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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Santa Maria Madalena de Pazzi (Celebração. 25 de maio)

I- DADOS BIOGRÁFICOS
- 1566, 2 de abril: nasce em Florença.
- 1574-1578: educanda no mosteiro de S. João dos Cavalheiros.
Faz a primeira comunhão (1576)
Emite o voto privado de virgindade (1576)
- 1578, 30 de novembro: primeira manifestação extática na vila de Putignano
- 1580-1581: de novo educanda no mosteiro de S. João dos Cavalheiros
- 1581-1582: é acolhida no mosteiro de S. Jerônimo. Depois volta à casa
- 1582, agosto: período de prova no mosteiro de S. Maria dos Anjos.
- 1582, 1 de dezembro: entrada definitiva no mosteiro carmelitano.
- 1582, 8 de dezembro: início do postulantado
- 1582, 30 de janeiro: vestição.
- 1584, março: doença misteriosa.
- 1584, 27 de maio: profissão (antecipada)
- 1584, maio-julho: primeiras experiências místicas (40 dias).
- 1584, 16 de junho: curada improvisamente por intercessão da B. Maria Agnesi
- 1585, março - maio: fenômenos extraordinários intermitentes
- 1585, junho: segundo grande ciclo de êxtases (recebe 7 vezes, em várias formas, o Espírito Santo)
- 1585-1590: período de grandes provas, chamado pela Santa “a lagoa dos leões”
Saída do noviciado
Chamada a colaborar na renovação da Igreja
O dom místico sobre a Paixão
Nomeada vice-mestra das noviças (1589)
Fim das provas e dons e comunicações divinas
- 1592: longa êxtase sobre a Paixão
Nomeada sacristã (1592)
Excesso de amor: convite com som de sinos.
- 1595-1607: o “nudo patimento”
- 1607, 25 de maio: morre.

Homenagens póstumas
- 1626: é beatificada pelo papa Urbano VIII.
- 1669: é canonizada pelo papa Clemente X.

II - OS ESCRITOS
A Santa não escreve nada. O seu confessor lhe ordenou que referisse a algumas religiosas o que lhe acontecia espiritualmente. Alguns destes relatos estão escritos enquanto a Santa estava em êxtase. A Santa depois os corrigia. Foram formados cinco volumes:
- O livro dos Quarenta Dias
- O livro dos Colóquios
- O livro das Revelações e Inteligências
- O livro das Provações
- O livro da Renovação da Igreja

Existem também 27 cartas aos familiares e um opúsculo intitulado “Ensinamentos e Avisos”.

III. - EXPERIÊNCIA E DOUTRINA ESPIRITUAL: A EXTÁTICA FLORENTINA

I - Forma e fundamento dos êxtases
Analisando os escritos da Santa, é necessário saber distinguir bem entre a forma, muitas vezes improvisada, e o conteúdo das mensagens. Desejando analisar a fundo os êxtases da santa, pode-se concluir que estes são consequência de uma vida de renúncia e de oração por amor. Em sua origem, porém, se encontra uma enfermidade misteriosa que reduz suas forças ao mínimo. Ainda que haja uma intervenção divina na vida da santa, na base de tais fenômenos vamos encontrar sua debilidade, tributo pago à presença divina, pela alma fervorosa, cheia de amor incontido.
São estes os resultados de pesquisas de estudiosos (Larkin; Ancilli) que têm exami-nado tais êxtases em confronto com fenômenos de histerismo. Para um destes estudiosos “os documentos manuscritos [...] não apenas nos asseguram de forma completa a ori-gem sobrenatural do êxtase, mas oferecem elementos para uma explicação, ainda que parcial, dos mesmos fenômenos sob o enfoque psicológico [...]a psicologia do amor, unida à ação divina, oferece-nos tal explicação sobre o êxtase da santa”.
Podemos questionar o mecanismo sobre o qual ocorre e se desenvolve o fenômeno do êxtase. A alma recebe uma graça extraordinária de luz e de amor sobrenatural. A esta particular graça se preparou com uma vida de santidade e de mortificações. Assim, a alma, “presa ao amor” (1,218) perde o uso dos seus sentidos. A razão disto é que toda a sua atividade se passa no seu “cume” ou seja, na parte superior da pessoa. Conforme o ensinamento de S. Tomás, quando a alma concentra toda a sua atividade em uma das suas faculdades (intelecto ou vontade, por ex.), tem momentaneamente suspensos o exercício das demais. Isto explica porque, quem está sob o fenômeno do êxtase, vendo, não vê e tendo ouvidos não ouve;
No início do êxtase sente-se um misterioso impulso ou, como afirma a santa, uma atração em mim mesma. A esta atração segue-se um convite interior súbito e persuasivo. A alma então se eleva à contemplação dos divinos mistérios.
Durante o êxtase observam-se fenômenos particulares. Sobre este Ancilli afirma: “Os fenômenos dos movimentos e das palavras não oferecem dificuldade de compreensão, face ao princípio do amor acima enunciado (isto é, tudo se pode explicar pela presença de um amor ilimitado). A plenitude do Amor na extática era tão imediata e transbordante que a fazia expressar-se em gestos e palavras. Mas, como de outra parte estava mergulhada em sua visão, os movimentos e a as mesmas palavras escapavam à sua consciência. Eram como simples reflexos involuntários, mecânicos, em natural sin¬cronia e espontânea resposta aos movimentos da alma, transbordante de amor e de dor.

