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sábado, 27 de setembro de 2014
OLHAR REPORTAGEM: Em Memória de Dom Vital.
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OLHAR REPORTAGEM: Alto do Rio das Pedras/RJ.
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A Voz do Pastor - 26º Domingo Comum - Domingo 28/09/2014
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sexta-feira, 26 de setembro de 2014
ORDEM TERCEIRA DE DIAMANTINA/MG: Retiro-04
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RECORDAÇÃO DO OLHAR-06: Profissão dos Noviços Carmelitas.
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quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Quando pulei de alegria.
*Dom frei Vital Wilderink, O. Carm. In Memoriam.
Foi em 21 de
junho de 1963 na Praça de São Pedro. Não eram apenas o entusiasmo contagiante
da multidão ali presente nem a minha idade ainda juvenil que me fizeram pular
de alegria quando o Cardeal Ottaviani anunciou o gaudium magnum do
“habemos Papam ... Johannem
Baptistam Montini... “
Durante
os anos que passei em Roma, não faltaram encontros com Paulo VI em audiências
gerais e outras mais restritas. A realização do Concílio Vaticano II, ainda em
curso naquela época, fazia-nos mais atentos às palavras e aos gestos do Santo
Padre. O seu encontro com o Patriarca Atenágoras, fixado em fotografia,
permanece até hoje um ícone do ecumenismo que o atual Pontífice João Paulo II
reproduz e multiplica com novas e esperançosas tonalidades.
Mas,
a lembrança mais viva que guardo de Paulo VI refere-se à sua visita à Colômbia, em agosto de 1968, por ocasião da abertura da Conferência de
Medellín. Era a época em que os países da América Latina, já atingidos por
tantas situações de injustiça, estavam sendo invadidos por regimes ditatoriais.
A presença física do Papa entre nós parecia abrir um espaço momentâneo para o
grito do povo sofrido. E Paulo VI assumiu esse grito. As manchetes dos jornais
reproduziam as suas palavras e chamavam-no “advogado dos pobres”. É claro que nos comentários jornalísticos não
faltavam determinadas opções ideológicas. Lembro-me de uma pequena publicação
que apresentava na folha de rosto uma foto do Papa, ladeada pelos retratos de
Che Guevara e Camilo Torres. Naqueles anos havia, mesmo em ambientes cristãos, acaloradas
discussões sobre a legitimidade da violência em certas circunstâncias.
Recorria-se a antigos teólogos que tinham tratado do atentado contra tiranos, e
à doutrina moral que falava da autodefesa. Haveria possibilidade de resolver o problema
essencial da América Latina sem o
recurso à violência? Paulo VI respondia: “Con la misma lealtad con la qual
reconecemos que tales teorias y prácticas encuentram frecuentemente su última
motivación en nobles impulsos de justicia y de solidaridad, debemos decir y
reafirmar que la violência no es evangélica ni cristiana”.
O
documento de Paulo VI que talvez me tenha marcado mais profundamente não só na
ação pastoral mas também no caminho da vida espiritual, foi o Evangelii
Nuntiandi sobre a evangelização no mundo contemporâneo. Aproveitando todo o
material de reflexão pastoral e teológica acumulado na preparação e realização
do Sínodo dos Bispos de 1974, Paulo VI, apelando ao seu múnus de sucessor de
Pedro, assume a tarefa de confirmar e reconfortar os seus irmãos para que,
animados pela esperança, se empenhem em anunciar o Evangelho em tempos de
incertezas. Já no primeiro parágrafo o documento revela que seu próprio autor
compartilha com seus irmãos o medo e a angústia - expressões da existência
humana -, diante do desafio da missão evangelizadora num contexto de
desorientação. A fé de Paulo VI não deixava de ser uma busca feita às
apalpadelas para encontrar uma síntese entre a fidelidade à única verdade da
Revelação e a problemática da sua transmissão. Devemos muito a Paulo VI,
peregrino na fé!
Faço
parte do número dos últimos bispos nomeados por Paulo VI. A minha ordenação
episcopal aconteceu uma semana depois da sua morte. Na minha primeira visita ad
limina apostolorum rezei e meditei junto aos túmulos de Pedro e de Paulo VI. O
túmulo do Papa Montini corresponde bem ao último adendo que escreveu no seu
testamento, testemunho singelo da fé de um humilde cristão: “Não desejo nem
túmulo especial, nem qualquer monumento. Alguns sufrágios”.
