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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Retiro da Ordem Terceira do Carmo, Carmo de Minas- MG.

Data: 14, 15 e 16 de fevereiro-2014.
Pregador: Frei Petrônio de Miranda, 0. Carm.
Tema: A Espiritualidade Carmelitana. 

1º Texto para reflexão: Maria e o Carmelo.
Por Santa Teresinha do Menino Jesus, Carmelita.
 Gostaria de ter sido padre para pregar a respeito da Santíssima Virgem! Para que um sermão sobre Maria me agrade e me faça bem, preciso apalpar-lhe a vida real e não uma vida imaginária; eu estou certa de que sua vida real devia ser bem simples. Mostram a Santíssima Virgem inabordável, quando deveriam mostrá-la imitável; fazer sobressair suas virtudes, dizer que ela vivia de fé como nós, apresentando as provas que nos dá o próprio Evangelho onde lemos: “E eles não entenderam o que lhes disse”. E esta outra, não menos misteriosa: “E seu pai e mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam”. Essa admiração supõe um  certo espanto.
Sabemos muito bem que a Santíssima Virgem é a rainha do céu e da terra; mas ela é mais mãe que rainha; e não se deve afirmar que, por causa de suas prerrogativas, ela eclipsa a glória de todos os santos, como o sol ao surgir faz desaparecer as estrelas. Meu Deus! Como é estranho! – que a mãe obscureça a glória d seu filhos! Penso exatamente o contrário, isto é, que ela aumentará, e bastante, o esplendor dos eleitos.
O que Maria possui mais do que nós, é que ela não podia pecar, pois estava isenta da mancha original; mas, por outro lado, foi menos feliz do que nós por não ter uma Santíssima Virgem para amar. É uma doçura a mais para nós e uma doçura a menos para ela.

 

PORQUE TE AMO, MARIA![1]

Oh! eu quisera cantar, ó Mãe porque te amo,
E porque, teu nome dulcíssimo faz palpitar forte meu coração,
E porque, ao pensar em tua grandeza imensa
O medo não pode dominar-me, oh! não.
Se eu te contemplasse na glória sublime,
Ultrapassando em brilho todos os eleitos,
Nem ao menos poderia crer, que sou tua filha,
 E diante de Ti, eu abaixaria o olhar.

 

                        Para que uma criança possa amar sua mãe

                        É preciso que esta, com ela chore e partilhe sua dor.

                        O’ Rainha do meu coração, nesta terra do exílio,

                        Para atrair-me a ti, quantas lágrimas choraste!

                        Contemplando tua vida, nas páginas do Evangelho,

                        eu ouso olhar-te, e aproximar-me de Ti,

                        E crer-me tua filha, pois eu te vejo,

                        ó Mãe, mortal e sofrida como eu. [....]

 

Tu me fazes sentir, que não é impossível,

Caminhar sobre teus passos, ó Rainha dos eleitos.

Tu me tornaste visível o caminho estreito do céu,

Praticando sempre as mais humildes virtudes.

Maria, junto de Ti, eu gosto de sentir-me pequenina.

Das grandezas da terra eu vejo a vaidade.

Em casa de Isabel, que recebe tua visita,

eu aprendo a praticar a ardente caridade. [....]

 

                        Eu sei que em Nazaré, ó Virgem cheia de graças

                       Tu vives pobrezinha, nada querendo a mais.

                        Vida simples, sem êxtases, arroubamentos ou milagres.

                        O número dos pobrezinhos é bem grande sobre a terra.

                        Estes podem sem medo elevar para Ti os olhos.

                        Por vias comuns, ó incomparável Mãe,

                        Eu quero caminhar par levá-los ao céu. [....]

 

Tu me apareces, Maria, no cume do Calvário,

De pé junto da cruz, como um sacerdote no altar,

Oferecendo para apaziguar a justiça do Pai,

Teu bem amado, o Emanuel.

Um profeta o disse, ó Mãe muito amada.

“Não existe dor, semelhante à tua dor”.

O’ Rainha dos céus, permanecendo no exílio,

dás para nós todo o sangue de teu coração.

 

                        A casa de São João torna-se a tua casa,

                       O filho de Zebedeu substitui o teu Jesus, o Filho de Deus.

                        Eis o último detalhe, que me dá o Evangelho

                        Sobre Ti, ó Mãe, Virgem Maria.

                        Mas, teu profundo silêncio, ó Virgem Mãe querida,

                        Não nos revela, que o Verbo eterno, quis Ele mesmo, cantar

                        Os segredos de tua vida para encantar teus filhos

                        todos os eleitos do céu?

 

Também eu ouvirei esta doce melodia.

Também no belo céu, eu vou Te ver.

Tu que vieste sorrir-me na manhã da vida,

Vem, sorri-me ainda, ó Mãe, eis a tarde!

Eu não temo o brilho da tua suprema glória.

Contigo eu sofri, e quero agora

Cantar sobre teus joelhos, Virgem,

Porque Te amo, e repetir para sempre que eu TE AMO!

 
Para meditação individual.

Texto Bíblico. Lc 1, 30-45.

1º - Segundo Sta. Teresinha, “Maria é mais mãe que rainha”. E na sua convivência devocional a Nossa Senhora do Carmo através do Escapulário, qual o papel da Mãe de Jesus na sua vida concreta: Trabalho, família, OTC, Igreja...  




[1] Alguns trechos da última poesia de Santa Teresinha do Menino Jesus. Tradução de Sor Teresa Margarida, do Carmelo de São José, Três Pontas- MG.

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