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sexta-feira, 21 de junho de 2013

‘Cura Gay’


Jardel Santana

          Hoje (18/06), infelizmente (ou será felizmente?) foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, o projeto popularmente conhecido como "Cura Gay”, o qual visa sustar dois trechos da resolução 001/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). O primeiro afirma que "os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades" e o segundo determina que "os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica".
          Confesso que fiquei surpreso, não com a aprovação em si, pois isso já era esperado, considerando que a CDHM é composta, majoritariamente, por fundamentalistas religiosos. O que me deixou surpreso foi a votação ter ocorrido hoje, após as manifestações de ontem (17/06).
           Sinceramente, até gostei da notícia (algumas pessoas pensarão que sou favorável à "Cura Gay”, não sou! Mesmo porque não há cura para o que não é doença). Gostei, pois somente assim o projeto sai da CDHM (comissão que já há alguns meses deixou de representar verdadeiramente os Direitos Humanos e as Minorias) e, portanto, poderemos pressionar para que não passe nas demais comissões (Seguridade Social e Constituição e Justiça) e muito menos no plenário.
           Outro ponto positivo que percebo na aprovação, é o fato de que agora o presidente da CDHM, provavelmente, não estará tanto na mídia, quanto vinha estando (é óbvio que devemos esperar algumas estratégias dele e é por isso que agora devemos lutar ainda mais para sua saída da CDHM). Ele colocar o projeto em pauta e em cima da hora retirar, como vinha fazendo, era estratégia para chamar atenção, estratégia que foi ficando desgastada, tanto que para ele voltar a ter visibilidade, usou de artimanhas regimentais irregulares para colocar a matéria em discussão, conforme afirmou um dos deputados da CDHM. Exemplo de que essa era uma estratégia de Feliciano para manter-se na mídia, é a afirmação do deputado Simplício Araújo (PPS-MA), o qual afirmou que "Esse projeto é eleitoreiro, não atinge o clamor das multidões que tomam as ruas".
       Fazendo alusão a um texto publicado aqui no Miraculoso (http://www.miraculoso.com.br/brasil/378-agradeco-pelo-aumento), espero futuramente agradecer a aprovação do projeto na CDHM. Espero que com essa aprovação, assim como ocorreu com o aumento da passagem em São Paulo e que desencadeou uma onda de protestos país afora, as entidades de Direitos Humanos e de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTTT) se mobilizem ainda mais, não apenas virtualmente e nem protestando somente na porta do Plenário da CDHM, mas que intensifiquem ainda mais os atos/protestos, principalmente nas ruas, que voltemos a nos mobilizar nacionalmente contra o fundamentalismo religioso, nas ruas e nas praças.
Fonte: http://www.adital.com.br/

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