ORDEM TERCEIRA DE LIMEIRA/SP.
Encontro sobre a Espiritualidade Carmelitana.
Dias 28 e 29 de junho-2014.
Com Frei Petrônio de Miranda, 0. Carm
(E-mail do Frei: missaodomgabriel@bol.com.br)
1º Tema: Obediência e Castidade na vida do
Terceiro Carmelita.
O espírito da Ordem é,
naturalmente, a observância da regra. Um terceiro, sendo uma pessoa religiosa,
vivendo os desafios do dia a dia, procura seguir Jesus Cristo e contrai deveres
diante de Deus, deveres sérios, sagrados e, por isso é obrigado a cumpri-los
sob pena de exclusão da fraternidade. A vida de um terceiro é, por isso,
diferente da vida de um leigo ou leiga não consagrado (a).
Para
o leigo Carmelita, o voto de obediência se intitula primariamente para
aceitação da obediência dos estatutos da regra e da Província Carmelitana de
Santo Elias. Como um ponto de clareza, o voto da obediência não significa que
se torna submisso. Entretanto, ele realmente implica cultivar uma atitude de
legitimidade tanto quanto um sério compromisso com os pedidos do diretor
provincial em assuntos relacionados com a vida de um leigo Carmelita, como
consolidar na regra e estatuto do Sodalício. Pela virtude do voto de
obediência, o terceiro carmelita deve obedecer aos superiores da ordem e o
assistente espiritual do grupo em tudo que é pedido a eles a fazer, de acordo
com a regra para sua própria vida espiritual.
A obediência é a alma da vida do
terceiro e da terceira carmelita; é o caminho mais seguro e mais curto para
chegarmos à Santidade; é de todos os meios, mais eficaz para domarmos as nossas
paixões; para submetermos e sujeitarmos a nossa vontade a vontade de Deus e
para nos imolarmos inteiramente à sua gloria. Santa Teresa dizia a suas
religiosas: - “Eu olho, como a graça mais preciosa, passar um só dia no exercício
da humildade e da obediência, do que passar muitos dias em oração contínua... A
alma não terá vantagens das longas orações, sem obediência e caridade”...
A obediência e a humildade são
tanto mais admiráveis quanto mais elevadas são por natureza, as pessoas que
obedecem e se humilham, e quanto mais baixo se colocam por sua livre escolha. A obediência e a humildade são a base
essencial de todo o edifício espiritual, a guarda de toda a virtude, de tal
modo que, sem elas, a virtude se corrompe e não passa duma impostura. A
obediência é para nós, cristãos, e, principalmente para nós terceiros, uma
coisa séria para chegarmos à presença de Deus.
Obediência
não significa que a pessoa deva perder ou abdicar a sua vontade. Significa, ao
contrário, ativar a própria vontade ao máximo, até ela estar em conformidade
total com a vontade de Deus. Deste modo, a pessoa imita a Jesus que disse:
"Nada faço por mim mesmo, mas falo como me ensinou o Pai... Faço sempre o
que lhe agrada" (JO 8,28-29; JO 3,11; 8,38). "Quem me vê, vê o
Pai!" (Jo 14,9).
Foi por obediência que Jesus
morreu na cruz. Foi por obediência que o profeta Elias encontrou com o senhor
Deus, (1º Reis, 19, 9-14). Foi por obediência que Santa Teresinha do Menino
Jesus encontrou o caminho da santidade no Carmelo de Lisieux, na França. Graças
à obediência São Pedro lançou as redes ao mar. (Lc 5, 5). Enfim, foi através da
promessa da obediência que nós, frades, freiras, leigos e leigas carmelitas,
nos consagramos a Deus. Portanto,
quebrar tal compromisso é afirmar que estamos fora desta família mariana e
Eliana.
Castidade.
A Castidade é
vivida de maneira diferente de acordo com o estado de vida que a pessoa tiver
escolhido: casada ou solteira. Para todos, significa viver o amor em plenitude. A vivência da castidade ajuda a
pessoa a estar disponível para Deus e para os irmãos e as irmãs e, assim, ser
um sinal do futuro que Deus oferece a todos. Não significa que a pessoa não
casada deva viver frustrada ou complexada, como se não fosse plenamente humana.
Pelo contrário! Significa ativar a amizade e o amor ao máximo, a ponto de poder
irradiar o amor de Deus para todos com que convive. Deste modo, a pessoa imita
a Jesus que disse: "Não chamo vocês de empregados, porque o empregado não
sabe o que faz o seu patrão; mas eu chamo vocês de amigos, porque tudo que ouvi
do meu Pai dei a conhecer a vocês!" (JO 15,15).
O voto de castidade para um leigo Carmelita está baseado não
apenas em uma promessa- promessas muitas vezes se quebra. Não, o nosso compromisso
evangélico vai mais além, ele tem uma profunda obrigação espiritual carmelitana
para cumprir a Lei de Deus do 6º- mandamento, “Não pecar contra a castidade” e do 9º, “Não desejar a mulher do próximo”. Tendo como pano de fundo a
vivência de tais mandamentos, o terceiro e terceira carmelita dedica esta
finalidade de uma maneira especial a Deus e a Nossa Senhora. Em outras
palavras, a profissão da promessa do voto de castidade é um sério compromisso
que se faz a Deus para observar a regra da Ordem dos leigos Carmelitas até a
morte!
Entre os
conselhos finais que São Paulo dá a Timóteo, na primeira carta que lhe
escreveu, está o seguinte: Conserva-te puro ou, “torna censurável por terem
rompido o seu primeiro compromisso”. (1Tm 5, 12).
Os Terceiros do Carmo têm seu
estímulo na pureza da Virgem Maria- A Senhora do Carmelo, que procuram
glorificar por um voto feito a Deus. Quando a gloria de Maria foi a sua pureza
virginal, a castidade dos Terceiros deve ser também a sua gloria.
Se casado-como casado ele vive
casto e puro, no próprio uso dos direitos que lhe são concedidos pelo santo
matrimônio, ele comporta-se como pessoa espiritual; o sacramento do matrimônio,
mesmo nos justos direitos que lhe são permitidos.
Se solteiro-como solteiro ele se comporta diante de si
mesmo e dos demais como pessoa espiritual, casta e pura, torna-se até muito
mais livre e desimpedida para dedicar-se a Deus e às coisas de Deus e se ele
chegar à renúncia total e livre aos direitos do matrimônio é porque ele
vislumbrou o valor, a excelência e grandeza de sua imolação. Para os Carmelitas
Seculares solteiros a castidade em seu estado é também uma prática que o
exercita na preparação para o casamento ou para a consagração total a Deus e às
causas de Deus, seja numa Ordem ou Congregação Religiosa seja por uma vida
consagrada no mundo.
Finalizamos
dizendo que a observância do voto de Obediência e da Castidade, é o comprometimento
mais certo, seguro e sério com os conselhos evangélicos, que os faz aproximar
mais perto de Cristo, modelo e exemplo do ponto de união entre nós, filhos e
filhas do Profeta Elias e Nossa Senhora do Carmo.
PARA REFLETIR:
1º Os votos de obediência e de castidade me
ajudam a viver a alegria de ser carmelita ou me torna uma pessoa insoça, açúcada demais a ponto de ser enjoativa, insuportável
e arrogante? (Lc 1, 46-56).
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