*Dom
Frei Vital Wilderink, O Carm, foi vítima de um acidente de automóvel quando
retornava para o Eremitério, “Fonte de Elias”, no alto do Rio das Pedras, nas
montanhas de Lídice, distrito do município de Rio Claro, no estado do Rio de
Janeiro. O acidente ocorreu no dia 11 de junho de 2014. O sepultamento foi na
cidade de Itaguaí/RJ, no dia 12, na Catedral de São Francisco Xavier, Diocese
esta onde ele foi o primeiro Bispo.
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BATE PAPO CARMELITANO: Frei Miro, O. Carm. (3ª Parte)
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 695. Herodes e Jesus.
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ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Retiro Provincial-10
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quarta-feira, 24 de setembro de 2014
VIVER O CARMELO: VOCAÇÃO À SANTIDADE( Comentário da Regra do Carmelita secular)
*Dom frei Vital Wilderink, O. Carm. In Memoriam.
(Eremitério Fonte de Elias, 13.01.2006).
Recentemente
recebi carta de uma pessoa amiga. Fiquei matutando sobre uma frase que nela
estava escrita: “Descobri que eu não tenho vocação para ser santo”. Se tivesse
dito: “Sinto que não tenho vocação para o ministério sacerdotal ou para a vida
religiosa”, eu até poderia concordar porque se trata de vocações especiais a
serviço da santidade da Igreja. Mas a vocação à santidade é universal, como o
Concílio Vaticano II nos ensina com muita insistência, dedicando um capítulo
inteiro a essa temática no documento sobre a Igreja (Lumen gentium). Além
disso, parece que o nosso amigo tem uma ideia, não digo completamente errada,
mas pelo menos insuficiente, do que a vem a ser santidade. Aliás, é uma idéia
bastante difundida entre os cristãos que veem a santidade como conquista nossa,
fruto extraordinário de esforços humanos, até heroicos, impossíveis para a
maioria dos cristãos. É verdade que o exercício heroico das virtudes, é sinal
de santidade e por isso é um ponto obrigatório nos processos de beatificação e
canonização que a Igreja exige para declarar que uma pessoa cristã já falecida
pode ser considerada e invocada como santa.
É importante que
a Igreja nos apresente oficialmente modelos de santidade de várias origens,
raças, culturas, estados de vida e contextos históricos para conscientizar-nos
da nossa própria vocação à santidade. Neste sentido santa Teresinha se
manifesta uma mestra. No seu terceiro manuscrito autobiográfico, a jovem
carmelita escreve que sempre desejou ser santa, mas que, comparando-se com os
grandes santos, constatou que lhe era impossível chegar a tais alturas. Mas não
desanimou, dizendo a si mesma: “Deus não poderia inspirar desejos
irrealizáveis, portanto posso, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade”.
Daí, lembrando-se do elevador elétrico, invenção nova na época dela, Teresinha
faz uma comparação: “Eu também quisera encontrar um elevador para me elevar até
Jesus, pois sou demasiado pequena para subir a íngreme escada da perfeição”. Na
Bíblia (Is 66,12) ela encontra uma passagem que justifica a comparação: Sereis
levados ao colo, sobre os joelhos sereis acariciados. Assim ela chega a formar
a sua maneira de ser santa: “O elevador que deve me elevar até o céu, são
vossos braços, ó Jesus! Para isso, eu não preciso crescer, pelo contrário,
preciso que eu fique pequena, que eu me torne pequena cada vez mais”. A
linguagem da Teresinha, a gosto do ambiente religioso da sua época, talvez não
agrade à nossa mentalidade moderna, mas não deixa de colocar o segredo da sua
pequena via numa perspectiva teológica muito sólida e profunda: Deus mesmo é a
fonte da nossa vocação à santidade.
Santidade
não é mérito, mas é dom.
Em última
análise, só Deus é santo. É uma afirmação paradoxal para quem quer refletir
sobre a nossa vocação à santidade. Mas é isto mesmo que a liturgia da missa na
aclamação ao final do prefácio insiste em dizer: Santo, Santo, Santo, Deus do
universo! Como dizer uma palavra sensata sobre a santidade de Deus, se Ele
“habita em luz inacessível” como reza o prefácio da oração eucarística IV?
