“Se
queremos construir comunidades com ‘vida em abundância’, temos que começar
sendo conscientes de quem e o que somos e o que significa ter vida para nós...
As comunidades religiosas são como os sistemas ecológicos... por exemplo, uma
ameaça de perigo de extinção, tem que preparar um meio ambiente com alimento,
uma lagoa e um clima em que se possa crescer. A vida (carmelita) requer também
seu próprio ecossistema se quisermos ‘viver em plenitude’ e pregar uma palavra
de vida. Mas não basta apenas falar dele, devemos planificar e construir
atenciosamente estes ecossistemas (carmelitas). Cabe aos irmãos que vivem
juntos criar comunidades em que não se sobrevive somente mas também se
‘floresce’. Por isso, todas e cada uma das províncias devem propor um plano de
renovação progressiva das comunidades para que os irmãos que vivam nela possam
‘florescer’... As Províncias morrerão a não ser que planifiquem a construção
destas comunidades. Uma Província com três comunidades onde os irmãos avançam
em sua vida carmelita tem, com a graça de Deus, futuro. Já uma Província com
vinte comunidades onde apenas se sobrevive, não tem futuro.” (Timothy
Radcliffe, Sing a New Song: The Christian Vocation, Dublín 2000, 121-124).
1- Repensar o sentido de identidade: “ser carmelita”. Este momento de nossa história na Europa é
providencial para repensar nossa identidade carmelita. Teresa de Jesus afirmou:
Como seremos? (CP 4,1). Os clássicos
latinos afirmavam: Operari sequitur esse.
“O trabalho segue o ser”. A identidade, a essência condicionará sempre o
que fazemos. Quem somos? Que podemos oferecer aos outros como carmelitas? Há
diversidade de visões sobre o que é “ser carmelita” em nossas Províncias? A
fidelidade criativa ao nosso carisma nos impulsionará a regenerar a vida
fraterna de nossas comunidades.
2- Renovar a vida fraterna. A renovação da vida comunitária implica valentia evangélica
na hora de afrontar o desafio de como compor nossas comunidades provinciais.
Critérios que se dever ter em conta para favorecer este processo de
revitalização: a) que sejam comunidades acolhedoras e abertas ( aos membros da
Família Carmelita, aos candidatos para a vida religiosa, aos leigos e a
outros). b) onde haja uma liderança (prior) que ajude a buscar um equilíbrio
entre o trabalho apostólico e a vida fraterna e de oração, que potencie um
processo de diálogo e de abertura a novidades e a mudanças e onde se respeite o
irmão e suas diferenças. c) com um número de irmãos que ajude a melhorar a
qualidade de vida religiosa (5?). e) que acompanhe e anime a formação
permanente dos irmãos, especialmente aos que fizeram a pouco tempo sua
profissão solene. A renovação da vida fraterna necessita realizar um processo
maduro de discernimento.
3- Estabelecer processos de discernimento. Constatamos a dificuldade que
implica, as vezes, na vida de nossas comunidades, o salto geracional. A partir de nossa realidade na Europa,
consideramos que nosso tempo nos oferece uma oportunidade para estabelecer
processos de discernimento a nível pessoal, comunitário, Provincial,
Comissário, Delegado e de Ordem (Europa). A situação atual nos impulsiona a
abrir-nos sem pessimismo, nem perfeccionismo, a um futuro com esperança. Neste
processo de discernimento consideramos importantes as seguintes perguntas: Quem
somos? O que fazemos? Por que fazemos? Por que fazemos o que fazemos desta
maneira?
4- Maximizar a riqueza da internacionalidade. Abertura em direção a missão, em
direção a colaboração com outros, saído de nós mesmos e rompendo as fronteiras
da nossa realidade geográfica. Como? a) estando disponíveis, se for o caso, a
formar parte de comunidades internacionais e interprovinciais. Seria um exemplo
de como fazer grandes as pequenas coisas. b) Integrando a aprendizagem de
idiomas já na formação inicial.
Jovens Carmelitas Europeus, profissões solenes
(últimos 10 anos)
Convento de S. Andrés (Espanha)
Salalmanca, 4-7 de abril de 2013
radução: Érica Arruda
Nenhum comentário:
Postar um comentário