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sábado, 13 de agosto de 2016
RETROSPECTIVA DA SEMANA: Um dia de luta e moradores de Rua.
Postado por
Artigos do Frei Petrônio de Miranda
às
18:26
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sexta-feira, 12 de agosto de 2016
A FÉ QUE MOVE AS CIDADES
No país, 334 municípios recebem 18 milhões de
turistas religiosos, mas desenvolvimento local deixa a desejar.
PALMELO,
ABADIÂNIA, JUAZEIRO DO NORTE E TRINDADE - É com a convicção de que a fé não
costuma falhar que milhões de pessoas arrumam as malas todos os anos e visitam
as várias cidades, de todas as fés, espalhadas pelo país. Dados do Ministério
do Turismo mostram que existem pelo menos 18 milhões de turistas religiosos
domésticos no Brasil, três vezes o volume de cerca de 6 milhões de pessoas que
passam por ano pela Capela Sistina, no Vaticano. Só de estrangeiros, pelo menos
30 mil pessoas vêm ao país para este fim. São pelo menos 334 municípios em todo
o território nacional que atraem esse tipo de movimento ao menos em uma época
do ano. Em muitos, a população chega a dobrar em um único fim de semana.
A fé
que move curiosos e peregrinos move também muitos municípios e sustenta
famílias inteiras. Em cidades como Aparecida, em São Paulo, símbolo maior desse
tipo de turismo no país, o Ministério do Turismo estima que os dez milhões de
visitantes deixam, a cada ida à cidade, cerca de R$ 1.200, o equivalente a R$ 12
bilhões por ano. Não à toa, a economia dessas cidades se expandiu, nos últimos
anos, a níveis muito superiores ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
nacional. Entre 2000 e 2013 (último dado disponível) o PIB de Juazeiro do
Norte, no Ceará, por exemplo, avançou 579,5% (a preços correntes). Nesse mesmo
período, a economia brasileira cresceu 329%. Mesmo assim, a falta de um
programa estruturado para aproveitar o alto fluxo de pessoas ainda impede que
muitas dessas cidades, de fato, se desenvolvam economicamente.
O GLOBO
percorreu cinco municípios que respiram fé e têm a religião como principal — e
em alguns casos, exclusivo — motor da economia: a gigante Aparecida, em São
Paulo; a Juazeiro do Norte de Padre Cícero, no Ceará; e as cidades goianas de
Trindade, da festa do Divino Pai Eterno; Abadiânia, onde o médium João de Deus
atrai 240 mil brasileiros e, sobretudo, estrangeiros por ano; e Palmelo, que
com 2,4 mil habitantes se declara um município espírita. Juntos, esses locais
atraem quase 16 milhões de pessoas por ano.
Segundo
o Ministério do Turismo, há mais de 18 milhões de turistas religiosos
domésticos no Brasil: três vezes mais do que os cerca de 6 milhões de visitantes
que passam pela Capela Sistina, no Vaticano, por ano.
UNIFORME BRANCO E GRINGOS EM CASAS ESPÍRITAS
PALMELO
E ABADIÂNIA (GO) - “Por que você acha que os hospitais estão sempre tão cheios?
Nem todas as doenças são do corpo, tem doenças que vêm da alma, do espírito”. A
frase é de Maria Nazaré de Jesus, de 60 anos, mas a crença é a mesma que move
milhares de brasileiros a visitar médiuns ao redor do país em busca de cura
para problemas físicos, emocionais e espirituais. Cravadas no interior de
Goiás, as cidades de Palmelo e Abadiânia atraem, mensalmente, cerca de 22 mil
pessoas. Para abarcar o fluxo de turistas, os municípios investiram em
estrutura e hoje têm números comparáveis às grandes cidades do estado. Invadida
por estrangeiros todas as semanas, Abadiânia, por exemplo, tem, com apenas 16
mil habitantes, 80 pousadas e 66 licenças de táxi.
Para se
ter ideia, o Produto Interno Bruto (PIB) de Abadiânia cresceu 773% entre 2000 e
2013. Em Palmelo, a economia saltou 247,3%. No mesmo período, a capital Goiânia
teve um incremento de 411% nesse indicador. Os turistas – nacionais e
estrangeiros -, que lotam pequenas cidades como essas Brasil afora, querem
conforto para as angústias, uma carta de quem já se foi e, sobretudo, a cura do
que já desacreditaram os médicos convencionais. Focados em realizar as chamadas
cirurgias espirituais, eles se instalam por vários dias. Alguns chegam a se
mudar temporariamente.
Nazaré,
a autora da frase que inicia essa matéria, e a irmã Maria Madalena da Costa
Soares, 55 anos, por exemplo, montaram suas próprias pousadas em Palmelo, de
olho no fluxo crescente de pessoas que descobrem a pequena cidade que se
autointitula um município espírita. De fato, mais de 60% dos 2.400 moradores
são seguidores da religião, segundo a prefeitura. No local, os médiuns são
contados às centenas: o presidente do centro espírita Luz da Verdade,
Barsanulfo Zaruh, calcula que hoje existam 350.
