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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Retiro da Ordem Terceira do Carmo, Carmo de Minas- MG.

                                           Data: 14, 15 e 16 de fevereiro-2014.
Pregador: Frei Petrônio de Miranda, 0. Carm.
Tema: A Espiritualidade Carmelitana.
2º Texto para reflexão: A Dimensão contemplativa da vida Carmelitana.
 
           
Com efeito, desde as origens, a comunidade dos carmelitas adotou um estilo contemplativo, tanto nas estruturas como nos valores fundamentais. E tal estilo ressalta da Regra com evidên­cia. A Regra delineia uma comunidade de irmãos toda entregue à escuta orante da palavra ([1]) e assídua na celebração do louvor do seu Senhor ([2]); uma comunidade composta por pessoas que sabem deixar-se habitar e plasmar pelos valores do Espírito: castidade, pensamentos santos, justiça, amor, fé, espera da salvação ([3]), trabalho realizado na paz ([4]), silêncio que, como afirma o Profeta, é o culto da justiça e que dá sabedoria ao falar e ao agir ([5]), discernimento que é "o orientador das virtudes" ([6]).
            A tradição da Ordem sempre interpretou a Regra e o carisma fundante como expressão da dimensão contemplativa da vida, e para esta vocação contemplativa sempre se voltam os grandes mes­tres espirituais da Família Carmelitana. A contemplação começa quando nos entregamos a Deus, qualquer que seja o modo que Ele escolha para achegar-se de nós. É uma atitude de abertura a Deus, cuja presença encontramos em toda parte. A contemplação constitui, assim, a viagem interior do Carmelita proveniente da livre iniciativa de Deus, que o toca e o transforma, rumo à unidade de amor com Ele. Esta é uma experiência transformante por parte do amor de Deus, que é soberano. Este amor esvazia-nos dos nossos modos humanos de pensar, amar e agir, limitados e imper­feitos, transformando-os em divinos.
A contemplação possui ainda um valor evangélico e eclesial ([7]). O seu exercício não só é fonte da nossa vida es­piritual, mas também determina a qualidade da nossa vida fraterna e da nosso serviço no meio do Povo de Deus ([8]).
            De fato, os valores da contemplação, se vividos com fidelidade nas com­plexas vicissitudes da vida cotidiana, fazem da fraternidade carmelitana um testemunho da presença viva e misteriosa de Deus no meio do seu povo. A busca do rosto de Deus e o acolhimento dos dons do Espírito tornam a nossa fraternidade mais atenta aos sinais dos tempos, mais sensível às sementes da presença do Verbo na História, através até da visão e valorização dos fatos e dos eventos na vida da Igreja e da sociedade ([9]).     Assim, o Carmelo solidário como Jesus Cristo com os dramas e esperanças da humanidade ([10]), saberá assumir decisões adequadas para transformar a vida e fazê-la conforme com a vontade do Pai.
            Além disto, para o bem da Igreja, ajudará todos os que se sentirem chamados para a vida eremítica.

Para meditação individual.

Texto Bíblico. 1º Reis, 19, 9- 14.

2º- É possível contemplar e silenciar no barulho familiar, sonoro, audiovisual e midiático (Televisão, rádio, internet, escrita...) ou é necessário fugir a exemplo do Profeta Elias para encontrar Deus?    

1º- Segundo o mártir e beato Carmelita, vítima da Segunda Guerra Mundial, Frei Tito Brandsma, “Devemos olhar o mundo com Deus no fundo”. Diante da violência, guerra, fome, catástrofes e luta pela sobrevivência, consigo ver Deus agindo no meio dessa grande confusão ou está tudo perdido? 


    [1]  Cf Regra  c. 7.
    [2]  Cf Regra  c. 8.
    [3]  Cf Regra  c. 14.
    [4]  Cf Regra  c. 15
    [5]. Cf Regra  c.16
    [6]  Cf Regra  Epílogo
    [7]. Cf PC 7; can. 674.
    [8]. Congregação Geral de 1986, 406
    [9]. Cf. GS 41; 2º Conselho das Províncias 93
    [10]  Cf  GS 1.

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