1818” afirma que
quase todos os frades carmelitas estavam abertamente envolvidos na Revolução de
1817[18].
Segundo Vilar, eram mais de 10.
FREI FRANCISCO DE SANTA ANA BRITO
PESSOA
“Era virtuoso e respeitavel religioso do
Carmo, conventual de Goianna, mas residente no Crato, no Ceará, como procurador
e administrador das fazendas, que sua religião possuia n´aquele districto;
n´este emprego se occupava com honra, sendo além d´isso, estimado capellão do
povo de Barbalha, e amigo favorito do Capitão Mór Filgueiras”[19].
Como Frei Francisco era uma pessoa estimada e influente, os revulocionários
encarregaram seus amigos Bernardo Luiz Ferreira Portugal e João Ribeiro Pessoa
para conquistar sua adesão à Revolução. Abraçou a causa como um verdadeiro
apostolado. Convenceu a todos seus amigos, inclusive o Capitão Mór, e
conhecidos a jurarem apoio à Revolução. Com a derrota, foi preso e enviado aos
cárceres da Bahia. Ali ficou preso até a anistia geral de 1821.
FREI FRANCISCO DE SANTA MARIANA
PESSOA
Frei
Francisco de Santa Mariana, “carmelita
professo do convento do Recife, residente em Goiana. Era maçon militante e
sócio efetivo das academias do Cabo e Paraíso”[20].
O Pe. Joaquim Martins afirma que ele se achava bem preparado pelas duas
academias para participar da revolução[21].
Participou do ato de prisão do juiz de fora de Goiana e do assalto à fortaleza
de Itamaracá. Era conhecido pelo apelido de frei Pescoço. Foi anistiado em
1821.
FREI FRANCISCO DE SÃO PEDRO
“Frei Francisco de São Pedro, carmelita,
professo do convento do Recife, foi dos guerrilheiros contra as forças do
general Congominho. Faleceu nos cárceres da Bahia, a 1º de setembro de 1817”[22].
Segundo Vilar ele ainda “era subdiácono e
portou-se valentemente na batalha de Pindoba. Faleceu por causa de maus tratos
nas prisões da Bahia”[23].
Para o Pe. Joaquim Dias Martins ele morreu “ou
por força dos tormentos, ou por mágoa da nova escravidão da sua pátria”[24].
FREI JOÃO DE SANTA TERESA
“Frei João de Santa Tereza, religioso,
professo da Ordem Carmelita, parochiava a freguesia de Brejo da Areia na
Paraíba, quando se deram os movimentos políticos de 1817; e, sendo accusado de
haver tomado parte nesses movimentos. Escreveu: “Exposição dos sucessos no
Brejo d´Areia” por ocasião da revolução
de 1817 em Pernambuco. O autógrafo de 64 folhas pertence à Bibliotheca do
Instituto Histórico Brasileiro”[25].
FREI JOAQUIM DO AMOR DIVINO - FREI
CANECA
Frei
Caneca brilhou mesmo na revolução de 1824, a chamada Confederação do Equador.
Na revolução de 1817 foi combatente e guerrilheiro contra as forças do general Cogominho
e um dos assaltantes da fortaleza do Brum. Foi capturado e enviado para a
prisão na Bahia, sendo anistiado em 1821.
FREI JOSÉ DE SANTA ROSA (Pe.
Roma)
Pe.
Roma: “Era carmelita professo do convento
de Goiana, onde se chamou frei José de Santa Rosa, bacharel em teologia pela
Universidade de Coimbra, condecorado com o hábito de Cristo e orador reputado.
Secularizado em 1807”[26].
Seu nome era José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima. Foi arcabuzado, no Campo da
Pólvora.
"O Padre Roma
foi um dos mais ardentes revolucionários”[27]. Após o sucesso de sua missão em
Alagoas, seguiu para a Bahia, para tentar a adesão dêsse Estado. Foi prêso,
julgado por uma comissão militar, organizada apressadamente pelo Conde dos
Arcos, e condenado à morte. Foi fuzilado no Campo da Pólvora, a 29 de março de
1817.
Até
no momento de sua morte foi valente e destemido. É o que conta Caio Porfírio
Carneiro:
"O Padre Roma, por sua vez, assim se
portou ante o pelotão de fuzilamento:
Camaradas! Eu vos perdôo a minha morte.
