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sábado, 16 de fevereiro de 2013
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 254: A tentação de Jesus.
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Artigos do Frei Petrônio de Miranda
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A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 253: Catequizar os filhos.
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A eleição de um novo papa e o Espírito Santo
Ivone Gebara, escritora, filósofa e teóloga.
"Gostaria
que a atitude louvável de renúncia de Bento XVI pudesse ser vivida como um
momento privilegiado para convidar as comunidades católicas a repensar suas
estruturas de governo e os privilégios medievais que esta estrutura ainda
oferece", escreve Ivone Gebara, escritora, filósofa e teóloga, em artigo
publicado por Adital, 13-02-2013.
Eis o artigo.
Depois
da louvável atitude do ancião Bento XVI renunciando ao governo da Igreja
Católica Romana sucederam-se entrevistas com alguns bispos e sacerdotes nas
rádios e televisões de todo o país. Sem dúvida, um acontecimento de tal
importância para a Igreja Católica Romana é notícia e leva a previsões,
elucubrações de variados tipos, sobretudo de suspeitas, intrigas e conflitos
dentro dos muros do Vaticano que teriam apressado a decisão do papa.
No
contexto das primeiras notícias, o que chamou a minha atenção foi algo à
primeira vista pequeno e insignificante para os analistas que tratam dos
assuntos do Vaticano. Trata-se da forma como alguns padres entrevistados ou
padres liderando uma programação televisiva, quando perguntados sobre quem
seria o novo papa saíssem pela tangente. Apelavam para a inspiração ou vontade
do Espírito Santo como aquele do qual dependia a escolha do novo pontífice
romano. Nada de pensar em pessoas concretas para responder a situações mundiais
desafiantes, nada de suscitar uma reflexão na comunidade, nada de falar dos
problemas atuais da Igreja que a tem levado a um significativo marasmo, nada de
ouvir os clamores da comunidade católica por uma democratização significativa
das estruturas anacrônicas de sustentação da Igreja institucional.
A
formação teológica desses padres comunicadores não lhes permite sair de um
discurso padrão trivial e abstrato bem conhecido, um discurso que continua
fazendo apelo a forças ocultas e de certa forma confirmando seu próprio poder.
A contínua referência ao Espírito Santo a partir de um misterioso modelo
hierárquico é uma forma de camuflar os reais problemas da Igreja e uma forma de
retórica religiosa para não desvendar os conflitos internos que a instituição
tem vivido. A teologia do Espírito Santo continua para eles mágica e
expressando explicações que já não conseguem mais falar aos corações e às
consciências de muitas pessoas que têm apreço pelo legado do Movimento de Jesus
de Nazaré. É uma teologia que continua igualmente a provocar a passividade do povo
crente frente às muitas dominações inclusive as religiosas. Continuam repetindo
fórmulas como se estas satisfizessem a maioria das pessoas.
Entristece-me
o fato de verificar mais uma vez que os religiosos e alguns leigos atuando nos
meios de comunicação não percebam que estamos num mundo em que os discursos
precisam ser mais assertivos e marcados por referências filosóficas para além
da tradicional escolástica. Um referencial humanista os tornaria bem mais
compreensivos para o comum das pessoas incluindo-se aqui os não católicos e os
não religiosos.
A
responsabilidade da mídia religiosa é enorme e inclui a importância de mostrar
o quanto a história da Igreja depende das relações e interferências de todas as
histórias dos países e das pessoas individuais. Já é tempo de sairmos dessa
linguagem metafísica abstrata como se um Deus iria se ocupar especialmente de
eleger o novo papa prescindindo dos conflitos, desafios, iniqüidades e
qualidades humanas. Já é tempo de enfrentarmos um cristianismo que admita o
conflito das vontades humanas e que no final de um processo eletivo, nem sempre
a escolha feita pode ser considerada a melhor para o conjunto. Enfrentar a
história da Igreja como uma história construída por todos e todas nós é
testemunhar respeito por nós mesmas/os e mostrar a responsabilidade que todas e
todos que nos consideramos membros da comunidade católica romana temos.
