A nossa
História no Brasil começou em 1580 quando aqui chegaram, vindos de Portugal,
quatro Religiosos Carmelitas liderados por Frei Bernardo Pimentel Ord. Carm.
Sucederam-se então as fundações dos nossos conventos: em 1584 o Convento de
Olinda/PE, em 1589 o de Santos/SP, em 1590 o do Rio de Janeiro/RJ, em 1594 ode São
Paulo/SP, em 1608 ode Angra dos Reis/RJ, em 1627 o de Mogí das Cruzes/SP, em
1622 o de Vitória/ES, e em 17180 de ltú/SP.
Até
aqui, esses conventos pertenceram como Vice-Província àProvíncia Carmelitana de
Portugal e somente em 1720 constituiu-se a Província Carmelitana Fluminense que
em 1963 passou a chamar-se Província Carmelitana de Santo EIias.
A Ordem
do Carmo no Brasil cresceu muito, chegamos até a ter três Províncias: a do Rio
de Janeiro, a da Bahia e a de Pernambuco e ainda uma Vigararia, a do Maranhão.
As atividades apostólicas dos Carmelitas estenderam-se por todo o litoral de
São Luís do Maranhão até a cidade de Santos e, as suas atividades missionárias
se estenderam até o Pará e o Amazonas.
Há uma
tradição de que o imenso convento de Salvador chegou a abrigar até 100
Religiosos. Entretanto, nas épocas de Brasil-Colônia e Brasil-Império a Ordem
do Carmo passou momentos sombrios, tenebrosos, de muitos conflitos com o
envolvimento de Vice-reis, da Rainha D. Maria I, das autoridades eclesiásticas,
etc. Um dos momentos mais dolorosos de nossa História foi a proibição de
aceitar Noviços, resultado de uma
circular do Ministro da Justiça e de sua Majestade o Imperador (D. Pedro II),
que cassava a licença de entrada de Noviços nas Ordens Religiosas. Com esta
medida governamental a Ordem do Carmo experimentou os estentores da agonia.
Em 1881
havia na nossa Província apenas quatro Religiosos nos conventos da Lapa, de
Angra dos Reis e de Mogí das Cruzes. Os conventos de Belém do Pará, Itú, Santos
e Vitória estavam sem Carmelitas. A situação era tão dramática e desoladora que
o Papa Leão XIII em 1891 submeteu as Ordens Religiosas do Brasil à inteira
dependência dos Prelados Diocesanos tanto no temporal como no espiritual. Foi
então que o internúncio apostólico confiou aos Beneditinos Belgas a restauração
dos mosteiros Beneditinos do Brasil; aos Franciscanos da Alemanha a restauração
dos conventos Franciscanos e aos Carmelitas Espanhóis a restauração dos
conventos Carmelitas: A 15 de novembro de 1889 aconteceu a Proclamação da
República no Brasil, D.Pedro II e a Família Real retornaram a Portugal. Foi
decretada a separação entre a Igreja e o Estado e as Ordens Religiosas
receberam a autorização do governo de fundar conventos, abrir noviciados e
administrar os seus próprios bens.
Em 1892
governava o Brasil o Marechal Floriano Peixoto de quem herdamos este feliz
pronunciamento: “Não é nem pode ser intenção do Governo da República apossar-se
dos bens que a piedade dos fiéis doou as Ordens Religiosas, mas não lhe pode ser
indiferente vera decadência em que se acham; trate a Santa Sé de reformá-las e
conte com o meu apoio”! Com estas palavras,
o Marechal Floriano Peixoto deu um
belo testemunho de bom senso de Magistrado do Governo Brasileiro.
Em
1893, iniciaram-se os entendimentos entre o Pe. Geral Aloísio Maria Galli e o
Provincial espanhol Frei Anastácio Borras. Deste entendimento resultou a vinda
da Espanha de seis Religiosos Carmelitas, liderados por Frei Joaquim Maria
Guarch; isso aconteceu a 08 de agosto de 1894. Além deste primeiro grupo,
sucederam-se outros grupos Religiosos espanhóis entre sacerdotes, professos e
irmãos leigos, totalizando 21 Religiosos espanhóis que muito se empenharam em
restaurar o Carmelo Brasileiro nas três Províncias: a Fluminense, a da Bahia e a
de Pernambuco.
De 1894
a 1904, muita coisa aconteceu no Carmelo Brasileiro; dificuldades inúmeras de
relações em que estiveram envolvidos: a Santa Sé, a Província Espanhola, os
Religiosos Carmelitas do Rio de Janeiro, da Bahia, de Pernambuco, etc. Até que
em abril de 1904, num Capítulo Provincial da Espanha foi resolvido que os
Carmelitas espanhóis deixariam o Rio de Janeiro e a Bahia e iriam a Recife. Em
junhode 1904, iniciaram-se os entendimentosentre o Pe. Geral Frei Pio Mayer e o
Provincial holandês Frei Lamberto Smeets; ficou decidido que a Província
Carmelita da Holanda iria assumir a Missão de continuar a restauração da
Província Fluminense.
A 31 de
outubro de 1904 seis sacerdotes e dois irmãos leigos, tendo como superior o
Frei Cirilo Thewes, embarcaram em Antuérpia, Bélgica, num vapor alemão; quatro
deles desembarcaram em Salvador e alguns dias depois seguiram para o Rio de
Janeiro e na madrugada do dia 27 de novembro, os outros quatro aportaram no Rio
de Janeiro. No mesmo dia, 27 de novembro de 1904, Frei Eliseu Duran por
delegação do Pe. Geral, Frei Pio Mayer, entregou a Província Carmelitana
Fluminense aos Carmelitas holandeses que, com muita dedicação se atiraram à
penosa missão de dar continuidade ao zeloso trabalho iniciado pelos Carmelitas
espanhóis: restaurar a Província Carmelitana Fluminense. A 27 de novembro a
Província Carmelitana de Santo Elias procederá à abertura do Centenário de
Restauração de nossa Província.
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