Por Frei Pedro Caxito O.Carm. In
Memoriam
3. FREI INÁCIO RAMOS
A respeito desta Província da Bahia
escreve Fr. André Prat que, segundo documentos existentes no Mosteiro, ainda
nos tempos do Brasil-Colônia, reunia-se no Convento do Carmo de Salvador a
Academia dos Ilustrados; mais ainda: que
mantinha escolas públicas, tendo
recebido em 1871 os maiores elogios do Barão de São Lourenço e, já antes, em
1865, do próprio Dom Pedro II, por ter fundado escolas para educação da
juventude, desde épocas remotas. O Visconde de Cairu, José da Silva Lisboa,
carmelita terceiro, economista, político e jurisconsulto, confessa que fez os
seus estudos no Carmo da Bahia ; sabemos que aos oito anos aprendeu com os
frades música e piano e teve lições de filosofia e teologia moral .
Em 1770, certo Jerônimo Ferreira da
Costa e Góis, filho de Francisco Ferreira da Costa, para receber Ordens faz um
requerimento, no qual pede certidão de ter freqüentado o curso de filosofia
professado no Convento do Carmo por Fr. Francisco Félix de Santa Teresa .
O Governador da Bahia, Marquês de
Valença, aos 26 de abril de 1783, remete da Bahia um ofício a Martinho de Melo
e Castro, onde informa a fundação e extinção do Colégio das Artes, e confessa
que no restabelecimento do Colégio hão de seguir-se muitas vantagens para os
moradores da Cidade e Capitania: tratava-se de um requerimento de Frei
Francisco Xavier de Santana, "Procurador Geral do Carmo Calçado desta
Província", diante do embargo oposto pela Irmandade do Santíssimo
Sacramento da Freguesia do Pilar. Vem anexa cópia da provisão do Conselho
Ultramarino dirigida ao Vice-Rei, Conde dos Arcos, datada de 16 de janeiro de
1755 com a ordem de extinção do Colégio. Frei Francisco Xavier apresenta um
memorial, onde mostra as vantagens de restabelecer o Colégio, e um requerimento
onde pede certidão do Breve de 6 de junho de 1747 e de outros documentos
relativos à fundação do Colégio .
Compensa a publicação da íntegra do
Ofício do Marquês de Valença:
"Bahia, 26 de abril de 1783.
Examinando, em execução da ordem de 2 de dezembro do ano passado, o como se
erigiu nesta cidade o Colégio de Artes, de que faz menção o requerimento do
Padre Fr. Francisco Xavier de Santana, procurador geral do Carmo Calçado desta
Província, achei que fora pela patente do seu Geral Fr. Luís Laghius de 6 de
junho de 1747 intimada aos Padres desta Província, os quais lhes deram execução
com consentimento do atual Vice-Rei, talvez que pela carta de Aviso da
Secretaria de Estado de 9 de novembro do dito ano para o Provincial desta mesma
Província, em que lhe concedeu Sua Majestade poder executar os breves da Sé
Apostólica e do Núncio, como também as patentes do Prior Geral da Ordem
Carmelita, expedido tudo para concessão de graças aos religiosos nelas
respectivamente declarados. A cópia da dita carta, com a patente, remeto a
V.Excia. nesta ocasião.
A Irmandade do Santíssimo Sacramento
da freguesia do Pilar desta Cidade se
opôs quando os religiosos acrescentaram
o mencionado Hospício, pelo que houveram (sic) pleitos que chegaram
à Casa
da Suplicação, até que por
provisão do Conselho Ultramarino de 16 de janeiro de 1755
dirigida ao Conde dos Arcos se lhe ordenou a extinção do referido Colégio das
Artes, vista a outra provisão de 21 de março de 1714 que proibiu no referido
Hospício acrescentar obra ou fazer mais acomodações que as necessárias para
dois religiosos. A dita provisão de 16 de janeiro de 55 igualmente vai remetida
a V.Excia a qual foi executada e por isso se acha presentemente reduzido o
sobredito Hospício ao seu primeiro estado.