Nos
meses de férias, a população da cidade quase dobra com a circulação de turistas
que procuram na fé a cura ou o conforto: cerca de mil pessoas passam, por mês,
pela cidade. Elas não vêm para um único dia. Ficam dez. Esse é o mínimo para
quem busca as cirurgias. Sem quartos suficientes para atender a demanda nos
períodos de pico, Nazaré e Madalena tiveram que ampliar seus estabelecimentos e
contam que as pousadas da região seguiram o mesmo caminho.
– A
cidade é movida pelo centro — afirma Madalena.
BUSCA POR TRATAMENTO E INFORMAÇÃO
Em uma
proporção muito maior, a cidade de Alexânia movimenta 20 mil pessoas todo mês.
O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, colocou o pequeno município de
16 mil habitantes no interior de Goiás no mapa mundial. Na mística rua onde
fica a casa Dom Inácio de Loyola, escutar inglês, espanhol ou francês é quase
tão comum quanto o português. O movimento é tanto que há tradutores para as
principais línguas durante os atendimentos na casa e os cardápios e letreiros
pelas ruas são bilíngues ou completamente em inglês. A fama do médium rodou o
mundo e trouxe à cidade grandes nomes como a apresentadora Oprah Winfrey e a
modelo Naomi Campbel.
Entre as
celebridades nacionais, a lista inclui além de personalidades como Xuxa e
Giovanna Antonelli, uma extensa relação de políticos. O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, por exemplo, é rosto conhecido na
cidadela. O movimento, sempre às quartas, quintas e sextas-feiras, faz girar a
economia da Abadiânia. A estreita rua que dá acesso à casa, ladeada de pousadas
e hotéis, fica lotada de táxis, vans, sotaques e línguas.
— Não
tem loja aqui que não seja movida pela casa espírita — complementa Leonor Rosa,
de 45 anos, dona de uma livraria espírita.
Nas
estantes de Leonor há nichos separados para publicações em inglês, espanhol,
alemão, francês e até russo. Ela diz que as obras básicas do espiritismo são as
mais procuradas. Uma vez ajudados, eles querem conhecer mais sobre a religião
ou são movidos apenas pela curiosidade que desperta a aura da cidade em que
todos andam de branco.
A
americana Heather Cumming, 65 anos, é figura conhecida na cidade. Ela fez
inúmeras vezes a viagem de Nova York até Abadiânia. Ao visitar a casa pela
primeira vez, há 16 anos, ela diz ter recebido uma missão do mundo espiritual,
via João de Deus: deveria voltar outras vezes e trazer com ela mais
estrangeiros que precisassem ser ajudados. Por anos, Heather levou à cidade
excursões inteiras. Após muitas idas e vindas, ela se rendeu: arrumou as malas
e se mudou definitivamente para a cidade. Hoje, ela tem uma pousada em
Abadiânia e trabalha como tradutora do centro:
— Eu
buscava amor incondicional e aqui senti isso. A verdade é que desde que cheguei
aqui, nunca mais quis sair.
A
recomendação para que as pessoas vistam branco ou cores claras é das entidades.
Assim são chamados os espíritos que realizam os atendimentos e são incorporados
pelo médium. Aos desavisados resta comprar uma das centenas de opções de
blusas, calças, shorts e vestidos da coloração recomendada. Na loja de Rafaela
Lôbo, de 34 anos, uma única arara colorida contrasta com uma loja repleta de
peças brancas. Lá, uma camiseta simples custa em torno de R$ 35. Os vestidos
variam entre R$ 80 e R$ 100.
Agradecidas
pelo tratamento, não é incomum que vários dos turistas retornem com frequência
às cidades. Márcia Araújo Alencar, de 39 anos, por exemplo, é de Imperatriz, no
Maranhão, e frequenta Palmelo há 18 anos. Diagnosticada com um câncer avançado
na mama, ela recusou o tratamento de quimioterapia e radioterapia. Portando
apenas os remédios alopáticos e muita fé, ela se mudou temporariamente para
Palmelo em 2009. Curada, Márcia voltou ao Maranhão, mas faz questão de retornar
à cidade goiana sempre que pode para ajudar nos trabalhos do centro.
– Fiz e
refaço os exames com frequência: o nódulo agora é benigno.
Em
ambas as cidades visitadas pelo GLOBO, não há cobrança pelos tratamentos.
Basicamente, as duas casas se sustentam com doações e trabalhos voluntários.
Algumas das medicações recomendadas por João de Deus são pagas, mas os
voluntários da casa explicam que, para quem não tem condições, a entidade encaminha
o remédio gratuitamente. Em Abadiânia, a casa Dom Inácio tem ainda algumas
fontes de renda alternativas, que vêm da lanchonete construída dentro do
terreno e de uma lojinha que vende desde livros, imagens e travesseiros até o
banho de cristal. Este último consiste em uma sala silenciosa em que a pessoa
pode se deitar e tem, acima dela, cristais coloridos posicionados sobre os
chacras (centros de energia no corpo).