II - Doutrina
a) Visão teocêntrica da vida espiritual
A visão da vida espiritual vem apresentada como uma dúplice cena: uma que se desenvolve na eternidade e outra que se passa no tempo. A primeira introduz nos abismos da divindade, onde se encontra a explicação da segunda, a qual representa o mistério do Verbo encarnado e o caminho do homem rumo ao céu.
A explicação vem dada com base no amor que anima e une as duas situações. Deus é essencialmente amor, repete inúmeras vezes a Santa. A criação teve início como uma forma de excessivo amor e transbordante plenitude. Com o pecado, livremente cometido, a criatura se torna “incapaz de receber em si o dom de Deus” (III,144). Entretanto, só em parte, o homem perde esta capacidade, porque surge na Trindade “um novo Conselho, ou seja, nova forma de unidade e de amor” para redimir o homem mediante a Encarnação do Verbo. Um último “conselho amoroso” decide “conferir sublimes dons e graças” à criatura fiel e a “cada um segundo as próprias obras” (III, 146). Madalena desenvolve, de modo inigualável, estes temas, baseando-se de preferência sobre o segundo conselho, a obra da redenção.

b) - O Verbo encarnado
Ainda que seguindo a linha de outros místicos, Madalena afirma repetidamente (II,692: III, 59) que o Verbo teria se encarnado mesmo se o homem não tivesse pecado.  Entretanto, apresenta-se revestido de nossa carne mortal para nos redimir de nossa culpa.
O motivo único de sua vinda foi o seu grande amor, que o levou até à paixão na cruz, fazendo-o quase “esquecer-se da própria sabedoria” (III, 122,48). O Verbo nos remiu mediante a sua humanidade: “Tabernáculo de Deus” (II,95), do Espírito Santo possuído como “coisa sua” (II, 140). Aquele que não passa por esta santa humanidade não pode chegar à salvação. (II, 149). Ele é a “ponte” (II,’372), a “escada” (II, 328), o “barco que conduz ao porto” (IV, 623). O Verbo humanado, colocado entre “a ira de Deus e a iniquidade do homem” (IV, 620). Torna-se perfeito instrumento de redenção (IV, 249), que iniciada na dor foi consumada na cruz.
Nenhum tema volta com tanta frequência, na doutrina de Madalena, como a paixão cruenta e interior (mental) de Jesus, simbolizada pelo mesmo sangue, em face do qual a grande extática nutria devoção profunda. A “redenção” do homem mediante o sangue, leva a humanidade a um plano de vida superior àquele da justiça original, semelhante ao dos próprios anjos (III,281). O amor de Deus para com o homem, antes e depois da encarnação “é tão diferente como a luz o é das trevas” (II,689). A alma elevada novamente a tanta grandeza, passa a assemelhar-se a Jesus “livro da vida” (II,689). A sua se¬melhança com Deus é proporcional à semelhança com Cristo (IV, 657).

c) - A Bem-aventurada Virgem Maria
“Fortemente cristocêntrica, a piedade e a doutrina da santa é também igualmente mariana. Da Bem-aventurada Virgem Maria afirma a imaculada conceição (II 689), a san¬tidade singular “a mais santa, seja na vida presente como na eternidade” (IV, 476); a maternidade espiritual (II,79); a mediação de cada graça (III,59)”.

