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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Carmelo: Crescer na Fraternidade: Dia de Espiritualidade em Vicente de Carvalho/RJ, com Frei Petrônio de Miranda.

ORDEM TERCEIRA DE VICENTE DE CARVALHO/RJ.
Dia de Espiritualidade Carmelitana. 09 de maio -2015.
Com Frei Petrônio de Miranda, O.Carm
(E-mail do Frei: missaodomgabriel@bol.com.br)
Carmelo: Crescer na Fraternidade.


No âmbito do Carmelo salientemos a ênfase sempre mais crescente sobre o valor teológico da fraternidade. A fraternidade vem sendo entendida, cada vez mais, como o leito e o núcleo do carisma carmelita.
             Chamados a viver vida de fraternidade, precisamos lutar para que a Ordem Terceira do Carmo seja prova concreta de que a fraternidade é possível. Fraternidade, que nasça da escuta e da meditação da Boa Nova e que leve a tornar mais humana à vida, a unir as pessoas, apesar de certas divergências, conseguindo ser assim uma presença do Evangelho. E é desta maneira que a nossa Ordem Terceira do Carmo se transforma em sinal de esperança, que fazem os pobres dizer a nosso respeito o que a viúva de Sarepta dizia ao Profeta Elias: “Agora sei que és um homem de Deus e que a Palavra de Deus está realmente sobre a tua boca” (1Rs 17,24).
Na Igreja fomos gerados como Família Carmelitana pelo Espírito Santo, mediante a experiência de um grupo de penitentes, peregrinos, eremitas, no contexto do grande movimento europeu, medieval, para recuperação da Terra do Senhor.
            O Espírito de Vida nos tornou fecundos quanto aos valores fundamentais da fraternidade evangélica: escuta e anúncio da Palavra, oração assídua, comunhão de bens, reconciliação fraternal, serviço recíproco e aos pobres, luta espiritual e empenho de libertação dos oprimidos, discernimento, solidariedade com todos os homens, esperança operante.
A atitude contemplativa para com o mundo em volta de nós, que nos faz descobrir Deus presente nas nossas experiências cotidianas, leva‑nos a encontrá‑Lo especialmente nos nossos irmãos. Desta maneira somos guiados a valorizar o mistério das pessoas que estão próximas de nós e com as quais compartilhamos a nossa vida.
A nossa Regra nos quer irmãos fundamentalmente e nos recorda como a qualidade dos relacionamentos e relações interpessoais, que caracterizam a vida da comunidade do Carmelo, deve desenvolver‑se segundo o exemplo inspirador da primitiva comunidade de Jerusalém. Ser irmãos significa para nós crescer na comunhão e na unidade, na superação das distinções e privilégios, na participação e na corresponsabilidade, na partilha dos bens, do projeto comum de vida e dos carismas pessoais; significa, também, atenção ao bem‑estar espiritual e psicológico das pessoas, percorrendo os caminhos do diálogo e da reconciliação. Estes valores da fraternidade se exprimem e encontram a sua força na Palavra, na Eucaristia e na Oração.
Na Palavra ouvida, rezada e vivida no silêncio, na solidão e em comunidade), especialmente na forma da "lectio divina", cada dia os Carmelitas são levados ao conhecimento e experiência do mistério de Jesus Cristo. Animados pelo Espírito e radicados em Cristo Jesus, nEle permanecendo dia e noite, eles inspiram na Palavra de Jesus todas as suas opções e o seu agir.
Os irmãos, inspirados pela Palavra e em comunhão com toda a Igreja, celebram juntos os louvores do Senhor e convidam outros a compartilhar da sua experiência de oração.
Para Frei Tito Brandsma, Carmelita, Jornalista e Mártir da Segunda Guerra Mundial (*1881 + 1942), era muito forte a vivência da fraternidade, quer no âmbito interno da Comunidade, quer no âmbito externo de suas relações apostólico-profissionais. Afirmava que, para ele, a vida comunitária era indispensável a fim de restaurar as forças para os diversos compromissos. Na comunidade revelava-se cheio de ânimo, acolhimento bondade, solidariedade. Era bastante leal e pronto a reconhecer os próprios limites e também os valores da tradição, tanto junto aos co-irmãos, como junto às demais categorias de sua convivência (judeus, protestantes, ateus, imigrantes).
Era um homem sem fronteiras e sem defesas, porém audaz, perseguindo sempre as vias da reconciliação com todos. Pelo fato de viver pacificado por Deus interiormente, não tinha medo de abrir a porta do próprio coração e da própria casa que se tornou um lugar comum de encontros fraternos. “O amor ganhará o coração dos pagãos”, afirmava, acrescentando que como assim se dizia dos primeiros cristãos, também se deveria dizer novamente dos cristãos de seu tempo. Seu amor fraterno o faz superar toda barreira de religião, de partido, de nação. Todos para ele eram considerados companheiros e irmãos.

Vida Comunitária e Oração.
Na primitiva comunidade cristã, a oração em comum era um distintivo específico. O livro dos Atos é um testemunho eloquente do espírito dessas comunidades. "Eram constantes em escutar o ensinamento dos apóstolos e na comunidade de vida, no partir do pão e nas orações”... (Atos, 2, 42-47).
É claro supor que ao costume judaico de escutar a palavra de Deus e de cantar salmos, acrescentavam a nova modalidade cristã de celebrar juntos a eucaristia. Com certeza os primeiros cristãos, doutrinados pelos apóstolos, tiveram em conta a insistência de Jesus no sentido de que vivessem unidos em um só coração e uma só alma. Recordariam também a forma de orar que o Mestre ensinara aos seus discípulos. O Pai Nosso é uma prece claramente comunitária. Não podiam referir-se a Deus no singular, mas tão só em grupo, no plural.
 Aparece evidente que os primeiros cristãos tiveram o costume de orar e de juntar-se para falar de Deus e para falar com Deus, na referência que Paulo faz aos Romanos, quando, escrevendo de Corinto, lhes anuncia o desejo de visitá-los: "Desejo ver-vos para comunicar-vos algum dom espiritual, para confirmar-vos, ou melhor, para consolar-me convosco e pela mútua comunicação de nossa fé comum" (Rom. 1, 11-12). Este renascer da oração comunitária surge paralelamente ao movimento de revalorização das comunidades em si mesmas e em todos os níveis. O Concílio Vaticano II é consciente disso e assim testemunha: A vida pessoal é incompleta sem a relação interpessoal: "O homem é, com efeito, um ser social e não pode viver nem realizar suas atividades sem relacionar-se com os demais" (G.S. 12). Isto mesmo deve afirmar-se a respeito da oração.
            Os bispos da América Latina, por sua vez, o asseveram explicitamente: "Além de buscar a oração íntima tende-se de modo especial para a oração comunitária, com comunicação da experiência de fé, com discernimento sobre a realidade, orando juntamente com o Povo (Puebla, 727).
Para meditação individual.
Texto Bíblico. (Atos dos Apóstolos. 4, 32-37).
1º- Somos da Ordem Terceira do Carmo ou um grupo de amigos?
2º- A nossa fraternidade carmelitana tem um olhar para o sofrimento do próximo ou para nós mesmos?

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