Esperança
de cura com cirurgia espiritual
ABADIÂNIA E PALMELO (GO) - Ao subir no pequeno palco em frente a centenas de
pessoas, Lúcia Beatriz Schveid caiu no choro. Após 20 anos de devoção ao médium
João Teixeira de Faria, o João de Deus, e dois casos de câncer - um nas cordas
vocais e outro no pulmão -, ela se diz curada. A solução, diz, demorou a vir.
— Eu te
deixei na escuridão, deixei você achar que ia morrer, não foi? — diz o médium,
já incorporado pela entidade, em meio a olhares algo curiosos, algo vidrados
dos visitantes, na primeira aparição de João de Deus numa quinta-feira do mês
passado.
A cura,
por meio de cirurgias espirituais, é um dos principais motivos que levam
milhares de pessoas ao ano a buscar médiuns mais ou menos famosos ao redor do
país. Os tratamentos espirituais nem sempre são instantâneos. Muitas vezes, são
feitos ao longo de meses ou anos.
Lúcia
conta que chegou à casa Dom Inácio de Loyola antes da doença, levada pelo pai.
Em 2006, quando descobriu o câncer nas cordas vocais, levou os tratamentos
espiritual e médico paralelamente. Nos centros espíritas visitados pelo GLOBO,
em Palmelo e em Abadiânia, a recomendação é de não abandonar o tratamento
“terreno”. Cirurgicamente, Lúcia retirou as cordas vocais e fez um enxerto.
— Não
deveria falar, mas falo perfeitamente. O médico dizia que nunca tinha visto uma
recuperação como aquela — diz.
Em
2014, descobriu um novo tumor, no pulmão. Após a cirurgia, ela conta que o
tumor, inicialmente de 8 centímetros, foi diminuindo de tamanho de acordo com o
tratamento.
— Hoje
existe apenas uma cicatriz no local.
Segundo
os voluntários da casa Dom Inácio, em Abadiânia, a forma como o procedimento
cirúrgico é feito - com ou sem corte ou uso de instrumentos - varia de acordo
com a entidade incorporada. Algumas recebem o tratamento sem qualquer toque.
Outras passam, sob o olhar angustiado e surpreso de quem assiste, por cortes
visíveis, intervenções com uma enorme tesoura nariz acima. Mesmo nesses
momentos, não há grito de dor no local.
Em
Palmelo, os médiuns não costumam realizar cortes. O GLOBO acompanhou uma das
cirurgias. A paciente, a goiana Edne José Militão, de 64 anos, foi
diagnosticada em uma espécie de raio-x feito no centro, em que os espíritos
apontam, por meio dos médiuns, os pontos a serem tratados. Segundo o exame,
Edne deveria cuidar de vários problemas: nas articulações, na bexiga, nos rins
e nos nervos dos braços.
O
processo é rápido - dura cerca de 5 minutos - e consiste em uma espécie de
passe sobre a pessoa deitada. Os médiuns garantem que, internamente, a cirurgia
é real, o que exige de quem se submete ao tratamento, repouso e dietas
específicas. Em Palmelo, todas as cirurgias são feitas nas hospedarias ou nos
locais de estadia gratuita oferecidos pelo centro a quem não pode pagar. O
grupo de médiuns designados para os procedimentos peregrinam pelas pousadas,
sempre após as reuniões do próprio centro onde, com as palestras e os passes,
eles se energizam. Já em Abadiânia, há mais estrutura na casa espírita para que
as cirurgias sejam realizadas no próprio local.
Em Aparecida, negócios guiados pela peregrinação.
PA
14/06/2016 - PIB da Fé . Na cidade de Aparecida do Norte, a Basílica Nossa
Senhora de Aparecida com números de 12 milhões de visitante por ano. NA cidade
tem ha 2 anos um bondinho que liga o morro do cruzeiro ao pé da basílica.
APARECIDA -
Principal centro de peregrinação católica do país, a cidade de Aparecida, a 170
quilômetros de São Paulo, atraiu no ano passado 12 milhões de visitantes. Em
outros centros de visitação católica, como Fátima, em Portugal, ou Lourdes, na
França, o número de fiéis não ultrapassa os 6 milhões anualmente. Até mesmo a
Torre Eiffel, em Paris, contabilizou 6,9 milhões de visitantes em 2015. A fé
que leva tantos romeiros a Aparecida é o motor econômico da cidade.
— Sem a
devoção à Nossa Senhora Aparecida ainda seria um distrito de Guaratinguetá,
como no passado — diz Márcio Siqueira, prefeito da cidade que, em alguns finais
de semana, vê sua população, de 37,5 mil habitantes, quintuplicar.