A
eleição de um novo papa é algo que tem a ver com o conjunto das comunidades
católicas espalhadas pelo mundo e não apenas com uma elite idosa minoritária e
masculina. Por isso, é preciso ir mais além de um discurso justificativo do
poder papal e enfrentar-se aos problemas e desafios reais que estamos vivendo.
Sem dúvida, para isso as dificuldades são muitas e enfrentá-las exige novas
convicções e o desejo real de promover mudanças que favoreçam a convivência
humana.
Preocupa-me
mais uma vez que não se discuta de forma mais aberta o fato de o governo da
Igreja institucional ser entregue a pessoas idosas que apesar de suas
qualidades e sabedoria já não conseguem mais enfrentar com vigor e desenvoltura
os desafios que estas funções representam. Até quando a gerontocracia masculina
papal será o doublé da imagem de um Deus branco, idoso e de barbas brancas?
Haveria alguma possibilidade de sair desse esquema ou de ao menos começar uma
discussão em vista de uma organização futura diferente? Haveria alguma
possibilidade de abrir essas discussões nas comunidades cristãs populares que
têm o direito à informação e à formação cristã mais ajustada aos nossos tempos?
Sabemos
o quanto a força das religiões depende de desafios e comportamentos frutos de
convicções capazes de sustentar a vida de muitos grupos. Entretanto, as
convicções religiosas não podem se reduzir a uma visão estática das tradições e
nem a uma visão deliberadamente ingênua das relações humanas. As convicções
religiosas igualmente não podem ser reduzidas a onda de devoções as mais
variadas que se propagam através dos meios de comunicação. E mais, não podemos
continuar tratando o povo como ignorante e incapaz de perguntas inteligentes e
astutas em relação à Igreja. Entretanto, os padres comunicadores acreditam
tratar com pessoas passivas e entre elas estão muitos jovens que desenvolvem um
culto romântico em torno da figura do papa.
Os
religiosos mantêm essa situação muitas vezes cômoda por ignorância ou por
avidez de poder. Provar a interferência divina nas escolhas que a Igreja
Católica hierárquica, prescindindo da vontade das comunidades cristãs
espalhadas pelo mundo é um exemplo flagrante dessa situação. É como se
quisessem reafirmar erroneamente que a Igreja é em primeiro lugar o clero e as
autoridades cardinalícias às quais é dado o poder de eleger o novo papa e que
esta é a vontade de Deus. Aos milhares de fiéis cabe apenas rezar para que o
Espírito Santo escolha o melhor e esperar até que a fumaça branca anuncie uma
vez mais o "habemus papam”. De maneira hábil sempre estão tentando fazer
os fiéis escapar da história real, de sua responsabilidade coletiva e apelar
para forças superiores que dirijam a história e a Igreja.
É
pena que esses formadores de opinião pública estejam ainda vivendo num mundo
teologicamente e talvez até historicamente pré-moderno em que o sagrado parece
se separar do mundo real e pousar numa esfera superior de poderes à qual apenas
alguns poucos têm acesso quase direto. É desolador ver como a consciência
crítica em relação às suas próprias crenças infantis não tenha sido acordada em
beneficio próprio e em benefício da comunidade cristã. Parece até que acentuamos
os muitos obscurantismos religiosos presentes em todas as épocas enquanto o
Evangelho de Jesus continuamente convoca para a responsabilidade comum de uns
em relação aos outros.
Sabendo
das muitas dificuldades enfrentadas pelo papa Bento XVI durante seu curto
ministério papal, as empresas de comunicação católica apenas ressaltam suas
qualidades, sua doação à Igreja, sua inteligência teológica, seu pensamento
vigoroso como se quisessem mais uma vez esconder os limites de sua
personalidade e de sua postura política não apenas como pontífice, mas também
por muitos anos, como presidente da Congregação da Doutrina da Fé, o antigo
Santo Ofício. Não permitem que as contradições humanas do homem Joseph
Ratzinger apareçam e que sua intransigência legalista e o tratamento punitivo
que caracterizaram, em parte, sua pessoa sejam lembrados. Falam desde sua
eleição, sobretudo de um papado de transição. Sem dúvida de transição, mas de
transição para que?