Lembrai-vos na pontaria - pôs a mão no coração - que aqui é a fonte da vida.. e
atirai."[28]
FREI JOSÉ MARIA DO SACRAMENTO
BREYNER
Frei
José Maria do Sacramento Breyner - natural do Recife, carmelita professo da
mesma cidade, foi mestre de história pátria e prior do convento de Nossa
Senhora da Guia, na Paraíba. O Padre Martins, definindo-o, diz: “seu gênio atilado e caráter nacional o
fizera mais propenso para as virtudes patrióticas, do que para as
impertinências e minúcias religiosas”, e acrescenta: “o grande Breyner, sem nunca trair o grande segredo, desposou-se com o
dia 6 de março de 1817 com tanto entusiasmo, que, preferindo o título de
patriota ao nome religioso, não receiou fazer-se apóstolo da Liberdade,
pregando-a, e inculcando-a por todos os modos, e em todas as circunstâncias
possíveis”[29].
“Preso a 26 de maio, como guerrilheiro da
revolução, nas lutas da Independência reaparece o frade carmelita, à frente de
um batalhão de couraceiros contra os portugueses entrincheirados na Bahia”[30].
O
historiador José Honório Rodrigues ao escrever sobre a participação do clero na
luta pela independência brasileira relata sobre Frei José Maria do Sacramento
Breyner o seguinte: “era um religioso
carmelita, natural de Pernambuco, muito patriota, que se envolvera na revolução
de 1817, fora preso, permanecera nas cadeias da Bahia até sua libertação em
fevereiro de 1821. Quando se iniciou a guerra na Bahia, patriota exaltado,
alistou-se nas fileiras dos combatentes e organizou à sua custa uma companhia
de homens vestidos de couro, e à sua frente marchou em direção ao exército
brasileiro, apresentou-se ao general Labatut e combateu durante toda a guerra
até a vitória final. O padre dos couros, como era chamado, organizou um corpo
guerrilheiro voluntário, composto de 40 pessoas, 21 pardos, sete brancos e dois
cabras, mais tarde aumentou para cem combatentes. “O prêmio dos nossos
trabalhos, depois da causa finada, será o descanso em nossas casa”. Atingiu o
posto de capitão de primeira linha, foi condecorado com a Ordem do Cruzeiro,
retirou-se para a vida religiosa, foi vigário da freguesia do S. Sacramento em
1834, vivendo até 1850. Sua biografia não foi escrita. Era um homem resoluto,
prestou grandes serviços na guerra, no correio e nos transportes, e sua tropa
constituía uma das partes do exército de Labatut”[31].
FREI MANUEL DO CORAÇÃO DE JESUS (Dr. Manuel de Arruda Câmara)
Dr.
Manuel de Arruda Câmara foi “frade leigo
carmelita, professo no convento de Goiana, sob o nome de Frei Manuel do Coração
de Jesus, posteriormente secularizado por um breve pontifício”[32].
Foi um grande sábio naturalista e partidário exaltado das idéias liberais.
Fundou a Academia de Itambé, chamada Areópago. Sobre a ação desta Academia
escreve Carlos Razzini: “Foi o Areópago a
nossa primeira colméia autonomista, e suas abelhas as primeiras a empreender um
vôo continental em favor da independência comum. Nesse desiderato chegaram a
sonhar com a América livre, e ainda sob o pálio da democracia”[33].
Tudo
indica que Arruda Câmara sonhava com uma América unida. Ele escrevia a João
Ribeiro: “Remete logo a minha circular
aos amigos da América Inglesa e Espanhola. Sejam unidos com esses nossos amigos
americanos, porque tempo virá de sermos todos um; e quando não for, assim
sustentem uns aos outros”[34].
FREI MIGUEL DE SÃO BONIFÁCIO (Pe. Miguelinho)
Uma
figura chave da Revolução foi Miguel Joaquim de Almeida e Castro, ou
simplesmente Pe. Miguelinho, como era conhecido. Ele foi carmelita no Recife
com o nome de Frei Miguel de São Bonifácio. Iniciou seus estudos no convento do
Recife e depois foi para Lisboa. Voltou secularizado e com a fama de teólogo,
filósofo e hábil político.
