A leitura que a Igreja propõe neste
domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25, 31-46 que corresponde
a Solenidade de Cristo Rei, Ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José
Antonio Pagola comenta o texto.
Eis
o texto
As fontes não admitem dúvidas. Jesus
vive voltado para aqueles que vê necessitados de ajuda. É incapaz de passar ao
largo. Nenhum sofrimento lhe é alheio. Identifica-se com os mais pequenos e
desvalidos e faz por eles tudo o que pode. Para Ele a compaixão é o primeiro. O
único modo de parecer-nos com Deus: “Sejam compassivos como o vosso Pai é
compassivo”.
Como nos poderá estranhar que, ao falar
do Juízo final, Jesus apresente a compaixão como o critério último e decisivo
que julgará as nossas vidas e a nossa identificação com Ele? Como nos poderá
estranhar que se apresente identificado com todos os pobres e desgraçados da
história?
Segundo o relato de Mateus, comparecem
ante o Filho do Homem, ou seja, ante Jesus, o compassivo, “todas as nações”.
Não se faz diferenças entre “povo eleito” e “povo pagão”. Nada se diz das
diferentes religiões e cultos. Fala-se de algo muito humano e que todos
entendem: Que fizemos com todos os que viveram sofrendo?
O evangelista não se detém propriamente
a descrever os detalhes de um juízo. O que destaca é um duplo diálogo que lança
uma luz imensa sobre o nosso presente e nos abre os olhos para ver que, em
definitivo, há duas formas de reagir ante os que sofrem: compadecemo-nos e os
ajudamos, ou desinteressamo-nos e os abandonamos.
O que fala é um Juiz que está
identificado com todos os pobres e necessitados: “Cada vez que ajudares a um
destes meus pequenos irmãos, fizeste-o a Mim”. Quem se aproxima para ajudar a
um necessitado, aproxima-se de Dele. Por isso estarão junto Dele no reino:
“Vinde, benditos do Meu Pai”.
Logo dirige-se a quem viveu sem compaixão:
“Cada vez que não ajudastes a um destes pequenos, deixastes de o fazer comigo”.
Quem se afastou dos que sofrem, afastou-se de Jesus. É lógico que agora lhes
diga: “Afastai-vos de Mim”. Segui o vosso caminho…
A nossa vida está-se a julgar agora
mesmo. Não há que esperar nenhum juízo. Agora estamos aproximando-nos ou
afastando-nos dos que sofrem. Agora estamos aproximando-nos ou afastando-nos de
Cristo. Agora estamos decidindo a nossa vida.
FonteS: http://www.ihu.unisinos.br; Fonte: http://www.periodistadigital.com/religion/;
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