Gostaria
que a atitude louvável de renúncia de Bento XVI pudesse ser vivida como um
momento privilegiado para convidar as comunidades católicas a repensar suas
estruturas de governo e os privilégios medievais que esta estrutura ainda
oferece. Estes privilégios tanto do ponto de vista econômico quanto político e
sócio cultural mantêm o papado e o Vaticano como um Estado masculino à parte.
Mas um Estado masculino com representação diplomática influente e servido por
milhares de mulheres através do mundo nas diferentes instâncias de sua
organização. Esse fato nos convida igualmente a pensar sobre o tipo de relações
sociais de gênero que esse Estado continua mantendo na história social e
política da atualidade.
As
estruturas pré-modernas que ainda mantém esse poder religioso precisam ser
confrontadas com os anseios democráticos de nossos povos na busca de novas
formas de organização que se coadunem melhor com os tempos e grupos plurais de
hoje. Precisam ser confrontadas com as lutas das mulheres, das minorias e
maiorias raciais, de pessoas de diferentes orientações sexuais e escolhas, de
pensadores, de cientistas e de trabalhadores das mais distintas profissões.
Precisam ser retrabalhadas na linha de um diálogo maior e mais profícuo com
outros credos religiosos e sabedorias espalhadas pelo mundo.
E
para terminar, quero voltar ao Espírito Santo, a esse vento que sopra em cada
uma/um de nós, a esse sopro em nós e maior do que nós que nos aproxima e nos
faz interdependentes de todos os viventes. Um sopro de muitas formas, cores,
sabores e intensidades. Sopro de compaixão e ternura, sopro de igualdade e
diferença. Este sopro não pode mais ser usado para justificar e manter
estruturas privilegiadas de poder e tradições mais antigas ou medievais como se
fossem uma lei ou uma norma indiscutível e imutável.
O
vento, o ar, o espírito sopra onde quer e ninguém deve se atrever a querer ser
ainda uma vez seu proprietário. O espírito é a força que nos aproxima uns dos
outros, é a atração que permite que nos reconheçamos como semelhantes e
diferentes, como amigas e amigos e que juntos/as busquemos caminhos de
convivência, de paz e justiça.
Esses
caminhos do espírito são os que nos permitem reagir às forças opressoras que
nascem de nossa própria humanidade, os que nos levam a denunciar as forças que
impedem a circulação da seiva da vida, os que nos levam a des-cobrir os
segredos ocultos dos poderosos. Por isso, o espírito se mostra em ações de
misericórdia, em pão partilhado, em poder partilhado, em cura das feridas, em
reforma agrária, em comércio justo, em armas transformadas em arados, enfim, em
vida em abundância para todas/os. Esse parece ser o poder do espírito em nós,
poder que necessita ser acordado a cada novo momento de nossa história e ser
acordado por nós, entre nós e para nós.
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Missa de Cinzas em Salvador-BA-05. Explicação do cartaz da CF.
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Missa de Cinzas em Salvador-BA-04. Hino da Campanha da Fraternidade.
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Missa de Cinzas em Salvador-BA-03. Homilia do Frei Raimundo Brito.
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Missa de Cinzas em Salvador-BA-02. Salmo de Meditação.
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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 251: Afetividade e sexualidade.
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CARNAVAL DE SALVADOR-19. Ivete Sangalo no Campo Grande
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO, Nº 250: A Espiritualidade da Quaresma.
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19:11
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CARNAVAL DE SALVADOR-16. Bloco Carnavalesco na Barra.
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CARNAVAL DE SALVADOR-14. Chiclete com Banana.
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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
CARNAVAL DE SALVADOR-13. Cortejo Afro de Carlinhos Brown (2ª Parte)
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domingo, 10 de fevereiro de 2013
CARNAVAL DE SALVADOR-12. Cortejo Afro de Carlinhos Brown (1ª Parte)
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CARNAVAL DE SALVADOR-11. Entrevista com Carlinhos Brown (1ª Parte)
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