Marcel Domergue.
Viver o presente com sentido
De
jeito nenhum o evangelho aprova o roubo ou a fraude. Ele chama a atenção para a
astuta e rápida ação do administrador diante das necessidades do futuro.
Preocupado, o administrador percebe a situação de risco na qual ficará. Isso o
leva a agir decididamente no presente.
Podemos
nos lembrar da primeira bem-aventurança do programa de vida de Jesus:
"Felizes de vocês os pobres, porque o Reino de Deus lhes pertence"
(Lc 6, 20).
Jesus dizia aos discípulos:
“Um
homem rico tinha um administrador que foi denunciado por estar esbanjando os
bens dele. Então o chamou, e lhe disse: ‘O que é isso que ouço contar de você?
Preste contas da sua administração, porque você não pode mais ser o meu
administrador’. Então o administrador
começou a refletir: ‘O senhor vai tirar de mim a administração. E o que vou
fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. Ah! Já sei o
que vou fazer para que, quando me afastarem da administração tenha quem me
receba na própria casa’. E começou a chamar um por um os que estavam devendo ao
seu senhor. Perguntou ao primeiro: ‘Quanto é que você deve ao patrão?’ Ele
respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pegue a sua conta,
sente-se depressa, e escreva cinquenta’. Depois perguntou a outro: ‘E você,
quanto está devendo?’ Ele respondeu: "Cem sacas de trigo’. O administrador
disse: ‘Pegue a sua conta, e escreva oitenta’.
E
o Senhor elogiou o administrador desonesto, porque este agiu com esperteza. De
fato, os que pertencem a este mundo são mais espertos, com a sua gente, do que
aqueles que pertencem à luz.
“E eu lhes declaro: Usem o dinheiro injusto
para fazer amigos, e assim, quando o dinheiro faltar, os amigos receberão vocês
nas moradas eternas. Quem é fiel nas
pequenas coisas, também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas pequenas,
também é injusto nas grandes. Por isso, se vocês não são fiéis no uso do
dinheiro injusto, quem lhes confiará o verdadeiro bem? E se não são fiéis no que é dos outros, quem
lhes dará aquilo que é de vocês? Nenhum empregado pode servir a dois senhores,
porque, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro.
Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”.
(Correspondente
ao Domingo 25º do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico).
Locutora: Evlyn ZilchViver o presente com sentido
O
evangelho de hoje nos apresenta uma enigmática parábola, difícil de compreender
e por isso também difícil de comunicar.
A
parábola tem como finalidade narrar uma historia que leva a uma lição. Então o
que importa é a lição ou mensagem edificante que ela quer comunicar e não tudo
o que nela se narra.
A
pergunta que precisamos nos fazer, ao "escutar" esta parábola, é:
Qual é a Boa Nova que Jesus nos quer dizer com dela?
Desta
maneira, Jesus quer chamar a atenção de seus discípulos/as sobre como vivem seu
tempo presente. Todos/as temos um tempo para viver nesta vida, na qual
construímos nossa eternidade, a pergunta decisiva é: Que eternidade estamos
construindo?
Para
viver este tempo presente, o evangelho nos dá uma segunda orientação:
"Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro".
Lucas
apresenta com clareza que o caminho do Reino é a partilha, a solidariedade. A
felicidade está em doar nossa vida, colocar à disposição dos outros nossos bens
humanos e materiais, para contribuir, assim, na construção de uma sociedade, de
um mundo sustentável.
Como
dizia Madre Teresa de Calcutá , "Ninguém é tão pobre que não tenha algo
para dar, nem tão rico que não precise receber".
O
evangelho nos alerta a não sermos servos do dinheiro. Mas não podemos esquecer
que vivemos num sistema capitalista, neoliberal que tem como motor o
consumismo, um consumo para "mim", e tudo pode ser comprado até as
próprias relações!
Este
sistema que gera cada vez mais excluídos, mais pessoas
"descartáveis", porque não tem as condições mínimas nem econômicas,
nem educacionais para "entrar" nesse mundo, exclui Deus também!
Podemos
nos perguntar então onde Deus está. Que sinais de sua Presença achamos ao nosso
redor? É possível administrar nossos bens, nossa economia para que se humanize?
Poderíamos
citar aqui algumas propostas de projetos econômicos alternativos como, por
exemplo, o de Economia Solidária , produção coletiva de geração de trabalho e
renda.
Falar
de Economia Solidária significa falar em tudo o que ela representa de
oportunidades, de uma cultura de solidariedade, de retomada de laços afetivos
no trabalho, de autogestão, enfim, um novo jeito de se fazer economia e uma
nova cultura do trabalho.
O
tempo que vivemos desafia aos cristãos/ãs a ser criativos/as na ousadia de
colocar na prática o evangelho em todas as áreas e dimensões da vida.
Sabendo
como disse Jesus que "quem é fiel nas pequenas coisas, também é fiel nas
grandes; e quem é injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes. E se não
são fiéis no que é dos outros, quem lhes dará aquilo que é de vocês?".
Oração
Ensinamento
Minha
mãe achava estudo
A
coisa mais fina do mundo.
Não
é.
A
coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele
dia de noite, o pai fazendo serão,
Ela
falou comigo:
"Coitado,
até essa hora no serviço pesado".
Arrumou
pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não
me falou em amor.
Essa
palavra de luxo.
Adélia Prado.
Fonte: http://www.cebi.org.br
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