d) - O amor, chave e guia de tudo
O retorno do homem a Deus é concebido como a luta entre dois amores: o amor próprio e o amor divino (IV, 660-704), atraído pela humildade. A seguir, a caridade é ou¬tra virtude sobre a qual insiste. A soberba é a destruição e desunião entre Deus o ho-mem, entre o homem e o homem (II, 495). É de notável eficácia psicológica a descrição da soberba e dos outros vícios (II, 452ss); a humildade restabelece a união como mãe do amor e abertura à graça. Pode-se colocar obstáculo à liberdade - grandeza e estreiteza do homem (III, 285) - quando se deixa dominar pela soberba..
O retorno à pátria se pode fazer por dois caminhos: um largo e um estreito ou pequena senda. No primeiro caminham os seculares, no segundo os religiosos (II, 167). Numerosas são as suas descrições sobre a vida religiosa, com suas exigências e práticas específicas (muito fala sobre as renúncias ascéticas e quase nunca sobre a oração); as suas possíveis deficiências, etc.
A doutrina, mais teórica do que prática nas Êxtases, é exclusivamente prática, nos Ensinamentos. Não há nada de específico sobre o êxtase, senão o ardor e a paixão grande com que vem expressado. Se mediante as virtudes cardeais (de que vem dadas breves descrições de sabor tomístico, por ex. III,228), a alma é conduzida a Deus (IV, 378) é porém exercitando aquelas teologais que direta e intimamente a Ele se une (II,270). Toda presa pelo amor, Madalena pouco fala da fé; quase nunca da esperança. O amor do qual nos oferece algumas classificações em base à sua intensidade e aos efeitos que produz (II 438; 647; III, 1777) é a chave de todo o edifício espiritual: guia de cada momento de nossa história divina-humana: “criados por Deus por amor e com amor, é pela vida de amor que devemos retornar a Ele” (IV, 336). Somente este é critério para assinalar o progresso da alma na via do seu retorno (III,194).
É significativo o fato de que a doutrina sobre os sacramentos, em geral muito pobre, não o é a respeito da Eucaristia, o sacramento do amor. O verdadeiro amor a Deus exige o amor ao próximo: “não existe um sem o outro” (IV,690).
O aspecto apostólico do amor, sublinhado com particular cuidado, torna Madalena aberta também doutrinalmente, às preocupações dos tempos, sendo a este respeito, muito significativo, seja o V ms. sobre a Reforma da Igreja, seja em relação aos motivos dogmáticos tratados (graça, livre arbítrio, purgatório, etc.), seja enfim, a suas devoções (à humanidade de Cristo, ao anjo da guarda, às almas santas) tipicamente italianas e contra-reformistas. Mas a principal função do amor é aquela de unir a alma a Deus (II, 150, 310,etc).
A união com Deus é uma necessidade do homem em vista de sua própria felicidade (II,250, 468) e é uma exigência do amor divino, o que “não deseja nada que não seja igual a si mesmo” (III,127). A união exige profunda purificação que assimila, libertando, mediante a prática das virtudes, sobretudo da humildade-amor, que conduz ao “aniquilamento”. A alma deve “nada desejar, nada possuir, nada sentir para chegar então a compreender cada coisa” (II, 331). A intervenção de Deus, requerida pela humildade, é proporcional ao amor e é dolorosa porque purificadora e iluminadora. A alma deve recebê-la com humildade e abandono (IV, 455; II, 886, etc.). A aparente renúncia à ação, de que faz aceno nos manuscritos, não é estática apatia, mas consiste em simples desprendimento do sujeito “deixar Deus agir e lançar-se inteiramente nele, de tal forma que Deus opere nela e ela em Deus e assim, de certa forma, agindo o faz sem todavia saber que faz” (III, 169). Para chegar à transformação, em que tudo é paz no fundo da alma, apesar das lutas na superfície e na qual há um conhecimento particular de Deus gerado pelo amor , deve-se transcender qualquer forma criada, e ainda a mesma humanidade de Cristo (II, 252). A vida espiritual é, então, como um círculo, animado pelo amor, que encontra em Deus o seu ponto de partida e de chegada.

