Frei
Emanuel Boaga, O. Carm.
Nos autores Carmelitas dos séculos XIII
e XIV o aprofundamento da dimensão contemplativa do Carmelo se faz a partir das
figuras bíblicas de Elias e Maria. A referência Eliana vai se desenvolvendo até
á formação de uma dupla consideração que torna Elias como Pai (filiação Eliana)
e Elias como chefe (modelo de contemplação e apostolado). Resultou do
desenvolvimento da consciência Eliana, nesta época, a ênfase colocada na figura
do Profeta como modelo da vida contemplativa e de união com Deus. Refere-se,
então, continua e preferivelmente, a Elias-eremita, a
Elias-o-homem-em-contato-com-Deus-na-oração, a Elias-o-homem-que-fala-face-a-face-com-Deus.
Nos séculos seguintes os autores
espirituais da Ordem continuam acentuando estes aspectos contemplativos, mas,
acrescentando alusões e referências explícitas as atividades apostólicas de
Elias que oferecem elementos de inspiração apostólica.
O relacionamento mariano leva as
gerações carmelitas deste tempo a verem na Virgem Maria a forma ideal de
encarnação de sua própria vivência contemplativa. Nasce a exemplaridade da
virgindade de Maria, vista não só como imunidade do pecado e de toda a espécie
de apegos humanos (condição para o encontro com Deus), mas, também como
disposição radical na linha de ATITUDE EXISTENCIAL para a ESCUTA da PALAVRA de
DEUS e UNIÃO com ELE, porque a Virgem puríssima, cheia de FÉ, ESPERANÇA e AMOR,
e a melhor abertura a esta PALAVRA que se FEZ CARNE em suas entranhas.
O desenvolvimento da característica
mariana conduz, através dos tempos, a uma vivência familiar com Maria como
caminho para chegar a Cristo.
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