A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum
convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia, a quem não
interessa a marginalização do pecador, mas a sua integração na comunidade do “Reino”;
e convida-nos, sobretudo, a interiorizar essa “lógica” de Deus, deixando que
ela marque o olhar que lançamos sobre o mundo e sobre os homens.
A
primeira leitura fala-nos de um Deus que, apesar da sua força e omnipotência, é
indulgente e misericordioso para com os homens – mesmo quando eles praticam o
mal. Agindo dessa forma, Deus convida os seus filhos a serem “humanos”, isto é,
a terem um coração tão misericordioso e tão indulgente como o coração de Deus.
O Evangelho garante a presença irreversível no mundo do “Reino de Deus”. Esse “Reino” não é um clube exclusivo de “bons” e de “santos”: nele todos os homens – bons e maus – encontram a possibilidade de crescer, de amadurecer as suas escolhas, de serem tocados pela graça, até ao momento final da opção definitiva.
A segunda leitura sublinha, doutra forma, a bondade e a misericórdia de Deus. Afirma que o Espírito Santo – dom de Deus – vem em auxílio da nossa fragilidade, guiando-nos no caminho para a vida plena.
O Evangelho garante a presença irreversível no mundo do “Reino de Deus”. Esse “Reino” não é um clube exclusivo de “bons” e de “santos”: nele todos os homens – bons e maus – encontram a possibilidade de crescer, de amadurecer as suas escolhas, de serem tocados pela graça, até ao momento final da opção definitiva.
A segunda leitura sublinha, doutra forma, a bondade e a misericórdia de Deus. Afirma que o Espírito Santo – dom de Deus – vem em auxílio da nossa fragilidade, guiando-nos no caminho para a vida plena.
ATUALIZAÇÃO
A reflexão pode fazer-se a partir dos seguintes dados:
A reflexão pode fazer-se a partir dos seguintes dados:
O
Evangelho deste domingo garante-nos, antes de mais, que o “Reino” é uma
realidade irreversível, que está em processo de crescimento no mundo. É verdade
que é difícil perceber essa semente a crescer ou esse fermento a levedar a
massa, quando vemos multiplicarem-se as violências, as injustiças, as
prepotências, as escravidões… É difícil acreditar que o “Reino” está em
processo de construção, quando o materialismo, a futilidade, o comodismo, a
procura da facilidade, o efêmero sobressaem, de forma tão marcada, na vida de
grande parte dos homens e das mulheres do nosso tempo… A Palavra de Deus
convida-nos, contudo, a não perder a confiança e a esperança. Apesar das
aparências, o dinamismo do “Reino” está presente, minando positivamente a
história e a vida dos homens.
Na
verdade, falar do “Reino” não significa falarmos de um “condomínio fechado”, ao
qual só tem acesso um grupo privilegiado constituído pelos “bons”, pelos
“puros”, pelos perfeitos”, e de onde está ausente o mal, o egoísmo e o pecado…
Falar do “Reino” é falar de uma realidade em processo de construção, onde cada
homem e cada mulher têm o direito de crescer ao seu ritmo, de fazer as suas
escolhas, de acolher ou não o dom de Deus, até à opção final e definitiva. É
falarmos de uma realidade onde o amor de Deus, vivo e atuante, vai introduzindo
no coração do homem um dinamismo de conversão, de transformação, de
renascimento, de vida nova.
Neste
Evangelho temos também uma lição muito sugestiva sobre a atitude de Deus face
ao mal e aos que fazem o mal. Na parábola do trigo e do joio, Jesus garante-nos
que os esquemas de Deus não preveem a destruição do pecador, a segregação dos
maus, a exclusão dos culpados. O Deus de Jesus Cristo é um Deus de amor e de
misericórdia, sem pressa para castigar, que dá ao homem “todo o tempo do mundo”
para crescer, para descobrir o dom de Deus e para fazer as suas escolhas. Não
percamos nunca de vista a “paciência” de Deus para com os pecadores: talvez
evitemos ter de carregar sentimentos de culpa que oprimem e amarguram a nossa
breve caminhada nesta terra.
A
“paciência de Deus” com o joio convida-nos também a rejeitarmos as atitudes de
rigidez, de intolerância, de incompreensão, de vingança, nas nossas relações
com os nossos irmãos. O “senhor” da parábola não aceita a intolerância, a
impaciência, o radicalismo dos “servos” que pretendem “cortar o mal pela raiz”
e arrancar o mal (correndo o risco de serem injustos, de se enganarem e de
meterem mal e bem no mesmo saco). Às vezes, somos demasiados ligeiros em julgar
e condenar, como se as coisas fossem claras e tudo fosse, sem discussão, claro
ou escuro… A Palavra de Deus convida-nos a moderar a nossa dureza, a nossa
intolerância, a nossa intransigência e a contemplar os irmãos (com as suas falhas,
defeitos, diferenças, comportamentos religiosa ou socialmente incorretos) com
os olhos benevolentes, compreensivos e pacientes de Deus.
Convém
termos sempre presente o seguinte: não há o mal quimicamente puro de um lado e
o bem quimicamente puro do outro… Mal e bem misturam-se no mundo, na vida e no
coração de cada um de nós. Dividir as nações em boas (as que têm uma política
que serve os nossos interesses) e más (as que têm uma política que lesa os
nossos interesses), os grupos sociais em bons (os que defendem valores com os
quais concordamos) e maus (os que defendem valores que não são os nossos), os
indivíduos em bons (os amigos, aqueles que nos apoiam e que estão sempre de
acordo conosco) e maus (aqueles que nos fazem frente, que nos dizem verdades que
são difíceis de escutar, que não concordam conosco)… é uma atitude simplista,
que nos leva frequentemente a assumir atitudes injustas, que geram exclusão,
marginalização, sofrimento e morte. Mais uma vez: saibamos olhar para o mundo,
para os grupos, para as pessoas sem preconceitos, com a mesma bondade,
compreensão e tolerância que Deus manifesta face a cada homem e a cada mulher,
independentemente das suas escolhas e do seu ritmo de caminhada.
(OBS: No site olhar www.olharjornalistico.com.br você vai ver um
link: A PALAVRA DE JESUS CRISTO do site dos dehonianos).
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