III - Influxo e atualidade
a) Elementos contra-reformistas e anti-jansenistas

A espiritualidade de Madalena deve ser enquadrada, para ser plenamente com-preendida, no ambiente histórico da Reforma Católica que teve um forte influxo no Concílio de Trento.
Nos conteúdos da doutrina da Santa encontramos relevo dos elementos contra-re-formistas e anti-jansenistas. Realmente, também se encontra presente a característica principal da contra-reforma italiana: o colocar um maior  relevo na parte que anima o de-senvolvimento no caminho da perfeição, até chegar ao próprio aniquilamento, o que só é possível com o amor de Deus. É o que a santa mesma canta sobre o amor divino, por ela provado também no próprio corpo com os estigmas dolorosos e invisíveis. Tais carac-terísticas, isto é o hino ao amor divino e os estigmas invisíveis e também dolorosos, são próprios da espiritualidade italiana da época (século XV). Como outro exemplo temos S. Felipe Neri.
Grande importância foi dada à meditação da Paixão e dos sofrimentos interiores do Cristo, que produz na alma o “compartilhar do Amor”. Sobre isto podemos encontrar exemplos nos diálogos entre a Santa e o Cristo Crucificado.
Outro elemento típico da escola italiana da época é a devoção ao Anjo da Guarda e aos Santos e, enfim o matrimônio espiritual simbolizado no anel do Esposo: os estigmas dolorosos e invisíveis, os frequentes e prolongados êxtases durante os quais a alma fala a Cristo e aos Santos. Todos estes elementos encontramos também na obra de Madalena.
Em vista da sintonia com a espiritualidade da época as obras da Santa, conhecidas fora do Mosteiro, lidas por muitos, contribuíram eficazmente para incrementar o ca-minho espiritual de muitos.

b) - Influxo da doutrina de Madalena
O influxo exercitado pela Santa, especialmente sobre a espiritualidade italiana do tempo, foi também notável: basta observar as repetidas e numerosas edições de suas obras ao final de 1611. Os seus Êxtases impressionavam profundamente e se nela se po-dia admirar a visão teocêntrica da vida espiritual que introduz nos abismos eternos da divina misericórdia e do amor. O representante mais famoso deste influxo talvez seja S. Afonso de Ligori, que em seus diversos escritos ascéticos recorre, de modo abundante, à doutrina da Santa:
Em 1800, com a divulgação das notícias bibliográficas e edições das obras, estudos e biografias, parece que ocorreu uma crise, decididamente superada atualmente. Hoje os estudiosos valorizam grandemente os aspectos cristocêntricos da sua doutrina especialmente  sua doutrina sobre a “recriação” do homem no sangue de Jesus.

IV - LEITURA DE TEXTOS

Trato e união com Deus
Mantende a vossa mente ocupada em Deus. Esta ocupação em Deus me pa-rece ser a bem-aventurança da alma na terra.
Realmente é impossível pensar atualmente em Deus... mas estar sempre unida com Deus, tendo sempre  a Ele em vista, isto e possível; porque se quando trabalhais para ele, quando vos fatigais, fatigai-vos para ele, para agradar a ele e dar a ele gloria e para honrar a ele, isto é estar sempre unida a Deus.
Diz que com o conhecimento de Deus faremos com ele uma estreita amizade e ele nos trata como seus íntimos: então nós e ele faremos como fazem os amigos íntimos. Em primeiro lugar os amigos se contemplam um ao outro com grande amor... assim faz Deus que nos olha continuamente com grande amor: e nós olhamos a ele... Os amigos costumam contar-se mutuamente os seus segredos; assim Deus manifesta a eles todos os seus segredos e eles manifestam a Ele os seus por não confiar em outros senão nele.
Nós (monjas) somos chamadas a cousas maiores, somos chamadas a uma vida maior, a qual não é de Marta nem de Maria separadas, porque no amor estão contidas uma e outra juntas.
Amar tudo e levar a amar, observando principalmente quanto isto agrada a Deus e quanto importa atender as obras internas e tratar interiormente com Deus... Os santos padres (da Ordem)... tiveram mais atenção  para a perfeição interior do que para  a penitência e cousas externas... Eu vejo a meu Deus!... Ele tem duas línguas: uma das quais é o louvor de Deus e a outra é a caridade e as duas clamam ao mesmo tempo. O que estou a ouvir, meu Senhor? A uma me obriga a minha profissão e a outra tu me a mandas estritamente.
Como Maria foi um meio entre Deus e o homem, nos sejamos meio entre este Deus e o homem pelo zelo e desejo contínuo de ajudar as almas e conduzi-las a Deus... Estar separadas do mundo, mortas viver em Deus, nada querer a não ser este Deus, em ansioso e contínuo desejo da  salvação das almas... A alma unida a Deus fica toda amarrada por dentro e por fora o que a faz aparecer com semblante sereno sem jamais perturbar-se por qualquer contingência.
Em tudo o que tendes a fazer, seja interna ou externamente, lembrai-vos de vos voltar para Deus com olhares vivos e amorosos. Com tais olhares amorosos implorai o socorro das suas graças.
As obras exteriores devem ser feitas prontamente  e com cuidado, sem perda de vida interior... A oração é o espírito da religião, mas nunca ela deve servir de pretexto para qualquer dispensa, porque todos os exercícios da religião e da obediência, feitos na presença de Deus, são outras tantas orações... A paz interior é um efeito da oração mental e é uma recompensa da união com Deus... A verdadeira prudência dum religioso ou duma religiosa depende da íntima união que tem com Deus. E todos os nossos esforços e zelos devem originar-se do Sangue de Jesus Cristo... Se não gostais de doce silêncio é impossível deleitar-vos nas coisas de Deus. (Ensinamentos)