Foi
professor no Seminário de Olinda, onde difundiu suas idéias e atraiu muitos
estudantes e futuros padres para a sua causa.
Tão
logo foi iniciada a revolução, “foi
constituído o nôvo governo republicano. É quando aparece, integrando-o, o Padre
Miguelinho. Fôra nomeado Ministro do Interior. Tentou, como primeira medida,
contemporizar as coisas, apesar das suas idéias republicanas e de nacionalista
extremado.
O Padre Miguel era de nascimento
rio-grandense-do-norte, porém residia em Recife desde os dezesseis anos de
idade. Estudou no Colégio do Carmo, no convento de Recife. Homem de grande
talento, inteligência e cultura, desde mocinho deixou-se empolgar pelas idéias
democráticas. Tomou parte ativa em várias sociedades secretas das muitas que
existiam na cidade. E dedicou-se sempre, com convicção extremada, à propaganda
revolucionária. Ao mesmo tempo era um pacifista, contrário a qualquer violência
que qualquer revolução fatalmente produziria"[35].
“Como
secretário, elaborou todos os decretos, proclamações, ordens, ofícios e mais
trabalhos do gabinete”[36].
No dia 12 de junho Padre Miguelinho junto com alguns
companheiros foi inapelavemente executado pelo pelotão de fuzilamento. "Seguindo naquele dia para o lugar do
suplício, que havia de ser no Campo da Pólvora, onde foi arcabuzado com Martins
e o dr. José Luiz de Mendonça, começou êste a declarar contra a iníquia
sentença, ao que, pondo-lho os olhos enternecidos, lhe falou o Padre Miguelinho
generoso e intrépido: "Querido amigo, façamos e digamos ùnicamente aquilo
que temos tempo". E dizendo, ajoelhou diante do crucifixo, repetindo,
debulhado em lágrimas e alternando com Mendonça, até serem fuzilados, o salmo
"Miserere mei Deus secundum magnam misericordiam tuam...[37]
“Morria assim o Padre Miguel Joaquim de
Almeida e Castro. Fuzilado apenas cinco anos antes do Grito da Independência, e
justamente porque por ela lutara.
Sua morte, como a de seus companheiros, não
foi em vão. Pois foi justamente o movimento revolucionário pernambucano de 1817
que influiu, decisivamente, para a nossa emancipação política apenas um lustro
depois. Como bem observou Franklin Távora, essa revolta foi "a montanha
que cresceu entre Portugal e o Brasil, e os separou definitivamente." E
completa Basílio de Magalhães: foi o início de uma "floração, cada vez
maior, dos ideais de liberdade, quer na própria terra pernambucana (1824), quer
no extremo-sul (Guerra dos Farrapos, 1835-1840), tornados definitiva realidade
pela radiosa aurora de 15 de novembro de 1889” [38].
Caio Porfírio
Carneiro em seu belo artigo assim conclui sobre Pe. Miguelinho: "condenado à morte por infâmia",
para ressuscitar imaculado e engrandecido na História” [39].
5) A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR (1824)
“Pode-se dizer que a revolução de 1824
(Confederação do Equador) foi uma continuidade da de 1817, pelo menos sob
vários aspectos. Na verdade nada havia mudado. Os prisioneiros, ao chegarem em
seus lares, puderam ver que tudo estava absolutamente na mesma, no tocante às
exigências sobre a administração, probidade, impostos, honestidade,
perseguições e injustiças para com os nativos. ... Em Pernambuco, entretanto, a
vontade de ser livre tinha aumentado pela sensação da inutilidade de tanto
sangue derramado e pelo ódio à repressão. Os castigos sofridos não quebraram os
ânimos, mas pelo contrário tinham-se transformado em mágoa e em mais idealismo”[40].
Em 7
de setembro de 1822 foi proclamada a independência do Brasil pelo príncipe
regente dom Pedro, o qual no dia 1º de dezembro do mesmo ano foi coroado
imperador do Brasil e recebeu o título de dom Pedro I. Uma Assembléia
Constituinte foi instalada, mas como havia disputa entre os poderes e as coisas
não estavam saindo do jeito que o imperador queria, este dissolveu a assembléia
com o apoio dos militares. Vários deputados foram presos. No dia 25 de março de
1824 a Constituição foi promulgada. Assim a primeira Constituição brasileira
foi “imposta pelo imperador ao “povo”,
embora devamos entender por “povo” a minoria de brancos e mestiços que votava e
que de algum modo tinha participado na vida política”[41].
