Dom
Orlando Brandes. Arcebispo de Londrina
Folha
de Londrina, 12 de julho de 2014
A
Arquidiocese de Londrina está vivendo seu “Ano Vocacional”. O padre é tão
necessário para a sociedade como o médico, o prefeito, o professor. Isso porque
o ser humano tem uma abertura natural para Deus. A alma humana é imortal e o
ser humano é espiritual. O sacerdote é especialista de Deus, o perito nas
coisas espirituais, o mestre dos valores humanos, o médico da alma, o
representante de Jesus. Todas as religiões têm seus sacerdotes, pastores,
religiosos, gurus, diretores espirituais, guias da alma, conselheiros.
Vemos
assim que é um ato de justiça e de respeito pela pessoa humana a questão
vocacional, pois toda vocação é para a missão. O padre não é padre para si, mas
para os outros. Quanto bem o padre faz para a família, as crianças, os jovens,
os idosos. Ele é um benfeitor da humanidade.
Por
outro lado, Jesus mesmo deixou a sua Igreja nas mãos dos doze Apóstolos que Ele
mesmo educou e preparou. O padre é quem leva em frente a encarnação de Jesus.
Ele é um “outro Cristo”. É amado, chamado, consagrado e enviado pelo próprio
Jesus com a missão de ser o servidor do povo, o promotor da dignidade humana, o
portador dos meios de salvação. É homem de Deus para o povo, é o portador da
graça.
Precisamos
de padres. Isso exige que todos sejamos envolvidos na revitalização vocacional.
Sim, vamos rezar pelas vocações, mas precisamos envolver as famílias, os
jovens, as crianças, as lideranças, as pastorais, e movimentos, os párocos, o
presbitério, os religiosos e religiosas, os diáconos para deslanchar uma revolução
vocacional até conseguirmos criar uma “cultura vocacional”. Isso está exigindo
de nós um salto vocacional, um entusiasmo e uma mística vocacional até que se
organize um marketing vocacional permanente.
Em
nossa Igreja Particular esperamos chegar a uma capilaridade vocacional, uma
vocacionalização das pastorais, onde todos formaremos um “mutirão vocacional”.
Isso tem um preço: atrair a infância missionária, os coroinhas, as crianças da
Primeira Eucaristia, os catequizandos, os grupos de jovens, as universidades,
as escolas e os profissionais.
Urge
tocar nos ombros dos jovens e motivá-los no seguimento de Jesus. É preciso
apontar, falar, questionar, atrair, conquistar os vocacionados. Vocação tem
tudo a ver com atração. Os pais e os padres são os primeiros promotores
vocacionais. Promover vocações é uma urgência para toda a Igreja e uma
“prioridade presbiteral inadiável”. Um presbitério alegre e unido é propaganda
para vocações sadias, servidoras e santas.
Sem
padre não há eucaristia, apaga-se a luz do sacrário, o altar vira uma mesa
qualquer. Sem padre não há absolvição dos pecados e o povo de Deus é
prejudicado tanto na pastoral como na vida espiritual e existencial. Jesus teve
compaixão do povo porque eram ovelhas sem pastor. A Pastoral Vocacional é um
gesto de amor pela glória de Deus e de compaixão com o povo.
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