Todos os nossos conceitos e categorias para definir uma realidade são humanos,
forjados pela nossa inteligência a partir das nossas experiências sempre
fragmentadas no tempo e no espaço. O conhecimento adquirido pela razão pode ser
profundo e abrangente, mas nunca é exaustivo, não consegue penetrar até o fundo
daquilo que existe e é. Como criaturas estamos sempre em caminho, inclusive na
procura e no crescimento da nossa identidade mais profunda. Balbuciando uma
possível descrição da santidade de Deus, podemos dizer que Deus é santo porque,
em todo o seu ser e fazer, é perfeitamente idêntico a si mesmo, à sua
majestade, à sua justiça e à sua bondade.
Se não temos
acesso a Deus e à santidade dele, como podemos nos dirigir a Ele chamando-o de
Pai que estais no céu? Subir até a sua
glória nas alturas, nem pensar! E como, Ele mesmo viria até nós sem descer? Não
há nenhuma maneira de representar-se um relacionamento entre Deus e o ser
humano que seja tão paradoxal e fora do alcance da nossa razão, que a
Encarnação. No entanto, também não há maneira mais concreta de pensar essa
descida impossível. Toda a liturgia do tempo de Natal fala deste admirável
intercâmbio entre o céu e a terra pelo qual o Criador da humanidade, feito
homem, nos doou sua própria divindade. Podemos agora falar de Deus-Trindade
falando da história, e falar da história falando da Trindade. São Paulo fala
disto na sua carta a Tito, cristão convertido do paganismo e companheiro dele: “Quando se manifestou a bondade de Deus, nosso
Salvador, e o seu amor pela humanidade, ele nos salvou, não por causa dos atos
de justiça que tivéssemos praticado, mas por sua misericórdia, mediante o banho
da regeneração e renovação do Espírito Santo. Este Espírito, ele o derramou
copiosamente sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador” (Tt 3, 4-6).
Creio
na Igreja santa católica
Deus
convocou por meio de seu Filho, feito carne e história humana, um novo povo. A
santidade da Igreja não tem sua origem na própria Igreja, mas nessa iniciativa
de Deus: “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de santificar pela
palavra aquela que ele purifica pelo banho da água” (Ef 5,25-26). Por isto, a
santidade da Igreja também não é fruto da santidade dos seus membros. A
pergunta que se faz aos catecúmenos: você quer ser batizado? equivale a: você
quer fazer-se santo? Isto faz entender
melhor por que Paulo ao escrever uma carta à comunidade dos cristãos em
Corinto, se dirige “aos que foram santificados no Cristo Jesus, chamados a ser
santos” (1Cr 1,2).
A
santidade da Igreja não é um toque de espiritualidade ou um enfeite, mas é uma
dinâmica que lhe é intrínseca e qualificativa. Por isto a Igreja não seria ela mesma se não fizesse
da vocação universal à santidade uma urgência da sua pastoral permanente. Na
sua carta programática para o terceiro milênio, o Papa João Paulo II escreve:
“Em primeiro lugar, não hesito em dizer que o horizonte para que deve tender
todo o caminho pastoral é a santidade”.
Mas,
também é bom reconhecer que a história da Igreja, inserida na história dos
homens, não é sempre, sob muitos aspectos, uma narração gloriosa. Já no século
III falava-se da Igreja como um corpo misturado de santos e pecadores. São
Cipriano, bispo e mártir, dizia que para a Igreja a santidade é um dom, para seus
membros uma tarefa. Por isso a santidade doada por Cristo à sua Igreja, não é
anulada, embora não deixe de ser turvada pela infidelidade à vocação à
santidade por parte de seus membros
Restaurar
todas as coisas em Cristo
A
santidade encontra sua origem em Deus: “Só vós sois o santo” como diz hino de louvor no início da missa
dominical. Deus revelou a sua santidade no Filho que assumiu a nossa
humanidade. A nossa santidade consiste na nossa união com Cristo. É um dom que
nos foi feito através do batismo. Mas, o dom gera, por sua vez, uma tarefa, um
dever: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4,3). A união com
Cristo em que consiste a santidade incide no nosso ser para transformá-lo. É
muito significativo o gesto do sacerdote na hora do ofertório quando derrama um
pouco de água no cálice com vinho enquanto reza baixinho: “Pelo mistério desta
água e deste vinho possamos participar da divindade do vosso Filho, que se
dignou assumir a nossa humanidade” A transformação do nosso ser deve envolver
também o nosso agir, isto é a santidade deve atingir a dimensão moral da nossa
vida. É o terreno em que atuam a nossa consciência e a nossa liberdade. Neste
campo da moral não podemos dizer-nos: a minha união com Deus ou seja a minha
vocação à santidade vai até certo ponto. É na vida de cada dia que a santidade
vai se apropriando, num dinamismo contínuo, do nosso agir com todas as
características pessoais de cada um. A união com Cristo não acontece em pessoas
que vivem numa redoma, num espaço esterilizado, mas em pessoas reais inseridas
em histórias concretas. Em última análise, na sua vocação à santidade elas
refletem o movimento mesmo da encarnação.