O grande contingente de escravos ficou totalmente alijado da Constituição.
Houve
descontentamento geral com a promulgação da imposta Constituição. Em Pernambuco
a nomeação de um governador não-desejado abriu as portas para uma revolta.
Assim “seu chefe ostensivo, Manuel de
Carvalho, proclamou a Confederação do Equador, a 2 de julho de 1824. ...
A Confederação do Equador deveria reunir sob
forma federativa e republicana, além de Pernambuco, as províncias da Paraíba,
Rio Grande do Norte, Ceará e, possivelmente, o Piauí e o Pará. O levante teve
conteúdo acentuadamente urbano e popular, diferenciando-se da ampla frente
regional, com a liderança de proprietários rurais e alguns comerciantes, que
caracterizara a Revolução de 1817.
...
A Confederação do Equador não teve condições
de se enraizar e de resistir militarmente às tropas do governo, sendo derrotada
nas várias províncias do Nordeste, até terminar por completo em novembro de
1824. A punição dos revolucionários foi além das expectativas. Um tribunal
manipulado pelo imperador condenou à morte, entre outros, Frei Caneca,
Ratcliff, e o major de pretos Agostinho Bezerra Cavalcanti. Os próprios
adversários, entre eles comerciantes portugueses, enviaram ao rei pedidos de
clemência em favor do último, que evitara excessos e mortes. Mas não foram
ouvidos. Levado à forca, Frei Caneca acabou sendo fuzilado diante da recusa do
carrasco em realizar o enforcamento”[42].
FREI CANECA
“Se teve nas suas fileiras dezenas de
clérigos, centenas de militares, milhares de civis, a Confederação do Equador
pode ser entretanto considerada a revolução de um padre: Frei Joaquim do Amor
Divino Rabelo Caneca”[43].
Frei
Caneca inicialmente, apesar de ser republicano, aceitava um regime monárquico,
contanto que constitucional. Seus primeiros desentendimentos foram com José
Bonifácio e o seu Ministério que, a seu ver, exerciam uma influência maléfica
sobre D. Pedro e o levaram a atitudes extremadas e exageradamente conservadoras
no tocante a três importantes pontos, a saber 1) a unidade do território
nacional, 2) a consolidação da Independência e 3) a defesa do poder monárquico.
Como conservador e de formação européia-portuguesa, José Bonifácio era um
defensor da Casa de Bragança. Frei Caneca lutava em primeiro lugar por um
regime constitucional, não importando se fosse monarquista ou republicano. José
Bonifácio visava o fortalecimento do poder do monarca. Frei Caneca preocupava-se
em por limites neste poder, diante do povo. “Sabe-se
hoje que José Bonifácio não queria um governo constitucional e só se decidiu
pela Independência quando os famosos decretos 124 e 125, das Cortes de Lisboa,
os mesmos que levaram D. Pedro à proclamação de 7 de setembro, pretendiam
prendê-lo e processá-lo” [44].
Em 12
de novembro de 1823 o imperador dissolveu a Constituinte. Isto fez com que Frei
Caneca se decidisse, definitivamente, contra o Imperador: é a segunda fase de
sua luta.
Como
naquele mesmo ano Portugal havia retornado ao regime absolutista, a atitude de
D. Pedro foi interpretada como tentativa de se tornar o senhor absoluto do
Brasil. A idéia de que D. Pedro e seus sequazes tramavam a recolonização do
Brasil tomou corpo. O raciocínio era lógico: absolutismo em Portugal,
dissolução da Assembléia Constituinte brasileira, absolutismo também no Brasil.
Era o caminho para que se “conservassem
os dois reinos unidos para a dinastia de Bragança” [45].
Frei
Caneca procurou conscientizar e doutrinar o seu povo de todas as formas. Mas o
fez sobretudo através do Typhis Pernambucano, jornal por ele fundado[46].
Mostrava de onde vem o poder, quais os limites do poder de um soberano, que o
ato de escolher um governo, passando por cima do povo, mesmo se se tratasse de
um imperador, era uma traição a todos os ideais pelos quais tinham lutado e
derramado seu sangue na Revolução de 1817.
