Jardel Santana
Hoje
(18/06), infelizmente (ou será felizmente?) foi aprovado na Comissão de
Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, o projeto
popularmente conhecido como "Cura Gay”, o qual visa sustar dois trechos da
resolução 001/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). O primeiro afirma que
"os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham
tratamento e cura das homossexualidades" e o segundo determina que
"os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos
públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos
sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer
desordem psíquica".
Confesso
que fiquei surpreso, não com a aprovação em si, pois isso já era esperado,
considerando que a CDHM é composta, majoritariamente, por fundamentalistas
religiosos. O que me deixou surpreso foi a votação ter ocorrido hoje, após as
manifestações de ontem (17/06).
Sinceramente,
até gostei da notícia (algumas pessoas pensarão que sou favorável à "Cura
Gay”, não sou! Mesmo porque não há cura para o que não é doença). Gostei, pois
somente assim o projeto sai da CDHM (comissão que já há alguns meses deixou de
representar verdadeiramente os Direitos Humanos e as Minorias) e, portanto,
poderemos pressionar para que não passe nas demais comissões (Seguridade Social
e Constituição e Justiça) e muito menos no plenário.
Outro
ponto positivo que percebo na aprovação, é o fato de que agora o presidente da
CDHM, provavelmente, não estará tanto na mídia, quanto vinha estando (é óbvio
que devemos esperar algumas estratégias dele e é por isso que agora devemos
lutar ainda mais para sua saída da CDHM). Ele colocar o projeto em pauta e em
cima da hora retirar, como vinha fazendo, era estratégia para chamar atenção,
estratégia que foi ficando desgastada, tanto que para ele voltar a ter
visibilidade, usou de artimanhas regimentais irregulares para colocar a matéria
em discussão, conforme afirmou um dos deputados da CDHM. Exemplo de que essa
era uma estratégia de Feliciano para manter-se na mídia, é a afirmação do
deputado Simplício Araújo (PPS-MA), o qual afirmou que "Esse projeto é eleitoreiro,
não atinge o clamor das multidões que tomam as ruas".
Fazendo
alusão a um texto publicado aqui no Miraculoso
(http://www.miraculoso.com.br/brasil/378-agradeco-pelo-aumento), espero
futuramente agradecer a aprovação do projeto na CDHM. Espero que com essa
aprovação, assim como ocorreu com o aumento da passagem em São Paulo e que
desencadeou uma onda de protestos país afora, as entidades de Direitos Humanos
e de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTTT)
se mobilizem ainda mais, não apenas virtualmente e nem protestando somente na
porta do Plenário da CDHM, mas que intensifiquem ainda mais os atos/protestos,
principalmente nas ruas, que voltemos a nos mobilizar nacionalmente contra o
fundamentalismo religioso, nas ruas e nas praças.
(Algumas
informações foram obtidas de reportagem disponível em http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1297075-proposta-sobre-cura-gay-e-aprovada-em-comissao-presidida-por-feliciano.shtml).
Fonte:
http://www.adital.com.br/
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