Sua Majestade pela mesma ordem de 2
de dezembro do ano passado me manda dar o meu parecer sendo este que,
obrigando-se os referidos religiosos a ensinar, no sobredito Hospício, aos
estudantes seculares gramática, filosofia e teologia, pondo-lhe mestres de
virtudes e muito capazes nestas ciências, me parece que sendo do Real agrado da
mesma Senhora o estabelecer-se novamente nele o Colégio das Artes não deixará
de se seguir alguma utilidade aos moradores desta Cidade e Província..." O
aviso régio sobre o qual fala o ofício vem também anexo .
Passamos a citar alguns escritores,
oradores sacros, poetas, mestres e doutores da nossa Província da Bahia
1. FREI EUSÉBIO DE MATOS
"Nasceu o autor no ano de 1629,
na Bahia. Em 1644 entrou para a Companhia de Jesus. Lecionou Filosofia, Letras
Humanas e Teologia. Em 1664 fez
profissão solene no Rio de Janeiro. Segundo Barbosa Machado, em 1677 mudou-se
para a Ordem de Nossa Senhora do Carmo, tomando então o nome de Frei Eusébio da
Soledade. Faleceu na Bahia a 7 de julho de 1692". Entre as suas obras impressas
cita-se Oraçam Funebre nas Exequias do Illustrissimo e Reverendissimo Senhor
D.Estevam dos Santos Bispo do Brasil" .
Em EDI encontramos: "Irmão do
poeta satírico Gregório de Matos Guerra (...), substituiu Vieira na cátedra de
filosofia, brilhando entre os seus colegas, Vieira e Antônio de Sá, pela
subtileza e burilado da frase. Dedicou-se também à poesia, pintura, música e
matemáticas; compôs vários hinos religiosos e profanos, que tocava e cantava
com letra sua na harpa e na viola. Dizia dele o Pe. Antônio Vieira que «Deus se
apostara em o fazer em tudo grande e não o fora mais por não querer...». Vieira
ficou pesaroso e dizia, quando Eusébio deixou a Companhia para se tornar
Carmelita: «Pois muito mal fizeram os Jesuítas, que tarde se criarão para a
Companhia outros Matos».
Os jesuítas, segundo o seu
"modus agendi" severo e coerente, tiveram os seus motivos sérios para
o não quererem, e tiveram os carmelitas os seus motivos para o quererem .
Deixou Poema epicum latinum in
laudem Ven.Patris Joannis Almeida (sem data), Oração Fúnebre (1672 - acima
citada e publicada em 1735), Sermão da Soledade (1674) e Ecce Homo (1677),
todos de quando na Companhia de Jesus; Sermões (1694), com o título Sermoens do
Pe. Mestre Fr. Eusebio de Mattos, Religioso de Nossa Senhora do Carmo da
Provincia do Brasil - Primeira Parte. Há algumas composições
"litigiosas" entre ele e o seu irmão Gregório, e outras duvidosas .
Conta-nos Manuel Duarte Moreira de
Azevedo na obra acima citada: "Entrara o poeta Eusébio de Matos para a
Companhia de Jesus em 1644, época em que era Reitor um Padre natural de Cabo
Frio, mui rigoroso para os minoristas. Aconteceu ser afetado de um pleuris o
Irmão Eusébio e tendo sido sangrado, vieram visitá-lo o Reitor e outros padres
que observaram achar-se o sangue denegrido e como queimado, ao que replicou o
doente: - «Pois não é queimado do calor, senão do vilão do Frio que logo ao
princípio ia dando Cabo de mim»" .
Renato de Almeida nos transmite a
respeito da música no Séc. XVII: "Nesse século surge na Bahia, a única
figura de músico, que se pode citar - Eusébio de Matos ou Frei Eusébio da
Soledade (1629-1692). Manuel Raimundo Quirino, que o considera «o primeiro
músico notável da Bahia», conta razão desse duplo nome . (...). "Além de
músico exímio e inspirado compositor, tocava harpa e viola, instrumento muito
em uso no seu tempo. Compôs muitos HINOS RELIGIOSOS e cantos profanos
ameníssimos sobre poesias suas (...). Suas
obras foram em grande parte perdidas" .