O
professor João Alfredo de Sousa afirma: “importante
sublinhar em Caneca o espírito de justiça imanente a uma linha de comportamento
autêntico e de realização integral do homem, dentro da prática religiosa, ou
talvez melhor dizendo, prática da fé. (...) Então ele supera o dualismo
espírito-matéria, corpo-alma, natural-sobrenatural, vendo o homem como um todo,
permeado em todos os momentos de sua vida, em todas as áreas de seu
comportamento, por profunda moralidade que o faz cônscio de obrigações para com
Deus, para com a sociedade, para com o próximo, para com a nação, numa unidade
indissolúvel”[47].
Após
as derrotas iniciais, os revolucionários pernambucanos se retiraram em direção
ao Ceará. Frei Caneca acompanhou a marcha confederada pelo sertão. A derrota
era eminente e a viagem pelo sertão, muito sofrida. Porém, o ideal de liberdade
e de luta por princípios se mantinha vivo. “Foi
essa jornada de sacrifícios e heroísmo, só por si capaz de salvar para a
história a causa daqueles homens”[48].
A condição para se renderem era de que se instalasse uma nova Assembléia
Constituinte.
Frei
Caneca foi preso pelo major Lamenha. Este era um desertor das forças da
“Confederação”. Ele prometia, entre outras coisas, que seria um irmão dos
confederados e que o imperador, como um pai, os receberia. Nenhuma das
promessas foram cumpridas.
Frei
Caneca foi levado para o Recife onde, num julgamento com irregularidades e
falhas[49],
foi condenado à morte na forca. No dia da execução, conforme exigência da lei
canônica da época, foi degradado das Ordens Sacras. Até neste ato o frade
carmelita foi injustiçado, visto que não houve processo canônico para tal e quem
assinou a ordem de degradação foi o bispo do Rio de Janeiro e não o de Olinda,
diocese à qual pertencia.
Na
hora da execução nenhum carrasco quis enforcá-lo. Por fim sua pena foi
arbitrariamente transformada em morte por fuzilamento pelo comandante militar e
não pelo tribunal - mais uma irregularidade. Assim, aos 51 anos de idade, Frei
Caneca foi morto no dia 13 de janeiro de 1823. Max Fleiuss atesta: “Teve morte heróica; não quis que lhe
vendassem os olhos e ele próprio deu voz de comando aos soldados do pelotão
executor, recomendando-lhes, de braços abertos, que atirassem sobre o seu
coração, como centro da vida” [50].
Após
o fuzilamento seu corpo foi deixado em frente ao Convento do Carmo de Recife. O
provincial o sepultou dentro do convento. “Não
se sabe exatamente em que local. Não há lápide, não há velas, não aparecem
romeiros. Em algum lugar ele jaz, esquecido pelo povo e pela pátria que tanto
amou e que pomposamente reverencia e ergue monumentos caríssimos ao Imperador
que tantas vezes a traiu”[51].
Em
1832 aconteceu em Manaus (AM), na época ainda chamava-se Barra do Rio Negro, um
revolta armada para emancipar a então Comarca do Alto Amazonas. Até esta época
toda a Amazônia pertencia à Província do Grão-Pará, cuja capital era Belém. “Neste movimento torna-se especialmente
notória a influência e a direção espiritual dos frades Ignácio Guilherme da
Costa, mercedário maranhense, Joaquim de Santa Luzia e José dos Santos
Inocentes, ambos carmelitas paraenses”[52].
A rebelião fracassou, mas não aconteceram as punições usuais para estes casos
por causa da linha liberal do novo presidente da Província José Joaquim Machado
de Oliveira. A emancipação do Amazonas como Província aconteceu em 1850.
FREI JOAQUIM DE SANTA LUZIA
Frei
André Prat informa que Frei Joaquim de Santa Luzia foi em 1818 vigário de Moura
e Carvoeiro no rio Negro.[53]
Segundo
alguns, ele era entendido em balística, por isso foi encarregado, ou
encarregou-se, da defesa da cidade de Manaus[54].
De acordo com o historiador Arthur Reis, ele conseguiu fazer sérias avariações
em alguns navios adversários - sobretudo na barca Independência, que esteve a
ponto de afundar, mas não conseguiu evitar a derrota[55].