Nas
contas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia de
Aparecida movimenta quase R$ 600 milhões, ou cinco vezes mais que o orçamento
da prefeitura previsto para este ano, de R$ 120 milhões. Mas é consenso que há
uma riqueza subterrânea que não é captada pelas estatísticas oficiais.
— Há
muita informalidade. Por exemplo, temos 2,6 mil ambulantes que todo fim de
semana montam suas barracas próximo à Basílica. Embora tenham licença da
prefeitura, não sabemos quanto movimentam porque não são formalizados. Temos
ainda umas 350 fabriquetas de fundo de quintal que fazem lembrancinhas e vendem
a R$ 1 ou R$ 2 — explica Ângelo Reginaldo Leite, presidente da Associação
Comercial e Industrial de Aparecida.
Segundo
a Associação Comercial, o gasto médio do turista com diária de hotel fica em R$
120, incluindo café, almoço e jantar. Com lembrancinhas, calcula-se que cada um
gaste R$ 60, em média.
A
modelo Paula Tomie Nagai, de 34 anos, moradora da cidade de Mogi das Cruzes, no
interior paulista, planejava passar cinco dias na cidade. Foi pedir uma graça à
padroeira do Brasil para que cessem as dores no pé esquerdo, que torceu há
alguns meses. Segundo ela, os médicos não conseguiram curá-la com a
fisioterapia. Além de gastos com hotel e presentes, ela comprou uma vela em
formato de pé para deixar na Sala das Promessas, uma forma de mostrar sua
devoção e a fé de que seu pedido será atendido.
— Vim
pedir para que Nossa Senhora cure meu pé e abençoe minha família — disse ela,
estimando ter gasto ao menos R$ 1 mil na viagem.
Outro
tipo de turista é o que está de passagem pela Rodovia Presidente Dutra e faz
uma visita atraído pela grandiosidade da Basílica, a segunda maior do mundo,
atrás apenas da de São Pedro, em Roma. A família do motorista Osmi Nunes, de 34
anos, voltava de férias no Rio e parou para visitar o Santuário e admirar a
imagem de Nossa Senhora. Em pouco mais de uma hora, seu gasto chegou a R$ 120,
com almoço e estacionamento.
A
Basílica está deixando de ser a única construção que chama a atenção de quem passa
por Aparecida. A própria igreja católica inaugurou, em 2012, o Hotel Rainha do
Brasil, uma torre de 15 andares com 330 apartamentos e capacidade para quase
mil pessoas, com investimento estimado em R$ 60 milhões.
— Temos
200 hotéis e pousadas legalizados, com CNPJ. Mas há outros 140 ilegais, que
abrem entre sexta e domingo apenas para receber os romeiros — conta Ernesto
Elache, presidente do Sindicato dos Hotéis e Restaurantes da cidade.
Para
2017, ano em que se completam 300 anos da descoberta da imagem da santa por
três pescadores no Rio Paraíba do Sul, a cidade deve bater seu recorde de
visitantes. Estima-se que 14 milhões de fiéis irão a Aparecida ao longo do ano.
Ate lá, diz Elache, a oferta de leitos deve subir dos atuais 36 mil para 40
mil, mas ele estima que esse número seja insuficiente para atender a todos os
visitantes.
Aparecida
prepara-se para ganhar seu primeiro shopping, no trevo de entrada da cidade.
Trata-se de investimento privado num terreno de 170 mil metros quadrados cedido
pela igreja. Calcula-se que serão gastos R$ 400 milhões na construção, que
inclui cinco hotéis, além de uma roda gigante semelhante à London Eye, de
Londres. A ideia é que uma passarela ligue o complexo ao Santuário, e 80% das
obras devem estar concluídas até julho de 2017.
Círio de Nazaré: 2 milhões de fiéis por ano
BRASÍLIA -
Uma das maiores festas religiosas do país, o Círio de Nazaré reúne, todos os
anos, até 2 milhões de pessoas em um trajeto de 3,6 quilômetros em Belém, no
Pará. A festa em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré é iniciada no segundo
domingo de outubro, quando a procissão sai da Catedral de Belém e segue até a
Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem da Virgem fica exposta durante 15
dias. A estimativa da Secretaria de Turismo de Belém é de que 85 mil turistas
participaram do festejo no ano passado e movimentaram o equivalente a US$ 30,4
milhões, ou cerca de R$ 1.400 por pessoa.
Além de
Belém, a procissão se estende a outras cidades do interior do estado. Por isso,
muitos dos vendedores ambulantes seguem um extenso calendário e percorrem
várias cidades vendendo produtos religiosos em diferentes círios. A cidade de
Bragança, por exemplo, recebe milhares de turistas durante o ano não só pela
festa em devoção à Virgem, mas também pela Marujada, em devoção a São Benedito.
Nessa época, o município de 124 mil habitantes chega a receber 80 mil pessoas.
Nova Trento, reduto da primeira santa
brasileira.