Podemos ler na Grande Enciclopédia
Portuguesa e Brasileira: "Pedro Diniz, a p. 281 da sua obra «Das Ordens
Religiosas», diz que Fr. Eusébio de Matos era homem muito douto e que a sua
erudição compreendia, além da
Música, que tinha estudado seriamente e para a qual era
naturalmente dotado de disposições vantajosas, a Teologia, Matemática e
Filologia. Se era cultor distinto das ciências, não o era menos das
Belas-Artes, pois à dedicação pela Música juntava os dotes do Desenho e da
Pintura, sendo exímio em ambas estas artes".
Foram seus discípulos Frei Inácio de
Jesus, Frei José de Jesus Maria, Frei Joaquim Ramos, escritor notável, e muitos
outros .
2. FREI JOSÉ DE JESUS MARIA
"Religioso Carmelita, n. em 8
de janeiro de 1660, morreu em 8 de janeiro de 1727. Recebeu o hábito no
convento do Carmo em 7 de dezembro de 1679, professou no convento de Goiana da
Reforma de Pernambuco em 8 de dezembro de 1680. Foi eleito missionário
apostólico pelo Arcebispo da Bahia, Dom Frei Manuel da Ressurreição, em 29 de
março de 1690. Regressado a Portugal, exerceu o cargo de Comissário da Ordem
Terceira, primeiro em Vila Franca de Xira, depois em Lisboa. Na vila Franca
tinha erigido o Hospital junto ao Convento do Carmo, e mandou fazer, em 1722, com
o produto de esmolas (e a soma que lhe renderam os seus sermões), o órgão do
referido convento, que custou 7.000 cruzados (8:400$000). Foi definidor eleito
em 1714. Escreveu: Tesouro Carmelitano Manifesto, e oferecido aos irmãos e
irmãs da Venerável Ordem Terceira da Rainha dos Anjos, Mãe de Deus, Senhora do
Carmo - Lisboa - 1705" . Discípulo de Eusébio de Matos.
"Pregador brasileiro; nasceu na
Bahia em 1650 e morreu em 1731. Era irmão do padre Domingos Ramos (SJ).
Professou (1672) no Convento de Nossa Senhora do Monte do Carmo, (onde adquiriu
vasta ilustração e se tornou pregador
notável) e indo a
Portugal (1685) para tratar de negócios particulares, passou a Roma, a
fim de assistir, na qualidade de representante do Provincial da Ordem, ao
Capítulo celebrado em Santa Maria Transpontina (1692), sendo por essa ocasião
nomeado Vigário Provincial do Brasil. Foi (na Bahia) também reformador e
visitador geral dos conventos da Reforma de Pernambuco. Assistiu a um outro
Capítulo celebrado em Roma (1700), ficando depois em Lisboa como Prior do
Convento de São Domingos e secretário da Província de Portugal. Publicou os
seus sermões em 4 volumes com o título Ramos Evangélicos (1724-1730)" -
EDI . Era filho de Manuel Ramos Parente e D. Andrezza Casado Ramos; foi definidor perpétuo e faleceu no dia 18 de novembro de
1731 .
4. FREI ANTÔNIO DA PIEDADE
"Religioso carmelita calçado;
nasceu na Bahia e morreu na Cachoeira (1660-1724). Estudou filosofia na sua
terra natal, recebendo o grau de Mestre em Artes. Entrando na Ordem do Carmo
(1679), foi lente de filosofia e teologia na Vigararia do Maranhão, Prior do
Convento do Pará, Vigário Provincial e Comissário da Bula (da Santa Cruzada) do
Maranhão, Governador, Provisor e Visitador (e Vigário) Geral da Diocese do
Pará. Deixou impressos dois sermões" - EDI. Segundo a Brasiliana da
Coleção Barbosa Machado foi "Doutor em a sagrada Theologia, Diffinidor
perpetuo desta Provincia da Bahia, & actualmente Missionario da aldea de
Japaratuba em o Certaõ do Rio de Saõ Francisco da Praya", e um dos seus
sermões é o Sermam qve em as Exeqvias da Serenissima Rainha Nossa Senhora
D.Maria Sophia Isabel de Neobvrg, feitas pela nobre villa de S.Amaro das Grotas
do Rio de Sergipe a 19 de abril de 1700 pregou o R.P.M. Fr. Antonio da Piedade
. A Rainha Da. Maria Sofia era esposa de Dom Pedro II de Portugal e foi muito
amiga do carmelita Frei Luís dos Anjos, acima citado.