Prat afirma que “os revolucionários
levantaram uma especie de fortificação nas Lages, foz do Rio Negro, cujo
commando entregaram ao citado religioso (Frei Joaquim de Santa Luzia), que
dirigiu alguns tiros contra a barca de guerra Independencia, conduzindo a força que foi suffocar a rebellião, em
Manaus”[56].
FREI JOSÉ DOS SANTOS INOCENTES
Parece
que sua figura é um pouco controvertida. Araújo diz que ele “associa ao trabalho missionário entre os
índios e de vigário em vilas do interior o gosto e a determinação pela ação
política radical”[57].
Já o naturalista inglês Alfred Russel Wallace o descreve como preguiçoso,
contador de piadas, dinheirista e conquistador de mulheres (chega a afirmar: “Don Juan”, comparado a Frei José, era um
inocente. Ele dizia, entretanto, que sempre teve grande respeito pela sua
batina, e nunca fez nada para desrespeitá-la, “durante o dia”[58]).
Ao descrevê-lo assim, parece que Wallace queria desmoralizá-lo por causa de sua
participação na defesa dos interesses brasileiros em questões de fronteiras
entre Brasil e Guiana Inglesa, como veremos abaixo. Aurélio Pinheiro diz que
ele era “sacerdote, guerrilheiro e
político”[59].
Prat informa que “até 1832 Fr. José dos
Santos Innocentes, que tomou parte em todos os acontecimentos políticos do seu
tempo e tinha grande influência na Comarca do Alto Amazonas, era Vigário de
Vila Nova da Rainha, hoje cidade de Parintins.
Foi um dos factores
do argumento da povoação de Pirara, na região cuja posse era contestada pela
Inglaterra e o Brasil (Valle do Rio Branco) e da qual aquella nação ficou de
posse, em virtude do laudo arbitral do rei da Italia.
Este religioso erigiu
ali uma capella; Congregou os indios dispersos, ensinou-lhes a religião e os
primeiros rudimentos da agricultura”[60].
Na
revolução de 1832 recebeu a missão de, como procurador do povo, ir ao Rio de
Janeiro, capital do Brasil na época, para defender os interesses amazonenses
junto às autoridades imperiais. O trajeto lógico seria descer o rio Amazonas,
chegar até o oceano Atlântico e depois seguir até ao Rio. Mas ele não podia
fazer este caminho porque envolveria uma passagem por Belém e consequentemente
seria preso e impedido de seguir a viagem. Por isso optou por ir pelo centro do
Brasil. Subiu o rio Madeira, depois seguiu por outros rios e trilhas. Passou
por Cáceres e conseguiu chegar até Cuiabá, capital do Mato Grosso. Ali havia
uma pequena revolta nativista, em vez de ficar quieto e seguir sua viagem,
resolveu tomar partido em favor de um dos lados e foi o lado que perdeu. Foi
preso e enviado de volta para o Amazonas. Ao chegar à sua querida Manaus, foi
preso e condenado a ser missionário no alto do rio Branco, na divisa com a
Guiana Inglesa.
Em
1839 os ingleses, que contestavam as fronteiras, invadiram o território
brasileiro. O frade carmelita frei José dos Santos Inocentes, de acordo com seu
espírito guerreiro, organizou o povo e defendeu as fronteiras brasileiras em
Pirara, no alto Rio Branco.
Em
1852, já doente, retornou a Manaus onde morreu. Na capital amazonense há uma
rua com o nome Frei José dos Santos Inocentes, que por ironia do destino é (ou
era) umas das principais ruas de prostituição da cidade.
BIBLIOGRAFIA
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VILAR DE CARVALHO, Gilberto, A liderança do clero nas Revoluções Republicanas - 1817 a 1824,
Vozes, Petrópolis, 1980.
[2] Serafim LEITE, História da Companhia de Jesus no Brasil,
tomo IV, p. 75.
[3] Serafim LEITE, História da Companhia de Jesus no Brasil,
tomo IV, p. 75.
[4] Simile testimonium Capituli Olinden. Num. 3,
de 26/08/1713. Copiado do original impresso existente no Arquivo do Carmo,
Recife por Frei Sebastião Boerkamp no volume II, pág. C-426. Este volume está
na Biblioteca Carmelitana do Convento do Carmo de São Paulo.