Isto
nos faz entender que a vocação à santidade é um chamado para “ajudar” Deus a
restaurar todas as coisas em Cristo. A obra da redenção não visa apenas cada
pessoa como indivíduo, “O que esperamos, de acordo com sua promessa, são novos
céus e uma nova terra”. (2 Pd 3,13). A santidade tem tudo a ver com isto. A
vocação à santidade não passa por cima dos problemas, múltiplos e intrincados,
que afligem o mundo de hoje, repercutindo fortemente na sociedade, nas famílias
e na vida de cada pessoa. São Paulo
diria: “Toda a criação espera ansiosamente a revelação dos filhos de Deus ... e
não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito” (Rm
8,19.23). Não existe nenhuma fórmula mágica para solucionar os problemas que
envolvem a humanidade.. Aliás, formulas mágicas (apresentadas também por certas ideologias) jamais podem revelar ao
ser humano quem ele é. Não será uma fórmula a salvar-nos, mas Alguém que nos
infunde uma certeza: Eu estarei convosco!
O
Carmelo e a vocação à santidade
A Ordem do Carmo
nasceu de um grupo de homens, provavelmente leigos na sua maioria, que queriam
“viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-lo fielmente com coração puro e reta
consciência”. É assim que se encaixavam na Igreja cuja missão é refletir a luz
de Cristo. Para realizar esse imperativo da sua vocação, foram estabelecer-se
na Terra Santa no Monte Carmelo. Mas para viver em obséquio de Jesus Cristo era
preciso que se tornassem contemplativos do seu rosto, a fim de que a luz desse
rosto pudesse refletir na vida deles. A Regra de Alberto, patriarca de
Jerusalém, ofereceu-lhes orientações básicas para realizar o objetivo que
tinham em mente. A Regra apresenta uma
pedagogia de santidade em que a oração ocupa um lugar de destaque. Esta
tradição carmelitana, como carisma suscitado pelo Espírito Santo, é uma das
expressões da santidade da Igreja. Através dos tempos houve sempre pessoas e
grupos de pessoas, freqüentemente reunidas em forma de instituições, que
descobriram na tradição do Carmelo um espaço acolhedor para a sua aspiração a
um encontro com Deus, experimentando que a Graça dele nos precede para realizar
a vocação à santidade. Também o carmelita secular deve ser alguém que busca a
Deus, pisando com os dois pés neste mundo de criaturas humanas, vulneráveis e
vulneradas, com as quais vive e celebra, movido a partir de dentro pela
Misericórdia com que Deus o envolve.
*Dom
Frei Vital Wilderink, O Carm, foi vítima de um acidente de automóvel quando
retornava para o Eremitério, “Fonte de Elias”, no alto do Rio das Pedras, nas
montanhas de Lídice, distrito do município de Rio Claro, no estado do Rio de
Janeiro. O acidente ocorreu no dia 11 de junho de 2014. O sepultamento foi na
cidade de Itaguaí/RJ, no dia 12, na Catedral de São Francisco Xavier, Diocese
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO. Nº 694. Padres Encapotados.
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terça-feira, 23 de setembro de 2014
BATE PAPO CARMELITANO: Frei Miro, O. Carm. (2ª Parte)
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ANIVERSÁRIO DO FREI: Almoço no Eremitério Fonte de Elias.
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ANIVERSÁRIO DO FREI: Igreja do Carmo da Lapa/RJ-01
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BATE PAPO CARMELITANO: Frei Miro, O. Carm.
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domingo, 21 de setembro de 2014
As Provações da vida.
*Dom Frei Vital Wilderink O.Carm. In Memoriam.