Pela Grande Enciclopédia,
acompanhada por Raimundo de Menezes, ficamos sabendo que Fr. Antônio da Piedade
"Foi lente de Filosofia e Teologia em Maranhão, cargo em que se jubilou em
27 de junho de 1694. Foi duas vezes prior do Convento do Pará, vigário
provincial do Maranhão e comissário da Bula da Cruzada, governador, provisor e
visitador geral do Bispado do Pará em 1693. Depois de passar algum tempo em
Portugal, voltou para o Brasil, onde foi ainda prior do Convento da Bahia e
Definidor perpétuo. Em 1703, além do sermão acima citado, publicou o Sermão de
Santa Teresa, pregado no Convento das Religiosas Carmelitas Descalças da Bahia
5. FREI MANUEL DA MADRE DE DEUS BULHÕES
Era filho do Capitão Manuel da Costa
Campos e Da. Maria de Bulhões; nasceu na Bahia a 6 ou 26 de novembro de 1663 e
faleceu em 1738, segundo Inocêncio Blake e Artur Mota, mas, segundo Pedro
Calmon, o nascimento foi em 1666 e a morte em 1731 . "Carmelita; nasceu na Bahia em 1663. Foi procurador
da sua Ordem em Roma, Definidor Geral, Prior do Convento da Bahia e Provincial.
Deixou um volume de sermões" - EDI.
"Religioso carmelita calçado,
prior do convento da Bahia, definidor geral, provincial etc., nasceu na Bahia
em 26 de novembro de 1663 e ignora-se a data do seu falecimento. Por morte
dos pais, apesar de
ser fidalgo cavaleiro
e alferes de infantaria, entrou na vida claustral na
ordem carmelitana, em 6 de dezembro de 1688 e professou um ano depois. Ensinou
Filosofia no seu convento e ditou Teologia. Foi mandado a Roma como procurador
da sua ordem para assistir ao capítulo geral em 1695, votando nele como
definidor geral. Exerceu também o cargo de examinador sinodal do arcebispado da
Bahia. Gozou fama de grande pregador e publicou em Lisboa os seguintes sermões
pregados na Bahia: Sermão fúnebre pregado nas Exéquias de Roque da Costa
Barreto, governador que foi do Brasil (1699); Sermão de Nossa Senhora da Ajuda
(1704); Sermão em Ação de Graças pela saúde de El-Rei Nosso Senhor... Em 14 de
maio de 1705 (1706); Sermão do Primeiro Sínodo Diocesano, que se celebrou no
Brasil, pelo Ilmo. Sr. Dom Sebastião Monteiro, Arcebispo da Bahia, a 12 de
junho de 1707 (1709); Sermão de Santa Teresa (1711); Sermão de São Félix de
Cantalício (1717); Sermões da Soledade (1702, 1703, 1709); Sermão do Príncipe
dos Apóstolos, na abertura do seu novo templo (1717); Sermão na festividade de
Nossa Senhora da Barroquinha (1728); Oração Concionatória nas Exéquias da Ilma.
Sra. Dona Mariana de Alencastro... (1732) ; Suma triunfal da nova e grande
celebridade do Glorioso e Invicto Mártir São Gonçalo Garcia, dedicada ao sr.
Capitão José Rebelo de Vasconcelos por seu autor (?) Sotério da Silva Ribeiro,
com uma coleção de vários folguedos e danças, oração panegírica que recitou o
Padre Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão na igreja do Sacramento em
Pernambuco, no dia 1º de maio de 1745 (Lisboa, 1753); Sermões vários (2 tomos,
1737 e 1739)" .
