Data: 14, 15 e 16 de fevereiro-2014.
Pregador: Frei Petrônio de Miranda, 0. Carm.
Tema: A Espiritualidade Carmelitana.
2º Texto para
reflexão: A Dimensão contemplativa da vida
Carmelitana.
Com efeito, desde as origens, a comunidade dos carmelitas
adotou um estilo contemplativo, tanto nas estruturas como nos valores
fundamentais. E tal estilo ressalta da Regra com evidência. A Regra delineia
uma comunidade de irmãos toda entregue à escuta orante da palavra ([1]) e assídua na celebração do louvor do seu Senhor ([2]); uma comunidade composta por pessoas que sabem
deixar-se habitar e plasmar pelos valores do Espírito: castidade, pensamentos
santos, justiça, amor, fé, espera da salvação ([3]), trabalho realizado na paz ([4]), silêncio que, como afirma o Profeta, é o culto da
justiça e que dá sabedoria ao falar e ao agir ([5]), discernimento que é "o orientador das
virtudes" ([6]).
A tradição da Ordem sempre
interpretou a Regra e o carisma fundante como expressão da dimensão
contemplativa da vida, e para esta vocação contemplativa sempre se voltam os
grandes mestres espirituais da Família Carmelitana. A contemplação começa
quando nos entregamos a Deus, qualquer que seja o modo que Ele escolha para
achegar-se de nós. É uma atitude de abertura a Deus, cuja presença encontramos
em toda parte. A contemplação constitui, assim, a viagem interior do Carmelita
proveniente da livre iniciativa de Deus, que o toca e o transforma, rumo à
unidade de amor com Ele. Esta é uma experiência transformante por parte do amor
de Deus, que é soberano. Este amor esvazia-nos dos nossos modos humanos de
pensar, amar e agir, limitados e imperfeitos, transformando-os em divinos.
A contemplação possui ainda um valor evangélico e
eclesial ([7]). O seu exercício não só é fonte da nossa vida espiritual,
mas também determina a qualidade da nossa vida fraterna e da nosso serviço no
meio do Povo de Deus ([8]).
De fato, os valores da contemplação,
se vividos com fidelidade nas complexas vicissitudes da vida cotidiana, fazem
da fraternidade carmelitana um testemunho da presença viva e misteriosa de Deus
no meio do seu povo. A busca do rosto de Deus e o acolhimento dos dons do
Espírito tornam a nossa fraternidade mais atenta aos sinais dos tempos, mais
sensível às sementes da presença do Verbo na História, através até da visão e
valorização dos fatos e dos eventos na vida da Igreja e da sociedade ([9]). Assim, o
Carmelo solidário como Jesus Cristo com os dramas e esperanças da humanidade ([10]), saberá assumir decisões adequadas para transformar a
vida e fazê-la conforme com a vontade do Pai.
Além disto, para o bem da Igreja,
ajudará todos os que se sentirem chamados para a vida eremítica.
Para
meditação individual.
Texto Bíblico. 1º
Reis, 19, 9- 14.
2º- É possível contemplar e silenciar no
barulho familiar, sonoro, audiovisual e midiático (Televisão, rádio, internet, escrita...) ou é necessário
fugir a exemplo do Profeta Elias para encontrar Deus?
1º- Segundo o mártir e beato Carmelita,
vítima da Segunda Guerra Mundial, Frei Tito Brandsma, “Devemos olhar o mundo
com Deus no fundo”. Diante da violência, guerra, fome, catástrofes e luta pela
sobrevivência, consigo ver Deus agindo no meio dessa grande confusão ou está
tudo perdido?
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