BRASÍLIA -
Reduto da primeira santa brasileira, Santa Paulina, Nova Trento, no interior do
estado de Santa Catarina, recebe, todos os anos, cerca de 840 mil turistas
religiosos. A cidade de apenas 13 mil habitantes localizada a 80 quilômetros da
capital Florianópolis fica inchada de pessoas que querem pedir e agradecer as
graças concedidas pela santa canonizada em 2002 e que viveu uma vida de ajuda a
ex-escravos, órfãos e índigenas.
– Em
alguns fins de semana recebemos de 15 mil a 18 mil pessoas na região dos
santuários. É uma cidade inteira dentro de um único bairro de Nova Trento,
explica o secretário de turismo da cidade, Eluísio Voltoni.
Ele
conta que a maior parte dos turistas vem da própria região e dos estados
vizinhos. Por isso, geralmente, o visitante de Nova Trento não costuma se
hospedar na cidade e volta no mesmo dia para o município de origem. Mesmo
assim, o local conta com uma estrutura de 550 leitos que está em ascensão,
garante Voltoni. Além disso, uma rede de quase 20 restaurantes e 1000 empregos
diretos e indiretos supre os turistas durante o passeio.
A
estimativa da prefeitura é de que cada um deixe por dia na cidade cerca de R$
40, o equivalente a R$ 33,6 milhões todos os anos. Nova Trento fica em uma
região conhecida pelo forte apelo religioso. Tanto que, em um raio de 40
quilômetros é possível visitar quatro santuários. Além dos dois construídos na
cidade, há outros dois templos nas cidades vizinhas, Angelina e Brusque.
O
secretário de turismo de Nova Trento explica que, além do apelo religioso, os
turistas aproveitam para curtir a gastronomia e o vinho local.
– As
pessoas visitam o santuário, pedem, agradecem, pagam suas promessas e depois
aproveitam o polo gastronômico da cidade. Isso atrai muitas pessoas não só da
região, mas turistas que estão nas praias da região.
PIB de municípios cresce mais do que o do
Brasil
APARECIDA (SP), JUAZEIRO DO NORTE (CE),
TRINDADE (GO) - Para receber os turistas da fé, vários
municípios brasileiros desenvolveram suas economias e têm hoje uma elaborada
rede de serviços. Um levantamento do GLOBO com dados do IBGE mostra que as
grandes cidades do turismo religioso no Brasil tiveram avanço econômico muito
superior ao do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Entre 2000 e 2013 (último
dado disponível) o PIB de Aparecida, no interior de São Paulo, avançou 368,7%,
e o de Juazeiro do Norte, no Ceará, 579,5% (a preços correntes). Nesse período,
a economia brasileira cresceu 329%.
Em
Abadiânia, a cidade goiana que abriga o médium João Teixeira de Faria, o João
de Deus, o PIB cresceu mais do que o dobro da economia brasileira, 773%. O
diretor de Estudos Econômicos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José
Francisco, explica que o turismo religioso tem decolado, nos últimos anos, na
medida em que o avanço da classe média incorporou novos indivíduos ao turismo
doméstico:
— A
tendência é que ele cresça. Temos festas muito grandiosas. Na Semana Santa, por
exemplo, há muito fluxo para essas cidades.
O
turismo católico ainda é o que mais movimenta pessoas no país, acompanhando o
perfil nacional. Hoje, 64,6% da população são seguidores da religião do Vaticano,
segundo o último Censo. Com a predominância católica, o Brasil tem romarias
enormes, que movimentam milhões de pessoas por todo o território. Para
alimentar e hospedar tanta gente, essas cidades têm redes extensas de hotelaria
e comércio. Todos os anos, elas se preparam para receber os turistas, que
chegam dispostos a gastar. Em Aparecida, símbolo maior do turismo religioso no
país, cada turista deixa, em média, R$ 1.200 por visita, segundo o Ministério
do Turismo. Isso equivale a uma injeção de cerca de R$ 12 bilhões todos os
anos.
Para
suprir as necessidades do turista, os comerciantes estocam centenas de quilos
de comida e bebida. Eles vão além da alimentação e da hospedagem. O comércio de
imagens, terços, água fluidificada, livros espíritas, cristais energizados faz
girar a economia desses municípios. Afinal, não há quem passe pela experiência
transcendental sem levar para casa uma lembrança do padre, do santo ou do
médium.
MUITO TURISMO, POUCO EFEITO NA ARRECADAÇÃO
Manuseando
contas das mais diferentes cores e materiais, o fabricante de terços Wallison
Fernandes, 20 anos, diz, da salinha de poucos metros quadrados no meio de uma
das principais praças de Juazeiro, que chega a vender mil terços em uma boa
romaria. Os objetos custam entre R$ 1 e R$ 5, mas muitos só são vendidos por
atacado, acima de uma dúzia.