"Nasceu o autor a 6 de novembro
de 1663 na Bahia. Entrou para a Ordem dos Carmelitas Calçados. Seguiu para Roma
como Procurador da sua Ordem, onde votou como Definidor Geral. Foi ainda Prior
no Convento da Bahia, Provincial do Carmo, Examinador Sinodal do Arcebispado da
Bahia. Faleceu no ano de 1738". Foram publicados Sermam funebre nas
Exequias do Senhor Roque da Costa Barreto, Sermam em Acçam de Graças pela saude
DelRey Nosso Senhor (Dom Pedro II de Portugal) e Oraçam Concionatória nas
sumptuosas Exequias da Excellentissima Senhora d. Marianna de Alencastro .
6. FREI JOSÉ DE SANTANA
"Religioso carmelita, nascido
no Porto no último quartel do século XVII. Professou no Convento dos Carmelitas
em outubro de 1700, na Bahia, ao tempo capital da américa Portuguesa, para onde
foi da pátria. Ascendeu, mais tarde, a Prior do Convento da Cachoeira, no
Recôncavo da Bahia, e publicou THEZOURO EUCARISTICO em Lisboa, por Manuel
Fernandes da Costa, impressor do Santo Ofício - 1731" .
7. FREI JOSÉ DE OLIVEIRA SERPA
"Pregador do século XVIII;
nasceu na Bahia em 1696 . Deixou
manuscritas duas obras
místicas: Novo Obséquio
do Patriarca São José e Trindade da Terra exaltada no temor de Deus por
causa de uma grande trovoada" - EDI. Dele estão publicados 5 sonetos
elegíacos, um soneto contínuo e ainda um mote com a sua glosa, e uma décima:
estes últimos e 3 dos sonetos foram para lamentar a morte de Dom João V de
Portugal . O Dicionário Literário Brasileiro cita-o como Jesuíta, sem o título
de Frei.
8. FREI MANUEL ÂNGELO DE ALMEIDA
"O autor, natural da Bahia,
onde nasceu a 26 de fevereiro de 1697, em 1716 recebeu o hábito de Carmelita
Calçado. Tendo sido nomeado sócio do Capítulo Geral celebrado em Roma em 1725,
foi-lhe conferido pelo Geral o grau de Doutor em Teologia. De secretário da
Província subiu a Provincial em 1735. Ignoramos a data do seu
falecimento". Dele foi impresso um Sermam que nas exequias do
Excellentissimo, e Reverend. Senhor D. Joseph Fialho, Bispo que foy de
Pernambuco, Arcebispo da Bahia, e Bispo da Guarda. Celebradas com toda
magnificencia na santa igreja de Olinda pelo Excelentissimo e Reverendissimo
Senhor D. Fr. Luiz de Santa Teresa bispo actual de Pernambuco. Pregou o P.M.Fr.
Manoel Angelo de Almeida mestre, e doutor na Sagrada Theologia, Ex-Provincial
do Carmo da Provincia da Bahia, e o ofereceu ao mesmo Excellentissimo e
Reverendissimo Senhor Bispo de Pernambuco (Lisboa - 1742)" .
"Carmelita professo e grande
orador sagrado, nasceu na Bahia em 1697. Lecionou ciências severas no convento
de carmelitas de São Salvador, e foi eleito
para o Capítulo Geral celebrado em Roma em 1725. Foi-lhe conferido pelo Geral da Ordem o grau de
doutor em Teologia. Além do sermão acima citado, publicou Sermão de Ação de
Graça a Nossa Senhora da Vitória em satisfação de um voto que lhe fez por um
benefício alcançado pela dita Senhora na sua santa igreja de Vitória da cidade de Elvas (Madri -
1733); Declamação moral na ocasião da rogativa que fez a venerável Ordem
Terceira do Carmo da Bahia por ocasião da grande seca que sentiu a mesma cidade
desde 1734 até 1735 (Lisboa - 1736)" .
