“A
santidade é maior que os escândalos”. Esta, segundo a revista da diocese
RomaSette, foi a mensagem do Papa aos seus párocos nesta segunda-feira na
Basílica de São João de Latrão. O encontro, que havia sido solicitado depois da
eleição, começou às 10h e terminou às 12h30. Antes que o Papa respondesse às
perguntas dos párocos, o vigário Agostino Vallini fez uma saudação. Fonte:
http://bit.ly/18okSBs . A
reportagem está publicada no sítio Vatican Insider, 16-09-2013. A tradução é de
André Langer.
Segundo
indica a RomaSette, o Papa Francisco falou com seus párocos e respondeu às suas
perguntas levando em conta os “gravíssimos problemas da Igreja” com lucidez,
“mas sem pessimismo”. “A Igreja não desmorona – disse. A Igreja nunca esteve
tão bem como hoje, é um momento bonito da Igreja, basta ler sua história. Há
santos reconhecidos inclusive pelos não católicos (pensemos na Beata Teresa),
mas há uma santidade cotidiana de muitos homens e mulheres, e isto dá
esperança. A santidade é maior que os escândalos”.
Um
encontro, refere a revista da diocese, marcado pela narração de algumas
experiências da vida do atual Papa em Buenos Aires e pelo pedido de orações,
pois em breve será o aniversário da sua ordenação episcopal (21 de setembro). O
Papa Francisco convidou os sacerdotes que encheram a basílica a retornar ao
“primeiro amor”, ao primeiro olhar de Jesus.
“Quando
um sacerdote está em contato com o seu povo, se cansa”, disse Francisco, mas,
explicou, diante deste cansaço a única resposta é Jesus: ir com os pobres,
anunciar o Evangelho e seguir em frente. Claro, ajuda muito “a oração diante do
Tabernáculo, a proximidade com os outros sacerdotes e a proximidade com o
bispo”. A lembrança de momentos como o início da vocação, a entrada no
seminário, a ordenação sacerdotal são fundamentais: “a memória é o sangue na
vida da Igreja”.
O
Papa Francisco criticou severamente os que em uma paróquia se preocupam mais
com o dinheiro para um certificado do que pelo sacramento em si. Com esta
atitude só “afastam as pessoas”. Requer-se, ao contrário, a “acolhida cordial:
que aqueles que vierem à Igreja se sintam em sua casa. Se sintam bem. Que não
sintam que estão sendo exploradas”. “Certa vez um sacerdote, não da minha
diocese, mas de outra – contou Bergoglio – me dizia: ‘Mas eu não faço pagar
nada, nem sequer as intenções das Missas. Tenho aí uma caixa e se eles dixam
aquilo que querem. Mas, padre, temos quase o dobro do que tinha antes! Porque
as pessoas são generosas, e Deus abençoa estas coisas’”. Se, ao contrário, “as
pessoas veem que há um interesse econômico”, então “se afastam”.
Ao
responder a uma das perguntas dos sacerdotes, Bergoglio respondeu que
continuava se sentindo “padre. De verdade. Eu me sinto padre, sacerdote, é
verdade, bispo... Me sinto assim. E agradeço ao Senhor por isto”. “Teria medo
de sentir-me um pouco mais importante, não? Isto sim, tenho medo disto, pois o
diabo é esperto, eh!, é esperto e te faz sentir que agora tu tens poder, que tu
podes fazer isto, que tu podes fazer aquilo...mas sempre girando, girando em
volta, como um leão – assim diz São Pedro, não! Mas graças a Deus, isto não
perdi, ainda, não? E se vocês virem que eu perdi isto, por favor, me digam e se
não puderem me dizer privadamente, digam publicamente, mas digam: ‘Olha,
converte-te!’, porque está claro, não?”.
Em
relação às indicações do Papa aos seus párocos, RomaSette indicou a “acolhida”
dos casais em segunda união e a corajosa e criativa decisão de se dirigirem às
“periferias existenciais”. Uma acolhida, destaca a revista, que se deve exercer
na verdade. “Dizer sempre a verdade”, sabendo que “a verdade não acaba na
definição dogmática”, mas que se insere no “amor e na plenitude de Deus”. Por
isso, o sacerdote deve “acompanhar”.
Francisco
também convidou os sacerdotes do clero romano para empreenderem “caminhos
corajosamente criativos”. E citou alguns exemplos que viveu pessoalmente em
Buenos Aires, como a abertura de algumas igrejas durante o dia todo e com a
disponibilidade de um confessor ou a criação de “cursos personalizados” para os
casais que querem se casar, mas que não podem frequentar os cursos de noivos
porque trabalham até tarde. A prioridade, no entanto, segue sendo “as
periferias existenciais”, que também são “as das famílias”, sobre as quais
falou em muitas ocasiões Bento XVI, sobretudo em relação às segundas uniões.
Nossa tarefa, disso o Papa, é “encontrar outro caminho, na justiça”.
Fonte:
http://www.ihu.unisinos.br
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