Sem passar por
provações não vamos descobrir quem nós somos na verdade. Enquanto não passarmos
pelo fogo da provação, sabemos muito pouco de nós mesmos, e também de Deus. Por
isto, Jesus não tem medo das provações pelas quais seus discípulos hão de passar.
No texto do capítulo 6, anterior ao evangelho de hoje, Jesus se apresentou como
o Pão que desceu do céu. Esta fala dele
escandalizou muitos dos seus ouvintes, principalmente quando acrescentou que
eles não teriam vida neles se não comessem a carne do Filho do Homem e não
bebessem o seu sangue. Mas, Jesus não pretende poupar a ninguém com esse
realidade "chocante". Até, sem ser violento, parece aumentar a dose,
provocando uma reação nos seus discípulos: "Esta palavra é dura. Quem
consegue escuta-la?" Jesus perguntou: Isto vos escandaliza? E quando virem
o Filho do Homem subindo para onde estava antes?".
É importante,
até necessário, que a crise exploda que ela se apresente como de fato é:
incompreensível e absurdo, sem sentido. Assim cada um é obrigado a descer no
profundo para descobrir o que Deus lhe pede, e o que não pede. Esta tomada de
consciência pode ser muito dolorosa, mas não há jeito de evitá-la. Não adiante
girar em torno dela. Jesus não vai impedir a ninguém. Não vai violentar nenhuma
liberdade. Pelo contrário, ele solta seus discípulos de toda ligação inútil e
infrutífera que os prende a ele. Até dirige-se aos doze apóstolos: "Vocês
também querem ir embora?" Não é uma pergunta tática. Jesus não vai impedir
se alguém quer ir embora. Para Jesus os discípulos são livres. Mas para eles é
um momento precioso e decisivo porque agora pode aparecer o amor verdadeiro e
livre. Tal liberdade parece dar-nos
vertigens e às vezes fugimos antes de tomar consciência dela. No entanto, é esta liberdade que nos torna
pessoas autônomas, capazes de reconhecer amor e de responder a ele.
Não se exclui
que Pedro também ficou murmurando diante dos ensinamentos de Jesus. Mas, de
repente ele tem a impressão de que Jesus pretende deixá-lo. Pedro se você
quiser, você também pode ir embora. Mas é precisamente esse respeito de Jesus à
liberdade dele que faz com que Pedro volte sobre seus passos: "A que
iremos Senhor, Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e
reconhecemos que tu és o Santo de Deus".
No ponto mais profundo da crise sobra uma saída só: reconhecer que Jesus
está presente e que toda a minha vida depende dele, do sim ou do não que sai
dos seus lábios, da palavra de amor que só ele pode pronunciar. Todo o resto é
fogo de palha. Só aí a alegria pode aparecer no nosso jeito de ser, graças a
este amor em que, na verdade, nunca tínhamos chegado a acreditar. É num momento
assim que podemos fazer uma opção livre. Só Jesus permanece: A que iremos
Senhor? Nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus".
Sem a provação,
Pedro não teria podido fazer um discernimento.É o Espírito que dá vida, a
carne, isto é, o ser humano entregue a si mesmo não está em condições de
saborear as coisas de Deus. Pedro descobriu isto: Senhor, tu tens palavras de
vida eterna. É nisto que está o significado de cada provação: ela permite que a
vida verdadeira apareça na superfície.
No mais profundo
da cada provação, no ponto mais baixo de cada fragilidade, mesmo no pecado,
quando tudo fica escuro e faz desaparecer o horizonte, ressoa a Palavra de
Jesus. Não é a carne que a revela. Como tantos outros discípulos no evangelho
estamos inclinados a tomar os nossos caminhos deixando de seguir o Senhor.
Felizes somos nós que temos acesso a Ele porque este dom nos é concedido a cada
momento pelo Pai.
*Dom
Frei Vital Wilderink, O Carm, foi vítima de um acidente de automóvel quando
retornava para o Eremitério, “Fonte de Elias”, no alto do Rio das Pedras, nas
montanhas de Lídice, distrito do município de Rio Claro, no estado do Rio de
Janeiro. O acidente ocorreu no dia 11 de junho de 2014. O sepultamento foi na
cidade de Itaguaí/RJ, no dia 12, na Catedral de São Francisco Xavier, Diocese
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ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Retiro Provincial-07
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ORDEM TERCEIRA DE DIAMANTINA/MG: Retiro-03
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ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Retiro Provincial-06
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ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Retiro Provincial-05
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