Com a
economia baseada no turismo, essas cidades têm boa parte do PIB sustentada pelo
setor de serviços. Em Aparecida, esse segmento representa quase 68% da
economia. Em Juazeiro, 59%; em Abadiânia, 42%; e em Trindade, 37%. Em Palmelo,
o prefeito Antônio Rezende explica que, por conta do código tributário defasado
da cidade, as pousadas não pagam os impostos necessários, ou seja, o turismo
não se traduz em arrecadação para a prefeitura local. Com grande parte do
comércio e do setor hoteleiro informais, o segmento de serviços representa 30%
do PIB local. Mesmo assim, não há qualquer projeto municipal em andamento para
regularizar a situação.
O
enorme fluxo de pessoas, no entanto, gera, além do bônus do incremento no
caixa, um ônus para essas cidades. O prefeito de Abadiânia, Wilmar Arantes,
explica que a prefeitura tem de dar atenção especial à rua em que está
localizada a casa espírita Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus atende cerca
de 5 mil pessoas por semana:
— Temos
um acordo com a casa de fornecer segurança, viaturas todos os dias. Temos que
ficar de olho ainda na qualidade do asfalto e na acessibilidade, porque o
número de cadeirantes que vem à cidade é muito maior do que a média de outras
cidades deste tamanho.
Romarias de pedidos e agradecimentos
JUAZEIRO DO NORTE (CE) E TRINDADE (GO) - Todos os anos, Iolanda Alves, de 50 anos, prepara o
restaurante em frente à principal igreja de Juazeiro do Norte, no Ceará, para
receber os romeiros que chegam à cidade. Anualmente, o município recebe o
equivalente a oito vezes a população local, de 300 mil habitantes. Cerca de 2,5
milhões de pessoas invadem a cidade para pedir e agradecer os milagres
atendidos por Padre Cícero Romão, o que equivale a quase 7.000 pessoas por dia.
A maior parte do fluxo é concentrada nas épocas de romaria: ao todo, são quatro
ocasiões no ano em que Juazeiro para por cerca de cinco dias. A prefeitura
estima que essas pessoas deixem, só no comércio, R$ 375 milhões por ano, ou R$
150 por visita.
Iolanda
inicia o estoque semanas antes: para uma romaria de cinco dias, chega a
encomendar 500 quilos de inhame, cem quilos de aipim e um bode inteiro. O
faturamento é alto. Ela calcula que, durante a festa, consegue tirar entre R$
4.000 e R$ 5.000 por dia, 900% a mais que os R$ 500 faturados na baixa
temporada. Além dos comerciantes locais, muitos vendedores chegam de outras
partes do Nordeste para tentar faturar no período das romarias. A prefeitura
calcula que 3.000 ambulantes circulem pela cidade nesses dias.
A
movimentação de peregrinos e turistas observada em Juazeiro se repete em
centenas de outras cidades. O Brasil é um país de católicos: quase sete em cada
dez brasileiros dizem ser seguidores da religião. No estado de Goiás, Trindade
ganhou fama pela devoção ao Divino Pai Eterno. A prefeitura calcula que a
cidade receba cerca de 3 milhões de pessoas por ano, 25 vezes a população
local, de 120 mil habitantes.
— Nos
dias de festa, em junho, recebemos milhões, mas todas as semanas temos uma
população flutuante de 30 mil a 40 mil turistas — conta o prefeito Jânio
Darrot, que estima que existam hoje na cidade 150 hotéis e uma centena de
restaurantes.
PROFUSÃO DE SANTOS EM NOMES DE RUAS E
POUSADAS
Trinta
dias antes da festa do Divino Pai Eterno, os comerciantes estocam bebida e
comida. Dono de um restaurante, Cléber Paulo calcula que, só no domingo de
romaria, fature 500% mais do que em todo um fim de semana fora de temporada,
cerca de R$ 5 mil. Ele conta que, para suportar a demanda, contrata seis
funcionários a mais.
— A
festa é o décimo terceiro salário do comerciante — conta Cléber.
Tanto
Trindade quanto Juazeiro respiram catolicismo. Para nomear as ruas e pousadas,
não há santos suficientes. Santo André, Santa Helena, Santa Maria, São José:
todos eles emprestam seus nomes para hospedarias. A prefeitura calcula que
existem 3 mil leitos.
—
Juazeiro se alegra com os romeiros: as pousadas ficam cheias, os comerciantes
se espalham pelas ruas — diz Lis Pinheiro, dona da pousada Santo André, o
Apóstolo.
Lis
conta que nem mesmo havia terminado a obra da pousada, em outubro de 2014, e já
estava com todos os 17 quartos alugados para a romaria de Finados. Nessa época,
ela explica que cobra R$ 150 por quarto individual. Ou seja, com todas as
unidades ocupadas, o hotel fatura mais de R$ 10 mil reais em cinco dias de
festejo.
De
origem simples, os romeiros têm a fé como último recurso a que podem recorrer.
Eles pedem chuva, cura ou agradecem alguma graça concedida. Em Juazeiro do
Norte, mais de nove salas guardam, nas paredes, esculturas de mãos, pés e
bustos de pessoas que tiveram pedidos atendidos. No local, há todo tipo de
objeto que remeta à graça concedida: diplomas, vestidos de noiva, fotos e
roupas de recém-nascidos.