V - LITURGIA
Um olhar sobre os textos litúrgicos, com os quais se celebram a Santa, nos confirmam o apreço que mereceu por parte da Igreja.

a) Missa
Na oração a Santa vem exaltada por ser privilegiada por Deus com os inefáveis dons da sua intimidade, especialmente com os místicos colóquios durante os êxtases. A oração continua propondo a todos a sua figura, especialmente aos irmãos e irmãs da sua Ordem, como modelo de contemplação das realidades eternas, para as quais os Carmelitas são chamados a viver, como característica particular de sua vocação na Igreja.
A Santa, com o dom do Espírito, compara a ação de Marta com a contemplação de Maria: Maria sem Marta se tornaria ócio e, a atividade de Marta sem Maria seria pura confusão. (cf Probatione II, Firenze 1965, 201)
A primeira leitura da Missa vem tomada do Cântico dos Cânticos (5, 6c. 8,6-7) e deseja ser um aceno às graças de caráter místico das quais a santa foi cheia.
O Salmo responsorial (Sl 17) indica o caminho cheio de dificuldades percorrido pela mesma Santa, com a ajuda de Deus. O refrão é constituído pelas palavras que ela pronunciou  no momento da morte e que revelam uma síntese de seu conhecimento de Deus.
No Prefácio que é próprio, temos o louvor a Deus que cumulou a santa dos dons do Espírito, aos quais ela respondeu com suas obras, com  a chama do amor ao Verbo Encarnado e á Igreja, sua Esposa, para a qual rezou insistentemente a fim de que resplandecesse em sua santidade, desejando uma providencial reforma nos pastores e nos fieis.
A antífona da comunhão (Gal 2, 19.20) retoma o tema da configuração em Cristo, sendo o mesmo destaque apresentado na oração depois da comunhão (tomada do comum das Virgens)

b)  Liturgia das Horas
Nos hinos, a Seráfica do Carmelo vem celebrada com honra na Toscana, sua Pátria, fúlgido esplendor da Igreja e de sua Ordem.
Como primeira lição do ofício das leituras temos um texto do Cântico dos Cânticos. Se não se deseja repetir 1 Cor, 2, 1-16, pode-se usar Col 1, 9b-26, no qual se celebra a excelente dignidade de Cristo do qual Madalena se tornou digníssima esposa. Como segunda leitura foi adotada aquela, já escolhida para o breviário romano, na qual a santa fala também do Espírito Santo.
Nas preces de Laudes faz-se memória dos mistérios principais da nossa religião, dos quais a Santa foi devotíssima: o nascimento de Jesus, os valores de seu sangue, o dom do Espírito Santo; a Igreja nascida do peito de Cristo na cruz.

Nas preces de Vésperas, pede-se pelas intenções que eram habituais na santa: para que a Igreja seja assistida pelo Espírito, para que os Sacerdotes, ministros do Sangue de Cristo sejam autênticos testemunhos do Evangelho; pela Ordem do Carmo, para que viva na verdadeira fraternidade; por todos aqueles que participam da mesa de Cristo, para que cresçam na verdadeira caridade.

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