[5]
Simile testimonium Senatus Olinden. Num. 13, de 08/07/1713. Copiado do
original impresso existente no Arquivo do Carmo, Recife por Frei Sebastião
Boerkamp no volume II, pág. C-426. Este volume está na Biblioteca Carmelitana
do Convento do Carmo de São Paulo.
[7] LEOPOLDO, O clero
e a independência, 25.
[8] PRAT, Notas
Históricas, 295-296.
[9] Palavra de origem indígena que significa
“estrangeiro”. No caso designava todos os não paulistas, ou seja portugueses,
baianos, pernambucanos, etc. que se dedicavam à descoberta e exploração de ouro
e pedras preciosas em Minas Gerais.
[10] LEOPOLDO, O clero e a independência, 45.
[11] ROCHA
POMBO, História do Brasil, 225.
[12] ROCHA POMBO,
História do Brasil, 226.
[13] VILAR DE CARVALHO, A
liderança do clero, 15ss.
[14] Citado por LEOPOLDO, O clero e a independência, 66, nota 21.
[15] VILAR, A
liderança do clero, 23.
[16] Citado por VILAR, A
liderança do clero, 23.
[17] VILAR, A
liderança do clero, 31.
[18] VILAR, A
liderança do clero, 63.
[19] MARTINS, Os
Martires Pernambucanos, 313 e
314.
[20] LEOPOLDO, O clero e a independência, 74, nota 42.
[21] MARTINS, Os
Martires Pernambucanos, 256.
[22] LEOPOLDO, O clero e a independência, 67.
[23] VILAR, A
liderança do clero, 85.
[24] MARTINS, Os
Martires Pernambucanos, 309.
[25] GALVÃO, Diccionario
Chorographico Historico, 3º
volume.
[26] LEOPOLDO, O clero e a independência, 82.
[27] CARNEIRO, Padre
Miguelinho, 104.
[28] CARNEIRO, Padre
Miguelinho, 106.
[29] MARTINS, Os
Martires Pernambucanos, 98.
[30] LEOPOLDO, O clero e a independência, 101.
[31] RODRIGUES, O Clero e a Indepenência, 323-324.
[32] LEOPOLDO, O clero
e a independência, 69.
[34] COSTA,
Pereira da, Dicionário Bibliográfico de
Pernambucanos Célebres, p. 640. Citado por AZZI em A Crise da Cristandade e o Projeto Liberal, p. 29.
[35] CARNEIRO, Padre
Miguelinho, 103.
[36] LEOPOLDO, O clero e a independência, 94.
[37] BARBOSA LIMA - citado por CARNEIRO, Padre Miguelinho, 107.
[38] CARNEIRO, Padre
Miguelinho, 107.
[39] CARNEIRO, Padre
Miguelinho, 108.
[40] VILAR, A
liderança do clero, 37.
[41] FAUSTO, História
do Brasil, 149.
[42] FAUSTO, História
do Brasil, 153 e 154.
[43] VILAR, A
liderança do clero, 95.
[44] VILAR, A
liderança do clero, 50.
[46] Iniciado em 25 de dezembro de 1823. O último número foi editado em 29 de julho de
1824.
[47] SOUSA, O
Liberalismo Radical de Frei Caneca, 181.
[48] Rocha Pombo, História
do Brasil, 204.
[49] Cf. VILAR, A
liderança do clero,
205-206.
[50] FLEIUSS, Apostilas
de História do Brasil, 322.
[51] VILAR, A
liderança do clero, 210.
[52] ARAÚJO, Igreja e
Cabanagem (1932-1849), 263.
[53] PRAT, Notas
Históricas, 291.
[54] Cf. PRAT, Notas
Históricas, 291; ARAÚJO, Igreja e Cabanagem (1932-1849), 263.
[55] REIS, História
do Amazonas, 165.
[56] PRAT, Notas
Históricas, 291.
[57] ARAÚJO, Igreja e
Cabanagem (1932-1849), 264.
[58] Citado por ARAÚJO, Igreja e
Cabanagem (1932-1849), 265.
[59] PINHEIRO, À margem
do Amazonas, 32.
[60] PRAT, Notas
Históricas, 289-290.
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