A PÉ, DE AVIÃO OU CARRO DE BOI
Para
chegar às cidades católicas, os devotos usam todos os meios de transporte: vão
de avião, ônibus, carro, a pé e até de carro de boi. Para chegar a Trindade,
por exemplo, milhares percorrem andando os cerca de 20 quilômetros que separam
a capital, Goiânia, da cidade. O governo do estado chegou a construir, nesse
trecho, uma via só para pedestres. Muitos, no entanto, fazem sacrifícios ainda
maiores e viajam vários dias ou semanas para chegarem ao município. Aos 63
anos, Dinoraci da Silva já contabiliza 27 anos de romarias a Trindade. Ela
percorre a pé os 130 quilômetros que separam a cidade do Divino Pai Eterno do
município onde vive, Edéia, também no interior de Goiás. São quatro dias de
viagem. Os primeiros sete anos de romarias, conta, foram para pagar uma
promessa: a filha, que tinha um linfoma na cabeça, foi curada.
Mantendo
a tradição, vários fazendeiros da região fazem uma peregrinação inusitada.
Todos os anos, cerca de 300 carros de bois chegam a Trindade. Um dos maiores
grupos, localizado na cidade de Orizona, a 160 quilômetros de Trindade, já
chegou a participar com 20 carros. Em respeito ao limite físico dos animais —
até 12 por veículo —, a viagem é feita em 13 dias. Os romeiros andam ao lado
dos bois, pagando a promessa, e se abrigam em fazendas pelo caminho.
Inspirados
pela fé, o comércio de imagens e terços vende como nunca. Em Juazeiro, não há
quem vá embora sem uma imagem do Padre Cícero. A cidade tem dezenas de artesãos
que fazem surgir, da madeira, a silhueta do Santo do Povo. Adalberto da Silva
conta que passa até três dias fazendo uma escultura de 50 centímetros. Ele não
sabe quantas peças vende em uma época de romaria, mas é categórico: tudo que
faz, sai. A determinação de levar uma lembrança para a estante de casa permite
que o comércio local sempre fature, conta a comerciante Iolanda:
— O
romeiro diz que quem vem para Juazeiro não pode voltar com nenhum centavo. Eles
querem fazer prosperar a terra do “Padim Ciço”.
PADRE CÍCERO: PERDÃO DA IGREJA
No fim
do ano passado, a Igreja Católica perdoou e reabilitou o Padre Cícero. Ele foi
afastado após um episódio, em 1889, conhecido como “milagre da hóstia”. Na
ocasião, a hóstia dada à beata Maria de Araújo virou sangue na boca da devota.
“Em 1889 houve a primeira romaria. De lá pra cá, nunca mais parou de chegar
gente”, explica a secretária de turismo e romaria de Juazeiro do Norte, Marli Bezerra.
Como a Igreja não conseguiu comprovar o milagre, o padre foi proibido de
confessar e realizar sacramentos. Mais à frente, já aos 90 anos, ele foi
definitivamente expulso. A veneração por “Padim Ciço” não esmoreceu apesar da
decisão da Igreja. Padre Cícero ficou conhecido como o Santo do Povo, ou o
Santo do Nordeste. “O nordestino diz que quem tem que ser perdoada é a Igreja e
não o padre”, diz Marli. Fonte: http://oglobo.globo.com
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quinta-feira, 11 de agosto de 2016
ELEIÇÕES-2016: Perguntar não ofende-28.
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ELEIÇÕES-2016: Perguntar não ofende-28.
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VAMOS ESCONDER OS POBRES? Outro Olhar sobre as Olimpíadas.
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FREI PETRÔNIO NA RÁDIO VATICANA-02.
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quarta-feira, 10 de agosto de 2016
CRÔNICA: Era uma vez um Ano Eleitoral.
Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista. Convento do
Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. Eleição Municipal 2016.
Contatos: Site: www.olharjornalitico.com.br;
Facebook: www.facebook.com/olharjornalistico
Era
uma vez um Ano Eleitoral, onde candidatos e candidatas prometiam fazer milagres
para resolver todos os problemas daquela pobre cidade. Por sua vez, muitos
eleitores se deixaram seduzir pelas promessas faraônicas e, fascinados pela
oratória dos maquiavélicos políticos, acabaram votando nas promessas “sem pé e
sem cabeça”. Mas a Eleição passou, e agora José?
Era
uma vez um Ano Eleitoral, onde os candidatos e candidatas fizeram “das tripas o
coração”, para conseguir o precioso voto. Mais uma vez, fizeram promessas que
até os santos duvidaram. Alguns prometeram estrada novinha em folha, outros,
aumentar o salário dos professores, outros ainda prometeram emprego, segurança
pública. Outros, juraram de pé juntos que, se eleitos fossem, a zona rural
teria água e a chamada seca verde estaria com os dias contados. Já outros,
juraram perante Deus e o povo que, se necessário fosse, daria um pulinho até
Brasília para defender os pobres que nunca tiveram ao longo de décadas, apoio
de tais políticos. Mas a Eleição passou, e agora José?
