Os membros da
presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) encerraram
a sua tradicional visita anual à Santa Sé, cuja finalidade é encontrar-se com o
papa e tratar de assuntos relacionados com a vida e missão da Igreja na América
Latina. Nesta terça-feira, 27, eles ofereceram uma entrevista coletiva na sede
da Pontifícia Comissão para a América Latina, abordando uma série de temas.
A reportagem
é de Sergio Mora, publicada pela agência Zenit, 28-05-2014.
Perguntado
sobre a teologia da libertação: o que pensam hoje, a este
respeito, os sacerdotes e seminaristas, considerando que os expoentes da
teologia da libertação são já idosos?
O presidente
do CELAM, dom Carlos Aguiar Retes, respondeu: “De fato, as figuras
relevantes da teologia da libertação são pessoas idosas, e a expressão do que
ela já foi está muito velha, se não é que já está morta”.
“Hoje em dia
não temos mais essa questão da teologia da
libertação, que tinha sido colocada com uma base sociológica que não
se encaixava na base teológica. Esse foi o motivo da quebra”.
No entanto, Retes reconheceu
que “houve esforços dos teólogos da libertação que tentaram de alguma forma
iluminar a teologia. Foi nos anos 1970, 1980, talvez no começo dos anos 1990”.
“Hoje, graças
a Deus, temos uma reflexão teológica muito mais sapiencial, que não deixa de
lado a necessária libertação do homem integral. Não é mais por meio luta de
classes, com a confrontação entre ricos e pobres, porque, como sabemos, para a
Igreja, esse não é o caminho para uma libertação social”.
Citando o
bispo auxiliar de Valparaíso, dom Santiago Silva, também presente na
conferência, Retes declarou: “A questão é mostrar o rosto
misericordioso de Deus Pai, a ternura de Deus entre nós, que faça crescer a
condição humana, a humanidade da pessoa; que faça crescer a família como o
núcleo onde se educa e se faz a pessoa crescer; e ter muito cuidado para
preparar as novas gerações, para que, no futuro, elas possam ter essa
consciência, sendo líderes em todos os campos, social, econômico e político”.
O presidente
do CELAM no período 2011-2015 precisou ainda que a tarefa “é de médio prazo e o
papa Francisco a descreveu perfeitamente na exortação apostólica
Evangelii Gaudium. É uma atitude crítica, de discernimento e de ação pastoral,
da dimensão social da fé”.
A fé tem como
consequência, se for autêntica, um desenvolvimento positivo da humanidade,
concluiu o presidente do CELAM.
Fonte:
http://www.ihu.unisinos.br
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