9. FREI HENRIQUE DE SOUSA DE JESUS MARIA
Foram
impressos 2 sonetos, 1 cenotáfio pela morte do Abade Dom Manuel da Matos
Botelho, irmão do Arcebispo da Bahia, Dom José Botelho de Matos, e 1 epitáfio e
2 sonetos por ocasião da morte de Dom João V, todos compostos na Bahia .
"Religioso Carmelita da
Província da Bahia, nasceu em Viana do Castelo em 16 de abril de 1705, morreu
em data que se ignora. Foi para o Brasil aos 14 anos e residiu na Vila de Cachoeira,
onde aprendeu a gramática latina. Aos 22 anos professou no Convento da Bahia e
estudou, depois, as Ciências Escolásticas. Foi pregador notável e escreveu as
seguintes obras: Sermão da Justiça na primeira oitava do Espírito Santo,
estando presente o Ilmo. e Exmo. Sr. André de Melo e Castro, Conde das
Galveias, Vice-Rei do Estado do Brasil com toda relação do mesmo estado,
pregado no Convento do Carmo da Cidade da Bahia (Lisboa - 1745); Três sonetos
no Diário Histórico das Celebridades, que na cidade da Bahia
se fizeram pelos
felicíssimos casamentos dos sereníssimos Príncipes de Portugal e
Castela (Lisboa - 1729); Dois sonetos e três décimas em aplauso do Reverendo
Antônio de Oliveira (Lisboa - 1738); outra edição (1745); Três sonetos e um romance
heróico às memórias fúnebres do Abade de Duas Igrejas, Manuel de
Matos Botelho (Lisboa - 1745). Deixou alguns manuscritos, entre os quais um volume
de Sermões vários" .
10. FR. FRANCISCO FELIX DE SANTA THEREZA
"Requerimento de Jeronymo
Ferreira da Costa, em que pede certidão de sua frequencia no curso de
philosophia, professado no Convento do Carmo (da Bahia) por Fr.Francisco Felix
de Santa Thereza - ano de 1768" .
11. FR. INOCÊNCIO DO MONTE CARMELO SENA
Nasceu em Santo Amaro da Purificação
(BA) no dia 28 de julho de 1828; com dezesseis anos professou na Ordem do
Carmo. Foi nomeado Passante à cadeira de Filosofia e Lente de Teologia no dia
23 de abril de 1853. Como Reitor do Colégio dos Órfãos de São Joaquim lecionou
latim e francês, agradando muito ao Arcebispo da Bahia, Dom Manuel Joaquim da
Silveira, que no dia 25 de fevereiro de 1873 lhe concedeu o direito de usar
anel e solidéu. Pelo seu grande amor à Ordem, em 1890, chegou a empreender uma
viagem difícil até Roma para pedir ao Pe. Geral o envio de socorro à Bahia, que
contava apenas com 6 religiosos, poucos e idosos. Foi nomeado Provincial da
Província da Bahia no dia 1º de abril de 1892. Teve a felicidade de ver chegar
no dia 25 de novembro de 1899 os primeiros religiosos vindos da Espanha para
cuidar da restauração. Tendo tomado todas as providências canônicas e civis
para que os frades espanhóis, já naturalizados brasileiros, não encontrassem
dificuldades na obra da restauração, retirou-se para a sua Santo Amaro, onde
faleceu piedosamente no dia 25 de junho de 1909 .
No livro Bom Jesus da Lapa (resenha histórica) escrito
pelo Pe. Turíbio Villa-nueva y Segura (3ª edição - 1948) encontrei a p. 178-179
o seguinte: "NOTA - Prof. de escultura no Liceu de Artes e Ofícios da
Bahia, João Guilherme da Rocha Barros, apelidado «O Frade», segundo informação
do Clérigo Guimarães, Vice-Secretário, então, do Arcebispado, nasceu em 1851 e,
entre outras obras, "produziu também «Nossa Senhora das Portas do Céu» no
Carmo" (Ver Arte Cristã por Fr. Pedro Sinzig OFM p.51).
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