Era
uma vez um Ano Eleitoral recheado de números, de cores e de disse que me disse.
“A cidade saiu ganhando”? Sim, ganharam as gráficas com as plotagens, ganharam
as rádios e os jornais com os anúncios dos “santos candidatos e candidatas”,
ganharam os cabos eleitorais que, enfrentando o sol e aos gritos, sustentavam
as bandeiras partidárias em nossas pontes e ruas, ganharam os pequenos
empresários de carro de som, ganharam os empresários de fogos, ganharam alguns
radialistas e jornalistas que viraram garoto propaganda de alguns candidatos,
ganharam vários moto taxistas e motoristas através das carreatas intermináveis, com
o único objetivo de mostrar o poder econômico, a força política e assim, coagir
o voto dos pobres que se deixaram levar pela emoção e fanatismo político. Mas a
Eleição passou, e agora José?
Era
uma vez um ano eleitoral onde a pacata cidade, os sítios e povoados ficaram
agitados. Todos se transformavam em pesquisadores, juízes, detetives e
comentaristas político. Mas a Eleição passou, e agora José?
Era
uma vez um Ano Eleitoral onde o lobo mau se transformou em cordeiro, a fera e
corrupta em bela e santa! O estulto em uma criança inocente e a princesa em
Madre Teresa de Calcutá. Os empresários, os fichas sujas e corruptos da
política saíram de suas fortificadas mansões e foram abraçar os maltrapilhos
pobres e abandonados nos distritos, povoados, sítios, vilas e ruas. Alguns foram
mais além chegando a comer feijoada e
sarapatel, um pão de queijo, um açaí na tigela, um pão com linguiça, tomando um
gole de cachaça e jamais! Sob hipótese alguma, faltaram à festa do padroeiro, o
velório do desconhecido e aquela falsa tapinha nas costas com cara de pecadora
arrependida foi a marca registrada! Mas a Eleição passou, e agora José?
Era
uma vez um ano eleitoral, onde todos eram valorizados porque todos votavam. A Madame
abraçava os doentes, o advogado ouvia o sem teto, o médico nunca fez tanta consultas em sua profissão. Mas
a Eleição passou, e agora José?
Era
uma vez um Ano Eleitoral onde os santos e santas não precisaram se preocupar
com os problemas da cidade; a dor de barriga, a enxaqueca, a
violência... Não, não! Porque os candidatos das eternas promessas estava de
plantão até às 24 horas para resolver os problemas possíveis e impossíveis. Mas
a eleição passou, e agora José?
Era
uma vez um Ano Eleitoral, onde algumas beatas esqueceram os ensinamentos de
misericórdia e do diálogo, o sacristão confundia o sino com os fogos do seu
partido, o padre ficava de “saia justa” diante do assédio dos candidatos e
candidatas. Quanta caridade para as comunidades, grupos, associações e
movimentos. Mas a eleição passou, e
agora José?
E agora, o que vamos fazer José? Se não tem eleição, se não tem
candidato, se não tem comício, se não tem carreata, se não tem a Madre Teresa
de Calcutá para abraçar as crianças, se não tem partido, se não tem propaganda
eleitoral, se não tem choro, se não tem fanatismo, se não tem bandeira nas
ruas, se não tem carro de som, se não tem velório, se não tem casamento de
boneca, se não tem festa de padroeiro com candidatos e candidatas? Se não tem
eventos esportivos? O que fazer José!? Há já sei... Vamos aguardar as próximas
Eleições para Presidente, Deputado, Senador e Governador porque aí as conversas
nas praças e ruas voltarão e os “empresários da política” que não sabem fazer
outra coisa, a não ser roubar os votos dos pobres, também continuarão de
plantão, enquanto os pobres, as eternas vítimas de sempre, vão permanecer sem
água potável, trabalho, segurança, saúde, educação, esporte e lazer. Ah Ah
Ah... José! O que fazer José? E agora?...
Convento do Carmo da Lapa, Rio de
Janeiro. 9 de agosto-2016.
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ELEIÇÕES-2016: Perguntar não ofende-27.
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Audiência Geral com o Papa Francisco
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terça-feira, 9 de agosto de 2016
CRÔNICA: Era uma vez um Ano Eleitoral.
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OLIMPÍADA: Eles querem mandar no Brasil.
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ELEIÇÕES-2016: Perguntar não ofende-26.
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segunda-feira, 8 de agosto de 2016
ELEIÇÕES-2016: Perguntar não ofende-25.
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ELEIÇÕES-2016: Perguntar não ofende-25.
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domingo, 7 de agosto de 2016
NADA... SEM NADA: 19º Domingo do Tempo Comum.
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