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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

5º Domingo do Tempo Comum- ANO B. Retirar-se para orar

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1, 29-39 que corresponde ao 5º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto
No meio da intensa atividade de profeta itinerante, Jesus cuidou sempre da Sua comunicação com Deus no silêncio e na solidão. Os evangelhos conservaram a recordação de um costume Seu que causou profunda impressão: Jesus costumava retirar-se de noite a orar.
O episódio que narra Marcos ajuda-nos a conhecer o que significava a oração para Jesus. À véspera tinha sido uma jornada dura. Jesus «tinha curado muitos doentes». O êxito tinha sido muito grande. Cafarnaum estava comocionada: «A população inteira aglomerava-se» em torno de Jesus. Toda gente falava dele.
Essa mesma noite, «de madrugada», entre as três e as seis da manhã, Jesus levanta-se e, sem avisar os Seus discípulos, retira-se para um descampado. «Ali se pôs a orar». Necessitava estar a sós com o Seu Pai. Não quer deixar-se aturdir pelo êxito. Só procura a vontade do Pai: conhecer bem o caminho que tem de percorrer.
Surpreendidos pela Sua ausência, Simão e os seus companheiros correm a procura-Lo. Não hesitam em interromper o seu diálogo com Deus. Só querem retê-Lo: «Toda gente Te procura». Mas Jesus não se deixa programar desde fora. Só pensa no projeto do Seu Pai. Nada, nem ninguém o afastará do Seu caminho.
Não tem nenhum interesse em ficar a desfrutar do Seu êxito em Cafarnaum. Não cederá ante o entusiasmo popular. Há aldeias que, todavia, não escutaram a Boa Nova de Deus: «Vamos... para predicar também ali».
Um dos rasgos mais positivos no cristianismo contemporâneo é ver como se vai despertando a necessidade de cuidar mais da comunicação com Deus, o silêncio e a meditação. Os cristãos mais lúcidos e responsáveis querem arrastar à Igreja de hoje a viver de forma mais contemplativa.
É urgente. Os cristãos, em geral, já não sabem estar a sós com o Pai. Os teólogos, predicadores e catequistas falamos muito de Deus, mas falamos pouco com Ele. O costume de Jesus é esquecido há muito tempo. Nas paróquias fazem-se muitas reuniões de trabalho, mas não sabemos retirar-nos para descansar na presença de Deus e encher-nos da Sua paz.
Cada vez somos menos para fazer mais coisas. O nosso risco é cair no ativismo, o desgaste e o vazio interior. No entanto, o nosso problema não é ter muitos problemas, mas ter a força espiritual necessária para enfrentá-los.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

9ª BIENAL DA UNE: Mc de Bh-02

9ª BIENAL DA UNE: Mc de Bh

9ª BIENAL DA UNE: Show do Alceu Valença- 01

LEVANTA ELIAS: Música de Frei Petrônio, Carmelita.

LEVANTA ELIAS: Música de Frei Petrônio, Carmelita.

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 795: Religiosos X Diocesanos.

Pesquisa revela mudança no perfil de padre brasileiro

Religiosos oriundos de ordens e congregações cedem espaço para sacerdotes com estilo mais 'profissional'.
Dados também indicam que igreja tem revertido tendência de encolhimento do número de padres

A Igreja Católica no Brasil mudou nos últimos 40 anos.
Deixou de ser formada em sua maioria pelo tradicional religioso das ordens e congregações, que é obrigado a fazer o voto de pobreza, para dar lugar ao chamado padre de paróquia, que tem pensão, benefícios, costumes e estilo de vida menos restritivos.
Censo do Centro de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais da Igreja Católica revela que o número dos chamados "padres paroquiais" teve um aumento de 180% desde 1970, enquanto o de "padres religiosos" não se alterou.
Com isso, a proporção se inverteu. Os "religiosos", que representavam 61,50% da base da igreja, formam agora 36% do clero. Os paroquiais, 64% de um total de 22 mil.
Os números mostram também que a igreja tem revertido a tendência de encolhimento, ampliando a proporção de padre por habitante.

VOTOS

A principal diferença entre os dois tipos de padre está no voto de pobreza dos membros das congregações.
"O religioso tem que provar para o seu superior que tem a necessidade de possuir um bem. Não pode adquirir por si mesmo", explica Valeriano dos Santos Costa, diretor da Faculdade de Teologia da PUC-SP e padre paroquial.
Segundo ele, as restrições podem afastar os candidatos, pois muitos já chegam com ensino superior concluído. "Estamos em mundo muito mais liberal. É preciso ter estrutura para viver desse modo", afirma.
Ele lembra, entretanto, que as ordens em regra possuem considerável patrimônio.
A instituição que Valeriano dirige é responsável por uma das etapas de formação dos sacerdotes.
De acordo com ele, a média de idade das turmas é de 28 anos, mas existem alunos com mais de 40 anos.
O envelhecimento dos candidatos ao sacerdócio é um dos fatores que, entre outros, são apontados para explicar a mudança no perfil.
Valeriano cita, por exemplo, que não existem mais os seminários exclusivos para adolescentes.
Nome mais conhecido da igreja no Brasil, o "paroquial" Marcelo Rossi virou padre aos 27 anos.
Padre da Ordem do Carmo em São Paulo, frei Petrônio Miranda, 44, reconhece que a vida no convento tem mais exigências. "Temos uma formação mais longa." O convento onde vive já abrigou 60 frades, mas hoje conta com três padres e quatro alunos.
O professor da USP Flávio Pierucci, especialista em religião, diz que o crescimento dos padres de paróquia pode fortalecer a cúpula da Igreja Católica, pois os "religiosos" não estão vinculados ao poder dos bispos.
Para o padre José Carlos Pereira, doutor em sociologia pela PUC-SP, é comum ainda que candidatos a padre busquem a igreja como oportunidade de carreira e status social. "Padre nunca fica 'desempregado'", diz.
Ao ser responsável por uma paróquia, o sacerdote tem direito a moradia, carro, alimentação, plano de saúde, empregada doméstica e pensão (cerca de R$ 1.866, mas o valor pode variar).
"Os padres que abandonam o sacerdócio alegam mais problemas afetivos que financeiros", diz Pereira.

REPORTAGEM DO OLHAR: 9ª Bienal da UNE-04.